ITU, Infecções da Pele e Osteomielite Flashcards
ITU baixa
- Cistite: Infecção superficial da mucosa da bexiga (disúria e polaciúria)
- Uretrite: infecção da uretra no geral por germes sexualmente transmissíveis, c/ corrimento no homem e na mulher = cistite
- Prostatite e epididimite: germes por refluxo de urina pelos ductos prostático e ejaculatório.
ITU alta
- Pielonefrite aguda: inflamação do parênquima renal por agentes infecciosos, como nefrite intersticial aguda por invasão tecidual de leucócitos PMN, unilateral
- Pielonefrite crônica: Nefrite intersticial crônica associada à fibrose e atrofia do parênquima, por refluxo vesicoureteral no gerla
Bacteriúria significativa
- Presença de bactérias em urina de jato médio em quantidade maior que esperada ≥10⁵ UFC/ml
- Mulheres c/ sintomas de cistite não complicada: ≥10² UFC/ml + piúria
- Mulheres c/ pielonefrite não complicada ou homens com qqer forma de ITU: 10^4 UFC/ml + piúria
- Mulheres c/ ITU complicada: ≥10⁵ UFC/ml c/ ou s/ piuria
Conceitos em ITU
- Bacteriúria assintomática: bacteriúria significativa na ausência de sintomas urinários
- ≥10⁵ (micção espontânea uma amostra), 10² (por cateter vesical uma amostra), qqer contagem (punção suprapúbica uma amostra)
- Relapso: nova bacteriúria causada pelo mesmo patógenos previamente tto
- Reinfecção: por agentes ≠
ITU Complicada - Presença de Fatores Complicadores
- Obstrução urinária
- Bexiga neurogênica
- Nefropatia diabética
- Imunodepressão
- IRC
- Anemia falciforme
- Dça renal policística
- Alteraçõs anatômicas do trato urinário
- Presença de cateter vesical ou cálculo
- Gravidez
Conceitos em ITU
- Infecção do parênquima renal na ausência do QC grave. Comum em imunodeprimidos.
- Abscesso intrarrenal: formação cavitária intraparenquimatosa que aparece como complicação grave de pielonefrite
- Abscesso perinefrético: supuração nos tecidos adjacentes ao rim, complicação grave da pielonefrite
Patogênese das ITU
- Via ascendente: PRINCIPAL via de infecção
- Colonização períneo → introito vaginal (ou prepúcio ♂) → uretra distal → bexiga
- 2.♀ por ter ↓ comprimento uretra é comum ascensão no coito
- Pielonefrite: apenas que fazem ADESÃO ao epitélio ou se refluxo vesicoureteral
- Via hematogência
- Via linfática
- Fístula vesicoenteral: bacteroides fragilis
Determinantes da Infecção
- Colonização periuretral: uso de ATB, atrofia epitélio vaginal pós-menopausa e uso de espermicidas (diafragma) → eliminam a flora comensal não patogênica favorecendo crescimento gram -
- Adesão bacteriana e sangue tipo P: uropatogênicos (E. coli e Proteus) que possuem fimbrias c/ receptor celular antígeno do grupo sanguíneo P (expresso hemácia e trato urinário)
Determinantes da Infecção
- Presença de corpos estranhos no interior da via urinária: BIOFILME → cateter vesical e cálculos
- Gravidez: ↓ tônus e da peristalse (hidronefrose fisiológica à direita), refluxo vesicoureteral.
- Tamanho do inóculo
- Fatores de defesa do hospedeiro
- HPB, tumores, cálculos, bexiga neurogênica
Mecanismo de Defesa Contra as ITU
- pH e osmolaridade (alta [ureia])
- Esvaziamento vesical (efeito de “lavagem” dos tecidos urinários): PRINCIPAL defesa
- Mucosa do trato urinário
- Inibidores bacterianos: substâncias bactericidas nas secreções prostáticas (zinco)
- Válvula vesicoureteral: impede o refluxo
- Microbiota vaginal
Agentes Etiológicos
*E. coli é a principal causa de ITU COMPLICADA (mas em <50%) e NÃO COMPLICADA
- ITU esporádica não complicada): E. coli (80-85%), S. saprophyticus (10-15% em ♀ sexualmente ativa), Klebsiella, Proteus
- ITU recorrente ou complicada (cálculos, alteração anatomofuncional, manipulação urológica): Enterococcus, Pseudomonas e Serratia
- Cuidados de saúde (ITU nosocomial): Acinetobacter e Stenotrophommonas maltophilia
- Nefrolitíase: Proteus ou Klebsiella (predispõem formação cálculos)
- DM: fungos (Candida spp.)
- Cateterismo vesical contínuo (>30 dias): polimicrobiana (70%) e gram - atípicos (Providencia stuartii)
Agente mais frequente em TODOS tipos de ITU:
- Cistiti: E. coli (79%)
- Pielonefrite: E. coli (89%)
- ITU complicada: E. coli (32%)
- Rel. ao Cateter Vesical: E. coli (24%)
Situações comuns de ITU
*♂ ocorre por anormalidade anatomofuncionais (ou seja, é sempre ITU complicada)
- Bacteriúria em cça (1-2%): primeiros meses de vida mais em ♂ (válvula de uretra posterior) e depois em ♀
- Adultos até 60 anos: ♀ por atividade sexual, sendo principal FR é ITU prévia***
- Idosos: ambos ± igual
- ♂: doença prostática, perda atividade bactericida de secreções, obstrução urinária e disfunção vesical (divertículos)
- ♀: esvaziamento incompleto da bexiga, prolapso genital e epitélio atrófico
Bacteriúria Hospitalar
- É a causa mais frequente de infecção nosocomial (45%)
- Pouca morbidade/ letalidade
- Germes gram-negativos
- FR: gravidade da dça de base e cateterismo vesical
Indicações ao uso de Cateter Vesical
- Obstrução ureteral
- Monitorização Débito urinário (instab. HemodinâmicA)
- Pós-operatório de cx urológicas
- OBS: bexiga neurogênica NÃO é indicação → preferir CV intermitente (↓ risco ITU)
- Sistema coletor de urina deve sempre ser fechado, pois no aberto ocorre bacteriúria em quase 100% após 2-4 dias
QC das ITU
*Febre alta e ↓ estado geral exclui ITU baixa (exceto prostatite bacteriana aguda = abscesso)
- Cistite aguda: disúria, polaciúria, dor suprapúbica, hematúria (30%), em ♂ predomina sintomas obstrutivos
- Uretrite (N. gonorrhoeae, C. trachomatis, herpes-simplex)
- ♀: duração >7 dias, arrastada e QC = cistite
- ♂: disúria, corrimento uretral
- Epidimite ou epidimorquite: dor e edema no epidídimo e testículo (↑ tamanho e doloroso que melhora c/ elevação testicula = sinal de Prehn) → dxx c/ torção testicular
QC das ITU - Prostatite
- 90% são de origem obscura, só 5-10% são bacterianas (E. coli em 80%)
- Aguda bacteriana (20-40 anos): febre alta, calafrios, irritação e obstrução urinária, risco de bacteremia e sepse se toque retal*** (↑, sensível, tensa e quente), área de flutuação indica abscesso.
- Crônica: ITU recorrente, mais velhos, toque retal normal ou c/ HPB
- Sd. dor pélvica crônica: dor perineal que irradia p/ lombar e hipogastro
- Inflamatória não bacteriana:
- Não inflamatória/ prostatodinia
QC da ITU alta: Pielonefrite
- Febre alta
- Calafrios
- Dor lombar: distensão cápsula gleason, se irradiação p/ virilha pensar em nefrolitíase associada
- Sinais toxêmicos, ↓ Estado geral
- Sintomas ITU baixa (30%): disúria, polaciúria, urgência
- Descompensação da doença de base: idoso, DM, urêmicos, imunodeprimidos (s/ febre ou dor lombar)
- Sinai Giordano: dor à percussão ângulo costovertebral intensa
- Sepse se complicada
ITU em crianças
- Neonatos e lactentes: febre de origem obscura, deficit ponderal, irritabilidade, anorexia, vômitos, diarreia, icterícia, letargia, urina odor fétido
- É principal etiologia de dor abdominal crônica de origem orgânica
- Fazer exame de imagem (USG) se dx de ITU, independente sexo/ idade
Dx de ITU - Inespecíficos
- Cistite e uretrite não alteram leucograma ou PCR
- Pielonefrite e prostatite aguda elevam leucograma e PCR
- EAS c/ piúria (≥ 10 piócitos por campo): ↓ acurácia p/ ITU, S 65% e E 80% → tem vários dxx (TB, apendicite, diverticulite , DIP, NIA, GN)
- Teste nitrito: positivo p/ gram-negativo entéricos (exceto pseudomonar) → Sensibilidade baixa e Especificidade alta (90%)
Confirmação Dx de ITU
- Urinocultura quantitativa: mais utilizado
- Urinocultura do aspirado suprapúbico: padrão-ouro
- Coleta por micção espontânea em jato médio, cateter vesical ou punção suprapúbica
Diagnósticos das ITU
- ITU baixa: ♀ jovem c/ cistite esporádica não complicada o dx é clínico (se tto s/ resolução solicitar urinocultura), em ♂ é necessário urinocultura
- Cistite: ≥10² UFC/ml
- Uretrite: <10² UFC/ml
- ITU alta: QC sugestivo + urinocultura 10^4 (sempre confirmar c/ urinocultura)
Diagnóstico de Prostatite e Epididimite
- Prostatite bacteriana aguda: QC + urinocultura convencional (evitar vários toques retais por risco bacteremia)
- Crônica: QC + 3 amostras urina: 1º jato inicial (uretral); 2º jato médio (vesical) e 3º jato pós-massagem prostática (+ se contagem de colônica > 10 x (1 log))
Complicações da ITU alta - Pielonefrite
S/ resposta ao tto após 48-72 = investigação de sinais de obstrução ou abscesso
- Sepse
- Obstrução urinária: nefrolitíase, cálculo estruvita (↑ pH pelo Proteus)
- Abscesso intrarrenal
- Abscesso perinefrético
- Pielonefrite enfisematosa: em DM
- Necrose de papila renal
- Pielonefrite crônica
- Pielonefrite xantogranulomatosa
Pielonefrite xantogranulomatosa
- Efeito massa palpável em abdome (nefromegalia)
- Causada por obstrução urinária
- No geral é unilateral
- Mais em ♀ meia-idade, c/ pielonefrite de repetição
- Cças (= PROTEUS em 60% e E. coli): acomete todo parênquima renal ou focal (mimetiza neoplasia)
- Dor lombar/ abdominal, febre, retardo crescimento
- Dx: TC
TTO da ITU
- ATB
- Resposta adequada se
melhora em 24-48h
2.1. Ausência de melhora na ITU baixa: uretrite (e não cistite), resistente
2.2. Ausência resposta na pielonefrite: obstrução urinária, abscesso intrarrenal ou perinefrético → USG e TC - Maioria das cepas já estão resistentes à Sulfametoxazol + trimetoprima
TTO das ITU
- Cistite: Norfloxacino, fosfomicina ou nitrofurantoína
- Uretrite/ vaginite: Doxiciclina (DST são resistntes às fluoroquinolonas)
- Prostatite: Ofloxacina (<35 anos = N. gonorrhoaea ou Chlamydia trachomatis/ DST) ou Criprofloxacino (>35 anos = Gram - entéricos/ E. coli)
- Pielonefrite: Ciprofloxacina ou cefuroxina ± gentamicina
- ITU hospitalar (Cateter vesical): Cipro, ceftazidima, cefepime , ampicilina + aulbactam, pipraciclina + tazobactam
TTO das ITU na GESTANTE
- Contraindicado uso de fluoroquinolonas e sulfametoxazol + trimetropima (dano fetal)
- Cistite: amoxicilina ou cefalexina ou nitrofurantoína
- Pielonefrite: amoxi ou cefalexina ou nitrofurantoína EV = internamento
Bacteriúria Assintomática (BA) em Gestantes
- Se ≥10⁵ UFC/ml e assintomática deve ser tratada com ATB por 7 dias seguido de outra urinocultura de controle 2-4 sem após (se esta negativa, repetir mensalmente até parto)
- Pré-natal de 1º e 3º trimestre
- Risco alto de pielonefrite, alta taxa de recorrência de BA e problemas fetais graves (PMT, PIG e morte perinatal)
BA no pré-operatório
- Investigar e tto no pré-operatório se: pcte com ↑ risco de pielonefrite (idoso, nefropata, DM, beixaga neurogênica, litíase, ITU repetição, imunodep.)
- Em cx urológicas*
Quando tratar bacteriúria assintomática:
- Gestante
- Pré-op de cx que necessitam de cateter vesical no pós-imediato, em pctes c/ risco ↑ pielonefrite
- Transplante renal (primeiros 3 meses)
- Infecção por Proteus mirabilis (cálculos de estruvita)
- Infecção por Proteus spp. ou Providencia spp. em pcte c/ CV + bexiga neurogênica
- TODOS sintomáticos
TTO cistite em não gestante
- Não há necessidade de urinocultura nem antes nem depois do tto
- Fluoroquinolona (Norfloxacino 400 mg 12/12h) por 3 dias OU Amoxicilina 250 12/12h por 5 dias
- Se não melhorar após ATB: urinocultura c/ antibiograma (resistente, prolongar ATB por 7 dias ou é uretrite/vaginite)
TTO Pielonefrite
- ATB empírico até resultado da urinocultura (48 h)
- TTO por 14 dias*
- Hospitalar se: hipotensão, vômitos intensos (IV), febre com tremores → bacteremia
- Urinocultura de controle após 2-4 semanas do término do ATB (se + e assintomática não tratar)
- Gram +: ampicilina IV ou amoxicilina VO
- Gram - ou inconclusível: ofloxacina
- Sem resposta ao aTB 48-72h: abscesso ou resistência → urinocultura + USG TC
5 indicações de ATBprofilaxia para ITU
- ITU sintomática de repetição (>3x/ano): em não gestantes por 6 meses a um ano
- Gestante c/ ITU recorrente: até o parto
- Pós-transplante renal: por 3-6 meses
- Prostatite crônica: ad aeternum
- Criança com refluxo vesicoureteral: até cx de correção
- Manejo: SMZ + TMP ou Norfloxacino ou Ofloxacina 1x/dia ante de dormir
- Em gestantes: Nitrofurantoína ou Cefalexina
Infecção Renal por Fungos (candidúria)
- Candida albicans
- Contaminação da urina pela flora periuretral OU colonização do trato urinário ou do CV OU ITU baixa ou alta OU infecção fúngica sistêmica
- Resolução espontânea em 20-40% em 1 mês
- Complicações: invasão renal, infecção sistêmica ou bola fúngica
- TTO: Fluconazol IV ou VO (Anfotericina B se resistência ao outro, mas evitar por toxicidade renal)
Indicações de antifúngico p/ candidúria
- Sintomas de ITU
- Cilindros hialinos c/ pseudo-hias no EAS
- Pós-transplante renal: PROFILÁTICO
- Neoplasias hematológicas, Neutropenia, Qt: MAIOR RISCO
- Obstrução urinária, bexiga neurogênica
- Pcte grave (UTI)
- Calidemias se pcte grave
Prevenção da ITU hospitalar
- Preferir fralda ou coletor peniano externo
- Cateterismo intermitente (de alívio a cada 6h)
- Utilizar sempre cateter de menor calibre adequado à drenagem
- Sempre higienização e assepsia do local
Principais bactérias patogênicas que invadem a pele
- Staphylococcus aureus
- Streptococcus pyogenes
- Bacilos gram negativo: Pseudomonas aeruginosa
Impertigo
*S. aureus na literatura recente é o mais frequente em ambos
- Infecção da epiderme superficial (subcórnea) vesicopustular (piodermite)
- Pode ser 1º ou 2º
- Bolhoso (10%): principal agente é o S. aureus
- Crostoso (90%): principal agente S. pyogenes (grupo A)* e o S. aureus
Impertigo Crostoso
- Predomina entre 2-5 anos e nos meses quentes de verão (baixa higiene)
- Acomete áreas expostas: face, mmii
- Vesículas que formam pústula e se rompem → pus ressecado forma as crostas melicéricas (amareladas c/ aspecto “mel ou cera ressecada”)
Impertigo - TTO
- Manter local limpo e seco (água e sabão normal)
- Remover crostas e secreções c/ compressas mornas
- ATB tópico: mupirocina ou ác. fusídico (2-3x/dia por 5-14 dias)
- ATB sistêmicos se: febre, linfadenopatia, acometer SC, faringite c/ infecção cutânea próximo à boca, lesões em couso cabeludo ou numerosas (≥ 5)
- Cefalosporina 1ª geração (caefalexina 4x/d por 7-10 dias), se alergia eritromicina
Outras Piodermites além do Impertigo - Ectima
- Piodermite estreptocócica (S. pyogenese)
- Acomete derme e forma uma úlcera cutânea c/ bordos elevados
- Mesmo tto que impetigo crostoso
Outras Piodermites além do Impertigo - Foliculite
- Piodermite estafilocócica (S. aureus)
- Infecção supurativa de um ou mais folículos pilossebáceos (únicas ou múltiplas agrupadas)
- Base eritematosa e centro pustuloso, bem demarcadas.
- Pseudomonas: banheiras de água quente não clorada
- Candida: usu de corticoide e ATB
- TTO: cuidados locais, limpeza e ATB tópico (mupirocina), se extensa sistêmico.
Erisipela (ou “febre de Santo Antônio”)
- Infecção pelo Streptococcus pyogenes da derme superficial e profunda
- Acomete vasos linfáticos
- Porta de estrada por ser úlcera de estase ou lesões micóticas intertriginosas
- Lesões c/ bordos BEM delimitados e definidos, eritematosas, quente e dolorosa
- Acomete mais região malar (face), lateral ou media da perna (70-80%)
- Após 2-3 dias de evolução pode surgir bolhas flácidas e se romper (erisipela bolhosa)
Erisipela - TTO
- Duração de 10-14 dias
- Casos graves (toxemia c/ febre alta, calafrios): internação c/ Penicilina G cristalina 4/4h
- Casos leve/moderados: Penicilina G procaína EV ou V oral
- Alérgicos à penicilina: Eritromicina
- Profilaxia p/ evitar complicação linfática (Efefantiasis nostra): Penicilina G benzatina 4/4 sem
Celulite:
- Infecção do SC (derme profunda e gordura)
- Causada por Staphylococcus aureus (1º) e Streptococcus pyogenes (2º)
- Porta de entrada identificável: abrasão, ferida cutânea, úlcera, furunculose
- Sinais intensos de flogoso no local (rubor, calor, edema), dor,
- SEM bordas delimitadas (imprecisas) e eritema menos proeminente (róseo)
Celulite - TTO:
- Duração de 10-14 dias
- Casos graves (toxemia): Oxacilina 2g IV 4/4h
- Casos leves/moderados: Cefalexina, cefadroxil, eritromicina
- Alérgicos à penicilina: Cefazolina, vancomicina
Furúnculo
- Nódulo supurativo na derme profunda que se instala a partir de uma foliculite
- S. aureus
- TTO: maioria c/ calor úmido local, sem ATB. NUNCA espremer por risco de disseminar pela corrente sanguínea.
- Se sinais sistêmicos ATB sistêmicos (Cefa 1ª/ Oxacilina)
- Furunculose de repetição: ATB sistêmico por 10-14 dias + mupirocina tópica
Carbúnculo
- Lesão mais extensa e profunda, atingindo SC e c/ múltiplos abscessos separados por septos conjuntivos
- S. aureus
- ATB sistêmico (= celulite): Cefa 1ª/ Oxacilina
Osteomielite
- Infecção no osso c/ destruição tecidual progressiva e formação de sequestros ósseos
- Sequestro ósseo: fragmento de tecido que se separa da matriz circundante e fica isolado em meio ao material necrótico/ purulento
- “Corpo estranho”, desvascularizado, s/ defesas anti-infecciosas → biofilme c/ dificuldade de erradicação por ATB
Osteomielite - Fisiopatologia
- Hematogênica: bacteremia transitória (uso droga IV, Endocardite infecciosa)
- Contiguidade: infecção tecido mole adjacente (úlcera pressão infectada)
- Inoculação direta: trauma acidental (fratura exposta) ou iatrogênico (cx, biópsia percutânea)
- Infecção só ocorre se fatores de adesão específico p/ constituir matriz óssea
Principal agente etiológico das Osteomielites
- Staphylococcus aureus
- Expressam adesinas de alta afinidade p/ moléculas de fibronectina, laminina, colágeno (distribuídas no tecido ósseo)
- Pode ficar latente nos osteoblastos: necessário ATB prolongado >4-6 semanas p/ evitar as várias recidivas
Osteomielite - Fisiopatologia
- Cortical: lâmina rígida
- Medular: osso esponjoso c/ gordura, sangue e tecido hematopoiético
- A inflamação da medula ↑ pressão hidrostática intraóssea → bloqueia perfusão sanguínea → isquemia e necrose
Estadiamento da Osteomielite
- Estágio 1: infecção medular
- Estágio 3: “ superficial
- Estágio 3: “ localizada (abscesso)
- Estágio 4: “ difusa
- A: hospedeiro normal
- B: hospedeiro comprometido → local, sistêmico, local e sistêmico
- C: tto é pior que a doença
QC da Osteomielite
- Adulto: curso subagudo/ crônico c/ dx tardio por fístula osteocutâneas após anos
- Criança: dramático, c/ sepse associada
Osteomielite complicando uma fratura exposta
- Risco de 3-25% após fratura exposta
- Homem jovem c/ lesão em mmii
- S. aureus e estafilo coagulase-negativo, e bacilos gram - aeróbios
- Semanas ou meses após trauma
- Suspeita: fratura NÃO CONSOLIDADA após meses
Osteomielite aguda hematogênica
- Idosos, usuários drogas IV, cateter venoso profundo
- CRIANÇA PRÉ-PÚBERE
- Preferência por metáfises de osso longos (fêmur e tíbia): nas crianças é muito vascularizada (placa crescimento)
- Traumas → ruptura vascular metáfise → hematoma local (depósito se bacteremia transitória) → osteomilite aguda
- S. aureus e Pneumococo
Osteomielite Crônica
- TTO inadequada das osteomielites, que complicam fraturas expostas
- Pouco sintomática (s/ febre/ calafrios), arrastada por anos
- Evolução p/ AMILOIDOSE AA c
- Formação de fístulas osteocutâneas e risco de formar Carcinoma Escamoso no trajeto da fístula
- Rx: sequestro ósseos c/ involucrum (camadas sobrepostas de osso neoformado que revestem subjacente)
Osteomielite Vertebral (Espondilodiscite)
- Infecção disco intervertebral, entre 2 vértebras adjacentes
- Forma mais comum de apresentação clínica da osteomielite por disseminação hematogênica em adultos
- Infecções sanguíneas (drogas IV, Cateter Venoso profundo), EI, ITU
- QC: dor nas costas e hipersensibilidade vertebral à palpação do processo espinhoso
- Pode complicar c/ paresias/ plegias, abscesso epidural
- S. aureus e coagulase-negativo são mais comuns (usuários drogas IV é Candida e Pseudomonas)
Osteomielite no pé-diabético
- Por contiguidade por formação de úlcera (15% dos DM)
2. Manejo se úlcera >2 cm, osso subjacente facilmente tocado, ↑ VHS e PCR
Osteomielite de ossos não usuais
- Pubis: cx ginecourológicas por S. aureus, Enterococcus, E. coli → dor suprapúbica que piora na deambulação
- Clavícula: hematogênica por usuário drogas IV e cateter venoso profundo em subclávia, S. aureus, dor intensa.
- Sacroilíacas: hematogênica em usuários drogsa IV e CVP, S. aureus, pode ter forma crônica unilateral (Brucelose)
Osteomielite em Situações Especiais
- Hemodiálise: MRSA c/ risco espondilodiscite
- An. Falciforme: translocação bacteriana do TGI e formação de nichos no interior dos ossos. → Salmonella spp. (1º) e depois S. aureus
- Doença de Gaucher: autos. recessiva por ausência enzima glicocerebrosidase c/ depósito de glicocerebrosídeos nos órgãos (medula óssea)
Síndrome SAPHO
- Sinovite
- Acne
- Pustulose
- Hiperostose
- Osteomielite: caixa toácica, pelve e coluna
- É autolimidade c/ remissão e atividade
Diagnóstico da Osteomielite
QC + imagem + microbiológico
- ↑ VHS > 100 mm na 1ª hora, útil na resposta terapêutica
- ↑ PCR
- Rx: alterações tardias após 10-14 duas do início
- Cintilografia: Muito sensível, mas pouco específico (falso-positivos)
- TC: S e E, informação detalhada sobre osso.
- RM: método de escolha*, acúmulo de líquido no interior da MO
Diagnóstico da Osteomielite - Dx microbiológico
- Desbridamento cirúrgico: PADRÃO-OURO
- Punção percutânea guiada por imagem
- Aguarda resultado da cultura antes de iniciar o TTO*** (exceto se infecção partes moles concomitantes ou síndrome séptica)
Agentes Causadores da Osteomielite
- > 50%: S. aureus (PRINCIPAL) e S. coagulase-negativo (epidermidis)
- > 25%: Streptococcus, enterococcus, pseudomonas, enterobacter, proteus, e. coli, anaeróbios
- <5%: micobacterioses, fungos (abscesso FRIO),, salmonella (falcêmicos)
ATB empírico da osteomielite
*Duração >4-6 semanas
- Adultos (osteomilite hematogênica): Oxacilina 2g IV 6x/d ou Vancomicina (se ↑ risco MRSA)
- Adultos pós-fixação fratura exposta: Vacomicina + Cefepima (contra pseudomonas e gram-)
- RN: Oxa ou Vanco + Cefepima
- Anemia falciforme: Ciprofloxacina ou Levofloxacina
- Adjuvante: oxigenoterapia hiperbárica
TTO Cx da Osteomielite
- Desbridamento de todo tecido ósseo e não ósseo infectado + irrigação abundante + ATB profilático EV
- Retirada de material exógeno
- Confecção de retalhos musculares p/ fechar qqer espaço-morto
- Fechamento compelto da FO
- Estabilizar e fixação precoce fratura infectada
ITU por fungo após CV
- Candidúria é mais comum em DM mal controlado, uso recente de ATB, Cateter vesical de demora permanente
- Na ausência de sintomas, deve corrigir fatores de risco associados, deve ser retirado o CV (se não possível trocar e repetir urocultura)
- Tto só deve ser feito se doença disseminada ou grave (neutropenia, cancer, transplante renal) ou se manipulação do trato urinário ou obstrução
Osteomielite da Coluna Vertebral
- Mias comum em homens (2:1) e predomina na transição toraco-lombar
- Maioria >50 anos
- Lombalgia, febre, ↑ PCR
- Imagem característica: extensão “atravessando” o disco intervertebral e afetando corpos vertebrais adjacentes (e disseminação paravertebral)
- Maioria por infecção bacteriana HEMATOGÊNICA
- Dx padrão-ouro: biópsia a céu aberto (mais sensível que punção guiada por imagem)
- Ausência de leucocitose não exclui etiologia bacteriana
- Febre NÃO é patognomônico de nenhum etiologia específica
Erisipela
- Bordos bem definidos e elevados, brilhante e eritematosa
- Única localização que obriga internação é a FACE
- A recorrência é uma das principais complicações mórbida, principalmente em quem evoluem c/ lesões linfangíticas
- Principal agente: Streptococcus pyogenes
- A ausência de prota de entrada não afasta etiologia bacteriana
- Pode causar linfangite
Trombose de Seio Cavernoso
- Seio cavernoso é frequente afetado por trombose SÉPTICA
- Sítios 1os de infecção: face, órbitas, tonsilas palatinas, palato mole e seios etmoidal e esfenoidal → picada mosquito
- QC: febre, edema periorbital, cefaleia, ptose e oftalmoplegia (paralisia músc. oculares, proptose), quemose conjuntivas
- Agente: S. aureus
- Papiledema ou veias da retina tortuosas dilatadas na maioria (2/3 fundoscopia alterada)
ITU
- E. coli é a bactérias predominante
- Cistite costuma aparecer como um quador súbito, rápida evolução dos sintomas
- Exceto se repercussão sistêmica, não há indicação de tto da Bacteriúria assintomática em portadores de cateter de longa permanência (colonização só do local)
- Profilaxia p/ BA é feito p/ gestantes