PSORÍASE E LIQUEN PLANO Flashcards
Qual é o quadro clínico dos paciente com psoríase do tipo 1
Tipo 1, que representa cerca de 75% dos casos de psoríase, tem início antes dos 40 anos, frequentemente durante a adolescência ou no início da idade adulta. Este tipo está mais fortemente associado a uma predisposição genética
Qual é o quadro clínico dos paciente com psoríase do tipo 2
Idade de Início: Inicia-se após os 40 anos, geralmente sem um pico de incidência claro.
Fatores Genéticos: A associação genética é menos evidente, e os alelos HLA específicos são menos frequentemente associados a este tipo.
Histórico Familiar: Menos provável de ter um histórico familiar significativo da doença.
Quadro Clínico: A severidade e extensão da doença podem variar, mas frequentemente apresenta-se de forma mais localizada e pode ser menos grave do que a psoríase tipo 1. As áreas afetadas e as características das lesões são semelhantes às do tipo 1, mas a prevalência de artrite psoriásica é geralmente menor.
Quais são as cormobidades clássicas associadas a psoríase
Artrite psoriásica (AP): Cerca de 30% dos pacientes com psoríase desenvolvem artrite psoriásica, uma condição inflamatória que afeta as articulações, causando dor, inchaço e rigidez. A AP pode afetar qualquer articulação, mas é mais comum nas mãos, pés, joelhos, e coluna vertebral.
Doença cardiovascular: Pacientes com psoríase têm um risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares, como doença arterial coronariana, hipertensão arterial, e acidente vascular cerebral (AVC). A inflamação crônica associada à psoríase pode contribuir para o desenvolvimento e progressão dessas condições.
Diabetes mellitus tipo 2: Estudos mostraram uma associação entre psoríase e diabetes mellitus tipo 2. A resistência à insulina e a inflamação crônica podem desempenhar um papel nessa relação.
Quais são as cormobidades emergentes associadas a psoríase
Doença renal crônica (DRC): Estudos recentes têm mostrado uma associação entre psoríase e doença renal crônica. A inflamação sistêmica, disfunção endotelial e fatores de risco cardiovascular compartilhados podem contribuir para essa associação.
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): A psoríase tem sido associada a um risco aumentado de desenvolvimento de DPOC. A inflamação crônica e os fatores de risco comuns, como tabagismo, podem desempenhar um papel nessa associação.
Apneia obstrutiva do sono (AOS): Alguns estudos sugeriram uma associação entre psoríase e apneia obstrutiva do sono. A inflamação sistêmica e a obesidade, frequentemente associada à psoríase, podem contribuir para o desenvolvimento da AOS.
Quais são as cormobidades relacionada ao estilo de vida associadas a psoríase
Tabagismo: O tabagismo tem sido consistentemente associado à psoríase, tanto no desenvolvimento quanto na gravidade da doença. Fumar pode aumentar a inflamação e piorar os sintomas da psoríase, além de interferir na eficácia do tratamento.
Obesidade: A obesidade está intimamente ligada à psoríase, e há uma relação bidirecional entre essas duas condições. A obesidade pode aumentar o risco de desenvolvimento da psoríase e também está associada a uma maior gravidade da doença e menor resposta ao tratamento.
Sedentarismo: A falta de atividade física regular tem sido associada à psoríase. O exercício físico regular pode ajudar a reduzir a inflamação sistêmica, melhorar a saúde cardiovascular e contribuir para o controle da psoríase.
Quais são as cormobidades relacionadas ao tratamento associadas a psoríase
Infecções: Alguns tratamentos para psoríase, como terapias imunossupressoras, podem aumentar o risco de infecções, incluindo infecções bacterianas, virais e fúngicas. Isso ocorre porque esses tratamentos suprimem o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a infecções.
Neoplasias: Alguns tratamentos sistêmicos para psoríase, como a fototerapia com PUVA (psoraleno mais radiação ultravioleta A) e terapias biológicas que afetam o sistema imunológico, foram associados a um pequeno aumento no risco de desenvolvimento de câncer de pele não melanoma, como carcinomas basocelulares e carcinomas de células escamosas.
Doenças cardiovasculares: Alguns tratamentos para psoríase, como corticosteroides sistêmicos e ciclosporina, podem estar associados a um maior risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial e doença arterial coronariana. Isso ocorre porque esses tratamentos podem causar retenção de líquidos, aumento da pressão arterial e alterações nos níveis de lipídios no sangue.
Qual é a principal célula da epiderme e qual sua função básica?
A principal célula da epiderme é o queratinócito. Sua função básica é a formação da camada córnea da pele, composta por células denominadas corneócitos, que são células “mortas” compostas por queratina. Estas células descamam de forma progressiva e natural, sendo fundamentais para a barreira protetora da pele.
Qual é a duração do ciclo de renovação celular normal da epiderme e como ocorre esse processo?
O ciclo de renovação celular normal da epiderme tem duração de cerca de 28 dias. Durante esse período, as células da camada basal se diferenciam progressivamente e dão origem às células da camada córnea, denominadas corneócitos, que posteriormente descamam de forma progressiva e natural.
Como a psoríase afeta o ciclo de renovação celular da epiderme?
: Na psoríase, o ciclo de renovação celular da epiderme é acelerado, com a duração reduzida para cerca de 7 dias. Esse encurtamento do ciclo está associado ao aumento da proliferação de queratinócitos, resultando na produção excessiva de escamas devido à presença de células epidérmicas imaturas.
Quais são os principais fatores desencadeantes da psoríase?
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A psoríase pode ser desencadeada ou exacerbada por estresse emocional, trauma cutâneo (Fenômeno de Koebner), infecções (por exemplo, S. pyogenes, HIV), medicamentos, tabagismo, hipocalcemia, variações climáticas, alterações hormonais e está também associada à síndrome metabólica.
Quais medicamentos são comumente associados ao desencadeamento ou exacerbação da psoríase?
Os medicamentos causadores mais comuns de psoríase estão agrupados no mnemônico BALACO, que inclui Betabloqueadores, Antimaláricos, Lítio, AINEs, Captopril (IECA) e Outros.
O que é paraqueratose e como ela se relaciona com a psoríase?
: Paraqueratose é a persistência do núcleo nos corneócitos, refletindo a imaturidade celular. Na psoríase, essa característica é um dos aspectos observados na histopatologia, indicativo da proliferação excessiva dos queratinócitos estimulada por um processo imunológico.
Por que a psoríase é considerada uma doença sistêmica?
: A psoríase é considerada uma doença sistêmica devido à sua forte associação com síndrome metabólica e seu estado pró-inflamatório de base, que também representa um fator de risco para eventos cardiovasculares. Isso sublinha a importância de uma abordagem ampla do paciente, incluindo a gestão de comorbidades associadas.
Quais são os medicamentos mais comuns que podem desencadear psoríase, conforme o mnemônico BALACO?
Os medicamentos causadores mais comuns de psoríase, agrupados no mnemônico BALACO, incluem Betabloqueadores, Antimaláricos, Lítio, AINEs, Captopril (IECA) e Outros.
: Qual característica histopatológica é marcante na psoríase e reflete a imaturidade das células epidérmicas?
A característica histopatológica marcante na psoríase é a “paraqueratose”, que é a persistência de núcleo nos corneócitos, refletindo a imaturidade das células epidérmicas.
Quais citocinas estão envolvidas na patogênese da psoríase e qual é o seu papel?
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As citocinas envolvidas na patogênese da psoríase incluem IL-12, IL-23, TNF-α, IFN-γ, IL-17, e IL-22, que promovem a proliferação dos queratinócitos e a consequente inflamação da doença.
Por que deve-se evitar ao máximo a administração de corticoides sistêmicos em pacientes com psoríase?
Deve-se evitar ao máximo a administração de corticoides sistêmicos em pacientes com psoríase pois sua interrupção abrupta pode agravar o quadro ou levar ao desencadeamento de formas graves da doença, como psoríase pustulosa generalizada e psoríase eritrodérmica.
Em quais especialidades médicas você entrará em contato com a psoríase durante o internato?
Durante o internato, você entrará em contato com a psoríase nas especialidades de Dermatologia e Reumatologia, devido ao seu caráter imunomediado e inflamatório.
Quais são as características iniciais das lesões na psoríase e o que se observa na histopatologia dessas lesões?
As lesões iniciais na psoríase são eritematosas devido ao processo inflamatório, com vasodilatação e infiltrado perivascular na derme observados na histopatologia. Posteriormente, tornam-se escamosas devido à ocorrência de paraqueratose.
Qual é a lesão típica da psoríase e quais são suas características?
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A lesão típica da psoríase são placas eritemato-escamosas, bem delimitadas, com escamas secas, branco-prateadas.
O que é o Fenômeno de Koebner e o Fenômeno de Renbok na psoríase?
O Fenômeno de Koebner é o surgimento de uma lesão típica da psoríase em área de trauma cutâneo em pacientes portadores da doença. O Fenômeno de Renbok (ou Fenômeno de Koebner reverso) é o desaparecimento da lesão de psoríase após trauma local.
O que é o Halo de Woronoff na psoríase?
O Halo de Woronoff é uma zona clara perilesional de uma lesão em regressão na psoríase, sendo bastante característico da patologia, embora raramente observado.
Qual é a variante mais comum da psoríase e quais são suas características?
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A variante mais comum da psoríase é a vulgar ou “em placas”, afetando 90% dos casos. Caracteriza-se por placas eritemato-escamosas, bem delimitadas, localizadas de forma simétrica nas faces extensoras de membros, região lombossacra e couro cabeludo. Eventualmente pode ocorrer prurido ou queimação nas lesões.
Como a psoríase invertida se apresenta clinicamente?
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A psoríase invertida atinge dobras flexurais como axilas, região inguinal, prega interglútea, inframamária e retroauricular, com pouca ou nenhuma descamação, frequentemente mascarada pela sudorese local.
Descreva a psoríase gutata e sua etiologia comum.
: A psoríase gutata tem início abrupto com pequenas lesões arredondadas eritemato-descamativas no tórax e extremidades proximais, resolvendo espontaneamente em até 3 meses. Geralmente acomete crianças após infecção estreptocócica do trato respiratório superior.
Como se apresenta a psoríase palmoplantar?
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A psoríase palmoplantar apresenta placas eritemato-escamosas palmares e/ou plantares, associadas a hiperqueratose, bem demarcadas e simétricas, podendo ser confundida com dermatite de contato, atópica e micoses.
Descreva a psoríase pustulosa generalizada.
: A psoríase pustulosa generalizada, também conhecida como “Psoríase de Von Zumbusch”, é uma forma hiperaguda e grave da doença, apresentando eritema e pústulas disseminadas, com sintomas sistêmicos como febre, mal-estar e fraqueza, geralmente ocorrendo após suspensão abrupta de corticoide.
O que é a psoríase pustulosa palmoplantar?
: A psoríase pustulosa palmoplantar caracteriza-se por pústulas estéreis em região palmo e/ou plantar, associadas a máculas amarelo-acastanhadas, ocorrendo mais em mulheres e associada ao tabagismo.
Como se manifesta a acrodermatite contínua supurativa de Hallopeau?
A acrodermatite contínua supurativa de Hallopeau é uma manifestação rara da psoríase, apresentando-se por pústulas na porção distal de dedos, seguidas de descamação e formação de crostas, muitas vezes com destruição do aparato ungueal.
Descreva a psoríase eritrodérmica.
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A psoríase eritrodérmica é caracterizada por eritema difuso que prevalece sobre a descamação, sendo uma forma grave da doença com risco de hipotermia, distúrbios hidroeletrolíticos, bacteremia e septicemia, geralmente ocorrendo após suspensão abrupta de corticoide.
Quais características histopatológicas são observadas na psoríase?
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Na histopatologia da psoríase, observa-se paraqueratose, Microabscessos de Munro, agranulose, acantose regular, alongamento das cristas epiteliais, afinamento suprapapilar, vasos dilatados e, particularmente nos casos de psoríase pustulosa, pústulas espongiformes de Kogoj.
Qual é a base do diagnóstico da psoríase?
O diagnóstico da psoríase é clínico, baseado no tipo e distribuição das lesões. A biópsia é necessária apenas nas formas menos típicas.