Sd. Bacterianas - Febre de origem obscura ou indeterminada Flashcards

1
Q
  1. Qual a definição de FOO ou FOI?
A

A Definição: Febre > 38,3ºC em pelo menos duas ocasiões, com duração da febre > 3 semanas, na ausência de comprometimento imune, e diagnóstico incerto após 3 consultas
ambulatoriais ou 3 dias no hospital ou 1 semana de investigação ambulatorial criteriosa e invasiva. Para que se aplique o conceito, segundo o Harrison, a investigação deve conter: anamnese, exame físico e investigação laboratorial mínima com:
-VHS, PCR, FAN, FR, eletroforese de proteínas, LDH
-Hemograma, eletrólitos, hemoculturas urinocultura;
-EAS, creatinina,
-Proteína total,
-TGO, TGP, , CK, ferritina, fosfatase alcalina,
RX de tórax, US de abdome e PPD.
Obs.: considerar biópsia de medula óssea se tudo for tentado sem sucesso, grifo meu, devido ao risco de malignidades hematológicas, mastocitose sistêmica e granulomatose disseminada.

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2
Q
  1. Quais as principais causas FOO clássica?
A

A1) Doenças infecciosas  tuberculose extrapulmonar, abscessos intra-abdominais, abscessos renais, retroperitoniais e paraespinhais, osteomielite e endocardite infecciosa,
prostatite, abscessos dentários, sinusite e colangite, diverticulite. A histoplasmose, a criptococose, a malária e a babesiose também devem ser consideradas.

2) Neoplasias.

3) Doenças inflamatórias não infecciosas: doenças reumatológicas ou vasculíticas sistêmicas, como polimialgia reumática, LES, doença de Still do adulto, além das doenças
granulomatosas, como sarcoidose, doença de Chron e hepatite granulomatosa.

4) Medicamentos: praticamente todas as classes de medicamentos causam febre, porém osantimicrobianos (especialmente os betalactâmicos), fármacos cardiovasculares (quinidina),antineoplásicos e fármacos que atuam no SNC (fenitoína) são causas particularmente comuns.

GUARDE BEM A RELAÇÃO ENTRE FENITOÍNA E FEBRE!

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3
Q
  1. Quais exames não devem faltar na investigação diagnóstica?
A

 Hemograma completo.
 Hemoculturas (três sets colhidos de diferentes locais, após um período de horas sem administração de antibióticos).
 Bioquímica de rotina, incluindo enzimas hepáticas e bilirrubina.
 Sorologia para hepatite (se exames hepáticos anormais).
 Urinálise, incluindo microscopia e cultura.
 Radiografia de tórax.

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4
Q
  1. Qual doença em especial considerar no paciente idoso (>50 anos)?
A

-Considerar as doenças multissistêmicas, em especial a arterite de células gigantes (25%), mas também a TB e o câncer de cólon.

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5
Q
  1. Em quais possíveis causas pensar na FOO hospitalar?
A

No campo cirúrgico ou
no local de procedimentos realizados devemos
dedicar atenção especial à procura de
abscessos, hematomas ou corpos estranhos
infectados. Segundo as estatísticas disponíveis,
mais de 50% dos pacientes com FOO
hospitalar estão infectados.
Vejam alguns exemplos:
 Flebites sépticas.
 Abscessos intravasculares.
 Infecções de próteses.
 Sinusites.
 Abscesso prostático em homens com cateter vesical.
 Colite por Clostridium difficile.
 Causas não infecciosas: colecistite acalculosa, trombose venosa profunda e embolia pulmonar, febre medicamentosa, reaçõestransfusionais, abstinência de álcool ou drogas, insuficiência suprarrenal, tireoidite, pancreatite, gota.

Pacientes neutropênicos: estão sujeitos a infecções bacterianas e fúngicas focais, bacteremias, infecções envolvendo cateteres e infecções perianais. Candida e Aspergillus são causas comuns.

Pacientes coom HIV: Cerca de 80% das febres apresentam etiologia infecciosa, outras causas são febre medicamentosa e o linfoma.
INFECÇÕES HOSPITALARES: são principalmente:
-Infecção urinária em pacientes com cateter vesical de demora
-Pneumonias associadas à ventilação mecânica (VAP)
-Infecções da corrente sanguínea associadas a cateter venoso central.

É importante revisar os resumos que temos sobre Pneumonia e ITU, pois aqui abordaremos exclusivamente as Infeções da corrente sanguínea associadas a CVC;

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6
Q
  1. Quais os principais agentes da FOO hospitalar?

São eles:

A
  • Staphylo coagulase negativo – mais comum
  • Staphylo aureus – ainda mais comum em HIV positivo.
  • Enterococcus
  • Candida sp.
  • Gram negativos : Pseudomonas, mais comum em grandes queimados;
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7
Q
  1. Como estabelecer o diagnóstico na FOO hospitalar associada ao cateter?
A

Critério clínico (febre a esclarecer (quadro febril sem qualquer outro foco de infecção)+ lesão exsudativa/purulenta ao redor do sítio do cateter) + evidência microbiológica através de amostras pareadas (isolamento do mesmo micro-organismo no sangue periférico e na ponta do cateter – ou no sangue coletado do cateter, caso seja de longa permanência).
Suspeitar de Infecção de corrente sanguínea por cateter se:
-Desenvolvimento de sepse ou hipotensão;
-Febre que melhora após remoção do cateter;
-Hemocultura com achado de Candida e de Staphylo aureus – confirmada com os mesmos achados na cultura do cateter;

Assim, o diagnóstico se faz quando:
(1) o mesmo micro-organismo cresce na cultura da ponta do cateter e em pelo menos uma amostra de sangue periférico;
OU
(2) o mesmo organismo cresce em pelo menos duas amostras (uma do HUB – conexão entre acesso e o sistema de infusão - e outra do sangue periférico) respeitando o critério
“quantitativo” ou de “diferença do tempo de positivação”. O critério “quantitativo” para
cultura semiquantitativa é de > 15 UFC/ml e para cultura quantitativa é > 10² UFC/ml.
A contagem de colônias no HUB ≥ 3 vezes o da veia periférica também define o diagnóstico.

O critério “diferença de tempo” compara os registros do tempo de crescimento das culturas de sangue periférico e do cateter. Se a cultura através do cateter positivou 2h ou mais antes da periférica, considera-se o exame como positivo.

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8
Q
  1. Qual o tto recomendado para FOO de origem hospitalar?
A
  • Cateter de curta permanência: remoção, trocar o sítio de punção + antibioticoterapia 7-14 dias (Vancomicina- principalmente em unidades com elevadas taxas de MRSA). A exceção à regra é a infecção por estafilococo coagulasenegativo, na qual o cateter pode ser mantido, utilizando-se antibioticoterapia sistêmica associada à terapia antimicrobiana em sistema fechado (lock-therapy).
  • Cateter de longa permanência (como os de quimioterapia infusional): ATB. Remover cateter em caso de sepse grave, tromboflebite supurativa, endocardite, bacteremia persistente após 72h de antibiótico, infecções por S. aureus, P. aeruginusa, fungo ou micobactéria.
  • A cobertura contra Pseudomonas sp (cefepime, carbapenêmico, etc.) deve ser associada em pacientes neutropênicos ou com sepse grave.
  • A cobertura contra Candida spp está indicada no paciente séptico com algum destes fatores de risco: uso de NPT, uso prolongado de ATB de largo espectro, neoplasia hematológica, transplantados, cateterização femoral ou colonização por Candida spp em múltiplos sítios, Caspofungina) ou Fluconazol em pacientes não expostos a derivados azólicos nos últimos três meses e com baixo risco de infecção por C. krusei e C. glabrata.
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9
Q
  1. Como ocorre a infecção do cateter?
A

O primeiro passo é a colonização do cateter, o que ocorre em praticamente todos eles, ainda que as culturas sejam negativas. Ela pode ocorrer durante a punção venosa, por contiguidade a partir da colonização da pele ao redor do cateter, pela contaminação da conexão entre o sistema de infusão e o acesso (hub), pelo uso de soluções contaminadas, ou mesmo por via hematogênica de um foco secundário.

A partir daí, poderemos ter a progressão do agente microbiano pela superfície externa ou interna (endoluminal) do cateter. A externa é mais comum nas vias de curta permanência
(< 14 dias) e a interna, nas de longa.

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10
Q
  1. Quais os fts de risco para infecção do cateter?
A

São:
Fatores intrínsecos ao paciente
-Idade avançada,
Imunodepressão),

Fatores relacionados ao cateter
Material (polivinilcloreto e polietileno); múltiplos lumens;
Tempo prolongado de cateterização;
Pouca habilidade de quem punciona e menor respeito às técnicas preconizadas;
Inserção via femoral ou subclávia;
Troca inadequada de curativos (principalmente
Os úmidos).

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