PNEUMONIA PARTE 01 Flashcards

1
Q
  1. Sobre a epidemiologia da pneumonia:
A
  • Afeta especialmente os extremos de idade, menores de 5 e maiores de 65 anos;
  • Mais comum no outono e inverno
  • Pode ocorrer em pacientes hígidos, mas é mais comum em pacientes com alguma doença de base
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2
Q
  1. Quais mudanças na medicina atual aumentaram a incidência da pneumonia?
A
  • Aumento da expectativa de vida
  • Maior uso de drogas como quimioterápicos, que deprimem o sistema imune
  • Aumento da sobrevida média de certas patologias debilitantes, como neoplasias malignas, DPOC, insuficiência cardíaca, diabetes mellitus e doença cerebrovascular;
  • Técnicas invasivas de suporte terapêutico, que servem como “porta de entrada” para bactérias no organismo (ex.: intubação traqueal, cateter venoso profundo
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3
Q
  1. Qual o conceito de pneumonia?
A

É todo processo inflamatório no parênquima do pulmão causado por um MOS.

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4
Q
  1. Qual o conceito de pneumonia adquirida na comunidade?
A

• Pacientes sem história de internação > 48h nos últimos 90 dias.
• Pacientes sem história de uso de ATB intravenoso, quimioterapia ou tratamento para
úlcera de pressão nos últimos 30 dias.
• Pacientes NÃO oriundos de unidades especiais de internação prolongada (ex.: asilos,
home care).
• Pacientes que não se encontram sob tratamento em clínicas de diálise.

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5
Q
  1. Qual a diferença entre pneumonia lobar e broncopneumonia?
A

A broncopneumonia se manifesta como uma consolidação alveolar multifocal, sendo múltiplos focos acinares ou lobulares na região peribronquica, é a forma clínica mais frequente e qualquer MOS pode cursar com esse padrão de doença. Já a pneumonia lobar acomete todo um lobo ou quase todo o lobo e é geralmente causada pelo S. pneumoniae, mas pode ser também causada por outros MOS de alta virulência.
Obs.: nem todo infiltrado pulmonar é causado por pneumonia, outras possíveis causas não infecciosas são: edema pulmonar na ICC descompensada, penumonia eosinofílica, colagenoses, vasculites.

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6
Q
  1. Qual a importância do RX de tórax na penumonia?
A
  • Confirma ou exclui a doença, já que RX normal na penumonia raramente ocorre;
  • Sugere outros quadros que apesar de possuerem sintomas semelhantes apresentam RX normal;
  • Estima a gravidade do quadro;
  • Identifica as complicações: derrame ppleural, atelectasia, TB;
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7
Q
  1. O RX pode sugerir o provável agente etiológico?
A
  • A pneumonia lobar é geralmente causada pelo pneumococo;
  • Pneumonia do lobo pesado é geralmente causada pela Klebsiella pneumoniae, geralmente em alcoólatras ou diabéticos,o lobo comprometido costuma ser o superior, e na radiografia observa-se abaulamento da cisura (pelo edema lobar inflamatório);
  • A formação de pneumatoceles é mais comum na pneumonia pelo Staphylococcus aureus, são cistos, geralmente múltiplos, de paredes finas, causados pela rotura de brônquios e extravasamento de ar para o interstício subpleural, que reverte com o tto medicamentoso, sem a necessidade de drenagem.
  • Pneumonia redonda – Strepto pneumoniae, causa consolidações arredondadas- psudotumor;
  • Necrose parenquimatosa, com formação de cavitações, caracteriza a pneumonia pelos seguintes agentes: anaeróbios (pneumonia aspirativa), Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus e Streptococcus pneumoniae sorotipo 3 (raro). Quando as lesões cavitárias são pequenas (< 2 cm), usamos a denominação pneumonia necrosante, e quando a lesão cavitária é grande (> 2 cm), contendo nível hidroaéreo, chamamos de abscesso pulmonar. Na verdade, a pneumonia necrosante e o abscesso pulmonar são gradações do mesmo tipo de processo patológico.
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8
Q
  1. Quais são os germes “atípicos”?
A

São aqueles que não podem ser isolados pelas técnicas de cultura em meios convencionais, não podem ser detectados pela coloração com Gram e não podem ser tratados com betalactâmicos  Mycoplasma pneumoniae (mais frequente), Chlamydia pneumoniae, Legionella pneumophila e vírus. 

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9
Q
  1. Quais são os germes “típicos”?
A

S. pneumoniae, H. influenzae, S.aureus, bactérias Gram-negativas como K. pneumoniae e P. aeruginosa.

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10
Q
  1. Qual o agente mais comum da pneumonia no adulto?
A

O Strepto pneumoniae, um diplococo gram positivo.

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11
Q
  1. Quadro Clínico – pneumonia por micro- organismos atípicos:
A

Início subagudo, que se parece com um resfriado viral arrastado, tempo de inicio de 10 dias, abrindo com sintomas gerais de uma “síndrome gripal”: dor de garganta; mal-estar;
mialgia; cefaleia; tosse seca; febre entre 38-39º C com febre menos elevada, calafrios infrequentes, tosse seca (sintoma predominante, que atrapalha o sono, mas também pode ser produtiva, com aspecto purulento “branco” em 50% dos casos), os sintomas sistêmicos predominam sobre os sintomas respiratórios, sendo a semiologia respiratória pobre, e a dor pleurítica é pouco comum, e o agente mais comum é o Mycoplasma pneumoniae, de 5-40 anos, com um quadro semelhante e afetando pessoas mais velhas (65-80 anos), está a Clamydia pneumoniae. Na radiografia de tórax há infiltrado intersticial ou broncopneumônico (em vez de grandes consolidações alveolares). A exceção é a Legionella, que apesar de ser um germe atípico, causa uma pneumonia semelhante à dos germes típicos e ainda mais grave e dramática do que a pneumonia pneumocócica, com iniio agudo, febre alta e grandes áreas de condensação e até formação de pneumonia lobar. Vale considerar que pacientes imunodeprimidos ou indivíduos idosos não manifestarão o quadro de uma pneumonia típica, mesmo estando infectados por MOS típicos, dessa forma, um quadro clínico atípico nessas condições pode não apontar para um MOS atípico necessariamente.

O hemograma revela leucocitose em apenas 20% dos casos, importante dissociação clinicorradiológica, enquanto o exame do aparelho respiratório é totalmente normal ou revela apenas discretos estertores crepitantes ou sibilos, a radiografia de tórax mostra um infiltrado pulmonar maior do que o esperado. O infiltrado pode ser do tipo broncopneumônico (típico das infecções por micoplasma ou clamídia) ou do tipo intersticial reticular ou reticulonodular (típico das viroses).

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12
Q
  1. Quadro Clínico – pneumonia por micro-organismos típicos:
A

Início hiperagudo de febre alta com calafrios, dor pleurítica, queda do estado geral, tosse com expectoração esverdeada e imagens de consolidação alveolar na radiografia de tórax.

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13
Q

Streptococcus pneumoniae

A

Todos os casos.

Diplococos Gram-positivos.
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14
Q

Haemophilus influenzae

A

Idade > 65 anos.
DPOC.
-É a 1ª mais comum no DPOC, seguida do S. pneumoniae.
Pequenos cocobacilos Gram-negativos.

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15
Q

Moraxella catarrhalis

A

DPOC.
Diplococos Gram-negativos
(semelhantes à Neisseria sp.).

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16
Q

Klebsiella pneumoniae

A

Alcoólatra.
Diabético.
“Pneumonia do lobo pesado”.
Bastonetes Gram-negativos.

17
Q

Staphylococcus aureus

A
Usuário de drogas IV.
Pneumopatia estrutural
(fibrose cística, bronquiectasia).
Pós-influenza.
Pneumatoceles.	Cocos Gram-positivos em cachos.
18
Q

Streptococcus pyogenes

A

Criança ou adulto jovem com
faringoamigdalite supurativa.
Cocos Gram-positivos em cadeia.

19
Q

Pseudomonas aeruginosa

A

Pneumopatia estrutural
(fibrose cística, bronquiectasia).
Neutropênico.
Bastonetes Gram-negativos.

20
Q

Bactérias anaeróbias

A
Peptostreptococcus
Bacteroides, Prevotella
Porphyromonas,
Fusobacterium	Pneumonia aspirativa
(pacientes com queda da consciência,
deglutição prejudicada), dentes em mau estado de conservação.	Flora mista (bastonetes Gram-negativos
e cocos Gram-positivos
– Peptotreptococcus
21
Q
  1. Como os MOS atingem as VAI?
A

-Mais comumente por aspiração dos MOS (o agente varia de acordo com a flora individual), e menos comumente por inalação de MOS e pela via hematogênica.
-Inicialmente s MOS coloniza o epitélio da orofaringe, se estabelecendo no sulco gengival, nas placas dentárias, nas criptas da língua e nas amígdalas. Pertencem aos seguintes gêneros:
Peptostreptococcus, Bacteroides, Prevotella, Porphyromonas e Fusobacterium. Excetuando-se o coco Gram-positivo Peptostreptococcus, as demais bactérias são bastonetes Gram-negativos anaeróbios, são esses os agentes mais comuns da pneumonia aspirativa.
O epitélio faríngeo dos indivíduos hígidos é revestido por uma camada de fibronectina – uma proteína que serve como receptor para a adesão dos aeróbios Gram-positivos: Corynebacterium (ou difteroides) e os estreptococos do grupo viridans e casualmente o S. pneumoniae. A idade avançada e determinadas afecções debilitantes, como DPOC, diabetes mellitus e alcoolismo, podem modificar a flora colonizadora por reduzir a quantidade de fibronectina do epitélio, permitindo a exposição de receptores das células epiteliais para agentes Gram-negativos aeróbios. Assim, bactérias como Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis e Klebsiella pneumoniae começam a sobressair e colonizar as vias aéreas superiores (e eventualmente as inferiores) destes pacientes. Um outro exemplo é o das pneumopatias estruturais, como a fibrose cística e as bronquiectasias, que permitem a colonização das vias aéreas inferiores por S. aureus e P. aeruginosa.