Pé Diabético Flashcards

1
Q

Resumão

A

Pé diabético é uma síndrome que ocorre nos pacientes diabéticos descompensados e de longa data, e que responde por um grande número das amputações de dedos, pés e membros inferiores.

Normalmente o quadro começa com uma ferida pequena, por exemplo, por causa de um sapato apertado, e isso evolui para necrose tecidual.

Acomete arteríolas médias e pequenas (microangiopatia) e artérias grandes (macroangiopatia), além de lesar nervo periférico (neuropatia).

A neuropatia é um fator complicador da síndrome, porque gera hipoestesia, e o paciente não sente que machucou o pé – quando chega a ver a ferida, já está muito extensa e tem que ir para a cirurgia.

O tratamento cirúrgico consiste em retirar todo tecido morto e preservar ao máximo os tecidos ainda viáveis.

Além da ferida em si, encontramos alterações de pele e fâneros nessa síndrome.

A pele fica mais delgada e seca, e surgem mudanças no padrão das unhas e dos pelos.

A cicatrização da região fica extremamente prejudicada, então a ferida é de longa data e que não mostra melhora.

Dependendo do estado em que o paciente chega com essa ferida, a conduta é cirurgia imediata, porque a demora do tratamento implica em aumento da gangrena e tem risco de a amputação precisar ser maior.

Tem que operar rápido e tirar tudo o que não for viável mais.

Ao realizar a amputação, o doente melhora clinicamente em um período de poucas horas, e o resultado é muito bom.

O médico precisa saber explicar para a família a necessidade da amputação e realizar o procedimento rápido. É diferente, por exemplo, de uma oclusão arterial crônica, onde primeiro fazemos arteriografia para avaliar a necessidade ou a possibilidade de amputação. No pé diabético, a conduta é amputação sem nenhum exame antes.

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Q

Conceito patologia e QC

A

O pé diabético é uma síndrome que cursa com lesão arterial (micro e macroangiopatia) e lesão nervosa (neuropatia periférica).

As lesões de artéria, além dos pés, lesam coronárias, artérias cerebrais, e causam retinopatia e glomerulosclerose. É uma síndrome global, que pode afetar qualquer local que haja leito arterial.

A neuropatia também é generalizada, e pode gerar alteração tanto motora quanto sensitiva.

perda progressiva da musculatura, porque o músculo atrofia sem o estímulo nervoso. Isso causa o que chamamos de pé de Charcot, no qual a musculatura fica extremamente diminuída e o pé fica praticamente só com osso.

Os nervos do sistema vegetativo também são afetados, podendo haver incontinência urinária, impotência sexual, ejaculação retrógrada e atonia gastrointestinal.

Portanto, o conceito de pé diabético é bem mais amplo do que a presença de uma ferida no pé.

Ele envolve processos isquêmicos, neuropáticos, infecciosos e afetam vasos, nervos, músculos, ossos, e outros tecidos.

A isquemia se dá pela alteração do leito arterial, tanto micro quanto macro. Normalmente, o paciente diabético tem outros fatores de risco para essa isquemia (hipertensão, dislipidemia, obesidade, …).

A neuropatia, por sua vez, gera a atrofia progressiva da musculatura intrínseca do pé, gerando as deformidades como o pé de Charcot, como falado anteriormente, e o mal perfurante plantar.

A infecção se dá por uma porta de entrada, que pode ser até mesmo a retirada da cutícula – o paciente com pé diabético tem que ter muito cuidado com a manipulação de qualquer parte do pé, inclusive as unhas.

E por fim, podem aparecer lesões cutâneas, que chamamos de dermatoangiopatia diabética (quando surgem pela lesão arterial), ou ainda atrofia cutânea, lipodistrofia e escaras

•Necrobiose lipoídica diabética > atrofia cutânea​

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3
Q

DG

A

O diagnóstico dessa síndrome é clínico, mas podemos fazer uso de alguns exames que auxiliam no controle do paciente, tais como doppler, raio-x, culturas frequentes (avaliar presença de infecção nas feridas) e angiografia.

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4
Q

TTO

A

O tratamento é complexo, envolve vários profissionais da saúde e vários médicos, sendo um dos principais o endocrinologista, já que o controle do diabetes influencia diretamente na síndrome.

Além de tratar as comorbidades de base, tem que tratar as complicações isquêmicas, infecciosas e neuropáticas; e cirurgia (amputação) quando necessária.

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