Gurma Flashcards
Caracterização, zoonose?
Doença muito contagiosa, sobretudo dos poldros, caracterizada por inflamação catarral das vias respiratórias
superiores e por adenites supurantes. Não é uma zoonose. Presença de corrimentos purulentos. Doença do pus e abcessos nos poldros
Agente
Streptococcus equi var. equi
Gram +, β-hemolítico, aero-anaeróbio, patogénica.
É sensível à luz solar, aos
desinfetantes e à dissecação.
Em condições favoráveis sobrevive 3 - 6 semanas no meio ambiente.
Hospedeiros
Cavalo, burro e póneis
Trasmissão
DIRETA
Inalação de aerossóis infetantes;
cobrição natural
INDIRETA
Forragem e água de bebida
conspurcadas por aerossóis/pus;
pensos/utensílios/tratadores
Produtos virulentos
Pus e corrimento nasal. Sangue (septicémia) e, por vezes, as fezes.
importância económica
Os cavalos afetados não podem trabalhar.
Os cavalos de desporto têm que suspender os treinos e competições.
Elevados custos de enfermaria.
Fatores predisponentes
Dieta desequilibrada ou
insuficiente
fadiga
castração
resfriados
infeções concomitantes (especialmente das vias
respiratórias)
PI
3 - 10 dias
Patogenia
Após inalação, o Streptococcus equi var. equi adere (em resultado das adesinas) às paredes da mucosa do trato
respiratório superior, invade a circulação linfática e sanguínea, e depois os linfonodos satélites
(submandibulares e retrofaríngeos). A infiltração de polimorfonucleares forma pus, o que origina os abcessos
característicos da doença. Por metástases, surgem adenites em linfonodos mais distantes e mesmo no cérebro, na cavidade abdominal, torácica, etc. → emaciação.
Sinais
Febre muito elevada (40 - 41° C) anorexia
corrimento nasal purulento
linfonodos (garganta) edemaciados, quentes e duros, com a presença de
abcessos (em 3-14 dias).
A pele acaba por se romper, libertando-se um pus
espesso, abundante e amarelo, rico em Streptococcus equi var. equi. Pode aparecer tosse por compressão ganglionar ou já por compromisso pulmonar.
Prognóstico
Bom quando se providencia bons cuidados de
enfermaria e - nalguns casos – antibióticos (penicilina e
estreptomicina)
* Mau quando há abcessos no cérebro, na cavidade
abdominal e/ou no toráx, o desfecho pode ser fatal:
encefalite, choque séptico, asfixia por compressão da
faringe ou da laringe por linfonodos edemaciados, etc
morbilidade e mortalidade
Taxa Morbilidade: até 100% . Taxa Mortalidade: 1 - 5%
duração e recuperação
Duração da doença: 10-14 dias.
Os cavalos que recuperam clinicamente, demoram 1-2 meses a eliminar a bactéria. Os portadores sãos, são responsáveis pelo
reaparecimento de focos de gurma.
lesões
Abcessos nos linfonodos satélites das vias respiratórias e do mediastino.
− Congestão pulmonar, edema agudo do pulmão, pneumonia catarral e pleurisia,
numerosos focos purulentos no parênquima pulmonar.
− Lesões de septicémia nos mais diversos tecidos e órgãos
Diagnóstico
Clínico: Diagnóstico diferencial com o MORMO que além de adenite intermaxilar exibe úlceras nasais na forma crónica da doença.
* Laboratorial
Isolamento e identificação bacteriológica do Streptococcus equi, a partir de zaragatoas (pus de abcessos ou corrimento nasal) e/ou aspiração direta. Colher 3 zaragatoas, 1 por semana pois a excreção da bactéria é intermitente. Se forem todas negativas, a confiança na ausência de infeção é elevada [≈ 85%].
O ELISA é excelente para identificar formas atípicas de Gurma e em estudos retrospetivos de focos, mas não é uma alternativa à bacteriologia. Níveis elevados de anticorpos sugerem que não é
necessário vacinar e, pode até ser contraproducente, devido ao perigo de reações locais ou de vasculite mediada pela resposta imunitária.
tratamento
-Quando ainda não se formaram abcessos nos linfonodos: Penicilina- procaína: 15.000 - 20.000 UI/kg (15 - 20 mg/kg), via IM, até 7 dias depois do desaparecimento dos sintomas. Contribui para impedir a formação de abcessos em cavalos já infetados e para prevenir a infeção em cavalos expostos recentemente.
− Se já há abcessos, a administração de antibióticos pode prolongar a duração da doença [controverso] e só é recomendada quando há infeções secundárias ou em casos crónicos.
− Traqueotomia