Encefalopatia Espongiforme dos Bovinos Flashcards
Caracterização
São doenças neurológicas, progressivas (longos PIs) e fatal que afeta várias espécies animais e o Homem
Caracterizam-se pela acumulação de um isómorfo anormal (PrP) da proteína priónica do hospedeiro em tecidos do SNC, e em menor escala, nos tecidos linfóides. A proteína priónica existem em todos os animais, normalmente no SNC.
Durante o desenvolvimento da doença, a proteína normal sensível à protease converte-se no isómorfo anormal resistente à protease, através de um processo post-translacional que causa profundas alterações na estrutura secundária e terciária da PrP.
Esta alteração permite a acumulação de inúmeras proteínas priónicas anormais, que induzem alterações nas ditas normais, causando a morte dos neurónios sem a presença de uma resposta inflamatória. Por não haver inflamação chama-se encefalopatia e não encefalomielite. Não há alterações bioquímicas, hematológicas ou produção de Ac.
Neuropatologia envolve morte neuronal, espongiose e gliose com hiperastrocitose. Em alguns animais a acumulação leva à formação de placas amilóides
Mecanismos que conduzem à morte neuronal: apoptose, neurotoxicidade mediada por citoquinas, destabilização da membrana celular.
Morte dos neurónios sem resposta inflamatória - histopatologicamente - vacúolos no tecido do SNC - cérebro cheio de ar, leve e esponjoso
Hospedeiros
Bovinos - BSE
Ovinos - scrapie
Ruminantes selvagens - chronic wasting disease
Felinos - encefalopatia espongiforme felina
Humanos - Variante da doença de Creutzfeldt-jakob
Fatores predisponentes
Suscetibilidade genética (ainda não se sabe bem)
Transmissão
Ingestão de rações suplementadas com farinhas de carne e osso
Materna (<5%)
Incidência e contagiosidade
Incidência nas explorações é muito baixa (1 animal/manada), é transmissível mas a sua contagiosidade é muito baixa
PI médio
4-6 anos
Animais com uma vida produtiva com idade inferior a 4 anos, nunca são detetados porque são assintomáticos até chegarmos a esta fase
Sinais
Alterações de comportamento
-Afastamento da manada
-Relutância de entrada na box, no parque, sala de ordenha, etc
-Hipersensibilidade
-Posição anormal da cabeça/orelhas
-Tremores
-Ataxia
-Perda de condição corporal
-Perda de equilíbrio - oscilação da bacia - quedas
Materiais de Risco Especificadas, quais são?
- Cérebro e medula espinal (maior % de dose infeciosa)
- Íleo distal (placas de Peyer) (mais em jovens)
- Gânglios das raízes dorsais
Fatores que previnem a acumulação de infecciosidade no “sistema”
-Vigilância e abate
-Remoção dos S.R.M. (materiais de risco especificado)
-Alimentação
-Processamento adequado dos despojos: temperatura >133ºC, pressão 3 bar, tempo > 20’, tamanho partículas SRM: 55mm
Em que bovinos ocorre em maior frequência?
Vacas de leite pois são estas que necessitam de rações mais energéticas (farinhas de carne e osso) devido às suas exigências energéticas e proteicas durante a lactação
Vigilância
Vigilância ativa baseada em testes rápidos (corte histológico do SNC) nos grupos de risco elevado
-Elisa
-Western Blot
-Sistema de recolha de cadáveres das explorações (SIRCA): programa de sucesso onde todas as ovelhas, cabras e vacas que morrem têm de ser necropsiadas e ter um relatório de causa de morte
Vigilância ativa
-Estados membros: saudáveis com mais de 6 anos, abate especial de emergência mais de 4 anos, sintomas não BSE mais de 4 anos, mortos na exploração/transporte mais de 4 anos
-Outros estados membros/países terceiros: saudáveis mais de 2,5 anos, abate emergência mais de 2 anos, sintomas não BSE mais de 2 anos, mortos na exploração/transporte mais de 2 anos
-Bovinos coabitantes com um caso de BSE, idade superior ou igual a 2 ou 4 anos, conforme aplicável
Vigilância passiva: bovinos suspeitos clínicos de qualquer idade
Se resultado positivo, o que se faz?
Se o ELISA ou o Western Blot derem positivo, a carcaça é tingida com um corante, sendo seguidamente farinada e incinerada - destruição da carcaça, subprodutos e despojos como Categoria I