Rotura Prematura de Membranas Ovulares - Corioamnionite Flashcards

1
Q

RPMO? (definição)

A

Rotura das membranas ovulares que ocorre pelo menos 1 hora antes do início do trabalho de parto.

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Q

Não confundir com?

A

Rotura precoce: início do trabalho de parto Rotura tardia: durante período expulsivo

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3
Q

Período de latência?

A

Tempo entre a rotura da bolsa e o início espontâneo do trabalho de parto.

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4
Q

Epidemiologia? (4)

A
  1. Incidência de 12% do total de partos 2. Relacionada com 1/3 dos partos pré-termo 3. Aumento da mortalidade perinatal por infecção ou prematuridade 4. Aumento da mortalidade materna pelo risco de infecção
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5
Q

A mortalidade materna está mais relacionada com a causa que levou à rotura do que com a rotura em si. (geralmente infecciosa) (V ou F?)

A

Verdadeiro.

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6
Q

Etiologia?

A

Multifatorial. 1. Enzimas maternas 2. Destruição de colágeno 3. Forças mecânicas 4. Ação bacteriana

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7
Q

A elasticidade e resistência da membrana amniótica estão relacionadas ao elevado teor de fibras colágenas. (V ou F?)

A

Verdadeiro.

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8
Q

Algumas enzimas, como colagenase e tripsina, que têm intensa ação colagenolítica, encontram-se aumentadas ao final da gestação e no casos de RPMO. (V ou F?)

A

Verdadeiro.

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9
Q

Ao final da gestação aumentam as forças mecânicas devido ao aumento da atividade uterina contribuindo para o enfraquecimento das membranas ovulares. (V ou F?)

A

Verdadeiro.

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10
Q

Fisiopatologia?

A

A amniorrexe prematura tem como pano de fundo a corioamnionite, pela agressão direta de microrganismos que ascendem pela vagina ou indireta, pelas enzimas por eles produzidas. Membranas ovulares comprometidas pelo processo inflamatório tornam-se menos resistentes e podem se romper com as contrações de Braxton-Ricks.

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11
Q

O que perguntar para diferenciar uma RPMO ou apenas corrimento vaginal aumentado típico da gestação?

A

O líquido escorre pelas coxas? Molhou a cama? Teve a sensação de ter urinado?

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12
Q

Sempre fazer o exame especular antes! Nunca realizar o exame de toque do colo sem antes visualizá-lo! (V ou F?)

A

Verdadeiro.

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13
Q

Nem sempre que ocorrem RPMO haverá trabalho de parto. (V ou F?)

A

Verdadeiro.

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14
Q

Fatores de risco? (6)

A
  1. Antecedente de parto prematuro 2. Tabagismo 3. Hemorragia ante-parto 4. Doença falciforme 5. Incompetência istmo cervical 6. Vaginites e/ou vaginose bacteriana
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15
Q

Diagnóstico? (anamnese) (3)

A
  1. História de perda de líquido em grande quantidade , repentina e sem dor. 2. Diagnóstico diferencial com diurese, perda de tampão mucoso ou leucorréia. 3. Caracterizar o líquido quanto ao cheiro, cor e presença ou não de grumos ou mecônio. (odor de água sanitária diluída devido à alcalinidade)
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16
Q

Diagnóstico? (exame físico) (6)

A
  1. Exame especular sem lubrificante 2. Equipamento estéril 3. Visualização do orifício cervical externo 4. Manobra de Valssalva ou de Rechaço (observar se vaza líquido) 5. Toque vaginal evitável 6. Atentar para prolapso de cordão
17
Q

Diagnóstico? (exames complementares)

A
  1. pH vaginal alcalino >6 (fita reagente) 2. Cristalização de líquido amniótico 3. Citologia pela coloração de Papanicolau ou Schorr-Hanis (detectar células descamadas do feto ou do âmnio) 4. Células orangiófilas da descamação fetal: sulfato azul de Nilo a 1% 5. USG não define RPMO. Afastar Oligoamnio (Serve para avaliar a quantidade de líquido apenas. Não serve para avaliar se há perda de líquido)
18
Q

Condutas? (avaliação inicial) (4)

A
  1. Estabelecimento correto de IG 2. Identificação de trabalho de parto (dilatação cervical e contrações uterinas) 3. Diagnóstico da vitalidade fetal (cardiotocografia) 4. Ratreamento de infecção intra-uterina (febre, secreção purulenta, leucograma materno, palpação uterina dolorosa)
19
Q

O corticoide (Betametasona) estimula a produção de surfactante; pode ser adm até 34ª semana. Após isso já é bem estinulado naturalmente. (V ou F?)

A

Verdadeiro.

20
Q

Repercussões Perinatais? (4)

A
  1. Prematuridade (doença da membrana hialina)
  2. Hipoplasia pulmonar (elevada mortalidade. Risco aumenta com a prematuridade de menor volume de líquido amniótico)
  3. Infecção
  4. Hipóxia (compressão do cordão umbilical: consequência direta do oligodrâmnio)
21
Q

Corioamnionite? (diagnóstico)

A

Febre na gestante

Associada a 1 ou mais critérios:

ITU

Contrações

Taquicardia materna/fetal

Leucocitose materna (sem desvio é fisiológico)

Útero “sensível” (hipertonia ou sensibilidade aumentada)

Líquido amniótico ou secreção vaginal purulentos ou com odor

Exames complementares: Hemograma, VHS, PCR, Sumário de urina com urocultura + antibiograma, swab vaginal para cultura

22
Q

Preferência ao parto normal, porque na presença de pus na cavidade uterina, a cesárea será já uma cirurgia contaminada. Só fazer se a passagem vaginal for muito demorada. (V ou F?)

A

Verdadeiro.

23
Q

Corioamnionite? (causas)

A
  1. Ascenção bacteriana da vagina
  2. Infecção sanguínea materna
  3. Iatrogênica após punção em amniocentese
24
Q

Manejo clínico? (corioamnionite)

A

ATB e programação do parto têm impacto na morbimortalidade materna e perinatal.

IG tem relevância na conduta.

  1. ATB
  2. Cardiotocografia no trabalho de parto
  3. Monitorização e estabilização materna
  4. Via de parto vaginal
  5. Cesárea só por indicação obstétrica ou sofrimento fetal
25
Q

Esquemas antibióticos?

A

RPMO: Ampicilina 2g EV 6/6h por 48h seguido de 5 dias de Amoxicilina 500mg 8/8h + Azitromicina 1g

Corioamnionite: Ampicilina 2g 6/6h + Gentamicina 60-80mg 3x/d

Ceftriaxona 1g 1x/d + Metronidazol 500mg 3x/d

Alergia a Metronidazol: Clindamicina 600mg EV 6/6h ou 8/8h

26
Q

Corioamnionite? (complicações perinatais) (4)

A
  1. Sepse neonatal
  2. Baixo peso
  3. Apgar baixo no 5º min
  4. Óbito
27
Q

Corioamnionite? (complicações maternas)

A
  1. Bacteremia e choque séptico
  2. Parto cesáreo
  3. Atonia uterina
  4. Hemorragia
  5. Abcesso pélvico
  6. Coagulopatia materna
  7. Tromboembolismo
28
Q

Infecção puerperal? (Causas, Tempo após parto e Sintomas)

A

Causas:

Corioamnionite/RPMO

Excesso de toques vaginais

Trabalho de parto prolongado

Entre o 3º ao 5º dia pós-parto, sintomas:

Febre

Mal-estar geral

Dor abdominal

Loquios fétidos

29
Q

Conduta? (infecção puerperal)

A

Internação

ATB: Penicilina G Cristalina 2a 4 milhões EV 4/4h + Gentamicina 80mg EV 8/8h

OU

Amicacina

Cloranfenicol 1g EV 8/8h OU

Metronidazol 500mg 8/8h OU

Clindamicina 600mg 6/6h

30
Q

Quanto menor o período de latência, menor o risco de infecção. (V ou F?)

A

Verdadeiro.

31
Q

Com o diagnóstico de corioamnionite o parto é inevitável. (V ou F?)

A

Verdadeiro.

32
Q

O intervalo entre o diagnóstico e o parto deve ser o menor possível, resguardando os benefícios da ATB prévia. (V ou F?)

A

Verdadeiro.

33
Q

Não há evidência de que o uso de corticoide visando ao amadurecimento do pulmão fetal piore ou provoque corioamnionite. (V ou F?)

A

Verdadeiro.

34
Q

Como fazer o diagnóstico de RPMO?

A

Clínico em 80% dos casos! 1. Perda súbita de líquido claro escorrendo pelas pernas 2. Exame especular (líquido saindo pelo OE ou acumulando em fundo de saco) Exames complementares: 1. Teste do papel de nitrazina 2. Teste da cristalização da secreção 3. USG obstétrica 4. Amnisure

35
Q

Prognóstico (complicações associadas à RPMO)?

A
  1. 1/3 evoluem para corioaminionite 2. Associação com prematuridade e prolapso de cordão 3. Apresentações anômalas 4. Sequência de Potter Descrita a priori em quadro de agenesia renal bilateral (oligodramnia -> face achatada, micrognopatia/fenda palatina, hipoplasia pulmonar, contraturas, pé torto)
36
Q

Diante de uma corioamnionite o que fazer?

A

Parto + ATB!Independente da IG

Não tem espaço para corticoterapia nem tocólise.

Preferir parto via vaginal (risco de peritonite)

37
Q

Como diagnosticar uma corioamnionite?

A

Critérios de Gibbs Febre + 2 critérios: -Taquicardia materna -Taquicardia fetal -Sensibilidade uterina aumentada -Líquido amniótico purulento ou fétido -Leucocitose materna acima de 15000

38
Q

Conduta diante da RPMO (sem corioamnionite)?

A

<24 sem –> expectante ou induzir abortamento, não precisa internar nem ATB. Prgnóstico ruim.

>=34 sem –>Não aguarda o termo, induz parto

>24 ou <34 –> internar, corticoterapia, tocólise contraindicada, se TP (relativo), Antibiótico para latência:

Ampicilina 2g, EV, 6/6h + Azitromicina 1g, VO, dose única (no momento da admissão)

Após as 48h: Amoxacilina 500mg, VO, 8/8h, por 5 dias

SE depois desse esquema ela NÃO entrou em TP, mantenho internada seriando exame especular e marcadores inflamatórios 2x/semana + cardioptocografia diária (a partir das 30sem) + PBF 1x/sem

Quando descer para o CO, fazer profilaxia para SGB se cultura desconhecida ou positiva