Linfangites e Erisipela Flashcards

1
Q

Resumão

A

A erisipela é um processo inflamatório ou, na maioria das vezes, infeccioso, tendo como principal agente etiológico o Streptococcus pyogenes (beta hemolítico do grupo A), muito sensível à penicilina – então, apesar de ser uma doença grave, o tratamento é fácil.

Para que haja infecção e forme a erisipela, é necessária uma porta de entrada, que na maioria das vezes é uma ferida interdigital de causa fúngica (como por exemplo, o pé de atleta). Existem outras causas possíveis, como a punção venosa com antissepsia mal feita.

A bactéria entra pela incisão na pele e atinge os vasos linfáticos, causando eritema, linfedema (edema subcutâneo + pele em casca de laranja) e dor.

A dor é inclusive a principal característica da clínica da erisipela, juntamente com a febre alta associada a calafrios (o que diferencia por exemplo de uma flebite, onde também há dor e sinais flogísticos na pele, porém não tem febre ou se tem, é baixa).

Na erisipela surge também linfadenite satélite, na maior parte dos casos de cadeias inguinais.

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Q

ETLG

A

As linfangites na maioria das vezes são secundárias a algum fator.

No caso da erisipela, por exemplo, surge uma linfangite secundária a uma ferida na pele ou ao acesso venoso.

Outros fatores que propiciam são traumas (até mesmo o trauma contuso pode lesar o linfático e gerar uma linfangite somente inflamatória – não tem bactéria porque não tem porta de entrada, mas o processo inflamatório todo é formado), queimaduras de frio e de calor, corrente elétrica e irradiação (como na radioterapia).

Algumas causas menos comuns são substâncias como a quinina e os fosforados, causas iatrogênicas (como o acesso venoso já visto, o teste tuberculínico – porque tem injeção de uma substância que pode induzir reação inflamatória e formar linfangite; e também a injeção de contrastes para exames de imagem).

Por fim, algumas drogas são capazes de induzir a linfangite.

Agentes biológicos

Vírus : contato com gado bovino-brucelose

Bactérias: Streptococcus pyogenes: beta-hemolítico, grupo A (Lancefield)

Fungos

Outras: “linfangite cancerosa”

Parasitas

  • Leishmania brasiliensis
  • Toxoplasma gondii
  • Wuchereria bancrofti: filariose
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3
Q

QC e DD

A

Em todas essas (secundárias), bem como nas linfangites inflamatórias, há presença de eritema, dermatite e celulite (inflamação do subcutâneo).

Quando há dor e febre alta, chamamos a linfangite de erisipela.

Podemos fazer diagnóstico diferencial das linfangites com flebites e TVP, sendo que o mais confunde é a flebite – essa é um processo inflamatório da veia, tratado apenas com antiinflamatório. É importante fazer diagnóstico diferencial porque, no caso da erisipela, como na maioria das vezes o agente é o Strepto, tem que prescrever penicilina para o paciente, normalmente sob a forma de bezetacil (injeção).

QC

ERITEMA

DERMITE

CELULITE

ERISIPELA (S.Pyogenes)

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4
Q

Complicações

A

As complicações incluem úlceras, linfedema, abcessos, gangrena (que torna o quadro mais grave e leva a necessidade de fazer desbridamento da ferida), flebite;

Além de complicações sistêmicas como glomerulonefrite, septicemia, endocardite e sinusite

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5
Q

TTO

A

O tratamento é basicamente penicilina.

Ela é administrada sob a forma injetável, que é a bezetacil, e é bastante eficaz nesses casos.

Existem pacientes que são predispostos a terem erisipelas de repetição, e tomam doses periódicas de bezetacil, normalmente de mês em mês, para evitar o surgimento de novos episódios.

Para os pacientes alérgicos a penicilina, podemos usar eritromicina ou amoxicilina com clavulanato, mas eles não têm a mesma eficácia da penicilina.

Em alguns pacientes ainda, se faz necessário o uso de heparina subcutânea profiláticaevita que haja linfangite crônica.

O tratamento sintomático também é necessário, o principal é a dipirona – analgésico potente que age bem na dor da erisipela.

E por fim, se for necessário, faz-se o tratamento cirúrgico, como o desbridamento.

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