DPOC Flashcards
O que é a DPOC?
É a limitação do fluxo aéreo das vias aéreas inferiores, não reversível, provocada por uma resposta inflamatória a toxinas inaladas
Quais alterações esse processo inflamatório crônico pode causar?
Bronquite crônica (alterações nos brônquios) e enfisema pulmonar (alteração no parênquima pulmonar)
Pacientes com DPOC podem apresentar patologia mista?
SIM!
Asma?
Doença pulmonar obstrutiva
Quando que a asma pode ser considerada um subtipo de DPOC?
Quando a obstrução não for reversível com broncodilatadores
VEF1/CVF < 0,7
Indica existência de obstrução, que é uma redução da capacidade expiratória
VEF1 e CVF
VEF1: volume expiratório forçado em 1 seg
CVF: capacidade vital forçada
Bronquite crônica
Brônquio inflamado e com excesso de muco
Enfisema pulmonar
Os alvéolos crescem, se unem e perdem a elasticidade e a força para expulsar o ar, o que dificulta a respiração
Tabagismo e DPOC
Cerca de 15% dos tabagistas desenvolvem DPOC
DPOC tem relação comprovada com certas atividades laborais
Exposição na indústria de borracha, plástico, couro, etc
Fator genético que pode causar DPOC
O principal é a alfa-1-antitripsina, causa importante de enfisema em não tabagistas
Quando pesquisar deficiência de alfa-1-antitripsina?
- enfisema em jovem (<45 anos)
- enfisema predominantemente em bases pulmonares
- enfisema em não tabagista ou com pequena carga tabágica
- HF de enfisema ou hepatopatia
- doença hepática associada inexplicada
Qual a principal etiologia da DPOC?
Tabagismo
Fisiopatologia da DPOC
- exposição inalatória provoca uma resposta inflamatória nas vias respiratórias e nos alvéolos
- mediado pelo aumento de proteases
- as proteases provocam lise da elastina e do tec conjuntivo
Principal mecanismo do componente efisematoso
- as proteases costumam ser balanceadas pelas antiproteases (alfa-1-antitripsina)
- com o aumento das proteases (devido a resposta inflamatória), há o desbalanço entre protease e ati-protease
- causando hiperinsuflção e dificuldade de expiração
Consequências da inflamação crônica
- estreitamento e obstrução das vias respiratórias
- hipersecreção de muco
- espasmo brônquico
- fibrose peribrônquica
- destruição das pequenas vias respiratórias
Enfisema pulmonar centrolobular (ou acinar proximal)
Caracterizado pela dilatação dos bronquíolos e porção central dos ácinos
- esse padrão sugere lesão causada pelo tabagismo, ou exposição crônica à fumaça da queima de carvão
Exposição inalatória
- Lise da elastina e tecido conjuntivo > hiperinsuflação > enfisema > aprisionamento do ar > aumento do esforço respiratório
- Inflamação das vias aéreas > hipersecreção de muco, espasmo brônquico e fibrose peribrônquica > aumento da resistência das vias aéreas > aprisionamento do ar > aumento de esforço respiratório
Enfisema panacinar
Caracterizado pela destruição e dilatação de todo ácino, sendo característica da def de alfa-1-antitripsina
Enfisema acinar distal
Destruição dos ductos alveolares
Bronquite crônica
Processo de estreitamento das vias aéreas inferiores (brônquios e bronquíolos) associado à hiperssecreção de muco nas regiões acometidas
Enfisema pulomar
Está relacionado à dilatação dos alvéolos pulmonares como consequência da degradação de elastina, causando aumento da capacidade pulmonar (capacidade do pulmão encher) e reduzindo a elastância pulmonar
DPOC e consequências
Tanto a brônquite crônica quanto o enfisema pulmonar, são processos obstrutivos que dificultam a expiração.
- resultam de um processo obstrutivo, que dificulta a renovação do ar nos alvéolos, causando por fim retenção de CO2 e até mesmo hipóxia
Quadro clínico
- tosse (é o sintoma + comum)
- dispneia
- produção excessiva de escarro
- perda ponderal (mau prognóstico)
piora dos sintomas pela manhã
Índice usado para prognóstico da DPOC
Índice de dispneia modificada do MRC (Medical Research Council)
Sinais de DPOC
- sibilos
- fase expiratória prolongada da respiração
- hiperinsuflação pulmonar
- aumento do diâmetro anteroposterior do tórax (TÓRAX EM BARRIL)
Doença avançada:
- sinais de esforço respiratório
- retenção paradoxal dos espaços intercostais (Sinal de Hoover)
- cianose
Sinais de cor pulmonale:
- distensão das veias julgulares
- desdobramento de b2
- edema periférico
- sopro de insuficiência tricúspide
Estereótipos dos pacientes com DPOC
PINK PUFFERS:
- enfisematosos
- magros, tórax em tonel
- dispneia é expiratória
- ausculta pulmonar com mvf diminuídos
BLUE BLOATERS:
- bronquite
- cianose (hipoxemia grave) associada ao cor pulmonale (leva a insuficiência ventricular direita e edema)
- ausculta pulmonar: muitos RA
Quadro clínico na DPOC
- dispneia
*redução da qualidade de vida
*pior prognóstico - tosse
*associação com dispneia
*intermitente
*diária - escarro
- alterações de vias aéreas e alveolares
*esforço respiratório
*hiperinsuflação pulmonar (toráx em barril)
*sibilos
Questionário CAPTURE
Útil na triagem de pacientes com indicação para investigação de DPOC
- questiona os pacientes acerca de exposição a substâncias inalatórias irritantes, fadiga maior que o esperado para idade, acometimento por infecções respiratórias e pior de sintomas respiratórios com mudanças climáticas
Avaliação espirométrica
- Espirometria é obrigatória na suspeita de DPOC
- deve ser realizada antes e depois da adm de broncodilatador
- parâmetros avaliados: CVF (capacidade vital forçada) + VEF1 (volume expiratório forçado no primeiro segundo) + VEF1/CVF
Relação VEF1/CVF < 0,7 pós broncodilatador
- define a limitação permanente ao fluxo aéreo
- essa limitação permanente é necessária para estabelecer o diagnóstico de DPOC
Avaliação radiológica
- útil para afastar outras doenças pulmonares, principalmente neoplasias e avaliar complicações em exarcebações da doença
- solicitar nas 2 incidências
- RX: baixa sensibilidade para diagnosticar DPOC
- TC: maior sensibilidade e especificidade, principalmente nos enfisematosos
- útil para avaliar complicações
Avaliação radiológica
- útil para afastar outras doenças pulmonares, principalmente neoplasias e avaliar complicações em exarcebações da doença
- solicitar nas 2 incidências
- RX: baixa sensibilidade para diagnosticar DPOC
- TC: maior sensibilidade e especificidade, principalmente nos enfisematosos
- útil para avaliar complicações
Avaliação gasométrica
- hipoxemia
- hipercapnia
- acido respiratória crônica
- alcalose metabólica compensatória
Dúvida diagnóstica entre IC e DPOC com QP de dispneia
Exame para diferenciar: BNP e NT-proBNP
- elevados: IC
Único exame que estabelece diagnóstico de DPOC
Espirometria
Diagnósticos diferenciais de DPOC
- asma brônquica
- bronquiolite
- bronquiectasia
- tuberculose
- ICC
Esquematização do diagnóstico
1- avaliação radiológica
- hiperinsuflação pulmonar
- aumento da radiotransparência
- bronquiectasias, bolhas
2- avaliação espirométrica:
- VEF1/CVF < 0,7 pós-BD
3- avaliação laboratorial
- hipoxemia
- hipercapnia
- BNP (<400)
4- DD
Classificação do estadiamento da DPOC
GOLD: classifica o paciente a partir do VEF1
GOLD 1: maior ou = a 80
GOLD 2: 50 - 79
GOLD 3: 30 - 49
GOLD 4: menos de 30
GOLD 3: sem hipercapnia
GOLD 4: com hipercapnia // mau prognóstico
Classificação conforme sintomas e exacerbações
- GOLD classificava os pacientes em A, B, C e D
- 2023: C+D= E
- Utiliza-se as escalas MRC ou CAT para avaliar quão limitantes são os sintomas dos pacientes
Paciente A: 0 ou 1 exacerbação + sem hospitalização + CAT < 10 + mMRC 0-1
Paciente B: 0 ou 1 exacerbação + sem hospitalização + CAT 10+ + mMRC 2+
Paciente E: 2 ou (+) exacerbações ou mais de 1 ou 1 hospitalização
CAT: teste de avaliação na DPOC (questionário)
mMRC: estima a dispneia na DPOC
Agentes etiológicos mais comuns na exacerbação
H. influenzae
S. pneumoniae
M. catarrhalis
P. aeruginosa
Tratamento da exacerbação
- Iniciar terapêutica broncodilatadora inalatória em episódios de exacerbação aguda (com uso associado do brometo de ipratrópio a um beta2 de ação curta (salbutamol)
- corticoides reduzem a taxa de falha terapêutica hospitalar
- medicação mais recomendada: Prednisona ou Metilprednisolona
Ventilação na exacerbação
-suporte ventilatório não invasivo está indicado nas exacerbações com hipoventilação alveolar e acidemia
-reduz a necessidade de IOT
-hipoxemia refratária à suplementação de oxigênio: fazer ventilação mecânica
IOT e ventilação mecânica na DPOC: quando considerar?
-Se o pct encontra-se sonolento
-Indicada em caso de rebaixamento de nível de consciência
Critérios para internação na enfermaria
- dispneia em repouso
- vef1 < 50%
- idade > 65 anos
- baixo peso
- de 3 exacerbações/ano
- comorbidades
- necessidade de o2 domiciliar
Critérios para internação em UTI
-instabilidade hemodinâmica
-rebaixamento de nível de consciência
-necessidade de ventilação invasiva
-distúrbios gasométricos graves
Tratamento de DPOC estável
-mev
-BRONCODILATADORES
- CORTICOIDES INALATÓRIOS
-OXIGENOTERAPIA
Broncodilatadores
São a base do tto sintomático das doenças pulmonares obstrutivas
-via de adm preferencialmente inalatória
-Beta2-agonista: de longa duração são mais eficazes em controlar os sintomas de pacientes fora do período de exacerbação (ex: salmeterol e formoterol)
-Anticolinérgicos (brometo de ipaprópio): antagonista de receptores muscarínicos
- Xantinas (aminofilina e teofilina): ULTIMA OPÇÃO BRONCODILATADORA
- seu efeito broncodilatador é inferior as outras drogas, além de causar efeitos adversos
Corticoides inalatórios
- recomendados em pacientes com VEF1 < 50 e que tenham tido exacerbação no ano anterior e que necessitou do uso de atb ou corticoide oral
Corticoide inalatório + beta-agonista de ação prolongada
Redução da mortalidade, das exacerbações e melhora a qualidade de vida dos pacientes
Oxigenoterapia
- principal tto para melhorar a sobrevida de pacientes hipoxêmicos portadores de DPOC
- objetivo de manter a saturação em 90
Recomendações aos pacientes com DPOC
- vacinação antiinfluenza
- reabilitação respiratória é uma importante terapêutica para melhorar a qualidade de vida
- cessação do tabagismo: essencial
TRATAMENTO (resumo)
Caso estável:
- Broncodilatadores
- Corticoides inalatórios
- Oxigenoterapia
Caso de exacerbação:
- Antibioticoterapia
- Broncodilatador inalatório
- Ventilação não invasiva