HANSENÍASE Flashcards

1
Q

O que é a Hanseníase?

A

A Hanseníase é uma doença de notificação compulsória, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, e transmitida pelas vias aéreas superiores.

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2
Q

Como o Mycobacterium leprae, causador da Hanseníase, é classificado em termos de resistência?

A

É classificado como um Bacilo Álcool-Ácido Resistente (BAAR).

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3
Q

Qual é a ordem de perda de sensibilidade nas lesões de pele causadas pela Hanseníase?

A

1º térmica, 2º dolorosa e 3º tátil.

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4
Q

Quais são as possíveis consequências físicas da Hanseníase?

A

A Hanseníase pode causar incapacidades físicas e deformidades permanentes.

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5
Q

Qual é o tratamento para a Hanseníase e como ele varia?

A

O tratamento é a poliquimioterapia (PQT), com um esquema único que varia em duração entre 6 ou 12 meses, dependendo da forma clínica da doença.

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6
Q

A poliquimioterapia para Hanseníase é segura durante a gestação?

A

Sim, o tratamento é seguro na gestação.

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7
Q

Como são classificadas a infectividade e a patogenicidade da Hanseníase?

A

A Hanseníase tem alta infectividade e baixa patogenicidade.

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8
Q

O que influencia a apresentação clínica e a gravidade da Hanseníase?

A

A apresentação clínica e a gravidade são influenciadas principalmente pela resposta do hospedeiro ao bacilo, acreditando-se que há uma associação com predisposição genética e maior incidência em indivíduos da mesma família.

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9
Q

Qual é o agente etiológico da hanseníase e por quais partes do corpo ele tem tropismo?

A

O agente etiológico da hanseníase é o Mycobacterium leprae, que apresenta tropismo pela pele e nervos periféricos.

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10
Q

Por que o nome “lepra” foi mudado para hanseníase?

A

O nome foi mudado de “lepra” para hanseníase devido ao caráter estigmatizante do termo anterior.

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11
Q

Qual é a importância da hanseníase em saúde pública, especialmente no Brasil?

A

A hanseníase é considerada uma das principais causas de incapacidades físicas entre as doenças infecciosas, representando grande importância em saúde pública, sobretudo no Brasil.

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12
Q

Qual era a meta da OMS em relação à taxa de detecção de novos casos de hanseníase?

A

A meta da OMS era reduzir os novos casos para menos de 1 caso a cada 10.000 habitantes.

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13
Q

Quantos novos casos de hanseníase foram reportados no Brasil em 2018, e o que isso representa em termos de carga da doença?

A

Em 2018, foram notificados 28.660 novos casos no Brasil, classificando o país como de alta carga para a doença e sendo o segundo com o maior número de novos casos registrados no mundo.

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14
Q

Quais são os pilares do programa da OMS 2016-2020 para reduzir a carga da hanseníase?

A

Os pilares incluem a detecção precoce de casos, o tratamento imediato com poliquimioterapia (PQT), o desenvolvimento de pesquisas básicas e o enfrentamento do estigma, promovendo mobilização e sensibilização junto à comunidade.

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15
Q

Como a taxa de detecção de hanseníase no Brasil variou entre os sexos de 2014 a 2018?

A

De 2014 a 2018, a taxa de detecção foi maior entre os homens em relação às mulheres, com o sexo masculino representando a maior parte dos casos multibacilares e com grau médio de incapacidade física.

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16
Q

Por que é importante para um médico generalista conhecer bem os sinais e sintomas da hanseníase?

A

É importante porque muitos dos casos de hanseníase chegam inicialmente à Unidade Básica de Saúde (UBS) para investigação e diagnóstico, exigindo conhecimento aprofundado por parte do médico.

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17
Q

Qual é o agente etiológico da hanseníase e quais células ele prefere infectar?

A

: A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, ou Bacilo de Hansen, um parasita intracelular obrigatório com afinidade por macrófagos e Células de Schwann.

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18
Q

: Quais características definem o Mycobacterium leprae?

A

: O Mycobacterium leprae é álcool-ácido resistente, agrupado em “globias”, com tropismo pela pele e nervos periféricos, alta infectividade e baixa patogenicidade.

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19
Q

Quanto tempo os bacilos da hanseníase permanecem viáveis fora do organismo humano e sob quais condições?

A

Os bacilos permanecem viáveis fora do organismo humano por até 36 horas em temperatura ambiente e por até 7-9 dias em 36,7ºC com 77,6% de umidade média.

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20
Q

Além do ser humano, quais outros seres vivos podem ser reservatórios do Mycobacterium leprae?

A

Animais naturalmente infectados, como tatus e macacos, também podem ser reservatórios do bacilo.

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21
Q

Como a hanseníase é transmitida?

A

: A hanseníase é transmitida pelas vias respiratórias, pelo ar, por meio de contato próximo e prolongado com um doente com hanseníase que não está sendo tratado.

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22
Q

Qual porcentagem dos indivíduos expostos ao Mycobacterium leprae são naturalmente resistentes à infecção?

A

Entre 90-95% dos indivíduos expostos ao M. leprae são naturalmente resistentes à infecção.

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23
Q

Quais fatores influenciam a manifestação da hanseníase em indivíduos suscetíveis?

A

: Fatores como sexo, idade, susceptibilidade genética, condições socioeconômicas e geográficas podem influenciar a manifestação da doença.

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24
Q

Qual é o período de incubação da hanseníase para formas paucibacilares e multibacilares?

A

O período de incubação varia de 2 a 5 anos para formas paucibacilares e de 5 a 10 anos para formas multibacilares.

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25
Q

Quando um paciente com hanseníase deixa de ser considerado um transmissor da doença?

A

Um paciente com hanseníase deixa de ser considerado um transmissor da doença desde o primeiro dia da poliquimioterapia.

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26
Q

Quais são os dois polos opostos do espectro clínico-imunológico da hanseníase?

A

Os dois polos opostos são o “tuberculoide” com predomínio da imunidade mediada por células e o “virchowiano” com predomínio da imunidade humoral.

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27
Q

O que determina a classificação de um paciente de hanseníase como paucibacilar ou multibacilar segundo a OMS?

A

Paucibacilares têm até 5 lesões de pele com baciloscopia intradérmica negativa e no máximo 1 nervo acometido. Multibacilares têm 6 ou mais lesões de pele OU baciloscopia intradérmica positiva e/ou mais de 1 nervo acometido.

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28
Q

Qual é o significado de uma baciloscopia negativa e positiva no contexto da hanseníase?

A

Baciloscopia negativa indica baixa carga bacilar e uma resposta imune celular eficaz contra o bacilo. Baciloscopia positiva indica alta carga bacilar e uma resposta imune humoral ineficaz contra o bacilo.

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29
Q

O que é a Classificação de Madri para a hanseníase e quais as formas clínicas que ela abrange?

A

A Classificação de Madri (1953) é uma forma de classificar a hanseníase em indeterminada (PB), tuberculoide (PB), dimorfa (MB), e virchowiana (MB).

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30
Q

Como a classificação de Ridley e Jopling de 1962 difere da Classificação de Madri?

A

A classificação de Ridley e Jopling oferece maior detalhamento e diferenciação dentro do espectro de apresentação da hanseníase, dividindo o grupo dimorfo/borderline em três categorias: borderline-tuberculoide, borderline-borderline e borderline-virchowiano, com base em critérios clínicos, baciloscópicos e histopatológicos.

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31
Q

Qual forma de hanseníase não apresenta lesões visíveis na pele e pode ter lesões apenas nos nervos?

A

A hanseníase primariamente neural pode não apresentar lesões visíveis na pele, tendo lesões apenas nos nervos.

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32
Q

Como a imunidade do hospedeiro influencia o espectro clínico da hanseníase?

A

A imunidade mediada por células (resposta Th1) é eficaz contra o bacilo, resultando em uma forma tuberculoide, enquanto a imunidade humoral (resposta Th2) é ineficaz, levando à forma virchowiana da doença.

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33
Q

oq indica

A

Hanseníase indeterminad

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34
Q

oq indica

A

Hanseníase indeterminad

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35
Q

O que é uma mácula e qual é a sua relação com a hanseníase indeterminada?

A

Uma mácula é uma alteração apenas da cor da pele, sem relevo ou depressão. Na hanseníase indeterminada, a lesão de pele geralmente é uma mácula hipocrômica, ou seja, mais clara do que a pele ao redor.

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36
Q

Quais são as características da lesão cutânea na hanseníase indeterminada?

A

Na hanseníase indeterminada, a lesão cutânea é geralmente uma mancha hipocrômica única, de bordas mal delimitadas, sem sudorese local e sem pelo, e pode haver perda da sensibilidade térmica e/ou dolorosa.

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37
Q

Qual tipo de sensibilidade é usualmente preservada na hanseníase indeterminada?

A

Na hanseníase indeterminada, a sensibilidade tátil geralmente é preservada, mesmo quando há perda das sensibilidades térmica e/ou dolorosa.

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38
Q

Quais são os possíveis resultados da prova da histamina e da biópsia de pele na hanseníase indeterminada?

A

Na hanseníase indeterminada, a prova da histamina é incompleta na lesão, e a biópsia de pele frequentemente não confirma o diagnóstico.

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39
Q

Como a hanseníase indeterminada pode evoluir com base no número de lesões e nas alterações sensitivas?

A

Poucas lesões e alterações sensitivas acentuadas podem evoluir para cura espontânea ou forma tuberculoide, enquanto muitas lesões e alterações sensitivas discretas podem evoluir para forma dimorfa ou virchowiana.

40
Q

O que sugere um diagnóstico de hanseníase dimorfa macular, e quais sintomas são comuns nesses casos?

A

Manchas hipocrômicas grandes e dispersas, especialmente se estiverem em mais de um membro, podem indicar hanseníase dimorfa macular. É comum que o paciente se queixe de formigamentos nos pés e nas mãos e/ou cãibras, e o espessamento dos nervos pode ser observado na palpação.

41
Q

Quem geralmente é afetado pela hanseníase tuberculoide e qual é o mecanismo imunológico predominante nesta forma?

A

A hanseníase tuberculoide afeta crianças e adultos com efetiva resposta Th1.

42
Q

Como se caracteriza clinicamente a lesão de pele na hanseníase tuberculoide?

A

Caracteriza-se por uma placa de coloração eritematosa, eritemato-acastanhada ou hipopigmentada, totalmente anestésica, ou por uma placa com bordas elevadas e bem delimitadas.

43
Q

O que é o aspecto de “raquete de tênis” na hanseníase tuberculoide?

A

É o espessamento de nervos de um tronco em direção a uma lesão de pele com formato ovoide.

44
Q

Qual é o resultado esperado da baciloscopia e da biópsia de pele na hanseníase tuberculoide?

A

Na hanseníase tuberculoide, a baciloscopia é negativa e a biópsia de pele quase sempre não demonstra bacilos.

45
Q

Quais são as características clínicas da hanseníase dimorfa?

A

: A hanseníase dimorfa é caracterizada por várias manchas de pele avermelhadas ou esbranquiçadas, com bordas mal delimitadas e área central hipocrômica ou de pele normal.

46
Q

Como é o comprometimento dos nervos na hanseníase dimorfa?

A

Há comprometimento assimétrico de nervos periféricos, às vezes visíveis ao exame clínico.

47
Q

Qual é o resultado do Teste de Mitsuda na hanseníase tuberculoide e na hanseníase dimorfa?

A

Na hanseníase tuberculoide, o Teste de Mitsuda é geralmente positivo, enquanto na hanseníase dimorfa é negativo.

48
Q

Como a hanseníase dimorfa pode ser subclassificada?

A

A hanseníase dimorfa pode ser subclassificada em Dimorfa Tuberculoide (DT), Dimorfa Dimorfa (DD) e Dimorfa Virchowiana (DV), dependendo de suas similaridades com os polos tuberculoide, virchowiana ou se realmente se manifesta como “meio-termo”.

49
Q

oq indica

A

Hanseníase tuberculoide.

50
Q

oq indica

A

Hanseníase dimorfa ou borderline

51
Q

Qual tipo de resposta imune é predominante na hanseníase virchowiana?

A

Na hanseníase virchowiana, há predominância da resposta humoral Th2, que não é eficaz contra o bacilo.

52
Q

Descreva as características clínicas da pele em um paciente com hanseníase virchowiana.

A

A pele apresenta-se avermelhada, seca e infiltrada, com poros dilatados (aspecto de “casca de laranja”), poupando geralmente couro cabeludo, axilas e o meio da coluna lombar.

53
Q

Quais são os sinais avançados da hanseníase virchowiana na pele e anexos?

A

Os sinais incluem perda das sobrancelhas (madarose), face infiltrada (fácies leonina), nariz congestionado, pavilhão auricular espessado e pele e olhos secos.

54
Q

Qual é o padrão de comprometimento dos nervos periféricos na hanseníase virchowiana?

A

Os nervos periféricos e seus ramos superficiais estão simetricamente espessados, e há alterações de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil no território desses nervos.

55
Q

Como a hanseníase virchowiana pode afetar o sistema reprodutor masculino?

A

Em jovens, pode causar dor testicular devido a orquites. Em idosos do sexo masculino, pode causar azospermia, ginecomastia e impotência.

56
Q

Quais são os exames diagnósticos para hanseníase virchowiana e o que eles revelam?

A

O diagnóstico pode ser confirmado pela baciloscopia positiva dos lóbulos das orelhas e cotovelos. O Teste de Mitsuda geralmente será negativo.

57
Q

Quais complicações podem ser observadas em casos avançados de hanseníase virchowiana?

A

Complicações incluem artralgias, linfadenomegalias, cianose de mãos e pés, úlceras tróficas, hepatomegalia, esplenomegalia, insuficiência suprarrenal ou renal e atrofia testicular.

58
Q

Quais exames laboratoriais podem apresentar resultados positivos inespecíficos na hanseníase virchowiana?

A

Exames como VDRL, FAN, fator reumatoide, crioglobulinas, anticorpos anticardiolipinas e anticoagulante lúpico podem ser positivos inespecificamente.

59
Q

Por que a forma virchowiana da hanseníase é considerada a mais incapacitante?

A

Porque é responsável pelas maiores sequelas e incapacidades associadas à doença, devido ao seu estágio avançado e aos danos generalizados causados.

60
Q

Qual aspecto é característico da face em pacientes com hanseníase virchowiana?

A

Os pacientes podem apresentar fácies leonina, caracterizada por uma face infiltrada.

61
Q

: Quais são os sinais no nariz associados à hanseníase virchowiana?

A

: O nariz pode estar sem asa (destruição da cartilagem e osso nasal), um sinal de avanço da doença.

62
Q

Como a hanseníase virchowiana pode afetar os olhos?

A

: Pode causar lagoftalmo, que é a incapacidade de fechar completamente os olhos, além de anestesia corneana, catarata e ceratite.

63
Q

Quais são as consequências neurológicas da hanseníase virchowiana nas extremidades?

A

Podem ocorrer “mãos de garra”, com contratura flexural e encurtamento dos dedos, e “pé caído”, devido à fraqueza muscular e danos nervosos.

64
Q

Que alterações dermatológicas são indicativas da hanseníase virchowiana?

A

: Úlceras neurotróficas na superfície plantar (neuropatia sensorial) são comuns, além de possíveis áreas de pele seca e espessada, especialmente nas extremidades inferiores.

65
Q

Como os órgãos internos podem ser afetados pela hanseníase virchowiana?

A

Pode ocorrer insuficiência suprarrenal ou renal, aumento do fígado e baço, e atrofia dos testículos.

66
Q

Que tipo de alterações genitais podem ocorrer em pacientes masculinos com hanseníase virchowiana?

A

Ginecomastia devido ao desenvolvimento dos seios em homens, causado por orquite, e atrofia dos testículos levando à esterilidade.

67
Q

Quais complicações articulares e vasculares são comuns na hanseníase virchowiana?

A

Artralgias, artrites, cãibras, nódulos sobre as articulações e lesões ósseas de mãos e pés são comuns, bem como cianose de mãos e pés, mãos e pés edemaciados e úlceras indolores com bordas elevadas.

68
Q

Quais são as características das lesões de pele na hanseníase indeterminada?

A

Lesões hipocrômicas, não elevadas e mal delimitadas, associadas a hipoestesias, mais comumente térmica.

69
Q

Como se apresentam as lesões de pele na hanseníase tuberculoide?

A

: Apresentam um centro hipocrômico com bordas elevadas e bem delimitadas, e estão associadas a hipoanestesias e possivelmente a nervos espessados, às vezes em “raquete”.

70
Q

Descreva as lesões de pele características da hanseníase dimorfa.

A

As lesões podem ser avermelhadas ou hipocrômicas com bordas elevadas e mal delimitadas por fora. Associam-se a hipoanestesias, diminuição da função autonômica e nervos espessados.

71
Q

Qual é o aspecto clínico das lesões na hanseníase virchowiana?

A

As lesões são avermelhadas, mal delimitadas, com pele infiltrada e endurecida. Associam-se a madarose (perda de sobrancelhas) e hansenomas (nódulos).

72
Q

Quais são os três testes de sensibilidade utilizados no exame dermatoneurológico da hanseníase?

A

Teste da sensibilidade térmica (com tubo de água quente e fria ou algodão embebido em éter e algodão seco), teste da sensibilidade dolorosa (com agulha) e teste da sensibilidade tátil (com chumaço de algodão ou Monofilamentos de Semmes-Weinstein).

73
Q

Qual é a importância da baciloscopia no diagnóstico da hanseníase?

A

: A baciloscopia permite observar diretamente o Mycobacterium leprae em esfregaços de raspados intradérmicos, mas uma baciloscopia negativa não exclui o diagnóstico da hanseníase.

74
Q

Como a biópsia com exame histopatológico contribui para o diagnóstico das diferentes formas de hanseníase?

A

Cada forma de hanseníase tem características histopatológicas distintas: indeterminada mostra infiltrado inespecífico, tuberculoide exibe granulomas sem microrganismos, virchowiano tem granuloma macrofágico e células de Virchow, e a dimorfa apresenta uma combinação dos infiltrados.

75
Q

Qual é o propósito do Teste da Histamina e como ele é interpretado na hanseníase?

A

: O Teste da Histamina é utilizado para detectar perda de sensibilidade antes da hipoestesia térmica e uma reação incompleta (ausência de eritema reflexo secundário) pode indicar comprometimento das terminações nervosas.

76
Q

O que indica uma reação positiva no Teste de Mitsuda?

A

Uma reação positiva no Teste de Mitsuda indica algum grau de imunidade celular específica ao bacilo e tem valor prognóstico, podendo indicar o tipo de resposta clínica esperada (tuberculoide em testes positivos, dimorfo ou virchowiano em negativos).

77
Q

Por que o teste de sensibilidade é considerado essencial no diagnóstico da hanseníase?

A

: É essencial porque é o principal método para identificar alterações de sensibilidade, que é um dos sinais cardinais para o diagnóstico da hanseníase segundo o Ministério da Saúde.

78
Q

Qual é o tratamento padrão para a hanseníase e quais são os medicamentos utilizados?

A

O tratamento padrão é a poliquimioterapia (PQT) da OMS, que utiliza uma associação de medicamentos: rifampicina, dapsona e clofazimina.

79
Q

Qual é a duração do tratamento para a forma paucibacilar da hanseníase?

A

O tratamento para a forma paucibacilar da hanseníase tem duração de 6 meses.

80
Q

Por quanto tempo é feito o tratamento da forma multibacilar da hanseníase?

A

A forma multibacilar da hanseníase é tratada por 12 meses.

81
Q

Quais são as dosagens mensais e diárias dos medicamentos para ambas as formas de hanseníase?

A

Para ambas as formas, rifampicina 600 mg é administrada mensalmente sob supervisão, clofazimina 300 mg é administrada mensalmente sob supervisão e 50 mg diariamente de forma autoadministrada, e dapsona 100 mg mensalmente sob supervisão e autoadministrados diariamente.

82
Q

O que ocorre se um paciente com hanseníase tem que suspender a dapsona?

A

Se a dapsona precisa ser suspensa, ela pode ser substituída pela ofloxacina 400 mg ou pela minociclina 100 mg, ambas na dose supervisionada e diariamente.

83
Q

Qual é a importância de iniciar o tratamento da hanseníase imediatamente após o diagnóstico?

A

Iniciar o tratamento imediatamente é crucial para interromper a transmissão, curar a doença e prevenir incapacidades e deformidades.

84
Q

O que são reações hansênicas e quando elas podem ocorrer?

A

As reações hansênicas são episódios agudos de aumento da atividade da doença com piora clínica que podem ocorrer antes, durante ou após o tratamento com poliquimioterapia e são frequentemente desencadeadas por infecções, gestação, alterações hormonais ou fatores emocionais.

85
Q

Como as reações hansênicas afetam o tratamento com PQT?

A

A presença de episódios reacionais hansênicos não contraindica o início da PQT, não implica na interrupção do tratamento e não é indicação de reinício da PQT.

86
Q

: Quais são os sinais e sintomas da reação hansênica tipo I?

A

Suspeita-se de reação hansênica tipo 1 quando, sem mau estado geral do paciente, ocorre avermelhamento e inchaço das lesões de pele, dor nos nervos periféricos, piora dos sinais neurológicos, edema nas mãos e pés ou surgimento de novas lesões de pele até 5 anos após a alta medicamentosa.

87
Q

Como é tratada a reação hansênica tipo I?

A

O tratamento envolve corticoides, analgésicos ou anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) se necessário, imobilização do membro se houver neurite associada, e medicamentos como antidepressivos tricíclicos para dor neuropática. Não é necessário interromper a PQT.

88
Q

O que deve ser investigado se ocorrer um episódio reacional após 5 anos do término do tratamento?

A

: Após 5 anos do término do tratamento, se ocorrer um episódio reacional, deve-se pesquisar recidiva ou reinfecção e continuar a busca por focos ativos da doença dentro de casa.

89
Q

O que caracteriza a reação hansênica tipo II?

A

A reação hansênica tipo II é caracterizada por nódulos ou placas eritematosos dolorosos, febre, artralgia, mal-estar e, ocasionalmente, dor nos nervos periféricos e comprometimento dos olhos e sistemas como o fígado, baço, linfonodos, rins, testículos e suprarrenais.

90
Q

Quais são os sinais de alerta para suspeitar de uma reação hansênica tipo II?

A

Sinais como nódulos ou placas dolorosas que podem ulcerar, sintomas sistêmicos como febre e mal-estar, e comprometimento sistêmico severo são indicativos de uma reação hansênica tipo II.

91
Q

Como são tratados os casos leves de reação hansênica tipo II?

A

Casos leves podem ser tratados com analgésicos ou anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).

92
Q

: Que tratamento é indicado para casos moderados a graves de reação hansênica tipo II?

A

Casos moderados a graves devem ser tratados com talidomida e, se necessário, corticoides em caso de eritema nodoso necrotizante, sintomas sistêmicos ou neurite. AAS também pode ser prescrito como profilaxia de tromboembolismo.

93
Q

Qual é a alternativa de tratamento para mulheres em idade fértil com reação hansênica tipo II?

A

Para mulheres em idade fértil ou pacientes com contraindicação à talidomida, a alternativa é o uso de pentoxifilina, AINEs ou corticoides.

94
Q

A reação hansênica tipo II afeta o tratamento com PQT?

A

Não, não é necessário interromper o tratamento com PQT em caso de reação hansênica tipo II.

95
Q

Quando um paciente com reação hansênica tipo I ou II deve ser encaminhado para um serviço de dermatologia de referência?

A

Pacientes devem ser encaminhados se a reação for grave, se não responderem ao tratamento nas UBS dentro de 2 a 4 semanas, ou se houver complicação ou contraindicação que afete o tratamento.

96
Q

Qual é o objetivo da investigação de contatos na hanseníase?

A

O objetivo é descobrir novos casos entre aqueles que tiveram contato prolongado com um caso diagnosticado, seja no domicílio ou fora dele, e oferecer tratamento precoce.

97
Q

: Quais medidas profiláticas são recomendadas para contatos não doentes de casos de hanseníase?

A

Contatos não doentes e maiores de 1 ano devem receber a vacina BCG se não possuírem a cicatriz vacinal ou possuírem apenas uma; e em certos estados, também é recomendada a rifampicina como quimioprofilaxia.