Rinotraqueíte Infeciosa Bovina Flashcards
Impacto económico (6)
Esta doença provoca um impacto económico negativo
sobre o sistema de produção de bovinos, advindo de:
-Retardo do crescimento de animais jovens (perdas de peso),
-Infertilidade (IEP prolongado)
-Redução da produção leiteira
-Mortalidade embrionária (até 10%)
-Aborto, com maior
frequência no terceiro trimestre de gestação
-Custo do tratamento de suporte.
Um foco numa vacaria pode levar meses a ser controlado.
Zoonose
Não
Agente
Herpesvirus Bovino
Sensível aos desinfetantes comuns.
Termolábil.
Humidade relativa do ar ótima: 90%.
O vírus entra em latência no hospedeiro
Hospedeiros
Infeção natural dos bovinos, veados e búfalos de água
Transmissão
-Pelo muco nasal, lágrimas, aerossóis, corrimentos uterinos, sémen e embriões, abortos…
* Os tratadores dos animais podem ajudar a disseminar o vírus dentro da exploração.
* Os veterinários e os inseminadores podem transportar o vírus entre explorações.
A introdução de animais portadores, em estado de latência, na exploração é
o principal fator de contaminação das explorações.
Patogenia
Após infeção pelas vias acima referidas, o vírus fica em
estado de latência no gânglio trigémeo e reativa-se em
situações de stress, como o parto, transporte, etc…
Os episódios clínicos (doença) podem demorar 16 dias nos adultos.
Latência- Estado de infeção persistente do organismo em
que o genoma vírico está presente no animal, mas não
existem vírus infecciosos.
Reativação- Estado em que se produzem vírus no organismo do animal infetado.
Reexcreção- Estado particular da reativação em que há eliminação do vírus infeccioso, a partir do animal infetado.
PI
Até 21 dias
Sinais
- Rinite, conjuntivite, queratite, corrimentos mucosos, sero-purulentos, purulentos;
- Temperatura até 42ºC
- Redução drástica da produção leiteira;
- Aborto no último terço da gestação (como a Brucelose e a Listeriose)
- Nos vitelos é frequente o compromisso do trato
respiratório (pneumonia) e/ou digestivo (diarreia); ocorrem também encefalites- por
invasão do SNC, podendo haver alteração do comportamento, ataxia dos posteriores, cabeça
encostada a parede
Fase inicial: corrimentos serosos e copiosos (viral, bilateral)
Fase seguinte: corrimentos mucopurulentos (uni/bilateral, bacteriano)
Vulvovaginite pustulosa (placas diftéricas): Caracteriza-se por lesões pustulosas na vulva com formação de placas diftéricas, o que provoca dor e leva as vacas a urinar “às pinguinhas” e a ficar com a cauda levantada.
As prevalências de IBR dependem de: (3)
− Políticas de aquisição de fêmeas de substituição;
− Probabilidade de contacto com bovinos de explorações-vizinhas;
− Práticas de vacinação; Decisão individual de proceder a abates seletivos dos bovinos portadores latentes
3 atitudes possíveis da dupla produtor-veterinário
Não fazer nada
Vacinar
Identificar os bovinos com infeção persistente e eliminá-los
Diagnóstico
Os testes de diagnóstico atualmente disponíveis, para a BVD, podem ser usados para fazer:
-A caracterização do estatuto sanitário da exploração;
-A deteção dos animais infetados e monitorização da eficácia da vacinação nas explorações infetadas;
-A monitorização e comprovação do estado de ausência de infeção nas explorações indemnes;
-O controlo individual dos animais adquiridos pelas explorações com planos de controlo.
O alvo do diagnóstico, no caso da IBR são as amostras positivas à presença de anticorpos. Foi possível,
recentemente, produzir vacinas “marcadas” e testes de diagnóstico capazes de distinguir os animais vacinados
com estas vacinas dos animais infetados com o vírus “selvagem”. Os testes disponíveis atualmente, podem ser
utilizados em amostras de soro ou de leite de animais individuais ou de conjuntos de animais.
Vacina
A vacinação é essencial para o controlo destes vírus como complemento de uma política de eliminação dos animais infetados, de forma faseada, mas completa, reduzindo custos. Pretende-se, reduzir o aparecimento de novos casos e suavizar os efeitos clínicos dos vírus e por consequência as perdas de produção.
A utilização da vacina, para conseguir a erradicação de IBR numa exploração leiteira é imprescindível. Dado o nº elevado de animais infetados/exploração, é impossível pensar no seu abate imediato. É necessário reduzir
gradualmente o nº de infetados, através do refugo seletivo. Isto pode ser conseguido com a vacinação sistemática e prolongada, da totalidade do efetivo da exploração com mais de três meses, até ao abate do
último animal infetado na exploração, após o que a vacinação deve ser abandonada.
ATENÇÃO: A vacina não cura os animais infetados. Uma vez infetados com o vírus, os animais ficam portadores para a vida e podem eliminar o vírus de forma intermitente propagando a infeção. Portanto o uso da vacina, exclusivamente por si só, não permite erradicar o vírus da exploração.
Atualmente, apenas um tipo de vacina permite atingir estes objetivos (erradicação) é a vacina com deleção gE
(glicoproteína) - induz a produção de anticorpos contra outras glicoproteínas – as vacas com esta vacina nunca
contactaram contra a glicoproteína E, logo se procurarmos esta através de testes (antigénio/anticorpos) e se esta for detetada, é porque ocorreu uma infeção natural e as vacas contactaram como o vírus de campo. Pode-se vacinar e testar os animais.
* Vacina deletada inativada / deletada atenuada: o uso de vacina inativada conduz a um ligeiro aumento de animais a refugar ao longo do programa, quando comparada com a vacina atenuada que protege
melhor.
Protocolo de vacinação recomendado:
− Primovacinação: duas inoculações, espaçadas um mês, a primeira aos 3 meses de idade.
− Vacinação: 2 vezes por ano a todo o efetivo.
Profilaxia
Abate dos animais infetados: é a única forma de eliminar o vírus das explorações. Todos os animais positivos à fração gE, são considerados infetados e devem ser abatidos. Devido aos custos e à eficácia da vacina, só se justifica abater os animais infetados, no final do programa. Até lá, os animais infetados devem ser refugados, gradualmente, aproveitando a necessidade de renovação da exploração.
Bovicontrol: Programa de recria de novilhas TBL3 e certificadas para IBR e BVD. Este foi criado por iniciativa dos próprios
produtores e veterinários assistentes das explorações em Portugal e tem como objetivo proporcionar ao país novilhas
excelentes, deixando de importar, e passando a exportar ao Leste da Europa.
Devido à instabilidade política em que a Europa se encontra, não sabemos se este último e principal ponto será concretizado.
Este programa não é oficial, é totalmente a cargo dos produtores, embora haja muita
pressão dos países nórdicos para a instituição de um programa oficial, uma vez
que estes, estão mais avançados e já TBL3, passaram à erradicação de outras doenças,
como a IBR e a BVD.