Sepse e Choque Séptico Flashcards
O que é a Síndrome da resposta inflamatória sistêmica?
Definida pela presença de pelo menos 2 dos sinais abaixo:
- Temperatura central >38,3° ou <36°C
- FC> 90bpm
- FR > 20rpm, ou PaCO2 < 32mmHg
- Leucócitos totais > 12.000/mm3, ou <4000/mm3 ou presença de >10% de formas jovens (desvio à esquerda)
Como a SRIS se enquadra no diagnóstico de sepse?
A SRIS não faz mais parte dos critérios para definição de sepse, mas auxilia a identificação de pacientes com infecção
Como é a classificação atual do ILAS?
Infecção sem disfunção, sepse e choque séptico
O que é a infecção sem disfunção?
Foco infeccioso ou suspeito sem apresentar disfunção orgânica
O que configura/diagnostica sepse?
Infecção suspeita ou confirmada associada a disfunção orgânica:
- Hipotensão (PAS < 90mmHg ou PAM < 65mmHg ou queda de PA> 40mmHg
- Oligúria (>ou=0,5ml/kg/h) ou creatinina > 2mg/dL
- Relação PaO2/FiO2 < 300 ou necessidade de O2 para manter SpO2 > 90%
- Plaquetas <100.000/mm3 ou queda de 50% nos últimos 3 dias
- Lactato alto
- Rebaixamento do nível de consciência, agitação, delirium
- Aumento significativo de bilirrubinas (>2x o valor de referência)
Qual a definição de sepse?
Resposta inflamatória desregulada a uma infecção , com liberação de mediadores pró-inflamatórios, levando a uma resposta sistêmica e generalizada
Quais os principais fatores de risco para uma pior evolução dos casos de sepse?
Extremos de idade, doenças imunossupressoras, câncer, medicamentos imunossupressores, diabetes, abuso de álcool, cateteres venosos
Quais as principais manifestações clínicas da sepse?
Geralmente no início é inespecífico. As queixas geralmente tem relação com doenças infecciosas (variam com a etiologia)
Quais os principais órgãos que são foco inicial de sepse? Em ordem de ocorrência?
Pulmão, abdome, corrente sanguínea e trato geniturinário
Quais as principais manifestações clínicas da sepse quando a causa é uma infecção do TGI?
Dor abdominal, diarreia, presença de sangue e pus nas fezes
Quais as principais manifestações clínicas da sepse quando a causa é uma infecção de cateteres e dispositivos?
Tunelite, saída de secreção purulenta ostial
Quais as principais manifestações clínicas da sepse quando a causa é uma infecção do trato urinário?
Disúria, urgência miccional, dor suprapúbica, dor em flancos
Quais as principais manifestações clínicas da sepse quando a causa é uma infecção de pele e partes moles?
Hiperemia e dor local, saída de secreção purulenta
Quais as principais manifestações clínicas da sepse quando a causa é uma infecção de articulações?
Hiperemia e dor local, bloqueio articular
Quais as principais manifestações clínicas da sepse quando a causa é uma infecção de sítio cirúrgico?
Hiperemia de ferida operatória, saída de secreção purulenta
Quais as principais manifestações clínicas da sepse quando a etiologia inicial é a pneumonia?
Tosse, dispneia, expectoração purulenta
Qual a causa mais comum de sepse?
Pneumonia
Quando abrir o protocolo de sepse?
Na suspeita ou confirmação de sepse ou choque séptico
Em pacientes com disfunções clínicas na triagem (hipotensão, rebaixamento de consciência, dispneia ou desaturaçao, oligúria), qual a recomendação?
Dar seguimento imediato ao protocolo
Quais casos podemos não fazer o seguimento do protocolo? Por que?
Pacientes sem disfunção clínica aparente, com quadros típicos de infecções de via aérea alta ou amigdalite, pois tem baixa probabilidade de se tratar de casos de sepse
O que fazer com o protocolo de tratamento de sepse em pacientes em cuidados de fim de vida?
O protocolo pode ser descontinuado, seguindo um tratamento pertinente a sua situação clínica
Quais são os pontos utilizados no escore qSOFA?
Frequência respiratória >ou= 22/min
Alteração do nível de consciência
Pressão arterial sistólica > 100mmHg
Quais as classificações iniciais de um paciente, que deve ser feita pela equipe médica?
- Infecção sem disfunção com seguimento de protocolo
- Sepse ou choque
- Afastado sepse/choque
- Pacientes sob cuidados de fim de vida
Como se dá o tratamento de sepse?
Pacote de 1ª hora + seguimento nas próximas 6 horas
Como ocorre o pacote de 1ª hora?
- Coleta de exames: gasometria e lactato arterial, hemograma completo, creatinina, bilirrubina e coagulograma (lactato o mais rápido possível)
- Coleta de 2 hemocultura em sítios distintos, e cultura de outros sítios: aspirado traqueal, líquor e urocultura (antes de antibióticos)
- Antibioticoterapia empírica até resultado das culturas (endovenosa)
- Utilizar dose máxima, com dose de ataque em casos pertinentes, sem ajustes para função renal ou hepática
- Considerar terapia combinada em suspeita de infecção por agentes multidrogas resistentes - Em pacientes hipotensos ou com sinais de hipoperfusao, iniciar ressuscitação volêmica com infusão imediata de 30mL/kg de cristalóides
- Se a PAM permanecer abaixo de 65, faz-se o uso de vasopressores, sendo a noradrenalina a droga de primeira escolha
- Pesquisar após 2-4h de ressuscitação volêmica, o lactato. Se tiver 2x o valor de referência após os tratamentos iniciais, deve ser corrigido
Quais os sinais de hipoperfusão que podem estar presentes em pacientes com sepse?
Oligúria, presença de livedo, tempo de enchimento capilar lentificado e alteração do nível de consciência
Em quais pacientes deve ser feita a reavaliação em 6 horas?
Pacientes que apresentam choque séptico, hiperlactatemia ou sinais clínicos de hipoperfusão tecidual
Quais as recomendações do pacote de reavaliação de 6 horas?
- Reavaliação de ressuscitação volêmica: mensuração da PVC, variação de pressão de pulso, formas de avaliação de responsividade a fluidos, tempo de enchimento capilar, livedo
- Pacientes com hipoperfusão e hemoglobina <7mg/dL devem receber transfusão o mais rápido possível
- Monitorar pressão arterial, idealmente de forma invasiva, em pacientes com choque séptico
- Em caso de hipertensão, pode ser necessária redução da pós-carga, usando nitroprussiato ou nitroglicerina
Em pacientes com disfunção clínica aparente, mas com quadro clínico sugestivo de outros processos infecciosos atípicos (dengue, leptospirose, malária), como se dá o protocolo de tratamento?
Pôde-se seguir um fluxo específico de atendimento que leve em consideração peculiaridades do atendimento a esses pacientes
Em quais pacientes podemos indicar corticoides? Qual a droga e dose de escolha?
Pacientes com choque séptico refratário, ou naqueles em que não se consegue manter a pressão arterial alvo, mesmo com ressuscitação volêmica e uso de vasopressores. Hidrocortisona na dose de 50mg a cada 6 horas
Em quais pacientes a intubação deve ser realizada sem postergação?
Pacientes sépticos com insuficiência respiratória aguda e evidências de hipoperfusão tecidual
Quando não está indiciado o uso de bicarbonato em pacientes com sepse/choque séptico? Por que?
Em pacientes com pH> 7,15. Pois o tratamento dessa acidose é o restabelecimento da perfusão adequada
Qual a recomendação de tratamento em pacientes com sepse que tem sinais de hipoperfusão tecidual?
Ressuscitação volêmica, 30mL/kg de peso de solução cristalóide, nas primeiras horas. A recomendação é usar ringer lactato.
Qual o alvo de pressão arterial média (PAM) em pacientes com choque séptico?
65mmHg
O que fazer com pacientes com PAM < 65mmHg em choque séptico?
Uso de drogas vasoativas (noradrenalina é a de escolha, mas pode ser adrenalina, vasopressina, dobutamina)