Reações Adversas da Transfusão Flashcards

1
Q

O que são reações ou incidentes transfusionais?

A

Agravos ocorridos durante ou após a transfusão sanguínea e a ela relacionados (ANVISA)

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Q

Como se classificam as reações transfusionais quanto ao tempo de aparecimento do quadro clínico/laboratorial?

A
  • Imediatos: até 24 horas após o início da transfusão
  • Tardios: após 24 horas
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3
Q

Como se classificam as reações transfusionais quanto ao diagnóstico?

A
  • Imediatas IMUNE:
    1. Reação Febril Não Hemolítica (RFNH)
    2. Reação Alérgica
    3. Reação Hemolítica Aguda Imunológica (RHAI)
    4. Lesão Pulmonar Aguda Relacionada à Transfusão (TRALI)
  • Imediatas NÃO IMUNE:
    1. Sobrecarga Circulatória Associada à transfusão (SC/TACO)
    2. Dispneia Associada à Transfusão (DAT)
    3. Reação por Contaminação Bacteriana (CB)
    4. Hipotensão relacionada à transfusão
    5. Reação Hemolítica Aguda Não-Imune (RHANI)
    6. Distúrbios metabólicos
    7. Embolia aérea
    8. Hipotermia
  • Tardias IMUNE:
    1. Aloimunização eritrocitária
    2. Aloimunização HLA
    3. Doença do enxerto contra hospedeiro pós-transfusional (GVHD/DECH)
    4. Púrpura pós-transfusional
    5. Imunomodulação
  • Tardias NÃO IMUNE:
    1. Hemossiderose
    2. Transmissão de doenças infecciosas
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4
Q

Quais as reações transfusionais mais frequentes?

A
  • RFNH
  • Reações alérgicas
  • TACO
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5
Q

Quais as reações transfusionais que mais causam óbito?

A
  • RHAI
  • TRALI
  • TACO
  • Contaminação Bacteriana
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6
Q

Qual a reação transfusional mais relacionada com erro?

A

RHAI

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7
Q

Exemplos de reações transfusionais tardias

A

Infecções
Sobrecarga de ferro (1 CH = 250 mg Fe) - ferritina

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8
Q

Quais são os tipos de RHAI?

A
  • Intravascular: ativação do sistema complemento e lise da hemácia dentro do vaso
  • Extravascular: baço
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9
Q

Principais sistemas sanguíneos relacionados à RHAI intravascular

A

ABO
Kidd

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10
Q

Principais sistemas sanguíneos relacionados à RHAI extravascular

A

Rh
Duffy

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11
Q

Qual a fisiopatologia da RHAI?

A

HEMÁCIA BOLSA/DOADOR reage com ANTICORPOS PRÉ-EXISTENTES do PACIENTE (ABO incompatível ou aloanticorpo), com destruição das hemácias em até 24h - INCOMPATIBILIDADE MAIOR

PFC/CP/Crio: ANTICORPO BOLSA/DOADOR contra HEMÁCIA PACIENTE (menos comum, mais em RN) - INCOMPATIBILIDADE MENOR

Tempestade de citocinas
Ativação sistema de cininas
Ativação sistema coagulação
Ativação sistema complemento

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12
Q

Quais as principais causas da RHAI?

A

ERRO!
Troca de pacientes
Troca de amostras
Hemocomponente errado
Baixo título de Acs

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13
Q

Qual o principal preditor de gravidade da RHAI?

A

Volume transfundido

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14
Q

Qual o quadro clínico da RHAI?

A
  • Febre (80%)
  • Dor no local da infusão
  • Dor lombar (Hb aumenta a sobrecarga renal)
  • Hipotensão/choque
  • Dispneia
  • IRA
  • Hemoglobinemia
  • Hemoglobinúria (urina cor de coca-cola)
  • CIVD (geralmente leva ao óbito)

Gravidade depende do volume, tipo de anticorpo, título de anticorpo (>8 é grave).

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15
Q

Como se faz o diagnóstico de RHAI?

A
  • Hemoglobinemia
  • Hemoglobinúria
  • Queda da haptoglobina (enzima do metabolismo da hemoglobina), por consumo (hemólise intravascular)
  • Aumento DHL
  • Aumento bilirrubina indireta (hemólise extravascular)
  • Aumento ureia e creatinina
  • Fatores de coagulação (TAP e TTPA)
  • Demonstração sorológica de incompatibilidade: repetição dos testes pré e pós-transfusionais, com TAD+ (mostra hemácias sensibilizadas) e Eluato para identificação do anticorpo causador.
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16
Q

Qual a conduta laboratorial após confirmação/suspeita de RHAI?

A

Demonstração sorológica de incompatibilidade

  • Repetição dos testes pré e pós-transfusionais
  • TAD+ (mostra hemácias sensibilizadas)
  • Eluato para identificação do anticorpo causador.
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17
Q

Qual o manejo da RHAI?

A
  • Hidratação (para diminuir a lesão renal)
  • Diurético
  • Manutenção de PA (para diminuir a lesão renal)
  • IOT, transfusão correta, tratamento de choque, CIVD, etc…
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18
Q

Qual a profilaxia de RHAI?

A

Prevenção!

  • Dupla conferência (laboratório e leito)
  • Código de barras
  • Automatização
  • Métodos mais sensíveis
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19
Q

Qual a epidemiologia e fisiopatologia do TRALI?

A

1:10.000
10% de mortalidade

PFC/CP:
ANTICORPOS BOLSA/DOADOR contra ANTÍGENOS (HLA, HNA) do PACIENTE.

Ativação de neutrófilos

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20
Q

Qual a clínica do TRALI?

A
  • Febre (pode estar ausente ou presente)
  • Hipotensão
  • Choque
  • Dispneia
  • Creptações difusas (semelhante à edema agudo de pulmão)
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21
Q

Como se faz o diagnóstico de TRALI?

A
  • Dispneia grave até 6 horas após a transfusão
  • Hipoxemia (PaO2/FiO2 menor ou igual a 300 ou SatO2 menor ou igual a 90% em ar ambiente)
  • Infiltrado bilateral raio X tórax
  • Nenhuma evidência de insuficiência ventricular esquerda
  • Leucopenia transitória
  • Exsudato no edema pulmonar
  • Anticorpos leucocitários geralmente positivos
  • BNP <200pg/mL
  • Fatores de risco que predispõe à inflamação pulmonar: pneumonia, sepse, pancreatite, politrauma, transplantados, pacientes de UTI no geral
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22
Q

Qual o tratamento de TRALI?

A

O2 (melhora após 48h)

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23
Q

Qual a profilaxia de TRALI?

A
  • Exclusão de plasma e plaquetas de doadoras multíparas - mais que 2 a 3 gestações, exceto AB
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24
Q

Quais os principais fatores de risco para TACO?

A
  • Insuficiência respiratória
  • Idosos
  • Crianças
  • ICC
  • Insuficiência renal
  • Anemia crônica
25
Q

Quais as principais reações transfusionais não-imunes?

A

TACO e Contaminação Bacteriana

26
Q

Qual a fisiopatologia de TACO?

A

Rápido aumento de volume que “encharca” o pulmão

27
Q

Qual a clínica de TACO?

A
  • Hipertensão
  • Taquicardia
  • Dispneia
  • Tosse
  • Insuficiência ventricular esquerda
  • Distensão do sistema venoso cervical
  • Creptações difusas (como no TRALI e edema agudo de pulmão)
28
Q

Como se faz o diagnóstico de TACO?

A
  • Durante ou até 6 horas após a transfusão
  • Infiltrado bilateral raio X de tórax
  • Balanço hídrico positivo
  • Aumento da Pressão Venosa Central
  • Aumento de BNP (>500-1200 pg/mL)
  • Transudato no edema pulmonar
  • Redução da fração de ejeção
  • Aumento da Pressão da Artéria Pulmonar no ECO
  • Rx sugestivo de sobrecarga com aumento da área cardíaca
  • Aumento da PA
  • Sem alteração de temperatura
  • Resposta a diurético significante
29
Q

Qual o manejo do TACO?

A
  • Diurético (lasix/furosemida)
  • O2
  • Tirar volume
30
Q

Qual a profilaxia do TACO?

A

Transfusão lenta (4 a 8 horas):
- 1 mL/kg/h
- 60-80 mL/h

31
Q

Como se diferencia TRALI de TACO clinicamente?

A

História e PA

32
Q

O que é Dispneia Associada à Transfusão (DAT)?

A

Desconforto respiratório sem outra causa até 24h após a transfusão, com ausência de febre.

Excluir TRALI, TACO ou Reação Alérgica

33
Q

Qual a clínica da Contaminação Bacteriana?

A
  • Até 4 horas após a transfusão
  • Febre alta
  • Calafrios
  • Sepse
  • Hipotensão
  • Alguns casos insuficiência respiratória
34
Q

Quais as principais causas de Contaminação Bacteriana?

A
  • Não fazer assepsia correta durante a flebotomia do doador
  • Bacteremia do doador
  • CH: Yersinia enterocolitica gosta de Fe
    S. epidermidis
    S. aureus
    Salmonella
35
Q

O que é a Reação Febril Não Hemolítica (RFNH)?

A

Aumento de 1oC sem outra causa
Diagnóstico de exclusão
Excluir RHA e Contaminação Bacteriana
Reação transfusional mais comum

36
Q

Qual a fisiopatologia da RFNH?

A

CH/CP:
ANTICORPOS PACIENTE contra LEUCÓCITOS BOLSA/DOADOR

Ativação sistema complemento
Macrófagos produzem citocinas pró-inflamatórias

37
Q

Qual o tratamento da RFNH?

A

Dipirona

38
Q

Qual a profilaxia da RFNH?

A

Filtração
Leucorredução

39
Q

O que é Reação Alérgica Associada à Transfusão e qual o quadro clínico?

A

2 ou mais sinais clínicos de alergia até 4 horas após a transfusão

LEVE
- Prurido
- Urticária
- Febre (incomum)

MODERADA
- Edema glote (cornagem)
- Edema palpebral
- Broncoespasmo (sibilos)
- Vômito
- Diarreia
- Arritmia

GRAVE
- Choque anafilático

Moderada-Grave: suspeita de Deficiência de IgA

40
Q

Qual o diferencial de TRALI/TACO para Reação Alérgica Moderada?

A

Broncoespasmo (sibilos) na reação alérgica e creptações difusas em TRALI/TACO

41
Q

Qual a fisiopatologia da Reação Alérgica Associada à Transfusão?

A

CH/CP:
ANTICORPOS PACIENTE contra PROTEÍNAS PLASMÁTICAS BOLSA/DOADOR (hipersensibilidade mediada por IgE/IgG)

Moderada-grave: suspeita de Deficiência de IgA

Componentes bioativos

Polimorfismo de haptoglobina e complemento

42
Q

Qual a profilaxia para a reação alérgica?

A

CH lavados
CP leucorreduzidos

43
Q

Como é o tratamento da reação alérgica?

A

De acordo com a gravidade
- Adrenalina
- Anti-histamínico
- Broncodilatadores
- Corticoesteróides

44
Q

Quais as condutas após uma reação transfusional?

A
  • Interromper a transfusão
  • Checar dados da bolsa
  • Soro fisiológico
  • Solicitar exames: Hemograma, DHL, BI, TAP, TTPA, fibrinogênio, Hb na urina, hemocultura
  • Comunicar ao banco de sangue com hemocomponente e amostra do paciente
  • Refazer testes nas amostras pré e pós-transfusionais: Receptor e Bolsa e TAD
45
Q

Quais exames devem ser solicitados no caso de uma reação transfusional?

A
  • Hemograma
  • DHL
  • BI
  • TAP
  • TTPA
  • Fibrinogênio
  • Hb na urina
  • Hemocultura
46
Q

Quais testes pré-transfusionais devem ser realizados na amostra do paciente/receptor após uma reação transfusional?

A
  • Tipagem ABO direta
  • Tipagem ABO reversa
  • Tipagem RhD
  • PAI
  • TAD/Coombs direto
47
Q

Quais testes pré-transfusionais devem ser realizados na amostra do hemocomponente após uma reação transfusional?

A
  • Tipagem ABO direta
  • Tipagem RhD
  • Prova cruzada
  • TAD
  • Cultura
48
Q
  • Febre (80%)
  • Dor no local da infusão
  • Dor lombar
  • Hipotensão/choque
  • Dispneia
  • IRA
  • Hemoglobinemia
  • Hemoglobinúria
  • CIVD
A

RHAI

49
Q
  • Febre
  • Hipotensão
  • Choque
  • Dispneia
  • Creptações difusas
  • Hipoxemia (PaO2/FiO2 menor ou igual a 300 ou SatO2 menor ou igual a 90% em ar ambiente)
  • Infiltrado bilateral raio X tórax
  • Nenhuma evidência de insuficiência ventricular esquerda
  • Leucopenia transitória
  • Exsudato no edema pulmonar
A

TRALI

50
Q
  • Hipertensão
  • Taquicardia
  • Dispneia
  • Tosse
  • Insuficiência ventricular esquerda
  • Distensão do sistema venoso cervical
  • Creptações difusas
A

TACO

51
Q
  • Balanço hídrico positivo
  • Aumento da Pressão Venosa Central
  • Aumento de BNP (>500-1200 pg/mL)
  • Transudato no edema pulmonar
  • Redução da fração de ejeção
  • Aumento da Pressão da Artéria Pulmonar no ECO
  • Rx sugestivo de sobrecarga com aumento da área cardíaca
  • Aumento da PA
A

TACO

52
Q

Qual RHAI é mais grave?

A

Intravascular

53
Q

Quais as causas de Reação Hemolítica Aguda Não-Imune?

A

Fatores químicos ou físicos

54
Q

Quais são as reações transfusionais pulmonares?

A

TRALI
TACO
DAT

55
Q

Por que no Brasil a RFNH é a principal reação transfusional?

A

Porque os hemocomponentes não são filtrados de forma geral.

56
Q

Quais são as reações transfusionais mais fatais que representam mais de 55% dos óbitos?

A

TRALI
TACO - iatrogenia
RHA (20%) - erro
Contaminação Bacteriana

57
Q

Qual o principal hemocomponente causador da Contaminação Bacteriana?

A

Concentrado de Plaquetas

58
Q

Quais reações transfusionais possuem diagnósticos basicamente clínicos?

A

TRALI
TACO
Reações Alérgicas

59
Q

Quais reações transfusionais geralmente precisam de confirmações laboratoriais para o diagnóstico?

A

RHAI
Contaminação Bacteriana
RFNH