HANSENÍASE Flashcards
O que é a Hanseníase?
A Hanseníase é uma doença de notificação compulsória, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, e transmitida pelas vias aéreas superiores.
Como o Mycobacterium leprae, causador da Hanseníase, é classificado em termos de resistência?
É classificado como um Bacilo Álcool-Ácido Resistente (BAAR).
Qual é a ordem de perda de sensibilidade nas lesões de pele causadas pela Hanseníase?
1º térmica, 2º dolorosa e 3º tátil.
Quais são as possíveis consequências físicas da Hanseníase?
A Hanseníase pode causar incapacidades físicas e deformidades permanentes.
Qual é o tratamento para a Hanseníase e como ele varia?
O tratamento é a poliquimioterapia (PQT), com um esquema único que varia em duração entre 6 ou 12 meses, dependendo da forma clínica da doença.
A poliquimioterapia para Hanseníase é segura durante a gestação?
Sim, o tratamento é seguro na gestação.
Como são classificadas a infectividade e a patogenicidade da Hanseníase?
A Hanseníase tem alta infectividade e baixa patogenicidade.
O que influencia a apresentação clínica e a gravidade da Hanseníase?
A apresentação clínica e a gravidade são influenciadas principalmente pela resposta do hospedeiro ao bacilo, acreditando-se que há uma associação com predisposição genética e maior incidência em indivíduos da mesma família.
Qual é o agente etiológico da hanseníase e por quais partes do corpo ele tem tropismo?
O agente etiológico da hanseníase é o Mycobacterium leprae, que apresenta tropismo pela pele e nervos periféricos.
Por que o nome “lepra” foi mudado para hanseníase?
O nome foi mudado de “lepra” para hanseníase devido ao caráter estigmatizante do termo anterior.
Qual é a importância da hanseníase em saúde pública, especialmente no Brasil?
A hanseníase é considerada uma das principais causas de incapacidades físicas entre as doenças infecciosas, representando grande importância em saúde pública, sobretudo no Brasil.
Qual era a meta da OMS em relação à taxa de detecção de novos casos de hanseníase?
A meta da OMS era reduzir os novos casos para menos de 1 caso a cada 10.000 habitantes.
Quantos novos casos de hanseníase foram reportados no Brasil em 2018, e o que isso representa em termos de carga da doença?
Em 2018, foram notificados 28.660 novos casos no Brasil, classificando o país como de alta carga para a doença e sendo o segundo com o maior número de novos casos registrados no mundo.
Quais são os pilares do programa da OMS 2016-2020 para reduzir a carga da hanseníase?
Os pilares incluem a detecção precoce de casos, o tratamento imediato com poliquimioterapia (PQT), o desenvolvimento de pesquisas básicas e o enfrentamento do estigma, promovendo mobilização e sensibilização junto à comunidade.
Como a taxa de detecção de hanseníase no Brasil variou entre os sexos de 2014 a 2018?
De 2014 a 2018, a taxa de detecção foi maior entre os homens em relação às mulheres, com o sexo masculino representando a maior parte dos casos multibacilares e com grau médio de incapacidade física.
Por que é importante para um médico generalista conhecer bem os sinais e sintomas da hanseníase?
É importante porque muitos dos casos de hanseníase chegam inicialmente à Unidade Básica de Saúde (UBS) para investigação e diagnóstico, exigindo conhecimento aprofundado por parte do médico.
Qual é o agente etiológico da hanseníase e quais células ele prefere infectar?
: A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, ou Bacilo de Hansen, um parasita intracelular obrigatório com afinidade por macrófagos e Células de Schwann.
: Quais características definem o Mycobacterium leprae?
: O Mycobacterium leprae é álcool-ácido resistente, agrupado em “globias”, com tropismo pela pele e nervos periféricos, alta infectividade e baixa patogenicidade.
Quanto tempo os bacilos da hanseníase permanecem viáveis fora do organismo humano e sob quais condições?
Os bacilos permanecem viáveis fora do organismo humano por até 36 horas em temperatura ambiente e por até 7-9 dias em 36,7ºC com 77,6% de umidade média.
Além do ser humano, quais outros seres vivos podem ser reservatórios do Mycobacterium leprae?
Animais naturalmente infectados, como tatus e macacos, também podem ser reservatórios do bacilo.
Como a hanseníase é transmitida?
: A hanseníase é transmitida pelas vias respiratórias, pelo ar, por meio de contato próximo e prolongado com um doente com hanseníase que não está sendo tratado.
Qual porcentagem dos indivíduos expostos ao Mycobacterium leprae são naturalmente resistentes à infecção?
Entre 90-95% dos indivíduos expostos ao M. leprae são naturalmente resistentes à infecção.
Quais fatores influenciam a manifestação da hanseníase em indivíduos suscetíveis?
: Fatores como sexo, idade, susceptibilidade genética, condições socioeconômicas e geográficas podem influenciar a manifestação da doença.
Qual é o período de incubação da hanseníase para formas paucibacilares e multibacilares?
O período de incubação varia de 2 a 5 anos para formas paucibacilares e de 5 a 10 anos para formas multibacilares.
Quando um paciente com hanseníase deixa de ser considerado um transmissor da doença?
Um paciente com hanseníase deixa de ser considerado um transmissor da doença desde o primeiro dia da poliquimioterapia.
Quais são os dois polos opostos do espectro clínico-imunológico da hanseníase?
Os dois polos opostos são o “tuberculoide” com predomínio da imunidade mediada por células e o “virchowiano” com predomínio da imunidade humoral.
O que determina a classificação de um paciente de hanseníase como paucibacilar ou multibacilar segundo a OMS?
Paucibacilares têm até 5 lesões de pele com baciloscopia intradérmica negativa e no máximo 1 nervo acometido. Multibacilares têm 6 ou mais lesões de pele OU baciloscopia intradérmica positiva e/ou mais de 1 nervo acometido.
Qual é o significado de uma baciloscopia negativa e positiva no contexto da hanseníase?
Baciloscopia negativa indica baixa carga bacilar e uma resposta imune celular eficaz contra o bacilo. Baciloscopia positiva indica alta carga bacilar e uma resposta imune humoral ineficaz contra o bacilo.
O que é a Classificação de Madri para a hanseníase e quais as formas clínicas que ela abrange?
A Classificação de Madri (1953) é uma forma de classificar a hanseníase em indeterminada (PB), tuberculoide (PB), dimorfa (MB), e virchowiana (MB).
Como a classificação de Ridley e Jopling de 1962 difere da Classificação de Madri?
A classificação de Ridley e Jopling oferece maior detalhamento e diferenciação dentro do espectro de apresentação da hanseníase, dividindo o grupo dimorfo/borderline em três categorias: borderline-tuberculoide, borderline-borderline e borderline-virchowiano, com base em critérios clínicos, baciloscópicos e histopatológicos.
Qual forma de hanseníase não apresenta lesões visíveis na pele e pode ter lesões apenas nos nervos?
A hanseníase primariamente neural pode não apresentar lesões visíveis na pele, tendo lesões apenas nos nervos.
Como a imunidade do hospedeiro influencia o espectro clínico da hanseníase?
A imunidade mediada por células (resposta Th1) é eficaz contra o bacilo, resultando em uma forma tuberculoide, enquanto a imunidade humoral (resposta Th2) é ineficaz, levando à forma virchowiana da doença.
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Hanseníase indeterminad
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Hanseníase indeterminad
O que é uma mácula e qual é a sua relação com a hanseníase indeterminada?
Uma mácula é uma alteração apenas da cor da pele, sem relevo ou depressão. Na hanseníase indeterminada, a lesão de pele geralmente é uma mácula hipocrômica, ou seja, mais clara do que a pele ao redor.
Quais são as características da lesão cutânea na hanseníase indeterminada?
Na hanseníase indeterminada, a lesão cutânea é geralmente uma mancha hipocrômica única, de bordas mal delimitadas, sem sudorese local e sem pelo, e pode haver perda da sensibilidade térmica e/ou dolorosa.
Qual tipo de sensibilidade é usualmente preservada na hanseníase indeterminada?
Na hanseníase indeterminada, a sensibilidade tátil geralmente é preservada, mesmo quando há perda das sensibilidades térmica e/ou dolorosa.
Quais são os possíveis resultados da prova da histamina e da biópsia de pele na hanseníase indeterminada?
Na hanseníase indeterminada, a prova da histamina é incompleta na lesão, e a biópsia de pele frequentemente não confirma o diagnóstico.
Como a hanseníase indeterminada pode evoluir com base no número de lesões e nas alterações sensitivas?
Poucas lesões e alterações sensitivas acentuadas podem evoluir para cura espontânea ou forma tuberculoide, enquanto muitas lesões e alterações sensitivas discretas podem evoluir para forma dimorfa ou virchowiana.
O que sugere um diagnóstico de hanseníase dimorfa macular, e quais sintomas são comuns nesses casos?
Manchas hipocrômicas grandes e dispersas, especialmente se estiverem em mais de um membro, podem indicar hanseníase dimorfa macular. É comum que o paciente se queixe de formigamentos nos pés e nas mãos e/ou cãibras, e o espessamento dos nervos pode ser observado na palpação.
Quem geralmente é afetado pela hanseníase tuberculoide e qual é o mecanismo imunológico predominante nesta forma?
A hanseníase tuberculoide afeta crianças e adultos com efetiva resposta Th1.
Como se caracteriza clinicamente a lesão de pele na hanseníase tuberculoide?
Caracteriza-se por uma placa de coloração eritematosa, eritemato-acastanhada ou hipopigmentada, totalmente anestésica, ou por uma placa com bordas elevadas e bem delimitadas.
O que é o aspecto de “raquete de tênis” na hanseníase tuberculoide?
É o espessamento de nervos de um tronco em direção a uma lesão de pele com formato ovoide.
Qual é o resultado esperado da baciloscopia e da biópsia de pele na hanseníase tuberculoide?
Na hanseníase tuberculoide, a baciloscopia é negativa e a biópsia de pele quase sempre não demonstra bacilos.
Quais são as características clínicas da hanseníase dimorfa?
: A hanseníase dimorfa é caracterizada por várias manchas de pele avermelhadas ou esbranquiçadas, com bordas mal delimitadas e área central hipocrômica ou de pele normal.
Como é o comprometimento dos nervos na hanseníase dimorfa?
Há comprometimento assimétrico de nervos periféricos, às vezes visíveis ao exame clínico.
Qual é o resultado do Teste de Mitsuda na hanseníase tuberculoide e na hanseníase dimorfa?
Na hanseníase tuberculoide, o Teste de Mitsuda é geralmente positivo, enquanto na hanseníase dimorfa é negativo.
Como a hanseníase dimorfa pode ser subclassificada?
A hanseníase dimorfa pode ser subclassificada em Dimorfa Tuberculoide (DT), Dimorfa Dimorfa (DD) e Dimorfa Virchowiana (DV), dependendo de suas similaridades com os polos tuberculoide, virchowiana ou se realmente se manifesta como “meio-termo”.
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Hanseníase tuberculoide.
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Hanseníase dimorfa ou borderline
Qual tipo de resposta imune é predominante na hanseníase virchowiana?
Na hanseníase virchowiana, há predominância da resposta humoral Th2, que não é eficaz contra o bacilo.
Descreva as características clínicas da pele em um paciente com hanseníase virchowiana.
A pele apresenta-se avermelhada, seca e infiltrada, com poros dilatados (aspecto de “casca de laranja”), poupando geralmente couro cabeludo, axilas e o meio da coluna lombar.
Quais são os sinais avançados da hanseníase virchowiana na pele e anexos?
Os sinais incluem perda das sobrancelhas (madarose), face infiltrada (fácies leonina), nariz congestionado, pavilhão auricular espessado e pele e olhos secos.
Qual é o padrão de comprometimento dos nervos periféricos na hanseníase virchowiana?
Os nervos periféricos e seus ramos superficiais estão simetricamente espessados, e há alterações de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil no território desses nervos.
Como a hanseníase virchowiana pode afetar o sistema reprodutor masculino?
Em jovens, pode causar dor testicular devido a orquites. Em idosos do sexo masculino, pode causar azospermia, ginecomastia e impotência.
Quais são os exames diagnósticos para hanseníase virchowiana e o que eles revelam?
O diagnóstico pode ser confirmado pela baciloscopia positiva dos lóbulos das orelhas e cotovelos. O Teste de Mitsuda geralmente será negativo.
Quais complicações podem ser observadas em casos avançados de hanseníase virchowiana?
Complicações incluem artralgias, linfadenomegalias, cianose de mãos e pés, úlceras tróficas, hepatomegalia, esplenomegalia, insuficiência suprarrenal ou renal e atrofia testicular.
Quais exames laboratoriais podem apresentar resultados positivos inespecíficos na hanseníase virchowiana?
Exames como VDRL, FAN, fator reumatoide, crioglobulinas, anticorpos anticardiolipinas e anticoagulante lúpico podem ser positivos inespecificamente.
Por que a forma virchowiana da hanseníase é considerada a mais incapacitante?
Porque é responsável pelas maiores sequelas e incapacidades associadas à doença, devido ao seu estágio avançado e aos danos generalizados causados.
Qual aspecto é característico da face em pacientes com hanseníase virchowiana?
Os pacientes podem apresentar fácies leonina, caracterizada por uma face infiltrada.
: Quais são os sinais no nariz associados à hanseníase virchowiana?
: O nariz pode estar sem asa (destruição da cartilagem e osso nasal), um sinal de avanço da doença.
Como a hanseníase virchowiana pode afetar os olhos?
: Pode causar lagoftalmo, que é a incapacidade de fechar completamente os olhos, além de anestesia corneana, catarata e ceratite.
Quais são as consequências neurológicas da hanseníase virchowiana nas extremidades?
Podem ocorrer “mãos de garra”, com contratura flexural e encurtamento dos dedos, e “pé caído”, devido à fraqueza muscular e danos nervosos.
Que alterações dermatológicas são indicativas da hanseníase virchowiana?
: Úlceras neurotróficas na superfície plantar (neuropatia sensorial) são comuns, além de possíveis áreas de pele seca e espessada, especialmente nas extremidades inferiores.
Como os órgãos internos podem ser afetados pela hanseníase virchowiana?
Pode ocorrer insuficiência suprarrenal ou renal, aumento do fígado e baço, e atrofia dos testículos.
Que tipo de alterações genitais podem ocorrer em pacientes masculinos com hanseníase virchowiana?
Ginecomastia devido ao desenvolvimento dos seios em homens, causado por orquite, e atrofia dos testículos levando à esterilidade.
Quais complicações articulares e vasculares são comuns na hanseníase virchowiana?
Artralgias, artrites, cãibras, nódulos sobre as articulações e lesões ósseas de mãos e pés são comuns, bem como cianose de mãos e pés, mãos e pés edemaciados e úlceras indolores com bordas elevadas.
Quais são as características das lesões de pele na hanseníase indeterminada?
Lesões hipocrômicas, não elevadas e mal delimitadas, associadas a hipoestesias, mais comumente térmica.
Como se apresentam as lesões de pele na hanseníase tuberculoide?
: Apresentam um centro hipocrômico com bordas elevadas e bem delimitadas, e estão associadas a hipoanestesias e possivelmente a nervos espessados, às vezes em “raquete”.
Descreva as lesões de pele características da hanseníase dimorfa.
As lesões podem ser avermelhadas ou hipocrômicas com bordas elevadas e mal delimitadas por fora. Associam-se a hipoanestesias, diminuição da função autonômica e nervos espessados.
Qual é o aspecto clínico das lesões na hanseníase virchowiana?
As lesões são avermelhadas, mal delimitadas, com pele infiltrada e endurecida. Associam-se a madarose (perda de sobrancelhas) e hansenomas (nódulos).
Quais são os três testes de sensibilidade utilizados no exame dermatoneurológico da hanseníase?
Teste da sensibilidade térmica (com tubo de água quente e fria ou algodão embebido em éter e algodão seco), teste da sensibilidade dolorosa (com agulha) e teste da sensibilidade tátil (com chumaço de algodão ou Monofilamentos de Semmes-Weinstein).
Qual é a importância da baciloscopia no diagnóstico da hanseníase?
: A baciloscopia permite observar diretamente o Mycobacterium leprae em esfregaços de raspados intradérmicos, mas uma baciloscopia negativa não exclui o diagnóstico da hanseníase.
Como a biópsia com exame histopatológico contribui para o diagnóstico das diferentes formas de hanseníase?
Cada forma de hanseníase tem características histopatológicas distintas: indeterminada mostra infiltrado inespecífico, tuberculoide exibe granulomas sem microrganismos, virchowiano tem granuloma macrofágico e células de Virchow, e a dimorfa apresenta uma combinação dos infiltrados.
Qual é o propósito do Teste da Histamina e como ele é interpretado na hanseníase?
: O Teste da Histamina é utilizado para detectar perda de sensibilidade antes da hipoestesia térmica e uma reação incompleta (ausência de eritema reflexo secundário) pode indicar comprometimento das terminações nervosas.
O que indica uma reação positiva no Teste de Mitsuda?
Uma reação positiva no Teste de Mitsuda indica algum grau de imunidade celular específica ao bacilo e tem valor prognóstico, podendo indicar o tipo de resposta clínica esperada (tuberculoide em testes positivos, dimorfo ou virchowiano em negativos).
Por que o teste de sensibilidade é considerado essencial no diagnóstico da hanseníase?
: É essencial porque é o principal método para identificar alterações de sensibilidade, que é um dos sinais cardinais para o diagnóstico da hanseníase segundo o Ministério da Saúde.
Qual é o tratamento padrão para a hanseníase e quais são os medicamentos utilizados?
O tratamento padrão é a poliquimioterapia (PQT) da OMS, que utiliza uma associação de medicamentos: rifampicina, dapsona e clofazimina.
Qual é a duração do tratamento para a forma paucibacilar da hanseníase?
O tratamento para a forma paucibacilar da hanseníase tem duração de 6 meses.
Por quanto tempo é feito o tratamento da forma multibacilar da hanseníase?
A forma multibacilar da hanseníase é tratada por 12 meses.
Quais são as dosagens mensais e diárias dos medicamentos para ambas as formas de hanseníase?
Para ambas as formas, rifampicina 600 mg é administrada mensalmente sob supervisão, clofazimina 300 mg é administrada mensalmente sob supervisão e 50 mg diariamente de forma autoadministrada, e dapsona 100 mg mensalmente sob supervisão e autoadministrados diariamente.
O que ocorre se um paciente com hanseníase tem que suspender a dapsona?
Se a dapsona precisa ser suspensa, ela pode ser substituída pela ofloxacina 400 mg ou pela minociclina 100 mg, ambas na dose supervisionada e diariamente.
Qual é a importância de iniciar o tratamento da hanseníase imediatamente após o diagnóstico?
Iniciar o tratamento imediatamente é crucial para interromper a transmissão, curar a doença e prevenir incapacidades e deformidades.
O que são reações hansênicas e quando elas podem ocorrer?
As reações hansênicas são episódios agudos de aumento da atividade da doença com piora clínica que podem ocorrer antes, durante ou após o tratamento com poliquimioterapia e são frequentemente desencadeadas por infecções, gestação, alterações hormonais ou fatores emocionais.
Como as reações hansênicas afetam o tratamento com PQT?
A presença de episódios reacionais hansênicos não contraindica o início da PQT, não implica na interrupção do tratamento e não é indicação de reinício da PQT.
: Quais são os sinais e sintomas da reação hansênica tipo I?
Suspeita-se de reação hansênica tipo 1 quando, sem mau estado geral do paciente, ocorre avermelhamento e inchaço das lesões de pele, dor nos nervos periféricos, piora dos sinais neurológicos, edema nas mãos e pés ou surgimento de novas lesões de pele até 5 anos após a alta medicamentosa.
Como é tratada a reação hansênica tipo I?
O tratamento envolve corticoides, analgésicos ou anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) se necessário, imobilização do membro se houver neurite associada, e medicamentos como antidepressivos tricíclicos para dor neuropática. Não é necessário interromper a PQT.
O que deve ser investigado se ocorrer um episódio reacional após 5 anos do término do tratamento?
: Após 5 anos do término do tratamento, se ocorrer um episódio reacional, deve-se pesquisar recidiva ou reinfecção e continuar a busca por focos ativos da doença dentro de casa.
O que caracteriza a reação hansênica tipo II?
A reação hansênica tipo II é caracterizada por nódulos ou placas eritematosos dolorosos, febre, artralgia, mal-estar e, ocasionalmente, dor nos nervos periféricos e comprometimento dos olhos e sistemas como o fígado, baço, linfonodos, rins, testículos e suprarrenais.
Quais são os sinais de alerta para suspeitar de uma reação hansênica tipo II?
Sinais como nódulos ou placas dolorosas que podem ulcerar, sintomas sistêmicos como febre e mal-estar, e comprometimento sistêmico severo são indicativos de uma reação hansênica tipo II.
Como são tratados os casos leves de reação hansênica tipo II?
Casos leves podem ser tratados com analgésicos ou anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).
: Que tratamento é indicado para casos moderados a graves de reação hansênica tipo II?
Casos moderados a graves devem ser tratados com talidomida e, se necessário, corticoides em caso de eritema nodoso necrotizante, sintomas sistêmicos ou neurite. AAS também pode ser prescrito como profilaxia de tromboembolismo.
Qual é a alternativa de tratamento para mulheres em idade fértil com reação hansênica tipo II?
Para mulheres em idade fértil ou pacientes com contraindicação à talidomida, a alternativa é o uso de pentoxifilina, AINEs ou corticoides.
A reação hansênica tipo II afeta o tratamento com PQT?
Não, não é necessário interromper o tratamento com PQT em caso de reação hansênica tipo II.
Quando um paciente com reação hansênica tipo I ou II deve ser encaminhado para um serviço de dermatologia de referência?
Pacientes devem ser encaminhados se a reação for grave, se não responderem ao tratamento nas UBS dentro de 2 a 4 semanas, ou se houver complicação ou contraindicação que afete o tratamento.
Qual é o objetivo da investigação de contatos na hanseníase?
O objetivo é descobrir novos casos entre aqueles que tiveram contato prolongado com um caso diagnosticado, seja no domicílio ou fora dele, e oferecer tratamento precoce.
: Quais medidas profiláticas são recomendadas para contatos não doentes de casos de hanseníase?
Contatos não doentes e maiores de 1 ano devem receber a vacina BCG se não possuírem a cicatriz vacinal ou possuírem apenas uma; e em certos estados, também é recomendada a rifampicina como quimioprofilaxia.