Jurisdição e Competência Flashcards
De acordo com Fredie Didier Jr., qual o conceito de jurisdição apresentando suas 7 características.
Consiste em atividade atribuída a um terceiro imparcial (1) de realizar o Direito de modo imperativo (2) e criativamente (3), reconhecendo/efetivando/protegendo situações jurídicas (4) concretamente deduzidas (5), em decisão insuscetível de controle externo (6) e com aptidão de tornar-se indiscutível (7).
Quem exerce a Jurisdição Típica?
- É a jurisdição exercida pelos órgãos que compõem o Poder Judiciário ou Justiça Ordinária, cuja competência a Constituição tenha atribuído a tais órgãos.
- Na espera penal, a Jurisdição Típica julga condutas que resultam na aplicação de penas privativas de liberdade.
- Excepcionalmente, quando o Poder Judiciário julga crimes de responsabilidade em sentido estrito (infrações político-administrativas), ele exerce função que lhe é típica (a de julgar), porém se trata de parcela que, em regra, é dos órgãos que compõem a Justiça Extraordinária.
Quem exerce a Jurisdição Atípica?
- Exercida pelos órgãos do Poder Legislativo, que exercem a Justiça Extraordinária ou Política.
- Jurisdição atípica porque a estes órgãos compete, tipicamente, legislar.
- A justiça política tem a competência de julgar somente os crimes de responsabilidade no sentido estrito (ou seja, cujas penas são diversas das privativas de liberdade. Aplicam-se sanções de ordem política).
A quem é atribuída a competência para permitir a instauração de processo contra o Presidente, Vice-Presidente e os Ministros de Estado?
- Competência privativa.
1. À Câmara dos Deputados, por meio do voto de 2/3 de seus membros.
Ao Senado compete julgar privativamente quais pessoas pelas prática de crime de responsabilidade?
- Presidente e Vice-Presidente da República;
- Ministros de Estado e Comandantes da Marinha, Aeronáutica e Exército quando cometerem crimes da mesma natureza em conexão com o Presidente e o Vice-Presidente da República;
- Ministros do STF;
- Membros do CNJ e CNMP;
- O Procurador-Geral da República; e
- Advogado-Geral da União.
Fale acerca do seguinte princípio da jurisdição:
INVESTIDURA.
- Para que seja possível o exercício da jurisdição, é necessário que o indivíduo esteja investido na função de magistrado.
- Em regra, a investidura se dá no cargo de juiz substituto, por meio de concurso público, exigindo-se a comprovação de 3 anos de prática jurídica no ATO DA INSCRIÇÃO DEFINITIVA.
Fale acerca do seguinte princípio da jurisdição:
INDELEGABILIDADE.
- Segundo esse princípio, a função jurisdicional não pode ser delegada a outro órgão, ainda que jurisdicional.
- Desse modo, ele não pode delegar suas funções aos servidores, assim como não pode delegá-las ao outro juiz.
A emissão de cartas precatórias, rogatórias e de ordem consiste em exceção ao princípio jurisdicional da indelegabilidade?
- Para a doutrina majoritária, SIM. Quando leva-se em consideração o ATO PROCESSUAL EM SI. Entende que, quando o juiz ou tribunal, expede carta precatória ou de ordem, está entregando a outro juiz a prática de ato que é inerente ao processo originário, em que há a delegação de ato processual de processo para o qual não o deprecado competente para processo e julgar.
- Para uma segunda corrente, que parte do referencial da COMPETÊNCIA PROCESSUAL, DEPENDE: se for o caso de carta de ordem emitida por um tribunal, há delegação de competência, porque o Tribunal tem competência territorial para atuar no local onde o juiz se encontra. Por outro lado, se for o caso de carta precatória ou rogatória, não há delegação, porque o juiz deprecante não é competente para praticar o ato no lugar do deprecado. Não há como se delegar aquilo que não possui.
Fale acerca do seguinte princípio da jurisdição:
JUIZ NATURAL.
- Uma pessoa só pode ser processada e julgada por uma autoridade competente, conforme as normas constitucionais e legais, previamente estabelecidas.
- Vedado o juízo ou tribunal de exceção (art. 5º, XXXVII).
Verdadeiro ou Falso:
É vedada a alteração de competência que não seja em razão de SUPRESSÃO DE ÓRGÃOS ou de CRIAÇÃO DE ÓRGÃOS para o fim de se dividir tarefas a fim de conferir maior funcionalidade à jurisdição.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
Em face do princípio da perpetuatio jurisdictionis, a competência é fixada no momento da propositura da ação, de modo que, a criação de novos órgãos jurisdicionais dentro da mesma área territorial de jurisdição, não enseja a redistribuição dos processos para tais órgãos.
Falso.
STJ, HC 180.840/PR - Rel. Min. Og Fernandes - DJe 15/03/2013.
Em que hipóteses não se aplica a perpetuatio jurisdictionis em matéria processual penal?
- Quando houver a criação de novos órgãos jurisdicionais igualmente competentes na mesma área de jurisdição, para garantir maior funcionalidade à jurisdição;
- Quando houver a extinção do órgão jurisdicional;
- Em caso de alteração da competência segundo critério hierárquico, ou seja, quando houver a posse do acusado em cargo que implique foro por prerrogativa de função ou encerramento do mandato; e
- Quando houver modificação da competência do órgão jurisdicional em razão da matéria, com superveniente incompetência do órgão jurisdicional.
Fale acerca do seguinte princípio da jurisdição:
INAFASTABILIDADE.
- Segundo o qual a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Por outro lado, o magistrado não poderá eximir-se da função de julgar.
Fale acerca do seguinte princípio da jurisdição:
INEVITABILIDADE/IRRECUSABILIDADE.
- Segundo esse princípios, a jurisdição não está sujeita à vontade das partes. Impõe-se.
- A sentença é impositiva.
Fale acerca do seguinte princípio da jurisdição:
CORRELAÇÃO/RELATIVIDADE.
- Deve haver correspondência entre a sentença e o pedido feito na inicial.
- Veda-se sentença extra (além), citra (aquém) ou ultra (fora) do que foi pedido.
Para assegurar o cumprimento do princípio correlação ou relatividade, dois institutos processuais foram criados: emendatio libelli e mutatio libelli. Fale sobre elas:
- Conceito;
- Momento;
- Procedimento;
- É cabível na fase recursal?
- Possíveis consequências.
- EMENDATIO LIBELLI (art. 383, CPP):
- O juiz, sem alterar a descrição dos fatos contida na denúncia ou queixa, atribui-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha que aplicar pena mais grave.
- O momento ideal para a correção de equívocos é o da prolação da sentença. O JUIZ NÃO PODE PROCEDER COM A EMENDATIO NO MOMENTO EM QUE RECEBE A DENÚNCIA OU QUEIXA.
- A emendatio libelli é cabível, inclusive, no segundo grau de jurisdição, havendo restrição apenas se implicar na reformatio in pejus, quando somente o réu tiver apelado da sentença.
- Se, em razão da emendatio, a pena mínima não ultrapassar um ano, o magistrado deve aplicar a lei 9.099/95, oportunizando ao MP oferecer proposta de suspensão. Por outro lado, se em razão da alteração da tipificação, ficar constatado que o juízo não é competente para julgar a matéria, deve ele remeter os autos do processo ao juízo competente. - MUTATIO LIBELLI (art. 384, CPP):
- Ocorre quando os fatos narrados na inicial destoam daquilo que fora apurado na instrução criminal.
- Deve se dar ao final da fase de instrução probatória.- Verificando isso, o Magistrado oportunizará o ADITAMENTO por parte do Ministério Público, que disporá de 5 dias para fazê-lo, podendo indicar até 3 testemunhas. O ADITAMENTO PODE SER FEITO ORALMENTE, CASO EM QUE SERÁ REDUZIDO A TERMO.
- Realizado o aditamento, a defesa será intimada para, no prazo de 5 dias, se manifestar, podendo indicar até 3 testemunhas.
- Conclusos, caberá ao juiz receber ou não o aditamento.
- Em caso de rejeição do aditamento, caberá RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. Em caso de recebimento, caberá HC para pleitear que tais autos sejam afastados.
- Em julgado procedente o aditamento, o magistrado designará dia e hora para a continuação da audiência, com inquirição das testemunhas, interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento. AO FINAL, CABERÁ AO JUIZ SENTENCIAR, FICANDO ADSTRITO AOS TERMOS DO ADITAMENTO.
- Em julgado improcedente o aditamento, o processo seguirá o seu curso regular, com a apresentação de memoriais e prolação de sentença.
- NÃO É CABÍVEL NA INSTÂNCIA RECURSAL, sob pena de supressão de instância.
- Se, da mutatio, a pena mínima não for superior a 1 ano ou alterar a competência do juízo, será oportunizada a suspensão condicional do processo ou a remessa dos autos do processo ao juízo competente.
Em caso de inércia ou negativa do Ministério Público quanto ao aditamento da inicial, o que resta ao juiz fazer?
Cabe a ele aplicar o art. 28 do CPP, remetendo os autos ao Procurador-Geral de Justiça ou às Câmaras de Coordenação e Revisão do MPF.
Verdadeiro ou Falso:
Em caso de aditamento, o juiz fica adstrito ao seus termos, cabendo a ele condenar ou absolver o réu. O Ministério Público, em face de uma eventual absolvição com base nos termos do aditamento, apresentar nova denúncia, nos mesmos moldes daquela que equivocadamente fora superada pelo aditamento, não havendo que se falar em violação à coisa julgada material, vez que, com o aditamento, a imputação original foi substituída. Entretanto, somente será cabível a “adstrição” se o aditamento suplantar totalmente os fatos narrados na denúncia, cabendo nova classificação do seu crime em seu tipo fundamental.
Verdadeiro.
Complete:
A mutatio libelli não tem aplicação nas ações de Iniciativa ___________ e ________.
- Privada personalíssima e exclusiva.
Fale acerca do seguinte princípio da jurisdição:
DEVIDO PROCESSO LEGAL.
- Ninguém será privado de sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal, que consiste no cumprimento dos ritos.
- O devido processo legal divide-se em dois:
- Devido processo legal formal ou adjetivo: que o processo somente será devido se observar as garantias processuais mínimas, como o contraditório e a ampla defesa.
- Devido processo legal substantivo ou material: o processo deve cominar em uma sentença proporcional e razoável.
Sucintamente aborde quais são as 5 principais características da Jurisdição.
- INÉRCIA: como regra, os órgãos jurisdicionais são inertes, dependendo de provocação, o que se faz por meio do exercício do direito de ação.
- Exceção: concessão de Habeas Corpus, que pode ser concedida ex officio pelo magistrado competente, sempre que tiver conhecimento do risco ou ofensa à liberdade de locomoção. - SUBSTITUTIVIDADE: o Estado-juiz substitui as partes No processo penal, ainda que se trate de processos de menor potencial ofensivo, a atuação do Estado-juiz é indeclinável.
- LIDE, como elemento acidental: porque o que se almeja é a aplicação da lei, o justo provimento jurisdicional, bem como está-se diante de direitos indisponíveis.
- ATUAÇÃO DO DIREITO: por meio da jurisdição é que se permite aplicar a lei ao caso concreto, restabelecendo a paz social.
- IMUTABILIDADE: porque a sentença reveste-se de imutabilidade após o seu trânsito em julgado, não podendo ser modificado, salvo exceções, a exemplo da revisão criminal pro reo.
- No processo penal, a imutabilidade da sentença penal absolutória transitada em julgado é absoluta, uma vez que não cabe revisão criminal contra ela (imutabilidade forte).
- Por outro lado, contra a sentença penal condenatória transitada em julgado, A IMUTABILIDADE NÃO É ABSOLUTA, tendo em vista que é cabível revisão criminal, quando presentes os pressupostos legais (imutabilidade fraca).
Quanto à definição da competência, fale acerca dos critérios da competência em razão da matéria.
- Ratione Materiae: a competência criminal é estabelecida de acordo com a natureza da infração penal cometida. Ex.: crimes eleitorais são julgados pela Justiça Eleitoral.
- Ratione Personae ou Funcionae: a competência criminal é definida em razão da função ocupada pela pessoa que praticou o crime. Ex.: crimes cometidos pelo Presidente da República são julgados pelo STF.
- Ratione Loci: define qual é o juízo competente, podendo levar em consideração o local do crime, bem como o domicílio ou residência do réu.
Quanto à definição da competência, fale acerca dos aspectos da competência funcional.
A competência funcional tem como parâmetro os atos processuais a serem praticados.
Tem como aspectos:
- Fase do processo: está-se diante de uma competência funcional horizontal, onde juízos diversos atuam em fases diversas do processo. Ex.: Juiz A sentencia e o Juiz B fica responsável pela execução.
- Objeto do juízo: consiste em uma repartição de tarefas dentro de um mesmo processo, estando-se diante de uma competência funcional horizontal. Ex.: Tribunal do Júri: o juiz togado resolve as questões de direito e os jurados respondem aos quesitos.
- Grau de jurisdição: é a competência funcional vertical. Pode dar azo ao duplo grau de jurisdição ou permite que a jurisdição seja inaugurada diretamente perante o Tribunal.
A quem compete julgar, via de regra, as contravenções penais?
- Compete à Justiça Estadual, ainda que atinja interesse da União ou de suas entidades. (Súmula 38/STJ).
- Entretanto, é possível que seja julgado pela Justiça Federal, quando a contravenção for praticada por quem tenha prerrogativa de função perante aquela justiça.
Quando que a Justiça Estadual será competente para julgar tráfico ilícito de entorpecentes?
Quando não envolver o elemento “internacionalidade” (trasnacionalidade).
A quem se atribui a competência de procedimento para apuração de ato infracional atribuído a adolescente?
Justiça Estadual, perante com competência em matéria de infância e da juventude.
A quem compete processar e julgar crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher?
Justiça Estadual, perante seus órgãos especializados.
Quais são os 5 requisitos trazidos por Távora para que determinado crime seja considerado como de violência doméstica e familiar contra a mulher?
- Sujeito ativo e passivo;
- Vínculo subjetivo;
- Não pode ser crime doloso contra a vida, porque seria competência do Tribunal do Júri.
- O sujeito ativo pode ser tanto homem quanto mulher;
- O sujeito passivo deve ser mulher, independentemente de orientação sexual;
- Deve a agressão decorrer do vínculo familiar ou afetivo, não importando se o crime fora cometido dentro da residência ou fora dela. Pode ser, inclusive, entre irmãos, desde que tenha como vítima uma mulher;
- A vítima deve ser econômica ou fisicamente mais frágil, em situação de maior vulnerabilidade.
Cite quais são as competências dos Juízes Federal em razão da matéria:
- Crimes políticos;
- Infrações penais praticadas em detrimento de BENS, SERVIÇOS ou INTERESSES da União ou de suas entidades autárquicas, empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
- Crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente. É necessária a internacionalidade, ou seja, a execução do crime deve transcender as fronteiras de mais de um país;
- Causas relativas a direitos humanos;
- Crimes contra a organização do trabalho (que ofenda interesses de uma coletividade de trabalhadores);
- Crimes contra o sistema financeiro (instituições financeiras públicas e privadas, e pessoas a elas equiparadas) e a ordem econômico-financeira;
- Habeas Corpus e Mandado de Segurança, quando a autoridade coatora ou da ilegalidade estiver sob o manto da jurisdição federal;
- Crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar (embarcações e aeronaves militares);
- Crime de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro no país;
- Disputa sobre direitos indígenas (coletividade).
Para o STF e para a maior parte da doutrina e da jurisprudência, quais são os dois requisitos essenciais para que um crime seja definido como político?
- Deve o crime ser considerado político pela legislação; e
2. Deve o crime ter sido praticado por motivação política com o interesse de atentar contra a soberania nacional.
De quem será a competência para processar e julgar crimes cometidos em detrimento dos bens do Ministério Público do Distrito Federal?
Será a Justiça do Distrito Federal. Embora o MP do DF seja organizado e mantido pela União, seus bens não pertencem à União.
Quando crime seja cometido em face de interesse da União, há necessidade de INTERESSE DIRETO E IMEDIATO, não sendo suficiente o simples interesse GENÉRICO OU INDETERMINADO para atrair a competência para a Justiça Federal.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
O fato de ser o Ministério da Saúde o órgão central do Sistema Nacional de Transplante não é definidor, de “per si”, da competência da Justiça Federal para julgar crime de remoção de tecidos e órgãos.
Verdadeiro.
A quem compete processar e julgar crimes cometidos contra patrimônio privado tombado pelo IPHAN? E se o bem for tombado por órgão de proteção e conservação do Estado ou do Município?
- Justiça Federal, porque o bem, embora não seja considerado “bem da união”, recebe especial atenção que faz nascer o interesse da União em protegê-lo.
- Se o bem for tombado por órgão do Estado ou Município, não há que se falar em interesse da União, sendo de competência da Justiça Estadual.
De quem é a competência para processar e julgar crime de compartilhar sinal de internet, mediante a sua transmissão, via rádio, de maneira clandestina? E receptação clandestina de TV a cabo?
- Quanto à primeira conduta, competência da Justiça Federal.
- Quanto à segunda, é competência da Justiça Estadual.
- O STF entende não se tratar de crime.
- O STJ entende se tratar de crime de furto.
De quem é a competência para processar e julgar os crimes previstos na Lei do Desarmamento?
- Regra geral, JUSTIÇA ESTADUAL, não importando se a arma é de uso restrito ou se é competência do SINARM realizar a fiscalização de tais armas.
- Somente competirá à JUSTIÇA FEDERAL quando se tratar de tráfico internacional de armas de fogo.
Verdadeiro ou Falso:
A conduta de juntada de documentos falsos em autos de processo que tramita perante a Justiça Federal, evidencia o interesse federal para processar e julgar o crime de falsidade.
Também quando o crime for cometido, no exercício de suas funções, por servidor público federal ou contra servidor público federal ou a ele equiparado, também será atraída a competência da Justiça Federal.
Agora, se um particular atribui a si próprio a qualificação de servidor público federal, tal fato, por si só, não será relevante para a fixação da competência da Justiça Federal. Porém, se dessa falsa atribuição decorre prejuízo a bem, a interesse ou ao serviço público federal, estabelecida estará a competência da Justiça Federal, tal como ocorre com o delito de tráfico de influência no âmbito de ente federal.
Verdadeiro.
Súmula 147, STJ.
Verdadeiro ou Falso:
A circunstância de ter sido o IBAMA o órgão responsável pela lavratura do auto de infração por crime ambiental ou pela apuração do ilícito ambiental é mais que suficiente para a fixação da competência da Justiça Federal.
Falso.
É necessário verificar se o crime fora cometido em local protegido segundo o interesse da União.
Crime de extração ilegal de recursos minerais é da competência de quem?
da Justiça Federal, pois os minerais são bens da União.
De quem é a competência para processar e julgar crime de pesca em águas fluviais que banham mais de um Estado da Federação?
Justiça Federal.
Verdadeiro ou Falso:
Todo crime contra a fauna é de competência da Justiça Federal.
Falso.
Somente crimes contra a fauna silvestre. Via de regra, crime contra a fauna é de competência da Justiça Estadual.
De quem é a competência para o processamento e julgamento de crime ambiental referente a parcelamento irregular de solo urbano em terras da União?
Justiça Federal.
De quem é a competência para processar e julgar crimes de modificação genética de organismos, tais como culturas transgênicas, em desconformidade com a legislação vigente?
Justiça Federal.
Em que hipóteses a simples falsificação documental será de competência da Justiça Federal?
Quando o órgão responsável pela emissão do documento verdadeiro for a União ou entes federais englobados.
De quem é a competência para processar e julgar crime de Falsa Anotação na CTPS, bem como o crime de omissão de anotação de vínculo empregatício na CTPS.
Justiça Federal.
O STJ modificou o entendimento da Súmula 62 (nessa súmula, a competência é da Justiça Estadual).
STJ. CC 135.200-SP.
Quando que o crime de lavagem de capitais será de competência da Justiça Federal?
Quando o crime antecedente também for de competência da Justiça Federal.
Crimes cometidos contra quais entes ensejarão a competência da Justiça Federal? E contra quais não seria competência da Justiça Federal?
É competência da Justiça Federal:
- Todos os órgãos da Administração Pública Direta da União;
- Autarquias;
- Fundações Públicas; e
- Empresas públicas.
Não é competência da Justiça Federal:
- Sociedades de economia mista;
- Concessionárias de serviço público, sindicatos.
Complete:
Compete à Justiça Comum _____ processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.
Estadual.
STJ, Súmula 42.
Complete:
A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de _______, de competência da Justiça _______.
- Estelionato;
- Estadual.
STJ, Súmula 73.
Complete:
Compete à Justiça _____ o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
Estadual.
STJ, súmula 104.
Complete:
Compete à Justiça _____ processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função.
Federal.
STJ, Súmula 147.
Verdadeiro ou Falso:
A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do LUGAR DA APREENSÃO DOS BENS.
Verdadeiro.
Súmula 151, STJ.
Complete:
Compete à Justiça ______ processar e julgar crime de falso testemunho cometido em processo trabalhista.
Federal.
STJ, súmula 165.
Complete:
O juízo federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde _______.
O delito se consumou.
STJ, Súmula 200.
Compete à Justiça _____ o processo e julgamento de crime de falsificação ou de uso de certificado de conclusão de curso de 1º e 2º graus, desde que …..
Estadual.
Desde que não se trate de estabelecimento federal de ensino ou a falsidade não se refira à assinatura de funcionário federal.
Verdadeiro ou Falso:
Compete à Justiça Federal processar e julgar os delitos praticados por funcionário público federal, no exercício de suas funções e com estas relacionados.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
Para que seja fixada a competência da Justiça Federal em face do cometimento de infração que o Brasil tenha se comprometido em punir em razão da existência de tratado ou convenção, é essencial que a infração praticada transcenda as fronteiras de mais de um país, sendo a internacionalidade requisito objetivo. Logo, em que pese a existência de tratado ou convenção internacional, se a infração limitar-se às fronteiras brasileiras, a competência será, de regra, da Justiça Estadual.
Verdadeiro.
Os crimes cometidos pela internet que não sejam objeto de tratado ou convenção internacional são da competência de qual Justiça? E se forem objeto de tratado ou convenção internacional?
Justiça Estadual.
Se objeto de tratado ou convenção internacional, Justiça Federal.
Quanto aos crimes que atentem contra o Sistema Financeiro Nacional ou contra a ordem econômico-financeira, para que seja de competência da Justiça Federal, é necessário que, além de o crime afetar o SFN ou a ordem econômico-financeira, seja a conduta disciplinada por lei ordinária como de competência da Justiça Federal. Caso contrário, será, via de regra, de competência da Justiça Estadual.
Verdadeiro.
Somente os crimes cometidos em navios serão de competência da Justiça Federal. Pode-se entender como navio as embarcações aptas a realizar viagens internacionais e o grande porte. Desse modo, canoas, lanchas, botes etc., serão julgados na esfera estadual.
No tocante às aeronaves, como a CF não fez distinção, qualquer que seja, a competência será da Justiça Federal.
Verdadeiro.
Se o crime contra indígenas envolver disputa de direitos indígenas e, nesse contexto, qualificar-se como delito contra a vida, de quem será a competência para julgar? Em havendo interesse coletivo dos índios, a quem compete assistir os índios envolvidos?
- Tribunal do Júri Federal; e
2. FUNAI.
Em se tratando de genocídio contra índios, fale acerca da competência seja quando estivermos diante de concurso formal próprio, bem como concurso formal impróprio.
- CONCURSO FORMAL PRÓPRIO: ou seja, uma única ação com múltiplo resultado “morte”. Nesse caso, a competência será do Juiz Federal singular, porque genocídio não é considerado crime doloso contra a vida.
- CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO: o crime de genocídio mediante a prática de vários homicídios. Nesse caso, a competência será do Tribunal do Júri Federal.
Regra geral, como é definida a competência territorial da Justiça Federal?
Será o do local em que se consumou o delito.
Crime de tráfico internacional de drogas é de competência da Justiça Federal. Quando esse crime for praticado em Município que não seja sede de vara federal, o que deve ser feito?
Deve ser julgado na vara federal da circunscrição respectiva.
Verdadeiro ou Falso:
Nenhum dos dispositivos da Lei 9.099/95 são aplicáveis à Justiça Militar, por meio de vedação expressa.
Verdadeiro.
Acerca da classificação dos crimes militares, o que seria CRIME PROPRIAMENTE MILITAR (crime militar próprio, puramente militar, meramente militar ou exclusivamente militar)?
- Exige que o sujeito ativo do crime seja militar; e
- Exige-se que o crime tenha sido cometido em razão do exercício da função de militar.
- Ex.: desrespeito a superior hierárquico diante de outro militar (art. 160, CPM).
Acerca da classificação dos crimes militares, o que seria CRIME IMPROPRIAMENTE MILITAR.
- Crime previsto na lei penal militar, mas que pode ser praticado tanto por militar quanto por qualquer cidadão comum.
- Pode ser de três tipos:
A. CRIME TIPICAMENTE MILITAR: Previstos tão somente no CPM, sem qualquer similitude na lei penal comum (ex.: oposição à ordem de sentinela - art. 164, CPM);
B. Previstos no CPM e no CP, mas com alguma distinção (Ex.: Desacato à militar - art. 241, CPM);
C. Previstos de maneira idêntica no CPM e no CP, sem qualquer distinção (Ex.: homicídio simples - art. 205, CPM).
Acerca da classificação dos crimes militares, o que seria CRIME PRÓPRIO MILITAR.
- É aquele que só pode ser praticado por militar, mas que detenha uma qualidade especial. Ou seja, não pode ser praticado por qualquer militar.
- Ex.: operação militar sem ordem superior, pois exige que o sujeito ativo se encontre na posição de comandante (art. 169, CPM).
Acerca da classificação dos crimes militares, o que seria CRIME MILITAR DE TIPIFICAÇÃO DIRETA.
- É o crime militar tipificado na parte especial do CPM e que não precisa ser integralizado pela sua parte geral.
- Pode ser praticado tanto por Militar quanto por Civil.
Acerca da classificação dos crimes militares, o que seria CRIME MILITAR DE TIPIFICAÇÃO INDIRETA.
- É o crime militar tipificado na parte especial do CPM, mas que precisa ser integralizado pela sua parte geral.
- Pode ser praticado tanto por Militar quanto por Civil.
De quem será a competência:
- Crime doloso contra a vida, tentado ou consumado, praticado por militar contra civil?
- Homicídio culposo cometido por militar contra civil?
- Crime doloso contra a vida, tentado ou consumado, contra militares?
- Justiça Comum - Júri. Entendimento do STF e do STJ e do parágrafo único do art. 9º do CPM.
- Justiça Militar.
- Justiça Militar.
Se, em razão de aberratio ictus (erro na execução), um Militar, desejando matar outro militar, erra a pontaria e acerta um civil, matando-o, quem será competente para julgar?
- Em matéria processual, para a definição da competência, não importa quem seja a vítima virtual. Deverá ser definida de acordo com a vítima real.
- Desse modo, nesse caso, será julgado perante o Tribunal do Júri.
Em que hipótese crime doloso contra a vida praticado por militar contra civil será de competência da Justiça Militar?
Quando cometida em ação militar contra aeronave que se encontre em contexto descrito no art. 303, do Código Brasileiro de Aeronáutica.
De quem será a competência para processar e julgar crime de abuso de autoridade praticado por militar, ainda que em serviço?
Justiça Comum Estadual.
Crime de tortura praticado por militar em serviço será processado e julgado por quem?
Justiça Comum.
A quem compete processar e julgar policial militar por crime de promover ou facilitar a fuga de preso de estabelecimento penal?
Justiça Comum Estadual. Súmula 75, STJ.
A quem comete processar e julgar delito decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura de polícia militar, salvo se autor e vítima forem policiais militares em situação de atividade.
Justiça Comum Estadual. Súmula 6, STJ.
Verdadeiro ou Falso:
Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar civil acusado de prática de crime contra instituições militares estaduais.
Verdadeiro.
Súmula 53, STJ.
Como será definida a competência da Justiça Militar Estadual?
Será definida de acordo com o local onde o militar desempenha suas funções, não importando o local onde crime veio a se consumar.
Súmula 78 do STJ.
Dentre a Justiça Militar dos Estados e a Justiça Militar Federal, qual delas julga civil pela prática de crimes militares?
A Justiça Militar Federal.
Verdadeiro ou Falso:
A Justiça Eleitoral tem competência para processar e julgar crimes eleitorais, ou seja, aquelas definidas como tal pela Legislação Eleitoral (rationae legis), assim como as infrações comuns que lhes sejam conexas. Além disso, a Justiça Eleitoral é competente para processar e julgar habeas corpus e mandado de segurança, desde que haja pertinência temática.
Verdadeiro.
Verdadeiro ou Falso:
A exemplo do que ocorre na Justiça Eleitoral, a Justiça Militar é competente para processar e julgar crimes comuns que tenham sido praticados em conexão com crimes militares.
Falso.
A Justiça Militar não julga crimes comuns, ainda que praticados em conexão com crimes militares.
Para que um crime seja definido como eleitoral, é irrelevante que ele tenha sido praticado por motivação política ou em época de campanha eleitoral, bastando que seja definido na lei como tal.
Verdadeiro.
Em relação aos crimes eleitorais e os com eles conexos, admite-se a aplicação, quando for o caso, dos institutos despenalizadores previstos na Lei 9.099/95.
Verdadeiro.