ITU, Infecções da Pele e Osteomielite Flashcards
ITU baixa
- Cistite: Infecção superficial da mucosa da bexiga (disúria e polaciúria)
- Uretrite: infecção da uretra no geral por germes sexualmente transmissíveis, c/ corrimento no homem e na mulher = cistite
- Prostatite e epididimite: germes por refluxo de urina pelos ductos prostático e ejaculatório.
ITU alta
- Pielonefrite aguda: inflamação do parênquima renal por agentes infecciosos, como nefrite intersticial aguda por invasão tecidual de leucócitos PMN, unilateral
- Pielonefrite crônica: Nefrite intersticial crônica associada à fibrose e atrofia do parênquima, por refluxo vesicoureteral no gerla
Bacteriúria significativa
- Presença de bactérias em urina de jato médio em quantidade maior que esperada ≥10⁵ UFC/ml
- Mulheres c/ sintomas de cistite não complicada: ≥10² UFC/ml + piúria
- Mulheres c/ pielonefrite não complicada ou homens com qqer forma de ITU: 10^4 UFC/ml + piúria
- Mulheres c/ ITU complicada: ≥10⁵ UFC/ml c/ ou s/ piuria
Conceitos em ITU
- Bacteriúria assintomática: bacteriúria significativa na ausência de sintomas urinários
- ≥10⁵ (micção espontânea uma amostra), 10² (por cateter vesical uma amostra), qqer contagem (punção suprapúbica uma amostra)
- Relapso: nova bacteriúria causada pelo mesmo patógenos previamente tto
- Reinfecção: por agentes ≠
ITU Complicada - Presença de Fatores Complicadores
- Obstrução urinária
- Bexiga neurogênica
- Nefropatia diabética
- Imunodepressão
- IRC
- Anemia falciforme
- Dça renal policística
- Alteraçõs anatômicas do trato urinário
- Presença de cateter vesical ou cálculo
- Gravidez
Conceitos em ITU
- Infecção do parênquima renal na ausência do QC grave. Comum em imunodeprimidos.
- Abscesso intrarrenal: formação cavitária intraparenquimatosa que aparece como complicação grave de pielonefrite
- Abscesso perinefrético: supuração nos tecidos adjacentes ao rim, complicação grave da pielonefrite
Patogênese das ITU
- Via ascendente: PRINCIPAL via de infecção
- Colonização períneo → introito vaginal (ou prepúcio ♂) → uretra distal → bexiga
- 2.♀ por ter ↓ comprimento uretra é comum ascensão no coito
- Pielonefrite: apenas que fazem ADESÃO ao epitélio ou se refluxo vesicoureteral
- Via hematogência
- Via linfática
- Fístula vesicoenteral: bacteroides fragilis
Determinantes da Infecção
- Colonização periuretral: uso de ATB, atrofia epitélio vaginal pós-menopausa e uso de espermicidas (diafragma) → eliminam a flora comensal não patogênica favorecendo crescimento gram -
- Adesão bacteriana e sangue tipo P: uropatogênicos (E. coli e Proteus) que possuem fimbrias c/ receptor celular antígeno do grupo sanguíneo P (expresso hemácia e trato urinário)
Determinantes da Infecção
- Presença de corpos estranhos no interior da via urinária: BIOFILME → cateter vesical e cálculos
- Gravidez: ↓ tônus e da peristalse (hidronefrose fisiológica à direita), refluxo vesicoureteral.
- Tamanho do inóculo
- Fatores de defesa do hospedeiro
- HPB, tumores, cálculos, bexiga neurogênica
Mecanismo de Defesa Contra as ITU
- pH e osmolaridade (alta [ureia])
- Esvaziamento vesical (efeito de “lavagem” dos tecidos urinários): PRINCIPAL defesa
- Mucosa do trato urinário
- Inibidores bacterianos: substâncias bactericidas nas secreções prostáticas (zinco)
- Válvula vesicoureteral: impede o refluxo
- Microbiota vaginal
Agentes Etiológicos
*E. coli é a principal causa de ITU COMPLICADA (mas em <50%) e NÃO COMPLICADA
- ITU esporádica não complicada): E. coli (80-85%), S. saprophyticus (10-15% em ♀ sexualmente ativa), Klebsiella, Proteus
- ITU recorrente ou complicada (cálculos, alteração anatomofuncional, manipulação urológica): Enterococcus, Pseudomonas e Serratia
- Cuidados de saúde (ITU nosocomial): Acinetobacter e Stenotrophommonas maltophilia
- Nefrolitíase: Proteus ou Klebsiella (predispõem formação cálculos)
- DM: fungos (Candida spp.)
- Cateterismo vesical contínuo (>30 dias): polimicrobiana (70%) e gram - atípicos (Providencia stuartii)
Agente mais frequente em TODOS tipos de ITU:
- Cistiti: E. coli (79%)
- Pielonefrite: E. coli (89%)
- ITU complicada: E. coli (32%)
- Rel. ao Cateter Vesical: E. coli (24%)
Situações comuns de ITU
*♂ ocorre por anormalidade anatomofuncionais (ou seja, é sempre ITU complicada)
- Bacteriúria em cça (1-2%): primeiros meses de vida mais em ♂ (válvula de uretra posterior) e depois em ♀
- Adultos até 60 anos: ♀ por atividade sexual, sendo principal FR é ITU prévia***
- Idosos: ambos ± igual
- ♂: doença prostática, perda atividade bactericida de secreções, obstrução urinária e disfunção vesical (divertículos)
- ♀: esvaziamento incompleto da bexiga, prolapso genital e epitélio atrófico
Bacteriúria Hospitalar
- É a causa mais frequente de infecção nosocomial (45%)
- Pouca morbidade/ letalidade
- Germes gram-negativos
- FR: gravidade da dça de base e cateterismo vesical
Indicações ao uso de Cateter Vesical
- Obstrução ureteral
- Monitorização Débito urinário (instab. HemodinâmicA)
- Pós-operatório de cx urológicas
- OBS: bexiga neurogênica NÃO é indicação → preferir CV intermitente (↓ risco ITU)
- Sistema coletor de urina deve sempre ser fechado, pois no aberto ocorre bacteriúria em quase 100% após 2-4 dias
QC das ITU
*Febre alta e ↓ estado geral exclui ITU baixa (exceto prostatite bacteriana aguda = abscesso)
- Cistite aguda: disúria, polaciúria, dor suprapúbica, hematúria (30%), em ♂ predomina sintomas obstrutivos
- Uretrite (N. gonorrhoeae, C. trachomatis, herpes-simplex)
- ♀: duração >7 dias, arrastada e QC = cistite
- ♂: disúria, corrimento uretral
- Epidimite ou epidimorquite: dor e edema no epidídimo e testículo (↑ tamanho e doloroso que melhora c/ elevação testicula = sinal de Prehn) → dxx c/ torção testicular
QC das ITU - Prostatite
- 90% são de origem obscura, só 5-10% são bacterianas (E. coli em 80%)
- Aguda bacteriana (20-40 anos): febre alta, calafrios, irritação e obstrução urinária, risco de bacteremia e sepse se toque retal*** (↑, sensível, tensa e quente), área de flutuação indica abscesso.
- Crônica: ITU recorrente, mais velhos, toque retal normal ou c/ HPB
- Sd. dor pélvica crônica: dor perineal que irradia p/ lombar e hipogastro
- Inflamatória não bacteriana:
- Não inflamatória/ prostatodinia
QC da ITU alta: Pielonefrite
- Febre alta
- Calafrios
- Dor lombar: distensão cápsula gleason, se irradiação p/ virilha pensar em nefrolitíase associada
- Sinais toxêmicos, ↓ Estado geral
- Sintomas ITU baixa (30%): disúria, polaciúria, urgência
- Descompensação da doença de base: idoso, DM, urêmicos, imunodeprimidos (s/ febre ou dor lombar)
- Sinai Giordano: dor à percussão ângulo costovertebral intensa
- Sepse se complicada
ITU em crianças
- Neonatos e lactentes: febre de origem obscura, deficit ponderal, irritabilidade, anorexia, vômitos, diarreia, icterícia, letargia, urina odor fétido
- É principal etiologia de dor abdominal crônica de origem orgânica
- Fazer exame de imagem (USG) se dx de ITU, independente sexo/ idade
Dx de ITU - Inespecíficos
- Cistite e uretrite não alteram leucograma ou PCR
- Pielonefrite e prostatite aguda elevam leucograma e PCR
- EAS c/ piúria (≥ 10 piócitos por campo): ↓ acurácia p/ ITU, S 65% e E 80% → tem vários dxx (TB, apendicite, diverticulite , DIP, NIA, GN)
- Teste nitrito: positivo p/ gram-negativo entéricos (exceto pseudomonar) → Sensibilidade baixa e Especificidade alta (90%)
Confirmação Dx de ITU
- Urinocultura quantitativa: mais utilizado
- Urinocultura do aspirado suprapúbico: padrão-ouro
- Coleta por micção espontânea em jato médio, cateter vesical ou punção suprapúbica
Diagnósticos das ITU
- ITU baixa: ♀ jovem c/ cistite esporádica não complicada o dx é clínico (se tto s/ resolução solicitar urinocultura), em ♂ é necessário urinocultura
- Cistite: ≥10² UFC/ml
- Uretrite: <10² UFC/ml
- ITU alta: QC sugestivo + urinocultura 10^4 (sempre confirmar c/ urinocultura)
Diagnóstico de Prostatite e Epididimite
- Prostatite bacteriana aguda: QC + urinocultura convencional (evitar vários toques retais por risco bacteremia)
- Crônica: QC + 3 amostras urina: 1º jato inicial (uretral); 2º jato médio (vesical) e 3º jato pós-massagem prostática (+ se contagem de colônica > 10 x (1 log))
Complicações da ITU alta - Pielonefrite
S/ resposta ao tto após 48-72 = investigação de sinais de obstrução ou abscesso
- Sepse
- Obstrução urinária: nefrolitíase, cálculo estruvita (↑ pH pelo Proteus)
- Abscesso intrarrenal
- Abscesso perinefrético
- Pielonefrite enfisematosa: em DM
- Necrose de papila renal
- Pielonefrite crônica
- Pielonefrite xantogranulomatosa
Pielonefrite xantogranulomatosa
- Efeito massa palpável em abdome (nefromegalia)
- Causada por obstrução urinária
- No geral é unilateral
- Mais em ♀ meia-idade, c/ pielonefrite de repetição
- Cças (= PROTEUS em 60% e E. coli): acomete todo parênquima renal ou focal (mimetiza neoplasia)
- Dor lombar/ abdominal, febre, retardo crescimento
- Dx: TC
TTO da ITU
- ATB
- Resposta adequada se
melhora em 24-48h
2.1. Ausência de melhora na ITU baixa: uretrite (e não cistite), resistente
2.2. Ausência resposta na pielonefrite: obstrução urinária, abscesso intrarrenal ou perinefrético → USG e TC - Maioria das cepas já estão resistentes à Sulfametoxazol + trimetoprima
TTO das ITU
- Cistite: Norfloxacino, fosfomicina ou nitrofurantoína
- Uretrite/ vaginite: Doxiciclina (DST são resistntes às fluoroquinolonas)
- Prostatite: Ofloxacina (<35 anos = N. gonorrhoaea ou Chlamydia trachomatis/ DST) ou Criprofloxacino (>35 anos = Gram - entéricos/ E. coli)
- Pielonefrite: Ciprofloxacina ou cefuroxina ± gentamicina
- ITU hospitalar (Cateter vesical): Cipro, ceftazidima, cefepime , ampicilina + aulbactam, pipraciclina + tazobactam
TTO das ITU na GESTANTE
- Contraindicado uso de fluoroquinolonas e sulfametoxazol + trimetropima (dano fetal)
- Cistite: amoxicilina ou cefalexina ou nitrofurantoína
- Pielonefrite: amoxi ou cefalexina ou nitrofurantoína EV = internamento
Bacteriúria Assintomática (BA) em Gestantes
- Se ≥10⁵ UFC/ml e assintomática deve ser tratada com ATB por 7 dias seguido de outra urinocultura de controle 2-4 sem após (se esta negativa, repetir mensalmente até parto)
- Pré-natal de 1º e 3º trimestre
- Risco alto de pielonefrite, alta taxa de recorrência de BA e problemas fetais graves (PMT, PIG e morte perinatal)