Que negócio CHATO P1 Flashcards

1
Q

O que é normalidade em Saúde Mental?

A

A normalidade em saúde mental não corresponde à ausência de doença ou sintomas. Pode existir doença sem a expressão de sintomas.

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2
Q

Quais são os sintomas normais para qualquer pessoa, mas que podem ser patológicos em certas situações?

A

A tristeza e a ansiedade são sintomas normais e formas naturais de expressão de sentimentos. Porém, podem ser patológicos quando ocorrem na vigência de outros sintomas.

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3
Q

Quais são os critérios para avaliar a normalidade/doença em Medicina?

A

Os critérios para avaliar a normalidade/doença em Medicina incluem critérios objetivos (estatísticos) e critérios subjetivos (sensação de bem-estar). A avaliação deve levar em conta o ambiente e as características psicológicas do indivíduo.

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4
Q

Quais são as capacidades psicológicas que indicam a saúde mental?

A

As capacidades psicológicas que indicam saúde mental incluem: capacidade de avaliar a realidade com razoável exatidão (princípio de realidade), capacidade de autoconhecimento ou consciência eficaz, capacidade de adaptação à realidade, capacidade de satisfação às necessidades básicas, capacidade de tolerar frustrações e não ser impulsivo, capacidade de amar e capacidade de assumir um posicionamento independente.

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5
Q

O que é atenção?

A

A atenção é a capacidade de concentração diante de um estímulo, seja ele interno ou externo, e também a capacidade de examinar o mundo interno e externo.

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6
Q

Quais são os caracteres da atenção?

A

Os caracteres da atenção incluem amplitude (campo que abrange a atenção), intensidade (agudez da concentração da atenção) e duração (tempo de uso da atenção).

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7
Q

Quais são as perturbações da atenção na psicopatologia?

A

As perturbações da atenção na psicopatologia incluem aprosexia (ausência de atenção), hipoprosexia (diminuição global da atenção), disprosexia (lentidão e debilidade da atenção), hiperprosexia (capacidade de atender a muitos estímulos, se fixando muito ou pouco sobre eles) e paraprosexia (concentração intensa da atenção em um estímulo, não percebendo outros - distração).

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8
Q

O que é sensopercepção?

A

Sensopercepção é o processo pelo qual os estímulos sensoriais são convertidos em fenômenos psíquicos, incluindo a sensação (recepção sensorial do estímulo) e a percepção (transformação do estímulo em fenômeno psíquico).

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9
Q

Quais são as perturbações quantitativas da sensopercepção?

A

As perturbações quantitativas da sensopercepção incluem a hiperpercepção (aumento do número ou intensidade das percepções) e a hipopercepção (diminuição do número ou intensidade das percepções).

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10
Q

Quais são as perturbações qualitativas da sensopercepção?

A

As perturbações qualitativas da sensopercepção incluem as ilusões (percepções deformadas do objeto) e as alucinações (percepções sem objeto aceitas como verdadeiras). As alucinações podem ser classificadas de acordo com o conteúdo e o órgão ou sistema afetado. Podem também ser classificadas como elementares ou complexas.

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11
Q

O que é pensamento na psiquiatria?

A

O pensamento na psiquiatria é a capacidade de formular ideias e elaborá-las por meio de associação de ideias.

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12
Q

Quais são as leis da associação de ideias?

A

As quatro leis da associação de ideias são: contiguidade espacial (ideias recebidas no mesmo espaço), contiguidade temporal (ideias recebidas no mesmo tempo), semelhança externa (ideias que se parecem externamente) e semelhança interna (ideias com mesmo significado afetivo).

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13
Q

Quais são os distúrbios do curso do pensamento?

A

Os distúrbios do curso do pensamento incluem interceptação ou bloqueio, desagregação, fuga de ideias, inibição e prolixidade.

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14
Q

Quais são os distúrbios do conteúdo do pensamento?

A

Os distúrbios do conteúdo do pensamento incluem inclinação, ideia supervalorizada, ideia delirante, delírios, obsessões, fobias e ideias suicidas.

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15
Q

O que são as ideias delirantes ou delírios?

A

Ideias delirantes ou delírios são ideias ou conjuntos de ideias sem base real aceitas como reais pelo juízo crítico. Exemplos incluem delírios de grandeza, perseguição, referência, influência, auto-acusação ou culpa, desvalia, hipocondria, ciúmes e controle ou roubo de pensamento.

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16
Q

O que é inteligência na psiquiatria?

A

A inteligência na psiquiatria é a capacidade de aprender pela experiência para uma melhor adaptação e enfrentamento de novas situações.

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17
Q

Quais são as oligofrenias?

A

As oligofrenias são déficits de inteligência causados por atraso ou parada na evolução intelectual e incluem idiotia, imbecilidade e debilidade mental.

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18
Q

O que é afeto na psiquiatria?

A

O afeto na psiquiatria engloba impulsos indistintos, afetos, emoções e os diversos sentimentos de prazer e desprazer.

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19
Q

Quais são os tipos de afetos prazeirosos?

A

Os tipos de afetos prazeirosos incluem euforia, júbilo, exaltação e êxtase, sendo típicos de quadros maníacos.

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20
Q

Quais são os tipos de afetos desprazeirosos?

A

Os tipos de afetos desprazeirosos incluem a depressão, que varia de grau leve até o estupor paralisante frente ao mundo.

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21
Q

O que é linguagem na psiquiatria?

A

A linguagem na psiquiatria é o modo de expressar-se, sendo composta pela linguagem oral, mímica e escrita.

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22
Q

Quais são as alterações na linguagem oral?

A

As alterações na linguagem oral incluem dislogias, disfemias, dislalias, disfasias, disfonias e disartrias.

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23
Q

O que são os automatismos na conduta?

A

Os automatismos são ações ou condutas independentes da vontade, como estereotipias, obediência automática, ecopraxia, catalepsia, negativismo, agitação psicomotora, entre outros.

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24
Q

O que é memória na psiquiatria?

A

Memória na psiquiatria é a capacidade de fixar, preservar, evocar e reconhecer um estímulo.

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25
Q

Quais são as perturbações quantitativas da memória?

A

As perturbações quantitativas da memória incluem hipermnésia, dismnésia, hipomnésia e amnésia.

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26
Q

Quais são os tipos de amnésia?

A

Os tipos de amnésia são: de fixação ou anterógrada, de evocação ou retrógrada e total ou retroanterógrada.

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27
Q

Quais são as perturbações qualitativas da memória?

A

As perturbações qualitativas da memória incluem déjà vu, jamais vu, ilusão de memória ou falsificação retrospectiva e alucinação de memória ou confabulação.

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28
Q

O que é consciência na psiquiatria?

A

Consciência na psiquiatria é o estado de clareza mental que possibilita o conhecimento e/ou reconhecimento do eu próprio e do ambiente.

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29
Q

Quais são as perturbações da consciência?

A

As perturbações da consciência incluem estreitamento, obscurecimento (obnubilação, confusão, estupor, coma) e orientação (autopsíquica e alopsíquica).

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30
Q

O que é a síndrome ansiosa na psiquiatria?

A

A síndrome ansiosa na psiquiatria é caracterizada por intensa angústia acompanhada de manifestações neurovegetativas, como tremores, taquicardia e sudorese, e estreitamento de consciência.

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31
Q

O que é a síndrome convulsiva na psiquiatria?

A

A síndrome convulsiva na psiquiatria pode ser do tipo epiléptico ou histérico (conversivo), sendo a dilatação pupilar um diferencial importante entre os dois tipos.

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32
Q

O que é a síndrome catatônica na psiquiatria?

A

A síndrome catatônica na psiquiatria é caracterizada por alterações psicomotoras, como automatismos e negativismo, que podem ocorrer em duas fases: agitação e estupor.

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33
Q

O que é a síndrome depressiva na psiquiatria?

A

A síndrome depressiva na psiquiatria é caracterizada por inibição ou lentidão no curso do pensamento, afeto modulado para a depressão e inibição ou hipoatividade motora.

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34
Q

O que é a síndrome maníaca na psiquiatria?

A

A síndrome maníaca na psiquiatria é caracterizada por fuga de ideias no curso do pensamento, afeto modulado para a euforia e aceleração ou hiperatividade motora.

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35
Q

O que é a síndrome alucinose na psiquiatria?

A

A síndrome alucinose na psiquiatria é caracterizada por alucinações auditivas acompanhadas de intensa angústia e conteúdo acusatório e sexual, além de ideias delirantes de referência e ciúmes.

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36
Q

O que é a síndrome paranoide na psiquiatria?

A

A síndrome paranoide na psiquiatria é caracterizada por ideias delirantes de perseguição, referência, prejuízo, ciúme e infidelidade, com condutas e outras alterações de acordo com as ideias delirantes.

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37
Q

O que é a síndrome demencial na psiquiatria?

A

A síndrome demencial na psiquiatria é caracterizada por uma debilitação global, crônica e progressiva da capacidade intelectual normalmente adquirida, com perda da memória de fixação, falsificação retrospectiva e confabulação da memória, além de desorientação temporal e espacial e instabilidade emocional.

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38
Q

O que é a síndrome hipocondríaca na psiquiatria?

A

A síndrome hipocondríaca na psiquiatria é caracterizada por uma convicção inabalável de ter uma doença grave sem que isso tenha base real, envolvendo ideias delirantes hipocondríacas e nihilistas, além de alucinações cenestésicas.

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39
Q

O que é a síndrome de despersonalização/desrealização na psiquiatria?

A

A síndrome de despersonalização/desrealização na psiquiatria é caracterizada por um sentimento de irrealidade em relação ao meio externo ou a si mesmo, podendo ser despersonalização (sentimento de mudança de personalidade) ou desrealização (sentimento de mudança do meio ambiente).

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40
Q

O que é a esquizofrenia?

A

A esquizofrenia é uma doença grave, crônica e incapacitante, de curso progressivo e incurável, que afeta aproximadamente 1% da população mundial, sem distinção entre os sexos e atingindo todas as classes sociais. Inicia-se geralmente aos 25 anos de idade.

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41
Q

Quais são os sintomas positivos da esquizofrenia?

A

Os sintomas positivos da esquizofrenia são aqueles que chamam atenção e fazem o paciente ser visto como “louco”. Eles incluem alucinações, delírios, discurso desorganizado, comportamento desorganizado e emoções inapropriadas.

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42
Q

Quais são os sintomas negativos da esquizofrenia?

A

Os sintomas negativos da esquizofrenia incluem alogia (comunicação pobre), embotamento afetivo (afeto modulado para o autismo), anedonia (falta de prazer para fazer algo) e avolição (falta de impulso para fazer as coisas) e limitações de atenção.

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43
Q

Quais são os diferentes subtipos de esquizofrenia?

A

Os subtipos de esquizofrenia são: esquizofrenia paranoide (delírios paranoides e alucinações auditivas), esquizofrenia hebefrênica (mudanças afetivas proeminentes e desorganização), esquizofrenia catatônica (perturbações psicomotoras proeminentes), esquizofrenia indiferenciada (não satisfaz nenhum outro subtipo de classificação), depressão pós-esquizofrênica (episódio depressivo após um surto) e esquizofrenia residual (forma tardia da doença com predominância de sintomas negativos).

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44
Q

Quais são as fases clínicas da esquizofrenia?

A

As fases clínicas da esquizofrenia incluem pródromos (sintomas iniciais), fase aguda (surto), estabilização e manutenção.

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45
Q

Como o profissional deve manejar pacientes agressivos?

A

O profissional deve avaliar o risco de agressividade do paciente, identificar sinais de hostilidade e agressividade, utilizar manejo verbal com cautela, negociar brevemente e de forma clara, evitar ameaças e desafios, demonstrar compreensão da situação e estar preparado para contenção mecânica e química, se necessário.

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46
Q

Quais são os tratamentos para a esquizofrenia?

A

Os tratamentos para a esquizofrenia incluem internação hospitalar, ECT (eletroconvulsoterapia), psicoterapia de apoio/grupos, terapias ocupacionais, associações de pacientes e familiares, além do uso de medicamentos antipsicóticos e benzodiazepínicos para controle dos sintomas.

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47
Q

Quais são os riscos relacionados ao suicídio em pacientes psicóticos?

A

O suicídio é um perigo sempre presente em pacientes psicóticos, sendo importante avaliar e valorizar a ideação suicida, especialmente quando o paciente apresenta vozes de comando.

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48
Q

Como devemos lidar com os pacientes psicóticos?

A

Devemos tratar os pacientes psicóticos com respeito, compreensão e ajuda, buscando entender o que eles estão vivenciando, como eles entendem isso e o que isso significa para eles. O uso de manejo verbal adequado, negociação breve e clara, e ações que demonstrem proteção e cuidado são fundamentais no tratamento desses pacientes.

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49
Q

O que é o Transtorno Depressivo Maior?

A

O Transtorno Depressivo Maior é caracterizado por episódios depressivos que duram pelo menos 2 semanas e apresentam pelo menos 4 sintomas principais, como mudanças no peso e apetite, mudanças no sono e atividade, falta de energia, sentimento de culpa, problemas de concentração e pensamentos recorrentes de morte.

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50
Q

Quais são os sintomas da depressão?

A

Os sintomas da depressão incluem humor deprimido, perda de interesse e prazer, energia reduzida, concentração e atenção reduzidas, autoestima e autoconfiança reduzidas, ideias de culpa e inutilidade.

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51
Q

Qual a prevalência da depressão na população?

A

A prevalência da depressão é de aproximadamente 15% na população. Acomete mais mulheres do que homens e pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum na faixa dos 20 anos.

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52
Q

Quais são as teorias sobre a etiologia da depressão?

A

A etiologia da depressão é multifatorial. Envolve fatores genéticos, fatores ambientais (fatores pré-natais, perdas, privações, estresse, etc.) e anormalidades na atividade de neurotransmissores, como serotonina, noradrenalina e dopamina.

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53
Q

O que são transtornos persistentes do humor?

A

Transtornos persistentes do humor são flutuações cíclicas e prolongadas no humor, como ciclotimia e distimia. A ciclotimia é caracterizada por episódios leves de depressão e elação, enquanto a distimia é uma forma de depressão crônica, mas menos grave do que o transtorno depressivo maior.

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54
Q

O que é o Transtorno Afetivo Bipolar?

A

O Transtorno Afetivo Bipolar é um transtorno caracterizado por episódios repetidos de mania, hipomania e depressão. A forma mais típica é a alternância de episódios maníacos e depressivos, separados por períodos de humor normal.

55
Q

Quais são as características de um episódio maníaco?

A

Um episódio maníaco é caracterizado por humor anormalmente elevado, expansivo ou irritado, duração de pelo menos 1 semana, prejuízo significativo e sintomas como aumento da autoestima, redução da necessidade de sono, distratibilidade, atividade física e mental aumentada, loquacidade e impulsividade.

56
Q

Qual a epidemiologia do Transtorno Afetivo Bipolar?

A

O Transtorno Afetivo Bipolar tipo I corresponde a 1% da população e é igualmente prevalente entre homens e mulheres. Episódios mistos e ciclagem rápida são mais comuns em mulheres. Pode iniciar em qualquer idade, mas acomete níveis socioeconômicos mais elevados.

57
Q

Como é feito o diagnóstico diferencial do Transtorno Afetivo Bipolar?

A

O diagnóstico diferencial do Transtorno Afetivo Bipolar deve ser feito em relação a outros transtornos, como a esquizofrenia, depressão unipolar e transtorno de personalidade emocionalmente instável (borderline).

58
Q

Quais são as comorbidades associadas ao Transtorno Afetivo Bipolar?

A

O Transtorno Afetivo Bipolar pode estar associado a hipertensão, cardiopatias, transtornos de ansiedade e abstinência/dependência de álcool e substâncias psicoativas.

59
Q

Qual o tratamento para o Transtorno Afetivo Bipolar?

A

O tratamento para o Transtorno Afetivo Bipolar envolve abordagens farmacológicas (estabilizadores de humor, antidepressivos, antipsicóticos), psicoterapia, psicoeducação e ECT (eletroconvulsoterapia). O tratamento é dividido em fase aguda e fase de manutenção.

60
Q

O que é suicídio?

A

Suicídio é a morte auto-infligida causada de forma intencional. Representa uma atitude complexa e pode ser resultado de um continuum suicida, que vai desde a ideação suicida até a tentativa de suicídio e, eventualmente, o suicídio propriamente dito.

61
Q

Qual a história do suicídio ao longo da humanidade?

A

O suicídio sempre esteve presente nos registros da história da humanidade. Sua repercussão variou ao longo do tempo, sendo visto com condenação em algumas culturas e períodos, enquanto em outros, houve mais tolerância ou compreensão em relação a esse comportamento.

62
Q

Quais são os diferentes estágios do comportamento suicida?

A

O comportamento suicida pode ser dividido em quatro estágios: ideação suicida (pensamentos sobre suicídio), plano suicida (formulação de planos para cometer suicídio), tentativa de suicídio (ato não fatal de tentar se matar) e suicídio (morte auto-infligida). Além disso, também existem “gestos” suicidas, que geralmente não têm a intenção de levar à morte.

63
Q

Quais são os fatores de risco para o suicídio?

A

Os fatores de risco para o suicídio podem ser sociodemográficos (sexo masculino, idosos, adolescentes, etc.), psicológicos (perdas, problemas interpessoais, transtornos de humor, etc.), psiquiátricos (dependência química, esquizofrenia, etc.) e clínicos (doenças físicas incapacitantes). A disponibilidade de um meio letal também é um fator de risco importante.

64
Q

Quais são os fatores de proteção para o suicídio?

A

Os fatores de proteção para o suicídio incluem filhos em casa, senso de responsabilidade para com a família, gravidez, religiosidade, satisfação de vida, apoio social positivo e relacionamento terapêutico positivo. Esses fatores podem ajudar a diminuir o risco de uma pessoa com comportamento suicida.

65
Q

Como é feita a avaliação do risco de suicídio?

A

A avaliação do risco de suicídio envolve ouvir atentamente o paciente, fazer perguntas diretas sobre pensamentos suicidas e conhecer os fatores de risco e proteção. O profissional deve estar atento a sinais como desespero, desamparo, desesperança, depressão, dependência e delírio, pois sua presença pode indicar um risco elevado de suicídio.

66
Q

Quais são os indicadores de intencionalidade suicida?

A

Indicadores de intencionalidade suicida incluem comunicação prévia sobre o suicídio, mensagem ou carta de despedida, providências finais como acertar dívidas, planejamento detalhado da tentativa e precauções para não ser descoberto. A ausência de pessoas para socorrer também pode indicar uma maior intenção de levar a cabo o ato.

67
Q

Quais são as características de funcionamento do ego relacionadas ao suicídio?

A

O funcionamento do ego pode influenciar o risco de suicídio. Características como incapacidade de abandonar desejos infantis de cuidado, ambivalência em relação à morte, expectativas excessivamente altas sobre si mesmo e controle excessivo do afeto, principalmente da agressão, podem estar presentes em pessoas com risco de suicídio.

68
Q

Qual é o manejo do paciente com risco de suicídio?

A

O manejo do paciente com risco de suicídio envolve ouvir atentamente, acolher e não julgar o paciente. É importante desenvolver um vínculo terapêutico, fazer perguntas necessárias, estabelecer objetivos escalonados de curto, médio e longo prazo, ampliar a rede de apoio e, se necessário, considerar a internação involuntária para garantir a segurança do paciente.

69
Q

Quais são as abordagens de tratamento para o suicídio?

A

O tratamento do paciente com risco de suicídio pode envolver medidas ativas, uso de psicofármacos como antidepressivos, tricíclicos e ISRS, além de ECT para casos graves. Diferentes abordagens psicoterapêuticas, como a psicodinâmica, psicanalítica e cognitivo-comportamental, podem ser empregadas. Intervenções psicossociais também são importantes no tratamento.

70
Q

Quais são as medidas de prevenção para o suicídio?

A

As medidas de prevenção do suicídio incluem a redução dos fatores de risco, o desenvolvimento dos fatores de proteção e a conscientização da sociedade sobre o tema. É fundamental oferecer apoio emocional e social às pessoas em situação de vulnerabilidade, além de facilitar o acesso a serviços de saúde mental e programas de prevenção.

71
Q

O que são substâncias psicoativas?

A

Substâncias psicoativas são aquelas que possuem potencial de abuso e podem levar o indivíduo a administrá-las repetidamente, resultando em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo de consumo. Essas substâncias têm ação no sistema nervoso central (SNC) e podem causar euforia ou alívio de dor, sendo de rápida ação. A dependência química é uma doença crônica e recidivante resultante do uso continuado dessas substâncias, que promovem mudanças na estrutura e no funcionamento do cérebro.

72
Q

Quais são os objetivos da avaliação inicial em casos de uso e abuso de substâncias?

A

Os objetivos da avaliação inicial são: tratar qualquer emergência ou problema agudo relacionado ao consumo, diagnosticar precocemente o consumo de drogas, identificar complicações clínicas, sociais ou psíquicas, investigar comorbidades psiquiátricas, motivar o indivíduo para a mudança e o tratamento, estabelecer um vínculo empático com o paciente e determinar o nível de atenção especializada necessário.

73
Q

Quais são as questões essenciais para a investigação do consumo de substâncias?

A

Para investigar o consumo de substâncias, são essenciais as seguintes questões: o último episódio de consumo (tempo de abstinência), a quantidade de substância consumida, a via de administração, o ambiente de consumo, a frequência do consumo nos últimos meses e a especificação de todas as drogas em uso. Pacientes que fazem uso de substâncias em locais ou situações específicas tendem a responder melhor ao tratamento do que aqueles que usam indiscriminadamente.

74
Q

O que é intoxicação aguda por substâncias?

A

Intoxicação aguda é uma condição transitória que ocorre após a administração de substâncias psicoativas. Está diretamente relacionada aos níveis de doses utilizadas e seus efeitos desaparecem na ausência de uso posterior da substância. Esse diagnóstico deve ser considerado apenas em casos em que a intoxicação ocorre sem que problemas mais persistentes relacionados ao uso de substâncias estejam presentes. É comumente associado a episódios de “bebedeira do fim de semana”.

75
Q

O que é uso nocivo de substâncias?

A

O uso nocivo de substâncias é um padrão de consumo que causa danos à saúde física ou mental do indivíduo e está frequentemente associado a diversas consequências sociais. A intoxicação aguda ou a “ressaca” não são evidências suficientes para codificar o uso nocivo. Esse diagnóstico é excluído quando há a presença de síndrome de abstinência ou transtornos mentais relacionados ao consumo, como a dependência química.

76
Q

O que é dependência química de substâncias?

A

A dependência química é uma relação disfuncional entre o indivíduo e uma determinada substância psicoativa, resultando em compulsão para o consumo, aumento da tolerância, síndrome de abstinência, alívio ou evitação da abstinência pelo aumento do consumo, estreitamento ou empobrecimento do repertório de comportamentos e reinstalação da síndrome de dependência. A avaliação inicial inclui a identificação dos sinais e sintomas característicos dessa condição, que são fundamentais para o diagnóstico e planejamento terapêutico.

77
Q

Quais são os critérios CID-10 para dependência de substâncias?

A

Para o diagnóstico de dependência de substâncias conforme a CID-10, é necessário que três ou mais dos seguintes critérios estejam presentes em algum momento do ano anterior: (a) forte desejo ou compulsão pela substância; (b) dificuldades em controlar o consumo da substância; (c) estado de abstinência fisiológico ao cessar ou reduzir o uso da substância (síndrome de abstinência ou evitação desta pela manutenção do consumo); (d) evidência de tolerância; (e) abandono progressivo de prazeres e interesses alternativos em favor do uso da substância, aumento da quantidade de tempo necessária para se recuperar de seus efeitos; (f) persistência no uso da substância, apesar de evidências de consequências manifestamente nocivas.

78
Q

Quais são os níveis de gravidade da dependência química?

A

Após identificar a presença dos critérios para dependência química em um indivíduo, o próximo passo é determinar sua gravidade. A análise é fundamental para individualizar o diagnóstico e coletar informações para o planejamento terapêutico. Deve-se investigar complicações clínicas, comorbidades psiquiátricas e suporte social.

79
Q

O que é síndrome de dependência de álcool?

A

A síndrome de dependência de álcool é uma doença crônica que causa recaídas e prejuízos clínicos, sociais, laborais, familiares e econômicos. O álcool é a droga que mais está associada à violência familiar e urbana, sendo considerado um dos 10 problemas de saúde mais importantes na atenção primária. Há uma forte associação entre depressão e abuso de álcool, e mais de 20% das tentativas de suicídio estão relacionadas ao uso dessa substância.

80
Q

Como é medida a quantidade de álcool consumida?

A

A quantidade de álcool consumida é medida em unidades de álcool. Cada unidade da substância equivale a cerca de 10g de álcool puro. Para calcular o número de unidades, multiplica-se a quantidade consumida (em mL) pela concentração alcoólica da bebida e, em seguida, divide-se o resultado por 10. As concentrações alcoólicas podem variar nas diferentes bebidas, como cerveja, vinho, uísque, vodka, etc. O beber em binge é um padrão em que há consumo de cinco doses para homens e quatro para mulheres, em uma só ocasião, com alta concentração alcoólica em um curto período de tempo.

81
Q

Quais são os princípios do tratamento efetivo de acordo com o NIDA (National Institute on Drug Abuse)?

A
  1. O tratamento necessita ser facilmente disponível. 2. Nenhum tratamento é efetivo para todos os pacientes. 3. Deve atender às várias necessidades e não somente ao uso de drogas. 4. O tratamento necessita ser constantemente avaliado e modificado de acordo com as necessidades do paciente. 5. Permanecer em tratamento por período adequado é fundamental. 6. Aconselhamento e outras técnicas comportamentais são fundamentais. 7. Medicamentos são importantes, principalmente se combinados com terapia. 8. A comorbidade deve ser tratada de forma integrada – não se deve fazer nenhum diagnóstico psiquiátrico antes de 30 dias de abstinência do uso de SPA. 9. Desintoxicação é só o começo do tratamento. 10. O tratamento não necessita ser voluntário para ser efetivo. 11. A possibilidade de uso de drogas deve ser monitorada. 12. Avaliação sobre HIV, hepatites B e C, aconselhamento para evitar esses riscos. 13. Recuperação é um processo longo e muitas vezes necessita de vários episódios de tratamento.
82
Q

O que é intoxicação alcoólica aguda?

A

A intoxicação alcoólica aguda é uma condição clínica transitória causada pela ingestão aguda de bebidas alcoólicas acima de um nível tolerado pelo indivíduo, resultando em alterações psíquicas e físicas que interferem em seu funcionamento habitual. Os sinais e sintomas variam com a alcoolemia, incluindo embriaguez leve a anestesia, coma, depressão respiratória e, em casos raros, morte.

83
Q

Quais são os riscos e alterações observados na intoxicação alcoólica aguda?

A

Os riscos e alterações observados na intoxicação alcoólica aguda incluem exposição moral, sexo desprotegido, impulsividade, agressividade, violência, labilidade do humor, prejuízo no raciocínio e julgamento crítico, diminuição do desempenho motor e ataxia, fala pastosa ou arrastada, prejuízo social e ocupacional, além de maior risco de acidentes de trânsito e suicídio.

84
Q

Qual é o manejo da intoxicação alcoólica aguda?

A

O manejo da intoxicação alcoólica aguda inclui interromper a ingestão de álcool, posicionar o paciente em decúbito lateral para prevenir aspiração em caso de vômito, proporcionar um ambiente seguro e livre de estímulos, realizar exame físico para avaliar complicações agudas ou crônicas, e fazer exames laboratoriais, como hemograma, função renal, eletrólitos e função hepática. Se houver agitação psicomotora intensa, a imobilização do paciente pode ser necessária. Medicamentos depressores do SNC devem ser evitados. Tiamina 300 mg (via intramuscular) é indicada para todos os pacientes para profilaxia de Wernicke-Korsakoff. A reposição de soro fisiológico (via intravenosa) é necessária apenas se o paciente estiver desidratado, e a reposição de glicose (via intravenosa) é indicada se houver hipoglicemia.

85
Q

O que é intoxicação patológica e como é o seu manejo?

A

Intoxicação patológica é uma reação de extrema agressividade, violência e fúria que ocorre após a ingestão de pequenas quantidades de álcool. O manejo da intoxicação patológica é semelhante ao da intoxicação alcoólica aguda, com abordagem autolimitada. O paciente deve ser orientado a abster-se completamente do álcool até concluir a investigação clínica e neurológica para diferenciar de outras condições como intoxicação alcoólica grave, epilepsia, delirium tremens, TCE e transtorno conversivo.

86
Q

O que é uso nocivo de álcool e como é seu manejo?

A

Uso nocivo de álcool é um padrão de consumo disfuncional ou mal-adaptativo que interfere na vida do indivíduo, resultando em problemas interpessoais, legais, psicológicos e clínicos, persistindo por um período igual ou superior a um ano, mas sem atender aos critérios para dependência. O manejo do uso nocivo de álcool envolve uma abordagem psicossocial e pode incluir fármacos que ajudem a reduzir o consumo. É importante identificar e tratar possíveis comorbidades psiquiátricas ou fatores desencadeantes para o uso problemático do álcool.

87
Q

O que é síndrome de abstinência alcoólica (SAA) e quais são os sintomas?

A

A síndrome de abstinência alcoólica (SAA) é um conjunto de sinais e sintomas que surgem após a diminuição ou interrupção do uso do álcool, geralmente dentro das primeiras 6 horas. Os sintomas incluem tremores de extremidades e da língua, ansiedade, alteração do humor, sudorese, taquicardia, aumento da pressão arterial, cefaleia, insônia, aumento da sensibilidade ao som, náuseas e vômitos. A SAA tem um curso flutuante e autolimitado, podendo durar de 5 a 7 dias, com pico de duração de 24 a 48 horas após o início dos sintomas.

88
Q

Quais são os sintomas da SAA leve/moderada e seu manejo?

A

Os sintomas da SAA leve/moderada incluem leve agitação psicomotora, tremores e sudorese discretos, cefaleia, náuseas sem vômitos e orientação e juízo crítico preservados. O manejo da SAA leve/moderada pode ser realizado ambulatorialmente e inclui ambiente calmo e confortável com pouca estimulação, dieta livre com atenção à hidratação, reposição vitamínica com tiamina (300 mg intramuscular por 5-7 dias e, em seguida, 300 mg via oral), e benzodiazepínicos conforme os sintomas, preferindo diazepam 20 mg via oral com retirada gradual em uma semana, ou lorazepam 4 mg via oral se o paciente tiver hepatopatia.

89
Q

Quais são os sintomas da SAA grave e como é seu manejo?

A

Os sintomas da SAA grave incluem intensa agitação psicomotora, tremores generalizados, sudorese profusa, náuseas e vômitos, sensibilidade visual intensa e quadros similares a crises convulsivas. O manejo da SAA grave é indicado em ambiente hospitalar, com monitoramento frequente e locomoção restrita. O tratamento inclui ambiente calmo com poucos estímulos, dieta leve com hidratação endovenosa se houver confusão mental, reposição vitamínica com tiamina intramuscular por 5-7 dias e, em seguida, 300 mg via oral, benzodiazepínicos conforme os sintomas, preferindo diazepam 10-20 mg via oral a cada hora (máximo de 60 mg/dia) ou lorazepam (até 12 mg/dia) em pacientes com hepatopatia. A contenção física só é indicada em casos de agitação extrema.

90
Q

O que é delirium tremens e como é seu manejo?

A

Delirium tremens é uma forma grave e complicada da síndrome de abstinência alcoólica (SAA), potencialmente fatal, que ocorre geralmente de 1 a 4 dias após a interrupção do álcool. Os sintomas incluem confusão mental aguda, rebaixamento do nível de consciência, desorientação, agitação psicomotora, comportamento desorganizado, alucinações táteis e visuais vívidas (microzoopsias), entre outros. O manejo do delirium tremens deve ser realizado em hospital geral, com monitoramento de sinais vitais e laboratório, utilizando medicamentos como diazepam (10-20 mg/hora) ou lorazepam (2-4 mg/hora) para redução gradual conforme melhora clínica. Também pode ser utilizado haloperidol (5 mg/dia) e reposição vitamínica.

91
Q

O que é alucinose alcoólica e como é seu manejo?

A

Alucinose alcoólica é um quadro alucinatório visual e/ou auditivo, vívido, que pode surgir até 48 horas após a diminuição ou suspensão do consumo excessivo de álcool. Os pacientes podem expressar ansiedade e agitação psicomotora em resposta às experiências alucinatórias. O manejo da alucinose alcoólica geralmente envolve o uso de benzodiazepínicos conforme o quadro da síndrome de abstinência alcoólica. Além disso, pode ser utilizada a medicação haloperidol (5 mg via oral ao dia) e reposição vitamínica. É importante não fazer o diagnóstico de esquizofrenia, pois os sintomas da alucinose são transitórios.

92
Q

O que é síndrome de dependência do álcool (SDA) e quais são seus elementos para diagnóstico?

A

A síndrome de dependência do álcool (SDA) é caracterizada por sinais e sintomas comportamentais, fisiológicos e cognitivos em que o uso do álcool se torna uma grande prioridade na vida do indivíduo. Os elementos para o diagnóstico da SDA incluem estreitamento do repertório, relevância do consumo, tolerância, abstinência, alívio ou evitação da abstinência pelo uso, compulsão para consumir álcool e reinstalação da síndrome após a abstinência.

93
Q

Como é o manejo da SDA e quais fármacos podem ser utilizados?

A

O manejo da SDA requer atendimento em equipe multiprofissional, envolvendo a família no tratamento e identificação e tratamento de comorbidades. O tratamento farmacológico pode ser associado às intervenções psicossociais para otimizar os resultados. Alguns fármacos utilizados no tratamento da SDA são: Dissulfiram (500 mg/dia por 1 a 2 semanas, seguido por 250 mg/dia), Naltrexona (25 mg/dia aumentando para 50 mg/dia após 7 dias), Topiramato (200 a 400 mg/dia), e Baclofeno (30 mg/dia). O tratamento com TCC (terapia cognitivo-comportamental) associada à medicação é uma das melhores abordagens.

94
Q

O que é terapia de reposição de nicotina (TRN) e como é utilizada no tratamento da dependência de nicotina?

A

A terapia de reposição de nicotina (TRN) é utilizada para reduzir os sintomas de abstinência e a fissura pelo cigarro durante o processo de cessação tabágica. Consiste em substituir a nicotina presente no cigarro por outras formas de administração, como adesivos, goma ou pastilha de nicotina. A TRN deve ser iniciada assim que o paciente parar de fumar e pode ser utilizada por 8 a 12 semanas, até um ano. Existem diferentes formas de TRN, como adesivos de nicotina (7, 14, 21 mg), goma de nicotina (2 e 4 mg) e pastilha de nicotina (2 e 4 mg). É importante considerar as contraindicações, como lesões dermatológicas/orais, gastrite, IAM recente, gestação e amamentação.

95
Q

Quais são os tratamentos não nicotínicos para a dependência de nicotina?

A

Além da terapia de reposição de nicotina, existem tratamentos não nicotínicos para a dependência de nicotina. Alguns exemplos incluem: Bupropiona (início do tratamento 1 semana antes de parar de fumar, com 1 comprimido ao dia por 3 dias, seguido por 1 comprimido 2 vezes ao dia), Nortriptilina (início do tratamento com 25 mg/dia de 2 a 4 semanas antes de parar de fumar, com aumento progressivo até 75 mg/dia) e Vareniclina (início do tratamento quando o paciente parar de fumar, com doses específicas de 0,5 mg e 1 mg em diferentes semanas). Cada um desses medicamentos possui contraindicações e pode ser mais indicado para determinados pacientes, portanto é importante avaliar cada caso individualmente.

96
Q

Quais são as considerações finais sobre o tratamento de transtornos por uso de álcool e nicotina?

A

O tratamento de transtornos por uso de álcool e nicotina requer uma abordagem aberta e clara, com identificação e tratamento de comorbidades e motivação para a mudança. A intervenção precoce é importante para melhores resultados. A avaliação do padrão de uso de álcool deve ser realizada em todos os pacientes. O tratamento farmacológico pode ser associado a intervenções psicossociais para otimizar os resultados. Além disso, a terapia de reposição de nicotina pode ser uma opção no tratamento da dependência de nicotina. A referência para o serviço adequado a cada caso é essencial para um tratamento eficaz.

97
Q

Quais são as considerações finais sobre o uso de álcool?

A

A média de tempo entre o início dos problemas pelo uso de álcool e a primeira intervenção profissional é de cerca de 5 anos. Apenas 20-30% dos pacientes se mantêm abstinentes em 2-3 anos de seguimento. O impacto do uso de álcool em adolescentes é maior devido ao cérebro estar em formação. O diagnóstico e tratamento precoces são importantes para melhores resultados.

98
Q

Qual é a relação entre maconha e dependência?

A

O índice de uso de maconha no Brasil é de 3%. A idade de experimentação é importante, pois 62% dos brasileiros experimentaram maconha antes dos 18 anos de idade. Quanto mais precoce o início do uso, maior o risco de desenvolver dependência.

99
Q

Quais são os efeitos da maconha?

A

Os efeitos da maconha incluem descoordenação motora, prejuízos na memória e concentração, confusão, euforia, relaxamento, alterações na percepção do espaço e tempo, aumento do apetite, boca seca e taquicardia.

100
Q

Quais são os efeitos adversos e complicações do uso da maconha?

A

A maconha pode causar ansiedade, pânico, sintomas psicóticos, síndrome amotivacional, alterações cognitivas e psicomotoras. Também pode levar à bronquite crônica, dispneia e baixo peso ao nascer em gestantes usuárias.

101
Q

Quais são os sintomas de abstinência do uso de maconha?

A

Os sintomas de abstinência da maconha incluem insônia, irritabilidade, tremores, náusea e depressão. Um terço dos adultos usuários já tentou parar sem sucesso, e 27% apresentou sintomas de abstinência ao tentar parar.

102
Q

Qual a relação entre maconha e psicose?

A

Doses elevadas de THC podem produzir sintomas psicóticos transitórios em voluntários normais. Usuários pesados de Cannabis têm três vezes mais risco de desenvolver esquizofrenia, e o início precoce do uso aumenta esse risco.

103
Q

Como é o tratamento da dependência de maconha?

A

Não há tratamento específico para a dependência de maconha. Pode-se avaliar e tratar sintomas agudos, utilizar técnicas psicoterápicas como a terapia cognitivo-comportamental e manejo de contingências, além de identificar e tratar comorbidades.

104
Q

Qual a relação entre cocaína e crack?

A

45% dos usuários experimentaram cocaína antes dos 18 anos de idade. O crack é uma forma fumada da cocaína, que produz euforia intensa e compulsão pelo uso. O uso combinado com álcool aumenta os riscos de overdose e complicações cardíacas.

105
Q

Quais são os efeitos agudos da cocaína?

A

Os efeitos agudos da cocaína incluem aumento de energia, euforia, aumento do estado de alerta, redução do apetite, sensação intensa de felicidade, impulsividade e sintomas de paranoia.

106
Q

Quais são os sintomas físicos do uso de cocaína?

A

Os sintomas físicos incluem taquicardia, hiperventilação, hipertermia, sudorese, tremores, midríase, cefaleia, espasmos musculares e hiperatividade motora.

107
Q

Quais são as complicações clínicas da intoxicação aguda por cocaína e crack?

A

As complicações incluem taquicardia, arritmia, insuficiência cardíaca, AVC, crises convulsivas, dispneia, hipertermia e insuficiência renal.

108
Q

O que é a síndrome de abstinência da cocaína?

A

A síndrome de abstinência é trifásica: CRASH (1-4 dias) com piora do humor, SÍNDROME DISFÓRICA TARDIA (2 semanas a 3-4 meses) com volta do desejo da droga, e EXTINÇÃO (meses ou anos) com melhora da fissura.

109
Q

O que é fissura/craving relacionado ao uso de cocaína?

A

Fissura ou craving é a força propulsora e urgente direcionada ao uso da droga. Pode ser desencadeada por situações específicas, estresse ou eventos relacionados ao consumo, representando uma ameaça à manutenção da abstinência.

110
Q

Quais são os tratamentos farmacológicos para dependência de cocaína?

A

Não há fármaco específico, mas entre os que têm efeito destacam-se o topiramato, dissulfiram e modafinil. A vacina anticocaína, apesar de pouca eficácia, também é uma abordagem em desenvolvimento.

111
Q

O que é ansiedade?

A

A ansiedade consiste de um sistema de alarme do cérebro para lidar com o perigo, preparação do corpo para luta ou fuga ou congelamento.

112
Q

Quais são os sintomas somáticos da ansiedade?

A

Autonômicos: taquicardia, vasoconstrição, sudorese, náusea, midríase, piloereção. Musculares: dores, contraturas, tremores.

113
Q

Quais são os sintomas psíquicos da ansiedade?

A

Tensão/nervosismo, apreensão, mal-estar indefinido, insegurança, dificuldade de concentração, medo de perder o controle, sensações diversas.

114
Q

O que determina a diferença entre ansiedade normal e patológica?

A

A intensidade, duração, frequência e a interferência com o desempenho funcional/ocupacional.

115
Q

Quais são as causas médicas e de substâncias para a ansiedade?

A

Diversas doenças médicas e uso/abstinência de substâncias podem causar sintomas de ansiedade.

116
Q

Quais são os neurotransmissores envolvidos na ansiedade?

A

A ansiedade envolve principalmente serotonina (↓), noradrenalina, GABA (↓) e glutamato (↑).

117
Q

Explique a teoria psicodinâmica de Freud sobre ansiedade.

A

Segundo Freud, a ansiedade é resultado da falha nos mecanismos de defesa do ego frente a pulsões proibidas.

118
Q

Quais são as teorias cognitivas da ansiedade?

A

As teorias cognitivas destacam crenças e atitudes que predispõem ao estado de ansiedade, interpretações catastróficas, superestimação do risco, etc.

119
Q

Explique a teoria comportamental da ansiedade.

A

A teoria comportamental aborda a formação de alarme aprendido, evitação e suas influências na ansiedade.

120
Q

Quais são os transtornos de ansiedade mais comuns?

A

Os transtornos de ansiedade mais comuns são o transtorno de pânico, transtorno de ansiedade social, transtorno de ansiedade generalizada, etc.

121
Q

O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é um transtorno de ansiedade?

A

Não, o TOC é um transtorno de ansiedade com características distintas.

122
Q

Quais são os sintomas do transtorno do pânico (TP)?

A

Ataques de pânico inesperados e recorrentes, acompanhados de preocupação com novos ataques.

123
Q

Como é o curso e prognóstico do transtorno do pânico?

A

Períodos de exacerbações e remissões, com 1/3 dos pacientes recuperando-se completamente.

124
Q

Quais são os sintomas do transtorno de ansiedade generalizada (TAG)?

A

Ansiedade e preocupação excessivas por pelo menos 6 meses, com sintomas como inquietação, irritabilidade, insônia, etc.

125
Q

Quais são os sintomas do transtorno de ansiedade social (TAS)?

A

Medo ou ansiedade acentuada e persistente em situações sociais ou de desempenho, temor de agir de forma humilhante ou vergonhosa.

126
Q

Como é o curso e prognóstico do transtorno de ansiedade social?

A

Início precoce e curso muito crônico, com 1/2 dos pacientes recuperados após 25 anos de doença.

127
Q

O que é fobia específica?

A

Medo acentuado e persistente de objetos ou situações específicas, como animais, ambientes naturais, sangue, injeção, ferimentos, etc.

128
Q

Qual é o tratamento para fobias específicas?

A

O tratamento inclui dessensibilização progressiva, com a apresentação gradual do objeto fóbico.

129
Q

O que é transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)?

A

TEPT é um transtorno que ocorre após experiência ou testemunho de evento traumático, com sintomas de revivência, esquiva e excitabilidade.

130
Q

Como é o curso e prognóstico do transtorno de estresse pós-traumático?

A

O curso é crônico em muitos casos, com 1/2 dos pacientes apresentando duração de dois anos.

131
Q

Quais são os principais tratamentos farmacológicos para transtornos de ansiedade?

A

Antidepressivos (ISRS, IRSN, ADT, I-MAO), ansiolíticos (buspirona, benzodiazepínicos), anticonvulsivantes, bloqueadores adrenérgicos.

132
Q

Qual é o tratamento psicoterápico de eleição para transtornos de ansiedade?

A

A terapia cognitivo-comportamental é o tratamento psicoterápico de eleição.

133
Q

Cite outras modalidades de tratamento para transtornos de ansiedade.

A

Estimulação cerebral profunda, realidade virtual, psicocirurgia, entre outros.

134
Q

O tratamento combinado é recomendado para transtornos de ansiedade?

A

Sim, o tratamento combinado (medicamentoso e psicoterápico) é frequentemente o mais eficaz.