Procedimento do Tribunal do Júri Flashcards
O Tribunal do Júri pertence ao Poder Judiciário?
- Sim.
- Pertence ao Poder Judiciário Comum (Estadual ou Federal) de primeira instância.
Qual a composição do Tribunal do Júri?
- O juiz presidente;
- 25 jurados, dos quais 7 comporão o Conselho de Sentença.
Fale acerca do seguinte princípio do Júri:
PLENITUDE DE DEFESA.
- Consiste em um plus à ampla defesa.
- Permite que o acusado e o seu defensor venham a se valer não apenas de argumentações jurídicas, mas também de outra natureza (ordem social, emocional etc.).
- Divide-se em:
- Plenitude de defesa técnica: onde o advogado pode se valer de argumentações jurídicas e não jurídicas. Ressalte-se que a ausência de defesa técnica é causa de nulidade da sessão, devendo ser designada uma nova.
- Plenitude de autodefesa: que é a exercida pelo próprio réu, que poderá apresentar sua versão, não necessariamente jurídica. Deve ser permitida sempre que o réu dela quiser se valer, ainda que haja divergência entre a tese deste e a do seu advogado.
Fale acerca do seguinte princípio do Júri:
SIGILO DAS VOTAÇÕES (do voto).
- Segundo o qual ninguém deve saber o sentido do voto de cada um dos jurados, nem mesmo o juiz.
- Em razão disso, há a previsão de uma “sala secreta”, onde é vedada a entrada do “assistente da acusação (no caso, a vitima ou seu representante)”, do “acusado” e nem o público.
Quem deve e quem não deve estar presente na “sala secreta” do júri?
Devem estar presentes:
- O juiz presidente;
- Os jurados;
- O oficial de justiça;
- O escrivão;
- O membro do Ministério do Público;
- O advogado do assistente ou o advogado do querelante (ação privada subsidiária da pública); e
- O advogado de defesa.
Não devem estar presentes:
- O público;
- O acusado;
- A vítima ou seu representante.
Se o acusado fizer sua defesa, será nomeado um defensor ad hoc apenas para acompanhar a votação.
Fale acerca do seguinte princípio do Júri:
Incomunicabilidade dos Jurados.
- Entre os pontos, vale acerca do voto unânime, de acordo com a Lei 11.689/08.
- Sorteados os 7 que comporão o Conselho de Sentença, estes não podem comunicar com outras pessoas, nem mesmo com os demais jurados, acerca do processo.
- Tal incomunicabilidade inicia-se com o sorteio e termina com a leitura da sentença. Após isso, podem divulgar seus votos, caso queiram.
- Em caso de julgamentos de durem mais de um dia, deve-se fornecer alojamento aos jurados (no Tribunal ou em Hotéis), onde não terão acesso a telefones ou aos demais jurados.
- Voto unânime:
- Antes da lei 11.689/08, contavam-se todos os votos e a unanimidade era declarada pelo Juiz. Viola o sigilo.
- Depois da lei 11.689/08, a contagem é interrompida ao se alcançar 4 votos no mesmo sentido, para qualquer quesito.
Fale acerca do seguinte princípio do Júri:
Soberania dos Veredictos.
- Segundo o qual, o Tribunal de Juízes Togados não pode substituir a vontade dos jurados.
- Entretanto, não significa que as decisões do júri sejam irrecorríveis.
Em que hipóteses será cabível apelação contra a decisão do júri?
- Quando houver nulidade posterior à pronúncia (legalidade);
- Quando a decisão do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados (legalidade);
- Quando houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança (legalidade);
- Quando a decisão dos jurados for manifestadamente contrária às provas dos autos (mérito).
Em caso de provimento da apelação contra a decisão pelo Tribunal, o acórdão proferido por este poderá ter um Juízo Rescindente e/ou Rescisório.
Quais a diferença entre estas e em que hipóteses cabe cada uma?
- Juízo Rescindente: consiste na cassação da decisão impugnada. Se for a decisão do júri, será necessário necessário submeter a um novo julgamento (com novo júri).
- Juízo Rescisório: depende do juízo rescindente. Presente apenas em vício da sentença proferida pelo juiz-presidente. Cabendo o Tribunal substituir a sentença.
- No caso de nulidade posterior à pronúncia, o Tribunal vai proceder com um Juízo Rescindente, devendo cassar a sentença e submeter a um novo júri.
- No caso de a sentença do juiz-presidente ser contrária à lei e ao veredicto do júri, o Tribunal vai proceder com um Juízo Rescindente e Rescisório, adequando a sentença à lei e ao veredicto do júri.
- No caso de erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou medida de segurança, o Tribunal vai proceder com o juízo rescindente e rescisório, corrigindo a sentença.
- No caso de a decisão dos jurados for manifestadamente contrária às provas dos autos, o Tribunal procederá com um juízo rescindente, anulando a sentença e determinando constituir um novo júri.
Verdadeiro ou Falso:
Em caso de apelação contra a decisão do júri fundada na hipótese de “Nulidade posterior à pronúncia”, tal alegação é vinculante, de modo que o Tribunal NÃO pode dar provimento ao recurso com base em outra hipótese, ficando este vinculado à fundamentação trazida pelo recorrente.
Verdadeiro. Súmula 713, STF.
Quais quesitos serão formulados ao júri e que ordem devem ser questionados?
- Materialidade do fato;
- Autoria ou participação;
- Se o acusado deve ser absolvido;
- Se existe a causa de diminuição da lei alegada; e
- Se existe qualificadora ou causa de aumento de pena.
- Se os quesitos 1 e 2 forem julgados negativamente por mais de 3 jurados, o réu deverá ser absolvido.
- Se os quesitos 1 e 2 forem julgados positivamente, deve-se fazer o seguinte quesito:
- O jurado absolve o acusado? - Se decidirem pela condenação, o juiz procederá com os quesitos 4 e 5.
Fale acerca da posição do juiz-presidente em caso de condenação ou absolvição do réu pelo júri.
a. Em caso de condenação:
- Deve fixar a pena-base;
- Deve considerar as circunstâncias agravantes e atenuantes alegadas nos debates;
- Imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas pelo júri;
- Outras disposições do CPP;
- Mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo à prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva;
- Estabelecer os efeitos genéricos e específicos da condenação.
b. Em caso de absolvição:
- Mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver preso;
- Revogará as medidas restritivas anteriormente decretadas; e
- Imporá, se for o caso, medida de segurança cabível.
Em que consiste a REVISÃO CRIMINAL?
- Consiste em uma ação rescisória criminal.
2. Pressupõe o trânsito em julgado da sentença condenatória ou absolutória.
A revisão criminal é cabível contra decisão do Júri?
Verdadeiro.
Tanto a soberania dos veredictos quanto a revisão criminal são garantias previstas para beneficiar o réu.
Acerca da revisão criminal no procedimento do Júri:
- De quem é a competência para julgar a revisão criminal?
- Ao julgar procedente a ação, o órgão fará um juízo rescindente e/ou rescisório?
- A competência será do Tribunal (juízo ad quem).
- Julgando procedente, existem duas posições doutrinárias:
- Majoritária: juízo rescindente. Mas se a condenação tiver sido fundada em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos, poderá proceder, também, com o juízo rescisório, não tendo que submeter o acusado a novo júri.
- Minoritária: somente juízo rescindente, devendo submeter o acusado a novo júri.
Fale acerca da competência do Tribunal do Júri.
- O júri tem competência constitucional para julgar os crimes dolosos contra a vida.
- Tal competência não pode ser suprimida, nem mesmo por Emenda Constitucional.
- Tal competência pode ser ampliada, inclusive por lei ordinária, e é o que ocorre no Brasil, tendo o Júri competência para julgar os crimes conexos e continentes, salvo crimes ELEITORAIS e MILITARES.
Quais infrações envolvendo mortes não são julgadas pelo Tribunal do Júri?
- Homicídio culposo;
- Latrocínio: pois é crime patrimonial, só arrastando a competência para o júri se praticado em conexão com crime doloso contra a vida;
- Genocídio: pois é crime contra a raça, etnia, religião. Se o crime, porém, for praticado em conexão com homicídios dolosos, a competência será do Júri, que atrairá a competência em razão da força atrativa.
- Militar da ativa que matar militar da ativa: ainda que fora da Administração Militar e ainda que não estejam em serviço, a competência será da Justiça Militar.
- Civil que mata dolosamente Militar das forças armas em Serviço em área militar: competência da Justiça Militar;
- Foro por prerrogativa de função na CF: se houver previsão na CF, a competência será do Foro definido (especialidade). Se previsto somente em Constituição Estadual, a competência continua a ser do Tribunal do Júri.
- Crimes políticos do art. 29 da Lei 7.710/83 (homicídio do Presidente da República, do Senado, da Câmara e do STF): competência da Justiça Federal.
- Tiro de abate: competência da Justiça Militar da União.
- Ato infracional: sendo a competência do Juizado da Infância e da Juventude.
- Extorsão qualificada pelo resultado morte.
Em que consiste a primeira fase do Tribunal do Júri, também chamado de “Sumário da Culpa” ou “Judicium accusationis”?
- Consiste no juízo de admissibilidade.
- Busca-se verificar se o acusado deve ser submetido ao julgamento perante o Tribunal do Júri.
- Conta apenas com a figura do Juiz Togado, também denominado de Juiz Sumariante.
Verdadeiro ou Falso:
Embora não expresso, o princípio da identidade física do juiz também se aplica à primeira fase, de modo que o magistrado que tomou conhecimento da prova ficará vinculado ao feito, sendo ele o responsável por proferir a decisão ou sentença, mesmo em caso de desmembramento da audiência una.
Verdadeiro.
Até quantas testemunhas podem ser arroladas na primeira fase do procedimento do júri?
8 por cada parte.
Em que consiste a ação penal adesiva? É possível sua verificação no procedimento do Júri?
- Ocorre quando há um litisconsórcio entre o MP e o querelante, na hipótese de conexão entre um crime cuja ação é de iniciativa privativa do MP e um crime cuja ação é de iniciativa privada.
- É cabível no Tribunal do Júri sim, quando há conexão conexão entre um crime doloso contra a vida e crime de iniciativa privada.
Faça um resumo acerca do procedimento na primeira fase do procedimento do júri (judicium accusationis).
- Inauguração.
- Inaugura-se com a denúncia ou a queixa subsidiária, que pode ser rejeitada ou recebida.
- Contra a rejeição, cabe RESE.
- Na peça acusatória podem ser arroladas até 8 testemunhas. - Recebida a peça acusatória, o juiz mandará citar o acusado para que responda, POR ESCRITO, no PRAZO DE 10 DIAS. Esse prazo começa a contar a partir da efetivação da diligência (cumprimento do mandado ou comparecimento do réu ou seu defensor em juízo, quando inválida a citação ou realizada esta por edital).
- O réu deverá apresentar sua resposta preliminar escrita, podendo alegar tudo que achar interessante à defesa, especificar provas a serem produzidas, bem como arrolar testemunhas, ATÉ 8 POR CADA ACUSADO, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.
- Se a defesa não for apresentada, o juiz nomeará defensor ao acusado, para oferecer a defesa em até 10 dias, abrindo-lhe vista dos autos.
- Depois de apresentada a defesa preliminar, O MP OU QUERELANTE será ouvido sobre as preliminares e os documentos carreados.
- Após, o juiz, no prazo máximo de 10 dias, designará audiência de instrução e determinará a realização de diligências requeridas pelas partes.
- Realização da audiência de instrução perante o juiz da instrução preliminar.
- Se possível, serão tomadas as deliberações do ofendido.
- Serão inquiridas as testemunhas da acusação e da defesa, nesta ordem.
- Esclarecimento das perícias e diligências pelos peritos. Deve haver prévio requerimento e deferimento pelo juiz.
- Acareações e reconhecimento de pessoas e coisas.
- Será interrogado o acusado e proceder-se-á com os debates orais ao final. NÃO SENDO POSSÍVEL A SUBSTITUIÇÃO PELAS ALEGAÇÕES ESCRITAS.
- Começa com a acusação e, depois, a defesa. Cada qual terá 20 minutos, prorrogáveis por mais 10.
- Em havendo mais de 1 acusado, o tempo previsto para a acusação e para a defesa será individual.
- Em havendo assistente da acusação, esta se manifestará após o MP, tendo 10 minutos. Este tempo será acrescido ao tempo da defesa.
- Será interrogado o acusado e proceder-se-á com os debates orais ao final. NÃO SENDO POSSÍVEL A SUBSTITUIÇÃO PELAS ALEGAÇÕES ESCRITAS.
- O juiz proferirá a decisão imediatamente ou o fará no prazo de 10 dias, devendo ordenar a conclusão dos autos.
Na primeira fase do Tribunal do Júri, quando deve ocorrer o interrogatório do acusado.
Deve ser o último ato do audiência de instrução e julgamento, ficando apenas antes das alegações orais.
No Tribunal do Júri, como as exceções deverão ser autuadas e processadas?
Deverão ser autuadas e processadas em apartado.
Verdadeiro ou Falso:
Segundo o STJ, é possível que, após a resposta preliminar escrita, o juiz, aplicando analogicamente o art. 397 do CPP, absolva sumariamente o réu antes de realizada a audiência de instrução.
Para o STJ, não. STJ - Quinta Turma - ROC no HC nº 52.086/MG - Rel. Ministro Jorge Mussi. Data: 18/12/2014.
Verdadeiro ou Falso:
No Tribunal do Júri não mais existe fase de diligência em momento posterior à audiência de instrução, devendo todas as diligências serem realizadas antes da audiência, de modo que não há mais razão para a apresentação de alegações finais escritas.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer.
Verdadeiro. Art. 411, §7º, do CPP.
Verdadeiro ou Falso:
A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da audiência.
Verdadeiro. Art. 411, caput, CPP.
Complete:
Concluída a instrução, o juiz proferirá sua decisão _______, ou _________, ordenando, para tanto, a conclusão dos autos. O procedimento deve ser concluído no prazo máximo de _______ (art. 412, CPP).
- Imediatamente.
- em 10 dias.
- 90 dias.
Após concluída a primeira fase, o juiz sumariamente poderá proferir 4 decisões. Quais são?
- Impronúncia (apelação);
- Desclassificação do crime (rese);
- Absolvição sumária (apelação); ou
- Pronúncia (rese).
Em que hipóteses poderá o juiz decidir pela IMPRONÚNCIA?
Quando ele entender não haver provas suficientes acerca da:
- Materialidade do fato; ou
- Da existência de elementos suficientes de autoria ou participação.
Qual a natureza da decisão de impronúncia?
- Decisão interlocutória (porque não aprecia o mérito);
- Mista (porque põe fim a uma fase processual);
- Terminativa (põe fim ao processo).
Qual o recurso cabível contra a decisão de impronúncia? Quem são os legitimados?
- Cabe apelação.
- Tem como legitimados:
- Ministério Público;
- Querelante;
- Assistente da acusação (atuação supletiva, somente recorrente se o MP não o fizer: 5 dias, se habilitado; 15 dias, se não habilitado. Começa a contar após transcorrido o prazo para o MP); e
- Acusado (se desejar absolvição sumária).
Verdadeiro ou Falso:
É previsto o recurso de ofício ou remessa necessária contra a decisão de impronúncia.
Falso.
Não há previsão nesse sentido.
Caso o Tribunal dê provimento à apelação interposta contra a impronúncia, é cabível a interposição de embargos infringentes e de nulidade quando?
- Quando a votação não for unânime e o voto vencido for favorável à defesa.
A sentença de impronúncia faz coisa julgada formal ou material?
Coisa julgada formal [secundum eventum probationis].
Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova (em sentido formal - já existente, mas com nova análise - ou substancial - prova inédita).
Distinga coisa julgada [secundum eventus probationis] da coisa julgada [secundum eventus litis].
- Alude especificadamente à improcedência por insuficiência de provas, que não tem o condão de imunizar o acusado contra uma nova denúncia com novas provas.
- Consiste na improcedência em geral, permitindo, pela natureza da lide, a repropositura da demanda.
No momento de proferir a sentença na primeira fase do procedimento do júri, qual princípio deve prevalecer?
In dubio pro societate.
A apelação interposta contra a sentença de impronúncia terá efeitos devolutivos e regressivos?
Não. Terá apenas efeitos devolutivo, para que a matéria seja apreciada pelo Tribunal.
- Não terá efeito regressivo, ou seja, não será submetida a uma análise de possível retratação pelo juízo a quo.
Em que consiste a despronúncia?
- Consiste na impronúncia de um acusado que, inicialmente, havia sido pronunciado.
- Será cabível pelo juiz (ao julgar procedente RESE interposto contra a pronúncia) ou pelo Tribunal Ad Quem, que julga procedente o RESE, julgando indevida a pronúncia feita pelo juiz.
- Contra a despronúncia cabe APELAÇÃO.
Após a sentença de impronúncia, surgem novas provas capazes, em tese, de atribuir a autoria de um crime contra a vida praticada pelo sujeito. O que deve ser feito?
- Deve-se verificar se não ocorreu a prescrição.
- Deve-se instaurar um novo processo criminal, que deve tramitar perante o mesmo juiz, que estará prevento para a demanda, sem prejuízo de que os autos processuais anteriores sejam apensados ao novo processo, passando a servir de elementos de informação.
O juiz sumariante tem competência para julgar infrações conexas com o crime doloso contra a vida?
- Não. A competência é do Júri.
- Assim, em caso de impronúncia, desclassificação ou absolvição, deve o juiz sumariante encaminhar os autos da infração conexa (que não seja doloso contra vida) ao juiz competente.
Verdadeiro ou Falso:
Leis processuais passam a ter aplicação imediata aos processos, mesmo que iniciados antes de sua entrada em vigência. Para saber qual é o recurso cabível contra determinada decisão, não se deve verificar qual é a lei em vigor no momento da interposição do recurso, mas A LEI EM VIGOR NO MOMENTO EM QUE SE PROFERIU A DECISÃO A QUAL CABERÁ O RECURSO.
Verdadeiro.
Fale acerca da seguinte decisão proferida pelo juiz sumariante ao final da primeira fase do Tribunal do Júri:
DESCLASSIFICAÇÃO.
- Trata-se de desclassificação de um crime doloso contra a vida para outro crime que não seja de competência do Tribunal do Júri.
- Decisão prolatada pelo juiz sumariante, por entender que o crime ali descrito é diverso de quaisquer tipificações de delitos contra a vida.
- Não deve o juiz sumariante dizer qual o tipo penal que entender se enquadrar a conduta descrita, POIS CABE AO MINISTÉRIO PÚBLICO A OPINIO DELICTI. Deve se limitar a dizer que não é crime doloso contra a vida.
Qual a natureza jurídica da decisão de desclassificação?
Decisão interlocutória modificadora de competência.
Qual o recurso cabível contra a decisão de desclassificação? Qual o prazo? Quem são os legitimados?
Só após transcorrido esse prazo, é que os autos serão remetidos ao juiz competente.
- RESE.
- No prazo de 5 dias.
- São legitimados:
- Ministério Público;
- Querelante;
- Assistente da Acusação (supletivamente); e
- Defesa.trtfr
Verdadeiro ou Falso:
Se o acusado estiver preso quando da desclassificação, deve o juiz declinante manifestar-se expressamente sobre a segregação cautelar, mantendo-a ou relaxando-a, motivadamente.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
A desclassificação pode ser feita para crime mais grave.
Verdadeiro.
Se o juiz sumariante entender que o crime afirmado na petição inicial não corresponde àquele provado nos autos, mas ainda for um crime doloso contra a vida, que tipo de decisão deverá proferir ao final?
Sentença de Pronúncia.
Verdadeiro ou Falso:
Quanto à possibilidade de desclassificação da imputação de homicídio doloso praticado a título de dolo eventual na direção de veículo automotor para o delito de homicídio culposo, entende o STJ que a competência a desclassificação é do Conselho de Sentença, e não do Juiz Sumariante.
Verdadeiro. REsp 1.224.263/RJ.
Distinga Desclassificação de Desqualificação.
- Desclassificação ocorre quando o juiz sumariante entende que o crime praticado não se enquadra como crime doloso contra a vida.
- Desqualificação ocorre quando o juiz sumariante, por ocasião da pronúncia, exclui a qualificadora imputada ao acusado. Tal exclusão só deve ocorrer quando for clara a sua não constatação. Quando a questão for polêmica, quem deve decidir sobre a sua existência ou não é conselho de sentença.
Em caso de desclassificação, qual o entendimento doutrinário acerca do procedimento a ser adotado pelo juízo singular competente?
O entendimento majoritário é o de que o juiz competente (ainda que seja o juiz sumariante, no caso de Vara Única, por exemplo), deve este renovar o feito, ouvindo testemunhas, caso estas já não tenham sido ouvidas na primeira fase do júri.
Fale acerca da possibilidade de se suscitar conflito de competência em caso de desclassificação do crime quando:
- Remessa dos autos para a mesma justiça;
- Remessa dos autos à outra Justiça.
- Para a mesma Justiça: o entendimento majoritário é de que não pode o juiz que recebeu os autos suscitar conflito de competência.
- Para outra Justiça: o entendimento do STJ é de que cabe sim conflito de competência, vez que as diferentes justiças não ficam vinculadas às decisões umas das outras.
Caso o juiz sumariante profira uma sentença de absolvição sumária, essa sentença tem capacidade para produzir que tipo de coisa julgada?
Coisa julgada material.
Em que hipóteses caberá ao juiz sumariante absolver sumariante o acusado?
Quando houver certeza:
- Inexistência do fato (obstaculiza a ação ex delicto);
- Provado que ele não é autor ou partícipe do fato (obstaculiza a ação ex delicto);
- O fato não constitui infração penal; e
- Verificada a existência de excludentes de culpabilidade e de ilicitude.
Fale acerca da absolvição sumária fundada na inimputabilidade.
- Trata-se de absolvição imprópria.
- O juiz não aplica a pena, mas aplica uma medida de segurança.
- Só será possível que o juiz sumariante absolva sumariamente (imprópria) o acusado com base na inimputabilidade, quando esta for a única tese defensiva.
É possível que, ainda na fase de inquérito policial para apurar a prática de crime doloso contra a vida, o juiz possa determinar o arquivamento do feito com base em causa excludente de ilicitude ou culpabilidade?
Sim, desde que seja cabalmente provada a presença de tais excludentes.
Verdadeiro ou Falso:
Contra a decisão do juiz sumariante que decidir pela absolvição sumária será cabível reexame necessário.
Falso. Tal disposição fora revogada pela Lei 11.689/2008
Qual o recurso cabível contra a sentença que absolveu sumariante o acusado?
Apelação.
Verdadeiro ou Falso:
Em caso de absolvição sumária do crime doloso contra a vida pelo juiz sumariante, em havendo crimes conexos, o juiz que absolver sumariamente o acusado deve determinar a extração de cópias dos autos, remetendo-os ao juízo competente.
Verdadeiro.
Acerca da absolvição sumária, entende-se que se a inimputabilidade não for a única tese defensiva, NÃO PODE o juiz sumariante absolver com base na inimputabilidade, ainda que entenda ser o caso. Se o juiz não absolver com base na outra tese (além da inimputabilidade) trazida pela defesa, deverá este enviar os autos para julgamento pelo Conselho de Sentença.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
Para o STJ, a alegação genérica de uma segunda tese, sem detalhá-la, não é motivo suficiente para impedir que o Juízo absolva sumariamente com aplicação de medida de segurança.
Verdadeiro. RHC 39.920.
Verdadeiro ou Falso:
O CPP adota o princípio da periculosidade presumida, impondo a aplicação de medida de segurança quando, em condições normais, devesse o acusado ser pronunciado ou condenado. Quando o acusado estiver em situação de absoluta higidez mental, cessando sua periculosidade, deve-se dar a extinção da medida de segurança, nos termos do art. 176 da LEP.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
Se, de um lado, a inimputabilidade é causa de absolvição sumária imprópria, a semi-inimputabilidade é causa de pronúncia, desde que os demais pressupostos para a pronúncia estejam cumpridos. A semi-inimputabilidade é apenas causa de diminuição de pena.
Verdadeiro.
A apelação interposta em face da sentença absolutória tem efeitos suspensivos, impedindo que o acusado seja colocado em liberdade?
Falso. A apelação não tem efeito suspensivo.
Quando será cabível a DECISÃO DE PRONÚNCIA?
Quando o juiz sumariante estiver convencido da existência de lastro probatório necessário que demonstre:
- Certeza quanto à materialidade do delito;
- Indícios de autoria ou de participação.
O que se entende por “limite cognitivo da pronúncia”?
- Consiste na restrição à análise de mérito que deve ser feita pelo juízo sumariante, devendo-se indicar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena.
Cite as características da cognição judicial da pronúncia.
- Não exauriente: porque não cabe ao juiz sumariante aprofundar-se no debate acerca das provas, nem das teses de defesa que só podem ser objeto de conhecimento na hipótese de ser admitida absolvição sumária.
- Não deverá fazer qualquer cognição acerca dos crimes conexos, ficando a análise destes também à competência do Tribunal do Júri.
- Pronúncia o acusado.
Qual a natureza da decisão de pronúncia?
Decisão interlocutória mista terminativa.
Verdadeiro ou Falso:
A decisão de pronúncia não deve apreciar circunstâncias judiciais, atenuantes ou agravantes, nem tampouco de privilégio que reduza a pena. A matéria de individualização da pena não faz parte da pronúncia.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
Na pronúncia, as qualificadoras são também enfrentadas, pois não são circunstâncias agravantes, mas fatos que compõem a tipicidade, podendo decidir por sua incidência ou não, sem que isso represente individualização da pena.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
Na decisão de pronúncia não será discutido concurso de crimes, critérios a serem considerados quando da dosimetria da pena, em caso de condenação.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
No momento da pronúncia, poderá o magistrado valer-se do instituto da emendatio libelli, de modo a corrigir a tipificação imputada.
Verdadeiro.
Fale acerca do instituto da Mutatio libelli na primeira fase do Tribunal do Júri.
- Se verificar a alteração da tipificação (que mantenha o crime doloso contra a vida) em razão da descoberta de prova não contemplada na inicial,
- Deve o juiz abrir vistas ao MP para que adite a inicial, NO PRAZO DE 5 DIAS, podendo arrolar até 3 testemunhas. Do mesmo modo, abre-se à defesa a oportunidade de se defender, no prazo máximo de 5 dias, assim como arrolar até 3 testemunhas. Assim, poderão discutir os fatos novos.
Por quais meios deverão o MP, o acusado e seu defensor serem intimados acerca da decisão de pronúncia?
- Pessoalmente, o acusado, o defensor NOMEADO (inclusive Defensor Público) e o Ministério Público;
- Por meio de publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, o defensor CONSTITUÍDO, querelante e assistente do MP;
- Por edital ao acusado solto que não for encontrado. Não sendo encontrado, o processo segue o final.
- O prazo será iniciado após o findo do prazo de 15 dias a contar da sua publicação
Verdadeiro ou Falso:
A decisão de pronúncia e a decisão confirmatória de pronúncia proferida pelo tribunal em grau de recurso causam a interrupção da prescrição da pretensão punitiva.
Verdadeiro. Art. 117, II, CP.
Qual a posição do STJ acerca da aplicabilidade da reforma de 2008 quanto à intimação do acusado em caso de crimes inafiançáveis.
Após 1996 e antes da reforma de 2008, em caso de crimes inafiançáveis, o acusado intimado por edital e que não fosse encontrado, teria o processo suspenso, mas o prazo prescricional continuaria a correr.
Após a reforma de 2008, o processo segue à sua revelia.
- Para o STJ, trata-se de norma processual, aplicando-se a todos os processos em andamento, tenham sido iniciados antes ou depois da reforma.
Para garantir a segurança jurídica, porém, decidiram o seguinte: - Crimes praticados antes da reforma de 1996 (que não previa sequer a intimação do réu por edital), não aplica a previsão pós reforma de 2008, devendo o processo continuar suspenso, salvo se ele foi citado pessoalmente.
- Crimes praticados após a reforma de 1996, aplica-se a regra atual, ainda que o crime tenha sido praticado antes da reforma de 2008.
É possível a correção da pronúncia? Se sim, em que hipóteses?
- Sim, é possível a correção da pronúncia.
- Consiste em uma nova decisão de pronúncia do acusado, em razão da ocorrência de circunstância ulterior ao momento da decisão judicial.
- Exemplo: pronúncia pelo homicídio tentado. Dias depois a vítima morre em decorrência da conduta do agente.
- É possível AINDA QUE PRECLUSA A DECISÃO DE PRONÚNCIA..
- Antes, porém, é necessário que o juiz ouça o Ministério Público e a Defesa.
- CABE AO MINISTÉRIO PÚBLICO aditar a denúncia, para que se adeque aos novos fatos.
Verdadeiro ou Falso:
No momento da decisão de pronúncia, caberá ao juiz sumariante verificar se há a necessidade de que o acusado responda à segunda fase em liberdade ou não, devendo observar os pressupostos para tanto. A decisão acerca da manutenção, revogação ou substituição deverá ser motivada.
Verdadeiro.
Contra a decisão de pronúncia, qual é o recurso cabível?
RESE.
Qual a consequência caso o juiz, na decisão de pronúncia, atue com eloquência acusatória?
Será causa de nulidade absoluta, devendo haver o seu desmembramento e consequente necessidade de prolação de nova decisão.
Não é possível que apenas a decisão seja desentranhada e envelopada, uma vez a lei processual determina que os jurados deverão receber cópias da sentença.
Verdadeiro ou Falso:
Quanto à segunda fase do Tribunal do Júri é vedado, na fase de debates, que as partes façam referências à decisão de pronúncia como argumento de autoridade.
Verdadeiro. Art. 478, I, CPP.
Verdadeiro ou Falso:
Na decisão de pronúncia, deverá o juiz fazer referência às circunstâncias qualificadoras, assim como as causas de aumento de pena previstas na parte especial, desde que estas constem na peça acusatória. Deve indicar quais circunstâncias seriam estas como forma de subsidiar os quesitos aos jurados.
Verdadeiro.
Que circunstâncias não podem constar na pronúncia, pois estes não serão quesitados aos jurados?
- Causas de diminuição de pena, exceto tentativa;
- Atenuantes e agravantes genéricas; e
- Concurso de crimes.
É possível a desqualificação no momento da pronúncia?
Sim. Entretanto, o STJ entende que a desqualificação só deve se dar em situações excepcionais, quando houver certeza quanto à inconsistência e excesso de acusação. Caso contrário, tal questão só deve ser analisada pelo Conselho de Sentença.
Verdadeiro ou Falso:
Não se admite “Mutatio Libelli” na segunda fase do procedimento bifásico do júri.
Verdadeiro.
Quais são os efeitos da pronúncia?
- Submissão do acusado a julgamento;
- Limitação da acusação em plenário (a quesitação terá por base a pronúncia);
- Preclusão das nulidades relativas não arguidas até a pronúncia;
- Interrupção da prescrição;
- Preclusão (pro judicato) da pronúncia e sua consequente imodificabilidade (regra);
- Possível decretação da prisão preventiva ou imposição de medidas cautelares diversas de prisão;
- Intimação dos interessados.
No caso de nulidades posteriores à pronúncia, qual o recurso cabível e qual o prazo?
- Apelação, no prazo de 5 dias.
Verdadeiro ou Falso:
A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime.
Verdadeiro. Súmula 191 do STJ.
Na primeira fase do procedimento do júri, em que momento deve o juiz proferir a sentença de absolvição sumária?
Somente após o final da audiência de instrução.
Verdadeiro ou Falso:
Na primeira fase do processo do júri não há previsão legal acerca do requerimento de diligência ao final da audiência de instrução, nem tampouco de substituição das alegações orais por memoriais.
Verdadeiro.
Em que momento é cabível o desaforamento no procedimento do júri?
Somente na segunda fase do procedimento.
De quem é a competência para julgar o pedido de desaforamento.
- Será de uma Turma ou Câmara do TJ ou do TRF.
- É uma decisão jurisdicional.
No processo penal militar, em que momento e crime é cabível o desaforamento.
- A qualquer momento;
2. Para qualquer crime.
Quem são os legitimados para requerer o desaforamento?
- Ministério Público;
- Assistente da Acusação;
- Querelante;
- Defensor/Acusado; e
- Juiz presidente.
Salvo na hipótese em que o juiz tenha solicitado a medida, deve o relator do pedido providenciar a sua oitiva.
Em que hipóteses será cabível o desaforamento?
- Interesse de ORDEM PÚBLICA: necessidade da paz e da segurança do julgamento;
- Dúvida sobre a IMPARCIALIDADE do júri;
- Falta de SEGURANÇA pessoal ao acusado; e
- EXCESSO DE PRAZO, em razão de excesso de serviço, QUANDO O JULGAMENTO NÃO OCORRER NO PRAZO DE 6 MESES após o trânsito em julgado da pronúncia, sem culpa da defesa. NESSA HIPÓTESE, NÃO PODE O DESAFORAMENTO SER REQUERIDO PELO JUIZ.
Verdadeiro ou Falso:
Quanto à possibilidade de desaforamento no procedimento do júri por excesso de prazo, por excesso de serviço, não se computa no prazo o tempo referente a adiamentos, diligências ou incidentes de interesse da defesa. No mesmo sentido, no tocante ao excesso de prazo na prisão preventiva, não configura constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução provocado pela defesa.
Verdadeiro.
STJ, Súmula 64.
É possível o desaforamento em razão de excesso de prazo, não havendo excesso de serviço ou de processo em aguardo?
Não.
O acusado, MP, querelante ou assistente podem requerer a imediata realização do julgamento.
Verdadeiro ou Falso:
A defesa deve ser ouvida antes da decisão que determina o desaforamento do Processo, sendo nula a decisão que determina o desaforamento sem a audiência da defesa.
Verdadeiro.
Súmula 712/STF.
Verdadeiro ou Falso:
Em caso de desaforamento do processo no júri, não haverá separação em processos diferentes, de modo que o desaparecimento atingirá, também, todos os crimes conexos e coautores. Do mesmo modo, em caso de concurso de agentes, todos serão atingidos pelo desaforamento, ainda que a medida seja adotada em virtude de um único corréu.
Verdadeiro.