Sangramentos na Gestação Flashcards
Causas de sangramento na 1ª metade da gestação (< 20 semanas)?
- Abortamento
- Doença trofoblástica gestacional
- Gravidez ectópica
Abortamento com colo aberto…
IIIh…
- Incompleto
- Infectado
- Inevitável
Abortamento com colo fechado…
CAR…
- Completo
- Ameaça
- Retido
Esvaziamento uterino até 12 semanas…
AMIU (preferência) ou curetagem.
Esvaziamento uterino com mais de 12 semanas…
Com feto: misoprostol e, se precisar, curetagem.
Sem feto: curetagem.
Abortamentos provocados permitidos no Brasil…
- Estupro (até 20 semanas)
- Anencefalia (a partir de 12 semanas)
- Risco à vida da mãe
OBS: Repare que, nos casos de anencefalia e risco à vida da mãe, a interrupção da gravidez é permitida a qualquer momento.
Causas de abortamento habitual
- Incompetência istmo-cervical
- SAAF
- Insuficiência do corpo lúteo
- Malformação uterina (septo)
OBS: Estudos indicam que a causa mais comum, assim como no abortamento esporádico, a aneuplodia (especialmente se idade > 35 anos).
Paciente jovem grávida com cólica leve e sangramento vaginal de pequena intensidade. Colo fechado. Hipótese e conduta:
Ameaça de abortamento. Útero deve estar compatível com IG e viabilidade ovular preservada.
Conduta:
- Antiespasmódico
- Abstinência sexual
- Repouso relativo
Sangramento vaginal, cólicas progressivamente piores e colo aberto. Se não houve expulsão de material pelo colo, qual o diagnóstico?
Abortamento inevitável.
Uma paciente com abortamento incompleto geralmente se apresenta com o colo aberto, mas pode estar fechado. Como diferenciar este quadro do abortamento completo?
USG transvaginal.
Presença de restos ovulares (endométrio > 15mm) = incompleto.
Espessura endometrial < 15mm = completo.
Paciente nota regressão dos sintomas iniciais da gravidez e o volume uterino não aumentou nas últimas duas semanas. IG: 7 semanas. Hipótese e conduta?
Abortamento retido. USG para avaliar presença do embrião e BCF.
Contraindicações absolutas ao uso de misoprostol:
Gestação ectópica
DTG
Alto risco de rotura uterina
DIU
Causa mais comum de abortamento?
Trissomias (dentre elas, a trissomia do 16)
Algo para não se esquecer em caso de abortamento em gestantes Rh-…
Imunoglobulina anti-D 300 mcg IM
Obs: na ameaça, não há evidências, mas alguns recomendam.
Conduta frente à perfuração uterina durante curetagem?
- Parar procedimento
- Ocitocina IV
- Laparotomia*
*Somente se irritação peritoneal por acometimento de alça intestinal ou instabilidade hemodinâmica.
Características do abortamento por incompetência istmocervical…
- Tardio (> 16 semanas)
- Dilatação indolor do colo
- Colo curto
- Feto vivo e morfologicamente normal
- História de perdas gestacionais cada vez mais precoces ou prematuridade
Cite 2 técnicas de cerclagem na IIC.
Durante a gravidez: McDonald.
Fora da gravidez: Lash.
Cite os critérios clínicos para diagnóstico de SAAF.
- Trombose comprovada
- Morte intrauterina após 10 semanas com feto normal
- Partos prematuros < 34 semanas, decorrentes de eclâmpsia, pré-eclâmpsia ou insuficiência placentária
- Abortamento habitual com < 10 semanas (feto normal)
Diagnóstico de SAAF…
1 critério clínico + 1 critério laboratorial
Cd: AAS + heparina (HNF/HBPM)
Critérios laboratoriais para diagnóstico de SAAF:
Anticardiolipina
Anticorpo anticoagulante lúpico
Antibeta-2-glicoproteína 1
Em todos os casos, confirmar com duas dosagens (espaçamento de 12 semanas).
Local mais comum de gestação ectópica. Especifique.
Tubária. Região ampular.
Principal causa de prenhez ectópica?
DIP.
Qual a localização de gestação ectópica que mais rompe?
Porção ístmica da trompa.
Mulher em idade fértil com atraso menstrual, sangramento vaginal discreto, dor abdominal, útero pequeno, massa anexial palpável com defesa abdominal e grito de Douglas (sinal de Proust). Obrigatoriamente, pensar em…
Gestação ectópica.
Cite 3 diagnósticos diferenciais da gestação ectópica.
Apendicite DIP Torção de cisto ovariano Abortamento Endometriose
Como confirmar o diagnóstico de gestação ectópica?
Quadro clínico + beta-HCG > 1500 + USG não visualiza SG intraútero.
Quando é possível visualizar SG na USGTV?
4 semanas
5 semanas já tem vesícula vitelínica
6-7 semanas já tem embrião e BCF
A partir de qual tamanho de SG, obrigatoriamente, veremos embrião?
25 mm.
Diga o nome dado à reação decidual consequente à hipertrofia das glândulas secretoras endometriais causada pelo estímulo hormonal da prenhez ectópica a qual pode ser responsável pelo sangramento discreto…
Reação de Arias-Stella
Conduta na gestação ectópica rota?
- Instável: laparotomia com salpingectomia
- Estável: laparoscopia com salpingectomia
Conduta na gestação ectópica não rota?
- Medicamentoso (MTX): SG < 3,5-4 cm, beta-HCG < 5000, BCF ausente.
OU
- Cirúrgico conservador (salpingostomia laparoscópica)
Gestação ectópica tratada com MTX IM. Como acompanhar?
Dosar beta-HCG no D4 e D7 após administração.
- Deve cair pelo menos 15% (máximo 3 tentativas)
- Após queda, fazer semanalmente até negativar
Paciente em tratamento medicamentoso com MTX para prenhez ectópica desenvolve dor abdominal aguda após alguns dias? Rompeu?
Não necessariamente. Pode ocorrer após MTX (necrose do sítio de implantação).
Exame padrão-ouro para gestação ectópica?
Laparoscopia.
Cite os 5 tipos de DTG.
Benignas:
- Mola hidatiforme completa
- Mola hidatiforme incompleta
Malignas:
- Mola invasora (corioadenoma destruens)
- Coriocarcinoma
- Tumor trofoblástico do sítio placentário
Principais características clínicas e ultrassonográficas da mola hidatiforme completa.
- Sangramento que “amola”, progressivo, em “suco de ameixa”, com vesículas
- Útero maior do que esperado, em “sanfona”
- β-HCG muito elevado
- Hiperêmese gravídica
- Pré-eclâmpsia precoce
- USG: flocos de neve
- Cistos tecaluteínicos bilaterais
- Hipertireoidismo
Qual mola é diploide (46 XX / XY)?
COMPLETA.
Quais exames pedir em um caso de mola hidatiforme?
- USG
- β-HCG
- Rx de tórax
- HC + coagulograma + tipagem
- Funções renal e hepática
- TSH e T4 livre
- Fundo de olho
Como tratar a mola?
Esvaziamento uterino (vacuoaspiração é procedimento de eleição)
OBS: Histerectomia? Deixe os anexos lá!
- Prole completa
- > 40 anos
- Hemorragias incoercíveis
Como é realizado o controle de cura da mola?
beta-HCG semanalmente* até 3 resultados negativos. Em seguida, manter mensalmente, por 6 meses.
*USP-SP: quinzenalmente
Qual orientação específica devemos fazer no seguimento de paciente tratada para mola?
Anticoncepção (ACO)
OBS: Exceto DIU!
Motivo: nova gestação atrapalharia dosagens de beta-HCG.
Dados que sugerem malignização no seguimento da mola?
- Aumento do beta-HCG > 10% em 3 dosagens (2 semanas)
- 4 dosagens em platô (3 semanas)
- Metástases
- USG com imagem em “olho de coruja”
- Ausência de negativação em 6 meses (questionável)
Cd: QT (poli x mono)
Qual a DTG maligna mais comum?
Mola invasora (corioadenoma destruens)
Qual mola hidatiforme mais maligniza?
Completa (20%).
Dica: a mola completa é mais “bizarra” que a incompleta. Maligniza mais, não possui feto e se associa mais à hipertireoidismo, eliminação de vesículas e cistos tecaluteínicos.
Obs: Incompleta 5%.
DTG maligna que surge após gestação não molar…
Coriocarcinoma
Lembrar: pode surgir após gestação molar, não molar e ectópica.
Na DTG maligna, quais os 3 principais sítios de metástases, em ordem decrescente de frequência?
PVP…
- Pulmões (80%)
- Vagina (30%)
- Pelve (20%)
Qual DTG maligna mais agressiva?
Tumor trofoblástico do sítio placentário.
Em relação ao sistema Rhesus, o que significa a variante Du?
Expressão fenotípica fraca do antígeno D (Rh- que se comporta como Rh+ e, consequentemente, não produz anti-D)
Explique a fisiopatologia da hidropsia fetal na incompatibilidade maternofetal do tipo Rh.
Hemólise grave → anemia → hematopoiese extramedular (fígado) + hipercinesia → disfunção hepatocelular + falência miocárdica → ICC + hipertensão portal + hipoproteinemia.
Qual manifestação grave, além da hidropsia fetal, ocorre na incompatibilidade Rh maternofetal?
Kernicterus.
Pré-natal de mãe Rh- e pai Rh+ com Coombs indireto inicial negativo. O que fazer?
Repetir com 28, 32, 36 e 40 semanas + pós-parto imediato (além do Coombs direto e Rh do RN).
Pré-natal de mãe Rh- e pai Rh+ com Coombs indireto positivo. O que fazer?
Avaliar titulação:
< 1:16: repetir mensalmente até o parto
≥ 1:16: pesquisar hemólise fetal
Como avaliar o grau de anemia fetal?
Método não invasivo: dopplerfluxometria da ACM com 20-24 semanas.
- Vmax pico sistólico entre mediana e 1,5 MoM: repetir em 5-10 dias. - Vmax pico sistólico > 1,5 MoM: cordocentese.
Método invasivo: amniocentese ou cordocentese (padrão-ouro).
Mãe Rh- e pai Rh+ cuja investigação de anemia fetal foi positiva. Conduta?
< 34 semanas ou grave (hidropsia, Hb<10, Hto<30%): TIU (cordocentese).
> 34 semanas: parto.
Qual sangue deve ser utilizado na TIU pela cordocentese? Qual objetivo terapêutico?
Sangue: O-
Objetivo: Hto 40-45%
RN acometido pela DHPN. Cite as indicações de exsanguineotransfusão.
- Hb < 12 no cordão
- Bilirrubina > 4-5 no cordão
- Aumento de bilirrubina > 0,5 em 12h
Cite as indicações de imunoglobulina anti-D, frente à mãe Rh- e pai Rh+.
- 28 semanas de gestação
- 72h pós-parto
- Hemorragia durante gestação
- Procedimento invasivo
Lembrar: não adianta em Coombs indireto +.
Como avaliar se dose de Ig anti-D foi efetiva, posto que 10 mcg de Ig neutraliza 1 ml de sangue fetal?
Obs: Dose de Ig utilizada é 300 mcg (para 30 ml de sangue fetal).
- Coombs indireto + que negativa em cerca de 3 meses.
2. Teste de Kleihauer-Betke negativo (hemácias fetais no sangue da mãe).
A incompatibilidade maternofetal do tipo ABO requer exposição prévia da mãe a sangue A, B ou AB.
Certo ou errado?
Errado. Anti-A ou Anti-B já são encontrados no organismo materno.
A incompatibilidade ABO produz proteção parcial contra isoimunização Rh?
Sim! Hemácias incompatíveis são rapidamente destruídas antes de estimularem o sistema imunológico materno.