DISCROMIAS Flashcards

1
Q

O que é melanina e qual sua importância para a cor da pele?

A

A melanina é o pigmento responsável pela determinação da cor da pele. Sua importância reside não apenas em conferir pigmentação, mas também em oferecer proteção ao DNA do melanócito contra danos, o que por sua vez contribui para a proteção contra câncer de pele.

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2
Q

Explique o papel do melanossomo e sua localização dentro do organismo.
quais são as manchas características pela sua instalação no local errado (3)

A

O melanossomo é uma organela localizada dentro do melanócito, na camada basal da pele. Sua principal função é armazenar melanina e realizar sua distribuição. Quando melanossomos ou melanócitos se localizam atipicamente na derme, podem resultar em manchas de coloração azulada, como a mancha mongólica no recém-nascido (RN), nevo de Ota e nevo de Ito.

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3
Q

Quais são os dois tipos de melanina e existe diferença na função ou na proteção que cada tipo oferece?

A

Existem dois tipos de melanina: feomelanina e eumelanina. Geralmente a eumelanina é associada à pigmentação mais escura e maior proteção contra os efeitos da radiação UV, enquanto a feomelanina é associada a uma pigmentação mais clara e oferece menos proteção UV.

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4
Q

Como a pigmentação normal da pele é mantida, e que processos podem interferir nessa pigmentação (5) ?

A

A pigmentação normal da pele é mantida pela transferência ordenada dos melanossomos dos melanócitos para os queratinócitos. Processos que podem interferir nessa pigmentação incluem exposição a compostos exógenos, como radiação solar, uso de medicamentos, infecções por fungos, exposição ocupacional a materiais que causam manchas, tatuagens, entre outros.

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5
Q

Quais são alguns exemplos de fatores exógenos e endógenos que podem causar discromias, e como eles afetam a pele?
5,2

A

Fatores exógenos incluem radiação solar, medicamentos, fungos, exposição a materiais no ambiente de trabalho que podem causar manchas, e tatuagens. Esses fatores podem levar a uma distribuição anormal da melanina ou à sua produção exacerbada ou insuficiente, resultando em discromias. Fatores endógenos, embora não detalhados no texto, podem envolver alterações genéticas ou doenças que afetam a produção e distribuição de melanina.

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6
Q

Descreva o processo de melanogênese e identifique os principais componentes envolvidos.

A

Estímulo para a Produção de Melanina: A produção de melanina é estimulada por vários fatores, incluindo exposição à radiação UV, fatores hormonais (como o hormônio estimulante dos melanócitos, MSH), e por lesões ou inflamações na pele.

Síntese de Tirosina: Dentro dos melanócitos, o aminoácido tirosina serve como precursor para a produção de melanina. A tirosina é transportada para os melanossomos, que são organelas especializadas na produção e armazenamento de melanina.

Oxidação da Tirosina: A enzima tirosinase catalisa a oxidação da tirosina a DOPA (dihidroxifenilalanina) e, em seguida, a dopaquinona. Essas reações são cruciais para o início da cadeia de eventos que leva à formação de melanina.

Formação de Melanina: A dopaquinona pode seguir duas vias: uma que leva à formação de eumelanina (pigmento marrom ou preto) ou outra que resulta na formação de feomelanina (pigmento amarelo ou vermelho). A proporção e o tipo de melanina produzida dependem da genética do indivíduo e de fatores regulatórios locais.

Transferência de Melanina: Uma vez sintetizada, a melanina é armazenada dentro dos melanossomos. Esses melanossomos são então transferidos dos melanócitos para os queratinócitos circundantes, que são as principais células encontradas na epiderme. A distribuição da melanina entre os queratinócitos é o que dá à pele sua coloração uniforme.

Regulação da Melanogênese: A atividade da tirosinase e a eficiência da melanogênese podem ser influenciadas por vários fatores, incluindo hormônios, citocinas, e mediadores químicos. Isso permite que o corpo ajuste a produção de melanina de acordo com as necessidades, como aumentar a pigmentação em resposta à exposição solar prolongada.

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7
Q

Como o albinismo está relacionado à tirosinase e qual o padrão de herança genética dessa condição?

A

O albinismo, em algumas de suas formas, é causado por um defeito na enzima tirosinase, que é fundamental no processo de melanogênese. Sem a atividade eficiente da tirosinase, a produção de melanina é prejudicada, levando ao albinismo. Essa condição é uma herança genética autossômica recessiva, o que significa que ambos os pais devem passar uma cópia do gene mutado para o filho para que este apresente a condição.

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8
Q

Explique a importância da tirosina na produção de melanina e o impacto de sua deficiência no corpo humano.

A

A tirosina é um aminoácido essencial no processo de produção da melanina, atuando como substrato para a enzima tirosinase. A deficiência na produção ou na atividade da tirosina pode resultar em uma produção insuficiente de melanina, afetando a pigmentação da pele, cabelos e olhos, e pode levar a condições como o albinismo.

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9
Q

O que é discromia e quais são os principais tipos?

A

Discromia refere-se a qualquer alteração na pigmentação da pele, podendo ser hereditária, como o albinismo, ou adquirida, como o vitiligo.

Os principais tipos de discromia são a leucodermia, que indica uma redução na quantidade de melanina, podendo ser acrômica (ausência total de melanina) ou hipocrômica (redução na quantidade de melanina, mas não completamente ausente); e a hipercromia, caracterizada por uma produção excessiva de melanina ou aumento de outros pigmentos.

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10
Q

Explique a diferença entre leucodermia acrômica e hipocrômica.

A

A leucodermia acrômica refere-se à ausência total de melanina na pele, resultando em manchas totalmente brancas, enquanto a leucodermia hipocrômica indica uma redução na quantidade de melanina, produzindo manchas que são mais claras que o tom normal da pele, mas não completamente brancas.

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11
Q

O que significa ser melanodérmico?

A

Ser melanodérmico significa ter uma pele escura, caracterizada por uma alta produção de melanina. A melanodermia indica uma condição de hipercromia, onde há uma maior quantidade de melanina presente na pele.

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12
Q

Quais são os exemplos de pigmentos endógenos e exógenos que podem causar manchas hipercrômicas?
2
2

A

Pigmentos endógenos, como a bilirrubina e a alcaptona, podem causar manchas hipercrômicas. O aumento da bilirrubina resulta na icterícia, enquanto a alcaptonúria é caracterizada pelo aumento da alcaptona. Entre os pigmentos exógenos, medicamentos como a clofazimina (usada no tratamento da hanseníase) e a amiodarona podem alterar a cor da pele, causando manchas hipercrômicas ou uma coloração acinzentada.

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13
Q

Como o vitiligo e o albinismo exemplificam os tipos de discromia e suas causas?

A

O vitiligo é um exemplo de discromia adquirida, caracterizado pela perda de melanócitos em certas áreas da pele, resultando em manchas brancas ou leucodérmicas acrômicas. O albinismo, por outro lado, é um exemplo de discromia hereditária causada por uma deficiência genética que afeta a produção de melanina, resultando em uma redução ou ausência total de pigmento em toda a pele, cabelos e olhos.

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14
Q

Quais são as implicações clínicas e sociais das discromias como o vitiligo e o albinismo?

A

As discromias, como o vitiligo e o albinismo, têm implicações clínicas importantes, incluindo uma maior sensibilidade ao sol e um risco aumentado de queimaduras solares ou câncer de pele. Socialmente, indivíduos com essas condições podem enfrentar estigmatização, discriminação e desafios psicológicos, ressaltando a necessidade de apoio, conscientização e inclusão social.

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15
Q

O que caracteriza o albinismo como uma condição genética e qual é o padrão de herança?

A

O albinismo é caracterizado por uma condição genética autossômica recessiva, o que significa que ambos os pais devem passar a mutação genética para que a criança apresente a condição. O fenótipo, ou características observáveis, pode variar significativamente entre os indivíduos afetados.

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16
Q

Quais são as principais formas de acometimento no albinismo e que alterações oculares são comumente observadas?
4

A

No albinismo, o acometimento pode ser apenas ocular ou cutâneo-ocular. Alterações oculares comuns incluem nistagmo, fotofobia, uveíte e diminuição da acuidade visual, indicando a importância da melanina para o desenvolvimento normal do sistema óptico.

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17
Q

Como a alteração genética afeta a síntese da melanina no albinismo?

A

A alteração genética no albinismo mais frequentemente resulta em um defeito na enzima tirosinase, essencial para a transformação da tirosina em melanina. Embora os melanócitos estejam presentes em número e estrutura normais, o defeito reside na incapacidade de sintetizar melanina efetivamente.

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18
Q

Descreva as características físicas e oculares do albinismo oculocutâneo.
7

A

O albinismo oculocutâneo é caracterizado por pele branca, cabelos branco-amarelados, íris translúcida e rósea, nistagmo, diminuição da acuidade visual, fotofobia e fundo de olho hipopigmentado. Essas características refletem a ausência ou deficiência significativa de melanina na pele e nos olhos.

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19
Q

Por que é importante o acompanhamento semestral oftalmológico e dermatológico para indivíduos com albinismo?

A

O acompanhamento semestral oftalmológico e dermatológico é essencial para indivíduos com albinismo devido às várias complicações visuais e de pele associadas à condição. O monitoramento regular permite o manejo de problemas como fotofobia, diminuição da acuidade visual e proteção contra danos causados pela exposição ao sol, minimizando o risco de queimaduras solares e câncer de pele.

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20
Q

Por que indivíduos com albinismo têm fotossensibilidade intensa e uma propensão ao desenvolvimento de tumores cutâneos?

A

Indivíduos com albinismo têm uma diminuição ou ausência de pigmento melânico na pele, o que resulta em uma fotossensibilidade intensa e aumenta significativamente o risco de danos cutâneos induzidos pela exposição aos raios UV, incluindo a propensão ao desenvolvimento de tumores cutâneos, como o carcinoma basocelular (CBC), o tipo de câncer de pele mais comum entre esses indivíduos.

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21
Q

Como a prevalência do albinismo oculocutâneo tipo 2 difere de outros tipos e qual é a sua característica distintiva?

A

O albinismo oculocutâneo tipo 2 é o mais prevalente e é conhecido como albinismo tirosinase-positivo. Sua característica distintiva é um defeito no transporte da tirosina, diferenciando-o de outros tipos de albinismo oculocutâneo que também são autossômicos recessivos mas podem ter diferentes mecanismos genéticos subjacentes.

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22
Q

Quais são as recomendações importantes para pacientes com albinismo para mitigar os riscos associados à condição?

A

Pacientes com albinismo devem adotar medidas de proteção química e física contra exposição solar, incluindo o uso de filtro solar com FPS acima de 50, chapéus, e óculos escuros. É também recomendado o acompanhamento crônico com dermatologista para detecção precoce de lesões suspeitas de malignidade e com oftalmologista para o manejo de complicações visuais.

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23
Q

Qual é a base para o diagnóstico do albinismo e quais são os desafios associados?

A

O diagnóstico do albinismo é principalmente clínico, baseado nas características físicas e oculares evidentes. Desafios associados podem incluir a identificação precisa de tipos específicos de albinismo e o manejo das complicações relacionadas à condição, que requer uma abordagem multidisciplinar.

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24
Q

Qual é o padrão de herança do piebaldismo e como isso afeta a probabilidade de transmissão para a descendência?

A

O piebaldismo é uma condição genética de herança autossômica dominante. Isso significa que apenas um dos pais precisa passar o gene mutado para o filho para que a condição se manifeste. Essa característica aumenta a probabilidade de transmissão da condição para a descendência em comparação com doenças de herança recessiva.

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25
Q

Descreva as características clínicas mais distintivas do piebaldismo.

A

As características clínicas mais distintas do piebaldismo incluem a presença de uma mecha branca triangular no couro cabeludo (poliose), que pode se estender até a região da fronte e a raiz do nariz, formando uma área triangular de despigmentação. A parte medial das sobrancelhas e cílios também pode ser acrômica, indicando a ausência de pigmentação nessas áreas.

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26
Q

Como a ausência ou alteração de melanócitos afeta a pigmentação na área afetada pelo piebaldismo?

A

No piebaldismo, a ausência ou alteração de melanócitos na área afetada leva à despigmentação da pele e dos cabelos, pois os melanócitos são responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que confere cor à pele, cabelos e olhos. Sem melanócitos funcionais nessas áreas, ocorre a característica despigmentação do piebaldismo.

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27
Q

Como o piebaldismo pode ser diferenciado do vitiligo?

A

O piebaldismo pode ser diferenciado do vitiligo pela presença de máculas melanóticas disseminadas, ocasionalmente simétricas, e pela presença de ilhotas de pigmentação dentro das áreas amelanóticas. Essas características ajudam no diagnóstico diferencial, uma vez que o vitiligo geralmente envolve a perda progressiva de melanócitos sem a presença dessas ilhotas de pigmentação.

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28
Q

Quais são as implicações sociais e psicológicas do piebaldismo para os indivíduos afetados?

A

As implicações sociais e psicológicas do piebaldismo para os indivíduos afetados podem incluir questões de autoestima e identidade, especialmente em sociedades que valorizam a uniformidade da aparência física. O aspecto visível e distintivo do piebaldismo pode levar a desafios psicológicos, como estigmatização ou bullying, destacando a importância do apoio emocional e da aceitação social.

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29
Q

Existem tratamentos disponíveis para o piebaldismo

A

Embora não haja cura para o piebaldismo, o manejo da condição pode incluir abordagens cosméticas para camuflar áreas despigmentadas e aconselhamento sobre proteção solar adequada para prevenir queimaduras solares e danos na pele despigmentada, que é mais susceptível à radiação UV devido à falta de melanina.

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30
Q

Quais são as principais diferenças clínicas entre o piebaldismo e o vitiligo, especialmente em termos de origem e progressão?

A

O piebaldismo é uma condição genética e congênita, o que significa que a criança já nasce com as manchas acrômicas localizadas e estáveis, sem progressão ao longo da vida. O vitiligo, por outro lado, é uma condição adquirida e autoimune, caracterizada pela destruição de melanócitos por autoanticorpos, resultando em manchas que podem aparecer e progredir ao longo da vida. O piebaldismo também não tem predileção por regiões periorais e perinasais, ao contrário do vitiligo.

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31
Q

quais são as regiões que o piebaldismo não costume afetar e como isso contribui para o diagnóstico diferencial com o vitiligo?

A

O piebaldismo caracteristicamente poupa regiões periorificiais e a face medial dos membros. Essa característica específica de distribuição das manchas ajuda no diagnóstico diferencial com o vitiligo, que pode afetar essas áreas. A localização das manchas e a ausência de progressão no piebaldismo são aspectos chave para distinguir entre as duas condições.

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32
Q

O que é a Síndrome de Woolf?

A

A Síndrome de Woolf é uma condição em que o paciente apresenta piebaldismo associado à surdez. Essa associação indica que, além das características cutâneas do piebaldismo, os indivíduos com a Síndrome de Woolf também enfrentam desafios relacionados à perda auditiva, destacando a importância de um acompanhamento multidisciplinar para o manejo eficaz dessas condições.

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33
Q

Quais são as implicações do diagnóstico de piebaldismo na infância, considerando seu caráter congênito e a possibilidade de associação com outras condições, como a surdez?

A

O diagnóstico do piebaldismo na infância implica não apenas o reconhecimento das manifestações cutâneas características e o manejo de questões estéticas e de proteção solar, mas também a necessidade de investigação e monitoramento de possíveis condições associadas, como a surdez na Síndrome de Woolf. Isso requer um acompanhamento multidisciplinar, incluindo avaliações dermatológicas e auditivas, para assegurar um manejo integral das necessidades do paciente.

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34
Q

Como o manejo do piebaldismo difere do vitiligo em termos de tratamento e acompanhamento

A

Enquanto o manejo do piebaldismo pode focar em abordagens cosméticas e proteção solar, devido à natureza estável e congênita das manchas, o tratamento do vitiligo pode envolver estratégias para estabilizar a progressão da doença, como o uso de medicamentos imunomoduladores e terapias de repigmentação, refletindo a natureza adquirida e potencialmente progressiva do vitiligo.

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35
Q

O que define um nevo acrômico e como ele é clinicamente identificado?

A

Um nevo acrômico é definido como uma mancha hipocrômica congênita, apresentando-se com hipocromia e com forma e tamanho variáveis, geralmente de formato irregular. Clinicamente, é identificado como um “sinal de nascença” e torna-se mais perceptível após os primeiros meses de vida, especialmente com o desenvolvimento da criança e a exposição solar.

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36
Q

Por que o nevo acrômico é considerado estável ao longo da vida e não tem risco de evoluir para condições como o vitiligo?

A

O nevo acrômico é considerado estável ao longo da vida porque a alteração ou ausência de melanócitos naquela área específica é um evento congênito e não está associado a processos autoimunes ou outros mecanismos que possam induzir a progressão da despigmentação, como no caso do vitiligo. Assim, não há risco de evoluir para outras condições despigmentantes.

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37
Q

Qual é a etiologia do nevo acrômico e como isso afeta a pigmentação da pele na área afetada?

A

A etiologia do nevo acrômico envolve a ausência ou alteração nos melanócitos na área afetada. Quando os melanócitos estão alterados, é como se os melanossomos fossem “preguiçosos” na sua função de transferir melanina para os queratinócitos, resultando em uma área de hipocromia ou redução da pigmentação da pele. Essa alteração na função ou na presença dos melanócitos leva à característica hipopigmentação do nevo.

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38
Q

Em que regiões do corpo o nevo acrômico é mais comumente encontrado, e isso tem alguma implicação clínica ou estética?

A

O nevo acrômico pode aparecer no tronco e na raiz dos membros. Essa localização não tem implicação clínica específica além das considerações estéticas, já que a condição é estável e não associa-se a um risco aumentado de complicações médicas. No entanto, a percepção estética pode variar individualmente, e algumas pessoas podem buscar maneiras de camuflar ou tratar a área por motivos cosméticos.

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39
Q

Existem tratamentos ou manejo recomendados para indivíduos com nevo acrômico?

A

Devido à natureza congênita e estável do nevo acrômico, não é necessário um tratamento médico específico. O manejo pode focar em considerações estéticas, como o uso de maquiagem corretiva ou, em casos raros, tratamentos dermatológicos para homogeneizar a tonalidade da pele, se desejado pelo indivíduo. Além disso, recomenda-se proteção solar adequada para a pele hipopigmentada, que pode ser mais suscetível a danos solares.

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40
Q

Como o nevo acrômico se diferencia das outras formas de manchas de nascença em termos de aparência e desenvolvimento?

A

O nevo acrômico distingue-se de outras formas de manchas de nascença principalmente pela sua hipocromia, ou seja, pela redução na pigmentação. Enquanto outras manchas de nascença podem ser hiperpigmentadas ou ter uma coloração distinta, o nevo acrômico apresenta uma coloração mais clara do que a pele ao redor. Ele também se torna mais evidente após os primeiros meses de vida, especialmente com a exposição solar, o que pode não ser o caso com todos os tipos de manchas de nascença.

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41
Q

Há associação do nevo acrômico com outras condições médicas ou é geralmente isolado?

A

O nevo acrômico é geralmente uma condição isolada e não está comumente associado a outras condições médicas. No entanto, é importante uma avaliação dermatológica adequada para excluir outras possíveis causas de hipopigmentação e garantir que o diagnóstico do nevo acrômico esteja correto. Esta avaliação pode ajudar a descartar condições com implicações sistêmicas ou que requerem manejo específico.

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42
Q

O que caracteriza a hipomelanose de Ito em termos de padrão de herança e manifestação clínica?

A

A hipomelanose de Ito é caracterizada por um padrão de herança autossômica dominante. Clinicamente, manifesta-se desde o nascimento com hipocromia seguindo as linhas de Blaschko, que são linhas invisíveis na pele refletindo padrões de migração celular durante o desenvolvimento embrionário. As lesões despigmentadas são lineares e podem aparecer em ambos os lados do corpo.

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43
Q

Explique o significado das linhas de Blaschko e como as lesões despigmentadas seguem esse padrão.

A

As linhas de Blaschko representam os padrões de migração celular e crescimento da pele durante o desenvolvimento embrionário. Na hipomelanose de Ito, a despigmentação segue essas linhas, resultando em lesões que parecem desenhar esses padrões invisíveis na pele. Essas linhas não correspondem a nenhum sistema anatômico conhecido mas revelam a organização embriológica da pele, visível apenas quando alterações cutâneas, como a hipomelanose de Ito, ocorrem.

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44
Q

Qual é a função da DOPA-reação na pele e como ela está alterada na hipomelanose de Ito?

A

A DOPA-reação é um processo crítico na transformação da tirosina em melanina, mediado pela enzima tirosinase. Na hipomelanose de Ito, essa reação está comprometida, resultando em diminuição na formação de melanina. Embora os melanócitos possam estar presentes em número normal ou reduzido, a eficácia na produção de melanina é diminuída, levando à hipocromia característica da condição.

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45
Q

Por que é importante investigar alterações oculares e neurológicas em pacientes com hipomelanose de Ito?

A

Pacientes com hipomelanose de Ito ocasionalmente apresentam alterações oculares e neurológicas, incluindo déficit de aprendizado e convulsões. A investigação dessas alterações é crucial pois a condição pode estar associada a complicações sistêmicas além das manifestações cutâneas. O reconhecimento e o manejo adequado dessas complicações são essenciais para o cuidado integral do paciente.

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46
Q

Existem recomendações específicas para o manejo de pacientes com hipomelanose de Ito, considerando suas possíveis complicações sistêmicas?

A

O manejo de pacientes com hipomelanose de Ito envolve uma abordagem multidisciplinar, considerando as possíveis complicações sistêmicas. Além do acompanhamento dermatológico para as questões cutâneas, recomenda-se avaliação neurológica e oftalmológica regular para detectar e tratar precocemente possíveis alterações. O suporte educacional e terapêutico pode ser necessário para pacientes com déficits de aprendizado ou outras complicações neurológicas.

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47
Q

Quais são as principais características clínicas do vitiligo e como é o processo fisiopatológico ?

A

O vitiligo é caracterizado por manchas acrômicas, ou seja, áreas da pele que perdem a pigmentação e se tornam completamente brancas. Este processo ocorre devido à autodestruição imunológica dos melanócitos, as células responsáveis pela produção de melanina, embora o mecanismo exato por trás dessa autodestruição ainda não esteja totalmente esclarecido.

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48
Q

Quais são as teorias propostas para explicar as causas do vitiligo?

A

As causas do vitiligo não estão totalmente esclarecidas, mas várias teorias foram propostas, incluindo autoimunidade, predisposição genética, fatores neurais, citotóxicos e a ação dos radicais livres. Cada uma dessas teorias sugere diferentes mecanismos pelos quais os melanócitos são danificados ou destruídos.

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49
Q

Como o vitiligo é classificado ?

A

O vitiligo é classificado em várias formas: segmentar, focal, bilateral, generalizada e universal. A forma segmentar é notável por afetar um dermátomo específico, ou seja, uma área da pele inervada por um único nervo espinhal, o que faz com que as manchas acrômicas se apresentem de maneira segmentar, seguindo a distribuição desse nervo.

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50
Q

Qual é a relação entre o vitiligo e a alopecia areata?

A

O vitiligo pode vir associado à alopecia areata, uma condição em que ocorre perda de cabelo em áreas arredondadas do couro cabeludo ou do corpo. Ambas as condições têm uma base autoimune, sugerindo que a disfunção imunológica pode atacar tanto os melanócitos na pele quanto os folículos capilares, causando despigmentação e perda de cabelo, respectivamente.

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51
Q

O que é o fenômeno de Koebner e como ele se manifesta?

A

O fenômeno de Koebner refere-se à formação de novas áreas acrômicas em locais da pele que sofreram algum tipo de trauma, como uma arranhadura. No contexto do vitiligo, isso significa que um paciente pode desenvolver uma nova mancha de vitiligo na área de uma lesão cutânea, indicando que a pele lesada pode ser mais susceptível à perda de melanócitos.

52
Q

Quais são as características das manchas causadas pelo vitiligo e como elas podem variar ao longo do tempo?

A

As manchas acrômicas do vitiligo são áreas da pele que perdem completamente sua pigmentação, apresentando-se com forma e extensão variáveis. Essas manchas não são pruriginosas e podem ser estáveis ou progredir mesmo com tratamento. Há uma tendência à distribuição simétrica e uma predileção por áreas específicas do corpo, incluindo maleolares, punhos, genitália, dorso das mãos, dedos, axilas e pescoço.

53
Q

Como a localização das manchas de vitiligo afeta o diagnóstico e o manejo da condição?

A

A frequente localização genital, perioral, e periorbitária das manchas de vitiligo, incluindo a possibilidade de atingir os olhos, pode complicar o diagnóstico e manejo. Em cerca de 7% dos pacientes com vitiligo, pode ocorrer uveíte subclínica, enfatizando a necessidade de uma abordagem multidisciplinar no tratamento, que considere tanto as manifestações cutâneas quanto possíveis complicações oculares.

54
Q

O que é a Síndrome de Vogt-Koyanagi?

A

A Síndrome de Vogt-Koyanagi é uma condição rara em que ocorre associação de manchas vitiliginosas com alterações oculares e do sistema nervoso. Esta síndrome ilustra a complexidade do vitiligo e outras condições associadas, ressaltando a importância de estar atento a sinais e sintomas que possam indicar envolvimento sistêmico além da despigmentação cutânea.

55
Q

Qual é a importância da simetria e localização preferencial das manchas de vitiligo na identificação da doença?

A

A tendência à distribuição simétrica e a predileção por certas áreas do corpo ajudam na identificação do vitiligo e no diagnóstico diferencial com outras condições de despigmentação. Essas características específicas podem orientar os profissionais de saúde na avaliação clínica da condição e na determinação da abordagem terapêutica mais adequada.

56
Q

implicações para o manejo do paciente?

A

O fenômeno de Koebner, que descreve o desenvolvimento de novas áreas acrômicas em locais de trauma na pele, sugere que os pacientes com vitiligo podem ser particularmente susceptíveis a novas lesões em áreas lesionadas. Isso tem implicações para o manejo, incluindo a educação do paciente sobre cuidados com a pele para evitar traumas desnecessários e possivelmente limitar a progressão da doença.

57
Q

Quais são os métodos utilizados para o diagnóstico vitiligo e quais exames podemos ultlizar ?

A

O diagnóstico do vitiligo é predominantemente clínico, baseado na observação das características das manchas acrômicas. Em casos onde o paciente está ansioso ou a confirmação é necessária, uma biópsia de pele pode ser realizada, evidenciando a ausência de melanócitos nas áreas despigmentadas. O exame com luz de Wood também é útil, pois ajuda a determinar a extensão da afecção ao destacar a despigmentação não visível à luz natural.

58
Q

Por que é importante realizar exames de sangue em pacientes com vitiligo, e quais condições devem ser investigadas?
7

A

Como o vitiligo é uma doença autoimune, é importante realizar exames de sangue para avaliar se o paciente tem outras doenças autoimunes associadas. Isso inclui a investigação de problemas da tireoide, diabetes tipo 1, sífilis (VDRL), níveis de vitamina D (idealmente acima de 30), anemia perniciosa e anticorpos antinucleares (FAN). Esses exames ajudam no manejo integral do paciente, permitindo a detecção e tratamento de condições associadas que podem afetar o prognóstico e a qualidade de vida.

59
Q

Quais são as opções de tratamento para o vitiligo e como elas funcionam?

A

O tratamento do vitiligo inclui proteção física e uso de protetor solar para proteger as áreas acrômicas da radiação UV, corticoides tópicos de média potência (como a betametasona) para lesões pequenas e localizadas, e imunomoduladores (tacrolimus e pimecrolimus) como segunda opção após o uso de corticoides para lesões localizadas. Fototerapia e corticoides orais podem ser considerados dependendo da extensão das lesões. Essas abordagens visam controlar a progressão da doença, promover a repigmentação e proteger a pele das consequências da exposição UV.

60
Q

Como a ausência de melanócitos nas áreas acrômicas afeta a necessidade de proteção solar em pacientes com vitiligo?

A

A ausência de melanócitos nas áreas acrômicas deixa a pele desprotegida contra a radiação UV, aumentando o risco de queimaduras solares e possivelmente contribuindo para o desenvolvimento de câncer de pele nessas áreas. Por isso, a proteção solar é uma parte essencial do tratamento do vitiligo, requerendo o uso regular de protetor solar de alto espectro e medidas de proteção física como roupas cobrindo a pele e a busca por sombra durante períodos de intensa exposição solar.

61
Q

Quais são os critérios para a escolha entre os tratamentos disponíveis para o vitiligo, especialmente entre corticoides tópicos e imunomoduladores?

A

A escolha entre corticoides tópicos e imunomoduladores para o tratamento do vitiligo geralmente depende da resposta do paciente a tratamentos anteriores, a localização e extensão das lesões, e a presença de efeitos colaterais. Corticoides tópicos são frequentemente a primeira linha de tratamento para lesões pequenas e localizadas, enquanto imunomoduladores são considerados uma segunda opção, particularmente em áreas sensíveis onde o uso prolongado de corticoides pode não ser ideal devido ao risco de atrofia da pele e outros efeitos colaterais.

62
Q

O que é pitiríase alba e qual grupo demográfico é mais comumente afetado?

A

Pitiríase alba, também conhecida como Dartos volante, é uma condição de pele que se caracteriza por manchas hipocrômicas mal delimitadas, afetando sobretudo crianças e adolescentes, especialmente aqueles com pele morena. É considerada uma manifestação leve da dermatite atópica e tem uma predisposição em indivíduos com antecedentes atópicos.

63
Q

Quais são os principais fatores desencadeantes da pitiríase alba e como podem ser evitados?
5

A

Os principais fatores desencadeantes incluem a exposição solar, especialmente no verão, e o contato com irritantes cutâneos como perfumes aplicados diretamente na pele, loções e talcos. A condição pode ser facilmente gerenciada evitando-se esses produtos e substâncias irritantes, incluindo loções com cheiro e alimentos ricos em corantes. Não há necessidade de uso de corticoides para o tratamento.

64
Q

Como a pitiríase alba se diferencia de outras condições de pele, como infecções por fungos ou vermes?

A

A pitiríase alba se distingue de condições como infecções por fungos ou vermes pela sua apresentação clínica de manchas hipocrômicas mal delimitadas que afetam principalmente a face, os braços e os ombros, sem sinais de infecção. A condição está mais relacionada a uma dermatite atópica e não a patógenos.

65
Q

Qual é o mecanismo pelo qual ocorre a hipocromia na pitiríase alba?

A

A hipocromia na pitiríase alba resulta de um bloqueio na transferência de melanossomas dos melanócitos para os queratinócitos, o que diminui a pigmentação na área afetada. Esse bloqueio é influenciado por fatores desencadeantes como exposição solar e irritantes cutâneos.

66
Q

Qual é a abordagem recomendada para o diagnóstico e tratamento da pitiríase alba?

A

O diagnóstico da pitiríase alba é predominantemente clínico, baseado nas características visíveis das manchas hipocrômicas. O tratamento envolve evitar fatores desencadeantes conhecidos e hidratar a pele com hidratantes dermatológicos, especialmente após o banho e após a exposição solar, para minimizar a secura e promover a recuperação da pele.

67
Q

Como a pitiríase versicolor afeta a pigmentação da pele?

A

A pitiríase versicolor, uma infecção fúngica causada principalmente pelo fungo Malassezia furfur, afeta a pigmentação da pele ao converter ácidos graxos presentes na pele em ácido azelaico. Esse ácido inibe a atividade da tirosinase, uma enzima crucial na conversão da tirosina em melanina, resultando em manchas hipocrômicas ou de pigmentação alterada na pele.

68
Q

Por que o Malassezia furfur tem predileção por áreas com maior produção sebácea no corpo?

A

O Malassezia furfur é um fungo lipofílico, o que significa que tem afinidade por lipídios. Devido a essa característica, ele tem predileção por áreas do corpo com maior produção sebácea, como a região anterior e posterior do tronco, face e couro cabeludo, onde pode se alimentar dos ácidos graxos presentes na sebo.

69
Q

Quais são os principais fatores desencadeantes da pitiríase versicolor?

A

Os fatores desencadeantes da pitiríase versicolor incluem imunossupressão, estresse, clima quente, uso de roupas oclusivas, entre outros. Esses fatores podem promover o crescimento excessivo do fungo Malassezia furfur na pele, levando ao desenvolvimento da condição.

70
Q

Como a pitiríase versicolor pode variar em aparência e quais são suas principais características clínicas?

A

Embora a condição seja principalmente associada a manchas hipocrômicas, a pitiríase versicolor pode apresentar uma variedade de manchas, incluindo esbranquiçadas, acastanhadas e eritematosas, refletindo a diversidade de manifestações. A principal característica clínica é a hipopigmentação acompanhada de descamação furfurácea, indicando a presença de escamas finas na superfície da mancha.

71
Q

quais sinais ajudam no diagnóstico clínico da pitiríase versicolor?

A

O Sinal de Zileri, que envolve afastar a pele e observar se ocorre uma descamação semelhante a farinha, e o sinal da unha, que consiste em passar a unha sobre a mancha para verificar se há descamação furfurácea, são métodos físicos usados no diagnóstico clínico da pitiríase versicolor. Esses sinais indicam a presença de descamação característica da infecção fúngica, auxiliando na identificação da condição sem a necessidade de exames complementares.

72
Q

Qual é o procedimento para realizar o exame direto na suspeita de pitiríase versicolor e o que se espera encontrar?

A

Na suspeita de pitiríase versicolor, pode-se realizar um exame direto através da escarificação da lesão, seguida pela aplicação de hidróxido de potássio a 10%. Ao examinar a amostra ao microscópio, espera-se encontrar esporos e pseudo-hifas, que são característicos do fungo Malassezia furfur, confirmando o diagnóstico da condição.

73
Q

Por que o diagnóstico da pitiríase versicolor é principalmente clínico e em que situações pode-se recorrer a exames complementares?

A

O diagnóstico da pitiríase versicolor é principalmente clínico devido às características distintas das lesões na pele, como a descamação furfurácea e as manchas de pigmentação alterada. Exames complementares, como o exame direto com hidróxido de potássio, são utilizados em casos onde o diagnóstico clínico é incerto ou quando o paciente requer confirmação adicional, especialmente se o tratamento inicial não resultar em melhora.

74
Q

Qual abordagem terapêutica é recomendada para o tratamento de infecções fúngicas cutâneas, mencionando as opções de medicação tópica e oral?

A

Para o tratamento de infecções fúngicas cutâneas, recomenda-se o uso de antifúngicos tanto na forma tópica quanto oral. Na aplicação tópica, pode-se usar cetoconazol, miconazol ou isoconazol. Oralmente, o fluconazol é uma opção, administrado em dose de 150 mg uma vez por semana durante 4 semanas ou uma dose única de 450 mg, podendo ser repetida após 3 semanas. Outra opção oral é o itraconazol, tomado todos os dias, 2 cápsulas após o almoço, durante 1 semana, embora tenha interações medicamentosas significativas, como com anticoagulantes e sinvastatina. O cetoconazol oral é considerado um último recurso devido à sua hepatotoxicidade. Além disso, o shampoo antifúngico com cetoconazol é outra forma de tratamento.

75
Q

Por que algumas formas da pitiríase versicolor são mais resistentes ao tratamento?

A

As formas foliculares da pitiríase versicolor são mais resistentes ao tratamento devido à localização do fungo na pele. Estas formas podem estar mais profundamente incrustadas na epiderme ou em folículos pilosos, tornando o tratamento tópico menos eficaz e, portanto, necessitando de abordagens terapêuticas mais potentes ou prolongadas.

76
Q

Como se pode diferenciar pitiríase alba de pitiríase versicolor com base em suas causas e manifestações clínicas?

A

A pitiríase alba e a pitiríase versicolor podem ser diferenciadas principalmente por suas causas e características clínicas. A pitiríase alba é uma forma de dermatite, associada a uma reação alérgica, que geralmente apresenta manchas brancas, secas e ligeiramente escamosas na pele. Por outro lado, a pitiríase versicolor é causada por um fungo que habita naturalmente a camada córnea da epiderme. Sob condições favoráveis, como clima quente, uso de roupas oclusivas e suor excessivo, esse fungo pode proliferar, resultando em manchas que podem variar de cor (branco, rosa ou marrom), frequentemente acompanhadas de descamação fina.

77
Q

Quais são os fatores que podem favorecer o desenvolvimento da pitiríase versicolor?

A

Os fatores que podem favorecer o desenvolvimento da pitiríase versicolor incluem clima quente, uso de roupas oclusivas, e suor excessivo. Estas condições criam um ambiente propício para a proliferação do fungo na pele, que embora seja um habitante normal da flora cutânea, sob tais condições pode se multiplicar e causar a doença.

78
Q

Quais são as características clínicas da leucodermia gutata e em quais áreas do corpo ela é mais comumente encontrada?

A

A leucodermia gutata se caracteriza por manchas hipocrômicas (mais claras que o tom de pele) ou acrômicas (sem cor), com formato gotado, principalmente em áreas expostas ao sol, como membros superiores e inferiores (braços e pernas). Estas manchas são descritas como “bolinhas brancas” e podem se tornar castanhas. São mais comuns em pacientes que tiveram exposição solar prolongada ao longo da vida, surgindo especialmente na fase senil, sendo vulgarmente conhecidas como “sarda branca”. A condição é um indicativo de fotoenvelhecimento devido à ação prolongada e cumulativa do sol.

79
Q

Qual é a causa subjacente da leucodermia gutata?

A

A leucodermia gutata é causada pelo fotoenvelhecimento da pele, resultado da exposição prolongada e cumulativa ao sol. Este processo leva a uma alteração nos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, com redução do número de melanossomos (organelas que contêm melanina) e dos próprios melanócitos. Além disso, ocorre atrofia epidérmica, contribuindo para o aparecimento das manchas características da condição.

80
Q

Quais opções de tratamento estão disponíveis para a leucodermia gutata?
3

A

O tratamento da leucodermia gutata visa a repigmentação das áreas afetadas e pode incluir procedimentos como crioterapia, uso de laser, e luz intensa pulsada. Estas abordagens buscam melhorar a aparência das manchas, promovendo a uniformidade da cor da pele nas áreas tratadas.

81
Q

Como a exposição solar influencia o desenvolvimento da leucodermia gutata e quais são as implicações para a prevenção?

A

A exposição solar prolongada e cumulativa é a principal influência no desenvolvimento da leucodermia gutata, uma vez que o fotoenvelhecimento da pele desencadeia alterações nos melanócitos e atrofia epidérmica, levando ao surgimento das manchas. Para prevenção, é importante adotar medidas de proteção solar, como o uso de protetor solar, vestimentas protetoras e limitação da exposição solar direta, especialmente durante os horários de maior intensidade solar, para minimizar os efeitos cumulativos da radiação ultravioleta na pele.

82
Q

Como as leucodermias pós-infecções dermatológicas se manifestam e quais condições podem levá-las a ocorrer?

A

As leucodermias pós-infecções dermatológicas manifestam-se como manchas hipocrômicas residuais após o tratamento de afecções cutâneas, como a psoríase, onde placas eritemato-descamativas tratadas deixam manchas hipocrômicas. Além da psoríase, outras condições que podem levar à ocorrência de leucodermias incluem a hanseníase, com lesões hipocrômicas comuns, a sífilis, que pode apresentar manchas discrômicas no pescoço conhecidas como “colar de Vênus”, e a sarcoidose, o lúpus eritematoso e a esclerodermia, todas podendo apresentar alterações hipocrômicas na pele.

83
Q

Quais são os efeitos das queimaduras na pigmentação da pele e como isso resulta em leucodermia?

A

As queimaduras podem destruir os melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina na pele, resultando em cicatrizes acrômicas, ou seja, áreas sem pigmentação. A perda dos melanócitos impede a formação de melanina nessas áreas, levando à ausência de cor e à aparência de manchas brancas ou claras na pele, caracterizando a leucodermia pós-queimaduras.

84
Q

De que maneira os componentes físico-químicos, como a hidroquinona, influenciam a pigmentação da pele?

A

Componentes físico-químicos, como a hidroquinona, influenciam a pigmentação da pele causando despigmentação. A hidroquinona, presente em alguns produtos industriais e cosméticos, pode inibir a produção de melanina ao interferir na atividade dos melanócitos. Esse efeito despigmentante pode resultar em manchas hipocrômicas ou acrômicas na pele, especialmente em indivíduos expostos a essas substâncias no ambiente de trabalho, como na indústria de borracha, ou através do uso de cosméticos contendo esses compostos.

85
Q

Quais outras condições, além de infecções dermatológicas e queimaduras, podem levar ao desenvolvimento de leucodermias?
4

A

Além de infecções dermatológicas e queimaduras, outras condições que podem levar ao desenvolvimento de leucodermias incluem a canície, que é o embranquecimento ou despigmentação do cabelo, e a alopecia areata, uma condição autoimune que pode resultar em perda de cabelo e, em alguns casos, afetar a pigmentação da pele nas áreas afetadas. Também, a exposição a certos produtos químicos, como mencionado anteriormente, pode causar leucodermia devido à despigmentação induzida por essas substâncias.

86
Q

Como determinados medicamentos podem influenciar a pigmentação da pele e dos cabelos, fornecendo um exemplo específico?

A

Certos medicamentos podem afetar a pigmentação da pele e dos cabelos ao interferir na função ou na viabilidade dos melanócitos, as células responsáveis pela produção de melanina. Um exemplo específico é a cloroquina, que, quando administrada por longos períodos, pode produzir hipocromia, ou seja, uma redução na pigmentação da pele e dos cabelos. Isso ocorre devido ao efeito do medicamento sobre os melanócitos, reduzindo a produção ou a distribuição de melanina.

87
Q

O que é canície e qual é o mecanismo biológico subjacente ao seu desenvolvimento?

A

Canície refere-se ao processo de embranquecimento ou despigmentação dos cabelos e pelos, popularmente conhecido como cabelo grisalho. O mecanismo biológico subjacente à canície é a perda de atividade dos melanócitos no folículo capilar. Com o tempo, os melanócitos diminuem sua capacidade de produzir melanina, o pigmento que dá cor ao cabelo, levando gradualmente ao aparecimento de cabelos brancos ou grisalhos.

88
Q

De que maneira a alopecia areata pode afetar a pigmentação dos cabelos quando estes voltam a crescer?

A

Na alopecia areata, uma condição caracterizada pela perda de cabelo em áreas específicas do couro cabeludo, os cabelos que eventualmente voltam a crescer na área afetada podem inicialmente ser brancos ou despigmentados. Isso pode ocorrer devido a uma interrupção temporária ou alteração na função dos melanócitos no folículo capilar afetado. Com o tempo, pode haver recuperação parcial ou total da pigmentação normal dos cabelos à medida que os melanócitos retomam sua atividade normal.

89
Q

Qual a relação entre a exposição prolongada a certos medicamentos e a alteração da pigmentação da pele, e como isso se manifesta clinicamente?

A

A exposição prolongada a certos medicamentos pode levar a alterações na pigmentação da pele e dos cabelos devido ao impacto dessas substâncias sobre os melanócitos. Clinicamente, isso se manifesta como hipocromia (clareamento) ou, em alguns casos, despigmentação completa de áreas específicas da pele e dos cabelos. Essas alterações podem ser reversíveis após a descontinuação do medicamento ou podem persistir, dependendo da duração do tratamento e da sensibilidade individual dos melanócitos ao medicamento em questão.

90
Q

Por que a presença de melanócitos na derme pode levar a alterações de pigmentação na pele, diferentemente de sua localização normal na epiderme?

A

A presença de melanócitos na derme, ao invés de sua localização normal na epiderme, leva a alterações de pigmentação devido à forma como a melanina é distribuída e como é absorvida pela pele. Na epiderme, os melanócitos transferem a melanina de maneira controlada para as células circundantes, contribuindo para uma pigmentação uniforme. Quando os melanócitos estão localizados na derme, a melanina pode se acumular de forma atípica, resultando em manchas hipercrômicas visíveis na superfície da pele. Esta diferença de localização afeta a aparência da pigmentação, gerando cores mais escuras e, em alguns casos, tonalidades azuladas ou cinzentas, devido à profundidade dos melanócitos na pele.

91
Q

O que é a mancha mongólica, onde ela comumente aparece e qual é a orientação para seu tratamento?

A

A mancha mongólica é uma mácula castanho-azulada que aparece comumente na região lombossacra de recém-nascidos. É uma condição benigna e muito comum, onde a pele do recém-nascido apresenta uma coloração “roxinha” devido à presença de melanócitos na derme. A orientação geral para o tratamento é simplesmente aguardar a remissão natural da mancha, já que tende a desaparecer à medida que a criança cresce, sem a necessidade de intervenção médica.

92
Q

Qual é a característica e localização do nevo de Ota, e como isso pode afetar a região dos olhos?

A

O nevo de Ota é caracterizado por uma mancha hipercrômica castanho-azulada na região da face, especificamente na área inervada pelo primeiro e segundo ramos do nervo trigêmeo (V1 e V2). Esta condição também pode afetar o globo ocular se os melanócitos estiverem presentes na região dos olhos, potencialmente alterando a coloração da esclera ou da íris. A presença de melanócitos na região ocular é uma extensão da condição cutânea e pode ter implicações estéticas ou, em casos raros, afetar a visão.

93
Q

Como o nevo de Ito se diferencia do nevo de Ota em termos de localização e aparência?

A

O nevo de Ito é muito semelhante ao nevo de Ota em termos de aparência, apresentando uma mancha hipercrômica castanho-azulada. No entanto, ele se diferencia principalmente pela sua localização, estando situado no ombro, na área supraclavicular e no pescoço, em vez da face. Assim como o nevo de Ota, o nevo de Ito é resultado da presença de melanócitos na derme, mas a sua distribuição específica em áreas distintas do corpo é o que distingue estas duas condições.

94
Q

O que são efélides e como elas se manifestam na pele?

A

Efélides, popularmente conhecidas como sardas, são manchas acastanhadas e salpicadas que geralmente aparecem em indivíduos de pele mais clara, loiros ou ruivos. Elas se manifestam principalmente em áreas expostas ao sol, como a face, ombros, braços e tronco, e tendem a se acentuar durante o verão. A aparência destas manchas é devido ao aumento da melanina na camada basal da epiderme, resultado da maior síntese de melanina pelos melanócitos.

95
Q

Por que as efélides são mais comuns em pessoas com pele clara e como isso se relaciona com a exposição solar?

A

As efélides são mais comuns em pessoas com pele clara devido a uma combinação de fatores genéticos que predispõem esses indivíduos a uma maior produção de melanina em resposta à exposição solar. Pessoas com pele mais clara possuem menor quantidade de melanina protetora, o que faz com que a exposição ao sol estimule rapidamente os melanócitos a produzirem mais melanina, resultando em sardas. Essa reação é uma forma de defesa da pele contra os danos UV, mas acaba por evidenciar as efélides, especialmente em áreas frequentemente expostas ao sol.

96
Q

Como o tratamento para efélides visa reduzir sua aparência e qual é a importância da fotoproteção?

A

O tratamento para efélides visa reduzir a aparência das manchas acastanhadas, utilizando métodos como luz intensa pulsada e lasers, que podem ajudar a diminuir a pigmentação. A fotoproteção, que inclui o uso de protetor solar, roupas protetoras e evitar a exposição solar nos horários de maior intensidade, é crucial tanto como medida preventiva quanto parte do tratamento. A fotoproteção ajuda a prevenir o escurecimento adicional das efélides e protege contra os danos causados pela radiação UV, como o envelhecimento prematuro da pele e o aumento do risco de câncer de pele.

97
Q

Qual é o mecanismo biológico subjacente ao desenvolvimento das efélides e como isso afeta a distribuição de melanina na pele?

A

O desenvolvimento das efélides é resultado de um mecanismo biológico onde os melanócitos na camada basal da epiderme sintetizam melanina mais rapidamente e em maior quantidade, especialmente em resposta à exposição solar. Isso se deve ao aumento do tamanho dos melanossomos, as organelas que armazenam e transportam a melanina. Como resultado, ocorre uma distribuição concentrada de melanina nessas áreas, formando as manchas acastanhadas características das sardas. Esse processo é influenciado por fatores genéticos, que determinam a predisposição de um indivíduo para desenvolver efélides, e é acentuado pela exposição aos raios UV.

98
Q

O que caracteriza uma mácula labial melanótica e onde é mais comumente encontrada?

A

Uma mácula labial melanótica é caracterizada por um aumento da melanina na camada basal da pele, resultando em uma mancha escura. É mais frequentemente encontrada no lábio inferior, mas também pode aparecer na mucosa oral ou genital. Geralmente, apresenta-se como uma mancha solitária e benigna, sem associação com aumento no número de melanócitos.

99
Q

Como as manchas café com leite se manifestam na pele e qual é a importância de seu número?

A

As manchas café com leite são manchas acastanhadas com limites definidos, decorrentes do aumento da melanina na epiderme sem aumento no número dos melanócitos. Podem ocorrer de forma isolada ou múltipla. Quando isoladas e sem outros sintomas associados, geralmente não representam preocupação. No entanto, a presença de seis ou mais dessas manchas requer atenção especial, pois pode indicar condições genéticas como neurofibromatose ou esclerose tuberosa, que estão associadas a sintomas neurológicos e nódulos na pele.

100
Q

Qual é a relevância clínica de identificar múltiplas manchas café com leite em um paciente?

A

Identificar múltiplas manchas café com leite em um paciente é clinicamente relevante porque pode ser um indicador de condições genéticas subjacentes, como neurofibromatose ou esclerose tuberosa. A presença de mais de seis dessas manchas, especialmente se acompanhadas de sintomas neurológicos ou nódulos cutâneos, sugere a necessidade de uma avaliação mais aprofundada para diagnosticar estas condições. O reconhecimento desses sinais pode levar a um diagnóstico precoce e à implementação de um plano de tratamento adequado para gerenciar os sintomas e monitorar a progressão da doença.

101
Q

Quais são as recomendações para o acompanhamento de pacientes com mácula labial melanótica ou manchas café com leite?

A

Para pacientes com mácula labial melanótica, o acompanhamento geralmente envolve monitoramento para qualquer mudança na aparência da mancha, dado seu caráter benigno. No caso de manchas café com leite, a recomendação de acompanhamento depende do número de manchas e da presença de outros sintomas. Pacientes com poucas manchas e sem outros sintomas podem apenas necessitar de monitoramento regular. No entanto, aqueles com seis ou mais manchas devem ser avaliados para condições associadas como neurofibromatose ou esclerose tuberosa, incluindo exames neurológicos e dermatológicos detalhados, para um diagnóstico apropriado e gestão da condição.

102
Q

Quais são as principais características da Síndrome de Peutz-Jeghers e quais áreas do corpo são afetadas?

A

A Síndrome de Peutz-Jeghers é caracterizada por manchas melanóticas escuras nos lábios, dedos e mucosa gengival, além de polipose intestinal, que consiste na presença de pólipos ao longo do tubo digestivo. É uma condição hereditária de padrão autossômico dominante. Nas mulheres, pode estar associada a um risco aumentado de desenvolver tumor de ovário e câncer de mama. Pacientes com esta síndrome necessitam de investigações regulares, como colonoscopia e endoscopia, para monitoramento dos pólipos e detecção precoce de possíveis malignidades.

103
Q

O que é o nevo de Becker e quais são suas características clínicas?

A

: O nevo de Becker é uma lesão cutânea que apresenta hiperpigmentação acompanhada de hipertricose, ou seja, um aumento na pigmentação da pele juntamente com um crescimento excessivo de pelos na área afetada. Essa mancha geralmente ocorre nos ombros, braços ou regiões superiores do tronco, e é conhecida por ter uma maior atividade dos melanócitos. O nevo de Becker tem uma forte associação com a adolescência e o sexo masculino, sugerindo uma relação com os hormônios andrógenos. Embora possa haver uma regressão espontânea incompleta, o nevo de Becker não é conhecido por evoluir para melanoma.

104
Q

Por que pacientes com a Síndrome de Peutz-Jeghers precisam ser submetidos a colonoscopia e endoscopia regularmente?

A

Pacientes com a Síndrome de Peutz-Jeghers precisam ser submetidos a colonoscopia e endoscopia regularmente devido ao risco aumentado de desenvolver pólipos intestinais, que podem se tornar malignos. Esses exames permitem a visualização direta do interior do tubo digestivo para identificar, monitorar e, se necessário, remover pólipos antes que eles possam evoluir para câncer. A vigilância regular é crucial para a gestão eficaz da síndrome e para reduzir o risco de complicações relacionadas ao câncer.

105
Q

Como o nevo de Becker está relacionado à adolescência e ao sexo masculino, e qual é a implicação dessa associação para o tratamento ou manejo?

A

O nevo de Becker está intimamente relacionado à adolescência e ao sexo masculino, o que sugere uma associação com os hormônios andrógenos presentes em maior quantidade nessa fase da vida e nesse sexo. Esta associação implica que as mudanças hormonais típicas da puberdade podem influenciar o desenvolvimento ou a progressão do nevo de Becker. Embora a condição possa ter uma regressão espontânea parcial, o manejo clínico é geralmente conservador, focando em monitoramento e, se necessário, tratamentos estéticos ou dermatológicos para as áreas afetadas. A compreensão dessa associação hormonal pode ajudar a orientar as expectativas dos pacientes e a decisão sobre possíveis intervenções.

106
Q

O que caracteriza um nevo spilus e onde ele é comumente localizado?

A

Um nevo spilus é caracterizado por uma mácula (mancha) marrom clara que apresenta numerosos pontos mais escuros em sua superfície, criando um padrão distintivo. É mais comum nas extremidades e no tronco. A condição é marcada por um aumento da pigmentação na camada basal da epiderme e pela presença de células névicas, que são um tipo de célula relacionada à formação de nevos (ou pintas).

107
Q

Qual é o significado clínico da presença de células névicas no nevo spilus?

A

A presença de células névicas no nevo spilus indica que a lesão contém células melanocíticas benignas, que são células produtoras de pigmento. Essas células contribuem para a pigmentação característica da lesão. Enquanto a maioria dos nevos spilus são benignos e não requerem tratamento específico, a presença de células névicas requer monitoramento periódico, pois, como com qualquer lesão pigmentada, existe uma possibilidade, embora rara, de transformação maligna.

108
Q

Como deve ser o acompanhamento de pacientes com nevo spilus, considerando a possibilidade de transformação?

A

Pacientes com nevo spilus geralmente devem ser acompanhados com exames dermatológicos regulares para monitorar qualquer mudança na aparência da lesão, incluindo alterações no tamanho, cor, borda, ou o aparecimento de sintomas como sangramento ou prurido. Embora a transformação maligna seja rara, o monitoramento cuidadoso permite a detecção precoce de quaisquer sinais suspeitos de malignidade, facilitando intervenções precoces se necessário. A orientação sobre autoexame e proteção solar também é uma parte importante do manejo para prevenir danos solares adicionais.

109
Q

Existem opções de tratamento para o nevo spilus, especialmente se houver preocupações cosméticas ou de saúde?

A

Embora o nevo spilus geralmente não requeira tratamento por razões médicas, existem opções de tratamento disponíveis para preocupações cosméticas ou no raro caso de suspeita de transformação maligna. Tratamentos como a excisão cirúrgica, terapia a laser, ou crioterapia podem ser considerados, dependendo das características específicas da lesão e das preferências do paciente. A decisão sobre o tratamento deve ser tomada em conjunto com um dermatologista, levando em consideração os benefícios e riscos potenciais.

110
Q

O que é melasma e quais são as características clínicas dessa condição?

A

O melasma é uma hipermelanose crônica e recorrente, caracterizada por manchas acastanhadas com limites imprecisos, principalmente em áreas expostas ao sol, como a face. Esta condição é mais frequente em mulheres com mais de 25 anos, podendo surgir após a gravidez ou durante a terapia hormonal. A melanina é depositada na epiderme, e embora a etiologia exata não seja completamente conhecida, a exposição solar é considerada um importante fator desencadeante.

111
Q

Quais são os principais fatores desencadeantes do melasma?

A

Os principais fatores desencadeantes do melasma incluem o uso de anticoncepcionais, tratamentos cutâneos excessivos que podem agravar as manchas (como microagulhamento), gravidez, terapia hormonal, predisposição familiar (história familiar positiva) e predisposição racial, especialmente em indivíduos de pele castanha a parda (fototipos mais altos).

112
Q

Como o melasma é diagnosticado e qual é a abordagem de tratamento recomendada?

A

O diagnóstico do melasma é principalmente clínico, baseado no histórico do paciente e na avaliação das características das manchas. O tratamento envolve uma combinação de proteção solar rigorosa, aplicação de uma fórmula contendo hidroquinona, corticoides e ácido retinóico três vezes na semana, hidratação adequada da pele, peelings químicos e, em alguns casos, tratamento com plataformas de laser. Estas abordagens visam reduzir a pigmentação e prevenir a recorrência das manchas.

113
Q

Por que a proteção solar é crucial no manejo do melasma e quais medidas adicionais podem auxiliar na prevenção dessa condição?

A

A proteção solar é crucial no manejo do melasma porque a exposição ao sol é um dos principais fatores desencadeantes da condição, promovendo o aumento da produção de melanina e agravando as manchas existentes. Medidas adicionais para prevenir o melasma incluem o uso regular de protetor solar com alto fator de proteção UV, o uso de chapéus e roupas que protejam do sol, e evitar exposição solar prolongada, especialmente nos horários de maior intensidade solar. Também é importante abordar os demais fatores desencadeantes, como ajustar o uso de anticoncepcionais e terapias hormonais, se possível, e adotar tratamentos cutâneos adequados que não agravem a condição.

114
Q

O que é fitofotodermatite e como se caracterizam as lesões causadas por essa condição?

A

Fitofotodermatite é uma reação inflamatória da pele que resulta do contato com certas substâncias fotossensibilizantes presentes em plantas ou frutas, seguido pela exposição à luz solar. As lesões caracterizam-se por manchas acastanhadas hipercrômicas, de formatos irregulares e bizarros, podendo também apresentar lesões eritematosas ou eritematobolhosas.

115
Q

Quais são algumas substâncias conhecidas por causar fitofotodermatite?

A

Substâncias conhecidas por causar fitofotodermatite incluem derivados de psoralenos (encontrados no figo), furocumarinas (presentes em frutas cítricas como limão, laranja e tangerina), e certas plantas como salsinha, coentro e erva-doce. Perfumes aplicados diretamente na pele, em vez de na roupa ou cabelo, também podem provocar fitofotodermatite devido a substâncias fotossensibilizantes em sua composição.

116
Q

Qual é o mecanismo pelo qual a exposição solar após o contato com substâncias fotossensibilizantes provoca fitofotodermatite?

A

O mecanismo envolve a absorção de substâncias fotossensibilizantes pela pele, que reagem com a luz ultravioleta (UV) solar. Esta reação química gera compostos que causam dano celular, resultando em inflamação e alteração da pigmentação da pele. As lesões da fitofotodermatite refletem a distribuição da substância na pele e a exposição à luz, o que explica os padrões irregulares e, às vezes, bizarros das manchas.

117
Q

Como é realizado o tratamento da fitofotodermatite e quais medidas podem ajudar na prevenção dessa condição?

A

O tratamento da fitofotodermatite pode incluir a aplicação de corticoides tópicos no local das lesões para reduzir a inflamação e acelerar a regressão das manchas. Hidratantes dermatológicos também são recomendados para auxiliar na recuperação da pele. Para prevenir a fitofotodermatite, é importante evitar o contato com substâncias fotossensibilizantes e a subsequente exposição ao sol. Quando o contato com tais substâncias for inevitável, recomenda-se proteger a pele com vestimentas adequadas ou aplicar protetor solar de amplo espectro para minimizar a exposição à radiação UV.

118
Q

O que é melanose solar e por que ela ocorre?

A

Melanose solar, também conhecida como melanose actínica, é uma condição caracterizada pelo aparecimento de manchas hipercrômicas pequenas na pele, principalmente em áreas expostas ao sol, como o dorso das mãos, face e antebraço. Ela ocorre devido à ação cumulativa da exposição solar ao longo dos anos, levando a um aumento da síntese de melanina por melanócitos normais. A condição é mais comum após as terceiras e quartas décadas de vida, refletindo os efeitos do envelhecimento cutâneo associados à exposição UV.

119
Q

Quais áreas do corpo são mais afetadas pela melanose solar e em qual faixa etária ela é mais frequente?

A

As áreas do corpo mais afetadas pela melanose solar incluem o dorso das mãos, a face e o antebraço, áreas tipicamente mais expostas à radiação solar. A condição é mais frequente após as terceiras e quartas décadas de vida, indicando que os efeitos cumulativos da exposição ao sol ao longo dos anos são um fator chave na sua manifestação.

120
Q

Quais são as opções de tratamento disponíveis para a melanose solar?

A

As opções de tratamento para a melanose solar incluem medidas de fotoproteção solar para prevenir o agravamento das lesões existentes e a formação de novas manchas. Além disso, procedimentos como luz intensa pulsada e crioterapia podem ser utilizados para reduzir a pigmentação das manchas. Estes tratamentos visam clarear as áreas afetadas, melhorando a aparência estética da pele.

121
Q

Como a fotoproteção solar pode ajudar na prevenção e no tratamento da melanose solar?

A

A fotoproteção solar é crucial tanto na prevenção quanto no tratamento da melanose solar, pois minimiza a exposição da pele à radiação UV, que é o principal fator desencadeante da condição. O uso regular de protetor solar com alto fator de proteção, bem como o uso de roupas protetoras e a busca por sombra, especialmente durante os horários de maior intensidade solar, pode ajudar a prevenir o aparecimento de novas manchas e a agravamento das existentes. No contexto do tratamento, a fotoproteção é fundamental para evitar que os procedimentos de clareamento sejam comprometidos pela exposição subsequente ao sol.

122
Q

O que diferencia as hipercromias não melânicas das hipercromias melânicas e quais são alguns exemplos?

A

As hipercromias não melânicas são manchas causadas pelo aumento ou depósito de substâncias outras que não a melanina. Exemplos incluem a carotenemia, que se caracteriza pela pigmentação amarelada da pele devido ao depósito de caroteno; a alcaptonúria, que provoca manchas castanho-cinzentas ou pretas em áreas como cartilagens de orelhas, nariz e face; a ocronose exógena, resultante do uso prolongado de substâncias como a hidroquinona; tatuagens, que são pigmentos introduzidos artificialmente na pele; e a dermatite ocre, decorrente do extravasamento de sangue e depósito de hemossiderina, principalmente nas pernas e tornozelos.

123
Q

Como a carotenemia pode ser diferenciada clinicamente da icterícia?

A

A carotenemia pode ser diferenciada da icterícia pela ausência de prurido e pelo fato de as escleróticas estarem livres de pigmentação amarelada. Além disso, a carotenemia frequentemente apresenta pigmentação amarelada nas palmas das mãos e plantas dos pés, áreas que são tipicamente livres de icterícia. Essas características ajudam na diferenciação clínica entre as duas condições.

124
Q

O que é alcaptonúria e quais são suas manifestações cutâneas?

A

Alcaptonúria, ou ocronose endógena, é uma condição metabólica rara caracterizada pela incapacidade de metabolizar certos aminoácidos, levando ao acúmulo de ácido homogentísico. As manifestações cutâneas incluem manchas castanho-cinzentas ou pretas, com predileção por áreas de cartilagens, como orelhas, nariz e face. A pigmentação é devido ao depósito do ácido homogentísico oxidado nos tecidos.

125
Q

Quais são as causas e características da dermatite ocre?

A

A dermatite ocre é causada pelo extravasamento de sangue para o tecido subcutâneo e subsequente deposição de hemossiderina, um pigmento derivado da degradação da hemoglobina. Caracteriza-se por manchas castanhas ou coloração ocre, principalmente localizadas nas pernas e tornozelos. A condição é frequentemente associada a insuficiência venosa crônica, que promove o aumento da pressão venosa e o extravasamento de sangue.

126
Q

Como o uso prolongado de hidroquinona pode afetar a pigmentação da pele?

A

O uso prolongado de hidroquinona pode levar ao desenvolvimento de ocronose exógena, uma condição caracterizada por manchas castanhas escuras ou hiperpigmentação na pele. Isso ocorre devido à deposição de pigmentos ocrônicos na derme, resultante da oxidação da hidroquinona. A ocronose exógena é mais comum em áreas tratadas com hidroquinona, especialmente em casos de uso prolongado ou em concentrações elevadas, e pode ser difícil de tratar.