Semana 10 - Cirurgia Infantil III: Vias biliares e Oncologia Flashcards

1
Q

Caso Clínico – Interconsulta da hepatopediatria para avaliar lactente com 45 dias de vida e história de icterícia iniciada aos 15 dias, evoluindo com acolia fecal e colúria. Após investigação inicial solicitam avaliação para biópsia. Qual a hipótese diagnóstica?

A

Atresia de vias biliares.

Pontos importantes do enunciado:

  • 45 dias de vida
  • Icterícia iniciada aos 15 dias
  • Acolia fecal e colúria
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2
Q

Qual a causa mais frequente de transplante na criança?

A

Atresia de vias biliares.

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3
Q

RN que nasceu bem, sem comorbidades, que começa a fechar as vias biliares 2a-3a semana de vida e quadro de icterícia que não melhora até a segunda semana de vida levantam qual hipótese diagnóstica?

A

Atresia de vias biliares.

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4
Q

Antes de se investigar Atresia de vias biliares, deve-se excluir quais outras causas?

A

Excluir outras causas de icterícia (TORCHS,

metabolismo hepático e autoimune).

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5
Q

Qual o quadro clínico de um paciente com atresia de vias biliares?

A

Icterícia na 2a ou 3a semana de vida – Icterícia colestática
Hepatomegalia
Acolia fecal
Colúria

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6
Q

Qual a classificação da Atresia de vias biliares e qual o tipo mais comum e grave?

A

> 90% é do tipo 3 (mais grave) – os outros tipos são de fácil correção

o Tipo 1: Atresia apenas do ducto colédoco
o Tipo 2: Atresia apenas do ducto hepático
o Tipo 3a: Poupa os hepáticos direito e esquerdo o Tipo 3b: Atresia de todas as vias biliares extra-
hepáticas

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7
Q

Como é feito o diagnóstico de atresia de vias biliares?

A

Após suspeita e descartar todas as outras causas de icterícia neonatal (sorologia para TORCHS; Síndrome metabólica hepática), realizar USG e biópsia hepática.

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8
Q

Quais achados podem ser evidenciados em um USG de paciente com atresia de vias biliares?

A

Não vai ser vista a via biliar (achado
importante). Há um sinal difícil de ver, mas que é
patognomônico (Sinal do cordão triangular - cordão fibroso representado no USG por uma hiperecogenicidade no portahepatis).

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9
Q

Quais achados de uma biópsia hepática de um paciente com atresia de vias biliares?

A
  • Infiltrado neutrofílico
  • Plugs Biliares
  • Fibrose
  • Proliferação ductal
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10
Q

Qual o tratamento da atresia de vias biliares?

A

Cirurgia de Kasai – Portoenterostomia - Se paciente <60-90 dias de vida

Cirurgia consiste em dissecar o portahepatis até vir bile do fígado; e faz anastomose do jejuno diretamente com o parênquima hepático.

Se diagnóstico tardio ou Cx Kasai sem sucesso, indicado transplante hepático.

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11
Q

A cirurgia de Kasai tem sucesso de aproximadamente 65% se paciente <90 dias de vida. Verdadeiro ou falso?

A

Falso. Sucesso de aproximadamente de 30% se <90 dias.

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12
Q

Quais critérios indicam transplante hepático após cirurgia de Kasai?

A
  • Ausência de drenagem biliar
  • Evolução para cirrose hepática
  • Retardo do desenvolvimento
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13
Q

A Atresia de vias biliares é uma doença congênita e a causa mais frequente de transplante na criança. Verdadeiro ou falso?

A

Falso. É a causa mais frequente de transplante na criança, mas não é uma doença congênita. Patogênese pouco conhecida – sabe-se apenas que as vias biliares obstruem.

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14
Q

Caso Clínico – Chamado na emergência pediátrica para avaliar lactente com 1 ano de vida e história de icterícia flutuante que piorou na ultima semana, refere acolia fecal e colúria. Febre e dor abdominal há 3 dias. Ao exame, dor abdominal e massa palpável em hipocôndrio direito. Qual HD? Quais achados do enunciado sugerem esta hipótese?

A

Dilatação da via biliar (principalmente do colédoco).

  • Icterícia flutuante
  • Colúria e acolia
  • Dor abdominal
  • Massa palpável em HD
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15
Q

Qual quadro clínico de um paciente com cisto de colédoco?

A

o Tríade:
Icterícia
Dor abdominal
Massa palpável

o Pensar quando a criança apresenta colangite de repetição, podendo haver febre, piora da icterícia, colúria, acolia fecal.

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16
Q

Como é feito diagnóstico de cisto de colédoco?

A

USG/ ColangioRM.

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17
Q

Qual classificação usada para cisto de colédoco?

A

o Classificação de Todani (I a V) – cai em algumas
provas

Ia: dilatação císticas de todo o colédoco
Ib: dilatação cística do colédoco distal
Ic: dilatação fusiforme de toda via biliar extra
hepática
II: divertículo de colédoco
III: colédococele
IVa: múltiplos cistos (intra e extra-hepáticos)
IVb: cistos extra-hepáticos
V: múltiplos císticos intra-hepáticos
(transplante hepático) – associado ao gene
PKD-1 (Doença de Caroli)

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18
Q

Como é feito o tratamento do cisto de colédoco?

A

Cirurgia: derivação bíleo-digestiva (quando tem o colédoco ou hepático viável para fazer). Hepatojejunostomia: Anastomose do jejuno com a via biliar

Existem casos especiais – no tipo III é uma colédococele (herniação para o duodeno) – nesses casos pode ser pensado em um tratamento endoscópico.

Casos mais graves = transplante hepático

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19
Q

Caso clínico – Criança de 4 anos com quadro
de diarreia há um mês, mãe trouxe por ter notado massa abdominal no banho. Relata perda ponderal. Ao exame hipertenso e com massa palpável em hipocôndrio esquerdo. Qual HD e quais pontos do enunciado chamam atenção para essa hipótese?

A

Neuroblastoma.

Diarreia, massa abdominal, perda ponderal, hipertensão e massa palpável.

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20
Q

O neuroblastoma é o tumor sólido extra craniano mais frequente. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.

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21
Q

Qual tumor maligno mais comum em lactentes?

A

Neuroblastoma.

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22
Q

Qual localização mais comum do Neuroblastoma?

A

Tumor do sistema nervoso simpático, podendo surgir em qualquer topografia no trajeto das células da crista neural. 75% no abdome – 50% desses na medula da suprarenal.

Obs: Mais de 40% apresenta metástase ao diagnóstico.

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23
Q

Qual quadro clínico do paciente com neuroblastoma?

A
  • Diarreia, perda ponderal e hipertensão ( catecolaminas/peptídeos intestinais vasoativos)
  • Sintomas compressivos (Dor abdominal, Alteração de Marcha, Síndrome de Horner)
  • Metástases (Medula óssea, Ossos, Linfonodos, Plexo orbitário posterior – sinal do guaxinim
    na criança)
24
Q

Qual diagnóstico diferencial de paciente com equimose periorbital (sinal do guaxinim) de causa não traumática?

A

Metástase de neuroblastoma para plexo orbitário posterior.

25
Q

Como é feito o diagnóstico de neuroblastoma?

A

Laboratório: Catecolaminas urinárias aumenatadas (Ácido Vanil Mondélico e Ácido Homovanilico).

Relativas ao prognóstico – exames que podem ser usados para controle de recidivas
• LDH
• Ferritina
• Enolose Neuro-Específico

Imagem:

  • Radiografia
  • Padrão ouro: Tomografia
  • Cintilografia com MIBG (todos os pacientes)
    • Marca as células cromafins - células neuroendócrinas do tumor
    • Identificar metástases ósseas
  • Biópsia (guia a quimioterapia) – prognóstico e tratamento dependem da histologia e genética do tumor
26
Q

Como é feito o estadiamento do neuroblastoma?

A

TC/RM + Cintilo com MIBG + Biópsia (NMYC) + BMO

Leva em consideração localização e invasão, histologia, idade (<18 meses, acompanhar) e o NMYC (gene associado a pior prognóstico).

27
Q

Qual tratamento do neuroblastoma?

A

Casos intermediários:
- Quimioterapia neo/adjuvante seguida de cirurgia
Obs: Cirurgia – Debulking? Não são ressecções muito radicais
- Radioterapia Adjuvante = casos selecionados

Casos com doença disseminada: Transplante de Medula Óssea.

28
Q

Qual tumor renal mais frequente em crianças?

A

Tumor de Wilms. Além disso, é a 2a Neoplasia abdominal mais frequente.

29
Q

O tumor de Wilms é associado a quais síndromes genéticas?

A
  • Anidiria Esporádica (ausência de Iris)
  • Denys Drash (Nefropatia, Pseudohermafroditismo masculino e Wilms)
  • Backwith-Wiedmann – Importante (Macroglossia, Hérnia Umbilical, Onfalocele e Hipoinsulinismo Neonatal)
  • WAGR
30
Q

Qual quadro clínico de um paciente com tumor de Wilms?

A

Massa abdominal assintomática, Hematúria – 20%, Hipertensão arterial – 25% e Febre – 10%.

31
Q

Qual a causa mais comum de massa abdominal assintomática na criança?

A

Hidronefrose (é a causa mais comum de massa abdominal assintomática na criança) - Estenose de JUP.

32
Q

Como é feito o diagnóstico do tumor de Wilms?

A

USG de abdome que mostrou massa sólida no

rim (sinal da garra).

33
Q

Para o diagnóstico do tumor de Wilms é necessária imagem e biópsia da lesão. Verdadeiro ou falso?

A

Falso. Apenas imagem.

34
Q

Qual sítio mais comum de metástase do tumor de Wilms?

A

Pulmão.

35
Q

Como é feito estadiamento do tumor de Wilms?

A

TC TAP (tórax, abd e pelve)/RNM – sinal da garra.

36
Q

Como é feito o tratamento do tumor de Wilms?

A

Protocolo SIOP (Taxa de cura <90% seguindo o protocolo)

Menores que 6 meses: Cirurgia (nefro tô mia radical) + Quimioterapia

> 6 meses sem metástase: QT Neoadjuvante (4 semanas) + Cirurgia + Quimioterapia adjuvante

> 6 meses com metástase: QT neoadjuvante (6 semanas) + Cirurgia + Quimioterapia adjuvante

Radioterapia apenas para casos selecionados e refratários

37
Q

Os tumores de Wilms apresentam pouca associação genética. Verdadeiro ou falso?

A

Forte associação genética! Lembras das

síndromes.

38
Q

Caso clínico – Criança de 4 anos com quadro de trazido por massa abdominal notada no banho. Assintomático. Ao exame: Massa em HCD, pênis alongado, testículos bem desenvolvidos e presença de pelos pubianos. Qual HD?

A

Hepatoblastoma.

  • Massa abdominal assintomática
  • Criança 4 anos com pênis alongado, testículos bem desenvolvidos e presença de pelos pubianos
39
Q

Qual tumor hepático mais comum em crianças?

A

Hepatoblastoma.

90% dos hepatoblastomas ocorrem até os 5 anos
de idade.

40
Q

Quais fatores de risco para Hepatoblastoma?

A
  • Associação com prematuridade extrema e uso de oxigênio no período neonatal
  • Beckwith-Wiedmann e a polipose adenomatosa
    familiar
41
Q

Qual quadro clínico de um Hepatoblastoma?

A

Massa abdominal assintomática o Ruptura tumoral
Dor abdominal ou até chocada
Desenvolvimento sexual precoce
B-HCG

42
Q

Como é feito o diagnóstico de um Hepatoblastoma?

A

Alfafeto proteína (marcador tumoral) – mais
importante (Mais elevada normalmente no RN e vai caindo os níveis)
Anemia e trombocitose podem estar presentes Ultrassonofragia
TC com massa hepática sólida crescida
Biópsia indicada para guiar terapêutica

43
Q

Como é feito o estadiamento de um Hepatoblastoma?

A

Estadiamento apenas com a TC (PRETEXT)

1: três seguimentos de fígado livre
2: dois setores de fígado livre
3: um seguimento livre ou dois adjacentes § 4: nenhum setor livre

44
Q

Como é feito o tratamento de um hepatoblastoma?

A
  • Quimioterapia neoadjuvante (Reduzir a massa)
  • Hepatectomia com margem (PRETEXT 1 e 2)
  • Quimioterapia adjuvante
  • Transplante hepático (PRETEXT 3 e 4)
45
Q

Caso clínico – Chamado para avaliar RN em sala de parto com massa no dorso. Ao exame: Grande massa com presença de cabelos e dente. Qual HD?

A

Teratoma.

46
Q

Qual tumor mais comum do RN?

A

Teratoma sacrococcígeo.

47
Q

O que é um teratoma?

A

Teratoma é uma lesão que contem todas as camadas da vida embrionária.

48
Q

O teratoma sacrococcígeo atinge mais meninos ou meninas?

A

Acomete mais meninas do que meninos (3:1).

49
Q

O teratoma sacrococcígeo costuma malignizar?

A

sim, 10% de malignidade ao nascimento, 75% após um ano.

50
Q

Como é feito o diagnóstico de um teratoma sacrococcígeo?

A

Diagnóstico pré-natal.

51
Q

Qual diferença de um teratoma maduro e imaturo?

A

Teratoma maduro é o que tem dente, cabelo,
tecido diferenciado (menos malignos)
Teratoma Imaturos são basicamente císticos (mais malignos)

52
Q

Um teratoma sacrococcígeo é indicativo de cesárea?

A

Lesão >5cm indica parto cesárea.

53
Q

Os teratoms sacrococcígeos representam risco de óbito fetal?

A

Sim, devido ao risco de insuficiência cardíaca e hemorragia.

54
Q

Quais as opções de tratamento do teratoma sacrococcígeo?

A

Cirurgia Fetal para casos graves
• Ressecção aberta
• Ablação de grandes artérias (intraútero)
• EXIT – intra parto

Ressecção da massa com incisão em V ou na
sagital do períneo. Tem que tirar o Cóccix devido ao alto risco de recidiva!

Cx + Qt se lesão maligna

55
Q

Como é feito o seguimento pós tratamento de um teratoma sacrococcígeo?

A

Alfa feto proteína, CA125 e Imagem sacral (Recorrência local é comum).