Síndrome Coronariana Aguda (SCA) Flashcards
Definição de SCA
Apresentação de isquemia miocárdica aguda, com ou sem supradesnivelamento do segmento st
SCA SEM SUPRA DE ST
Angina instável
Infarto agudo do miocárdio SEM supra de ST (IAMSSST)
Qual a diferença entre angina instável e IAMSSST?
No IAMSSST a isquemia foi grave o suficiente para liberar quantidades detectáveis de marcadores de lesão miocárdica.
Epidemiologia
- Uma das principais causas de morte no BR
- IAMSSST: incidência continua aumentando
- IAMCSST: incidência vem diminuindo (graças ao uso de estatinas e aspirina)
Mortalidade SCA
Cerca de 50% dos pacientes morrem na primeira hora do evento, geralmente antes do suporte médico
Fisiopatologia: aterosclerose
A aterosclerose coronariana é uma doença crônica que evolui silenciosamente ao longo do tempo e pode resultar no desenvolvimento de placa vulnerável.
- A ruptura ou erosão dessa placa vulnerável expõe o material trombogênico > desencadeia a formação de trombos sobrejacentes
Principais consequências da ruptura/erosão da placa aterosclerótica?
- Evento silencioso (SEM isquemia ou infarto): ocorrerá regeneração e cicatrização da placa, associado à progressão mais rápida para estenose > pode levar à ANGINA INSTÁVEL
- COM isquemia/infarto: ocorrerá SCA, mas a duração (transitória/permanente) e a gravidade (oclusão total/subtotal) determinará seus diferentes tipos (IAMCSST, IAMSSST, AI)
Quais fatores determinam se a ruptura da placa levará a eventos agudos?
Características da placa e do paciente:
-trombogenicidade
-sistema fribrinolítico endógeno
-inflamação sistêmica
-sca prévia
Maioria dos quadros de SCA evolui de placas não obstrutivas silenciosas?
SIM.
Que não apresentam sintomas de isquemia e não são detectadas aos exames complementares. Porém pode se romper repentinamente, formando trombos e ocluindo agudamente as coronárias
Quais placas estão mais sujeitas a rompimento e desenvolvimento de evento agudo?
Placas de fibroateroma com capa fina
Características do evento agudo na SCA em decorrência de rompimento de placa
Grande carga de placa
Área luminal mínima reduzida
Crescimento rápido da placa
Grande núcleo necrótico
Inflamação da placa
Aumento da neovascularização
Hemorragia intraplaca
Como funciona a dinâmica das placas ateroscleróticas?
Muitas se estabilizam e nunca rompem, outras permanecem vulneráveis e uma minoria sofre ruptura ou erosão
O que diferencia o IAMCSST do IAMSSST?
No IAMCSST ocorre oclusão total da artéria e isquemia transmural do miocárdio.
- risco de lesão irreversível ao miocárido
- necrose se inicia em 30 min e finaliza em 6 a 12h
No IAMSST a isquemia teoricamente fica restrita ao subencocárdio (em caso de isquemia, o subendocárdio é a 1ª região a entrar em sofrimento)
Como inicialmente os pacientes se apresentam?
Na emergência com dor torácica
Quais as características da dor torácica que mais se correlacionam com o infarto do miocárdio?
- Irradiação para a extremidade superior (principalmente irradiação para ambos os braços)
- Dor associada à transpiração excessiva (diaforese)
- Náuseas
- Vômitos
Qual a recomendação clássica em caso de dor torácica semelhante à dor de evento prévio de IM?
Todo paciente com dor entre o umbigo e mandíbula deve realizar ECG
Como é o início da dor isquêmica?
Tipicamente gradual
Fatores de melhora e piora da dor isquêmica
Provocada, na maioria das vezes, por exercício ou estresse emocional
Não muda com a respiração ou posição
Dor isquêmica pode ocorrer em repouso?
SIM
Caso a dor torácica melhore com nitroglicerina, o que poderá ser?
Um evento temporário
Como a dor isquêmica tende a ser caracterizada?
Caracterizada mais como desconforto do que como dor
Quais os termos mais usados para descrever a dor anginosa?
Aperto
Pressão
Constrição
Esmagamento
Estrangulamento
Queimação
Peso no peito (elefante sentado no peito)
Dor no dente (quando há irradiação para a mandíbula inferior)
A angina frequentemente irradia? Qual irradiação é altamente sugestiva de dor isquêmica?
SIM.
A irradiação para as extremidades superiores
Principal localização de dor anginosa?
Tórax
Tempo da dor
Normalmente é breve (2 a 5 min)
Tempo de dor em paciente com SCA
Podem ter dor torácica em repouso com duração superior a 30 min
Descrições de dor que aumentam a probabilidade de SCA
Irradiação para MSD ou ombro
Irradiação para MMSS ou ombros
Dor de esforços
Irradiação para MSE
Diaforese associada
Náuseas ou vômitos associados
Similaridade a último IAM
Descrita como pressão
Descrições de dor que diminuem a probabilidade de SCA
Pleurítica
Posicional
Afiada
Reprodutível com a palpação
Localização inflamatória
Sem relação com esforço
Quais padrões de apresentação favorecem o diagnóstico de SCA em detrimento de angina estável
- Angina em repouso (geralmente com mais de 20 minutos de duração)
- Angina de início recente que limita acentuadamente a atividade física
- Angina em crescimento, sendo mais frequente maior duração ou menor esforço que a angina prévia
Qual sinal característico o paciente pode apresentar ao chegar no hospital?
Sinal de Levine (punho fechado sobre o centro do peito)
IAMCSST: dor melhora com repouso ou nitrato sublingual?
NÃO
Quais os pródomos do IAMCSST?
Desconforto anginoso aos mínimos esforços ou em repouso
Sintomatologia atípica da SCA
Dor atípica e “equivalentes anginosos”
Equivalentes anginosos:
- Dispneia
- Fadiga e sensação de desmaio
- Palpitações
- Náuseas, vômitos, sudorese e palidez
Quais grupos tendem a apresentar sintomas atípicos de SCA?
Idosos
Mulheres
Diabéticos
Transplantados cardíacos
Principais achados sugestivos de complicações
Congestão pulmonar
Hipoperfusão tecidual
Sopros de insuficiência mitral aguda
Como é determinado o prognóstico cardiovascular a partir de exame físico na SCA?
Classificação de Killip (usada para avaliar o prognóstico de IAM, com base em sinais e sintomas de insuficiência ventricular esquerda)
Quanto maior o Killip, mais grave a SCA
DD: causas cardíacas não isquêmicas de dor torácica
Dissecção de aorta
Insuficiência cardíaca
Pericardite
Cardiomiopatia por estresse
Quadro clínico da dissecção de aorta
- Dor no peito que pode irradiar para o pescoço e costas
- Dor aguda
- Dor que já inicia em intensidade máxima
- Dor em “rasgar”
Tratar um paciente com dissecção da aorta como se fosse SCA pode ter consequências graves
Quadro clínico da insuficiência cardíaca
Desconforto torácico
Dispneia progressiva
Tosse
Fadiga
Edema periférico
Quadro clínico da pericardite
Dor torácica pleurítica
Dor que melhora quando se sente e se inclina para frente
Irradiação para os músculos trapézios (iritação do diafragma e nervo frênico)
Quadro clínico da cardiomiopatia por estresse
Estresse físico ou emocional
Dor torácica subesternal
Sintomas semelhantes ao do IAM
Causas não cardíacas de dor torácica
- Pulmonar: embolia pulmonar (sintomas de TVP), pneumotórax e hipertensão pulmonar
- Esôfago: espasmos esofagiano difuso e DRGE
- Osteomusculares: tensões musculares
- Transtorno de pânico
Exames complementares solicitados?
- ECG
- Marcadores de necrose miocárdica (troponina)
ECG na SCA
- Realizar em até 10 minutos (principalmente se dor típica)
- IAMCSST: para diagnóstico > supra de ST (supra convexo é mais específico que o côncavo)
Pacientes com sintomas típicos e BRE devem ser considerados na prática como IAMCSST (BRE dificulta reconhecer o supra de ST)
- IAMSSST e AI: para diagnóstico > infra de ST
Quais os critérios que ajudam a identificar os BRE como maior probabilidade de estarem associados a um infarto?
Critérios de Sgarbossa