Patologia ginecologic Flashcards
Câncer de Colo Uterino - relação com HPV
- Causado em imensa maioria pelo HPV -> 99,7% HPV relacionado
- pico de incidência do HPV é aos 25 anos e pico de CA de colo uterino aos 35-40 anos
- lesões HPV relacionadas tem melhor prognostico do que os HPV não relacionados
- HPV:
*Subtipos 16 e 18 são os mais comuns e responsáveis por 70% dos casos de CA de colo de útero.
*HPV subtipos 31,33 e 35 também são tipos de alto risco e são encontrados em 20% dos cânceres invasivos
*Subtipos 6 e 11: responsáveis pelas verrugas vaginais (condiloma acuminado)
Condiloma Acumindo
Infecções por HPV 6 ou 11 considerados de baixo risco, já que são encontrados em 90% dos condilomas, mas apenas raramente em câncer invasivo
Lesões múltiplas confluentes
Lesões vegetantes com muita formação de queratina
Papilomatose (aspecto arborescente) + presença de coilócitos
Visto os vírus que não conseguem a integração com DNA
Fatores de Risco para CA de colo uterino
HPV
Outras ISTs (Clamídia e herpes: maior persistência do HPV e propensão às lesões)
Genéticos
Tabagismo: imunossupressão local no colo uterino
Imunidade (imunossupressão)
Anticoncepcional hormonal (5 anos aumenta risco relativo e uso por 10 anos aumenta ainda mais, ao cessar seu uso, o risco volta ao normal depois de 5-10 anos
Evitar AC em paciente com fator de risco para permanência do HPV
Nutricionais
Início precoce da atividade sexual, já que HPV é transmitido sexualmente -> Mulheres que têm relação abaixo dos 18 anos possuem risco 2x maior
Multiplos parceiros
Multiparidade -> 2 ou mais gestações possuem maior risco
Carcinogênese CA de colo uterino relacionado ao HPV
infecção pelo HPV → internalização do vírus através de micro traumas do epitélio escamoso na relação sexual desprotegida -> o vírus atinge as células basais-> podendo se integrar ao DNA da célula ou não -> pode ser resolvida espontaneamente ou desenvolver lesões de baixo ou alto grau
- material genético não integrado: formação de epissoma -> replicação viral -> infecção de outras células -> LESÃO DE BAIXO GRAU (que pode progredir para lesão de alto grau se acontecer a integração do vírus com DNA da célula humana)
- integração do vírus ao DNA da célula: LESÃO DE ALTO GRAU -> precursora do CA. O genoma viral inibe expressão de E6 e E7 (oncoproteinas supressoras de tumor) -> proliferação celular com acúmulos de danos ao DNA -> neoplasia
Prevenção primaria e secundaria para CA de colo uterino
Primária
Evitar fatores de risco/ educação
Melhora da alimentação, controle de peso, tabagismo, ACO, DSTs
Vacina HPV (Bivalente e quadrivalente, ambas protegem contra HPVs 16 e 18)
Secundária
Rastreio e tratamento de lesões precursoras
Rastreamento das lesões precursoras causadas pelo HPV
OBS: citologia = coleta dupla (endo e ectocervical)
Citologia do meio convencional (Papanicolau) → analisa a morfologia da célula, atipias presentes ou não (lesões de alto grau, baixo grau ou invasivas)
- mulheres dos 25 a 64 anos, inicialmente feito anualmente -> se dois exames seguidos com um intervalo de um ano vierem normais, passam a ser feitos a cada 3 anos.
- Mulheres acima de 64 anos que nunca fizeram o exame devem realizar dois exames com intervalo de 1-3 anos -> ambos negativos estão dispensadas
- Parada do rastreamento: maiores de 64 anos que tiveram pelo menos 2 exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos e sem história prévia de doença neoplásica pré-invasiva
- Pessoas vivendo com HIV: apos sexarca: no 1 ano a cada 6 meses, apos 1 ano com 2 resultados normais e CD >200 pode ser anual
Citologia em meio líquido → celularidade maior do que a convencional, porém com valor mais elevado
Testes para detecção do vírus HPV → mas são mais caros, muitas mulheres terão exame + mas sem lesão precursora
1° ANAMNESE + EX. FISICO + CITOLOGIA»_space;
2° COLPOSCOPIA»_space;
3° BIOPSIA DIRIGIDA + ESTUDO HISTOPATOLOGIACO
CLINICA:
- iniciais: assintomatico - sinorragia
- avançados:dor, corrimento fetido, SUA (sangramento uterino anormal)
Classificação do Papanicolau
*LIE-BG = lesão intrapitelial de baixo grau (antigamente NIC I)
- repetir em 6 meses (pct >25a)
- repetir em 3 anos se pct < 25 anos
- 2 LIE-BG»_space; COLPOSCOPIA
*ASCUS indica uma atipia - alteração nas características normais das células escamosas, sem, porém, apresentar qualquer sinal claro de que possam haver alterações pré-malignas. O ASCUS pode ser provocado, por exemplo, por inflamações, infecções ou atrofia vaginal durante a menopausa
- repetir em 1 ano se pct entre 25 a 30a
- repetir em 6 meses se pct >30a
- repetir em 3 anos se pct < 25 anos
- pct apos menopausa»_space; atrofia pode dar ASCUS» antes de repetir fazer creme de E2
- 2 ascus»_space; COPOSCOPIA
*ASC-H = Atipia escamosa celular (não pode excluir malignidade) -> colposcopia
*AGC = Atipia Glandular (não pode-se excluir malignidade, antigamente AGUS)»_space; colposcopia + Avaliação do canal
*LIE-AG/CA in SITU = lesão de alt grau»_space; COLPOSCOPIA
*AOI = Atipia de origem indefinida»_space; COLPOSCOPIA
obs: qualquer lesão em paciente c/ LIE-BG ou ASC-US» COLPOSCOPIA
*ADENOCARCINOMA in SITU = Dx
Classificação da biopsia - patologia
NIC I - (lesões de baixo grau)
- Raramente progredirão em gravidade e comumente desaparecerão
- Ocorrem nas camadas superficiais do epitélio devido a uma despolarização do epitélio escamoso
- Caracterizam-se por atipias nucleares (achados do papanicolau):
Lesões planas e brancas
Núcleos hipercromáticos (cromatina condensada) de forma e tamanho irregular às vezes parecendo “amassados”
Halo claro em volta do núcleo (coilocitose: buraco ao redor do citoplasma)
Binucleação - Acompanhamento por 2 anos»_space; Crioterapia ou cauterização
Classificação da Biopsia- patologia
NIC II e III - (lesões de alto grau) -> carcinoma in situ
- Tendem a progredir e exigem tratamento
- O tempo de evolução para o câncer varia de acordo com idade, estado imunológico…
- Mais idosas evoluem mais rápido
Proliferação de células basais (profundas) → crescem e chegam a superfície
Núcleos aumentados (hipercromáticos) - mitoses → quase não se visualiza mais citoplasma
Nucléolos evidentes
Citologia (papanicolau): células profundas na superfície, com núcleos aumentados e nucléolos evidentes formando fila indiana (muito característica)
Aspecto colposcópico da lesão: áreas brancas com orifícios glandulares visíveis, com áreas que parecem mosaicos, com vasos neoformados - TTo : exerese»_space; escolh AZT e tipo 3 conização
Tipo Histológico CA de colo uterino
Epitélio do colo uterino:
Ectocérvice (1): epitélio escamoso estratificado (HPV 16)
Endocérvice (3): epitélio colunar
JEC (2): junção escamo colunar
85-90%: escamoso (carcinoma epidermoide)
10-15%: glandulares (adenocarcinoma) (HPV 18)
Via de disseminação:
1° contiguidade
2° linfatica
3° hematologica
Quadro Clínico sugestivo de carcinoma
Sinusiorragia (sangramento após relação sexual)
Leucorreia sanguinolenta (descrição de corrimento ensanguentado/ em água de carne que piora com relações sexuais) - lesaõ no colo uterino, pode vir associada a dor abominal ou lombossacra
Corrimento sanguinolento (“água de carne”)
Lesão cervical (ulcerada ou não)
Dor abdominal e lombo-sacra
Diagnóstico do CA de colo uterino
Citologia oncótica Papanicolau (criado para detectar lesões precursoras, mas não para diagnóstico de câncer em si)
Colposcopia/ histologia (criados para detectar lesões precursoras, mas não para diagnóstico de câncer em si)
Conização
Biópsia da lesão (quando já se tem a lesão invasiva - macroscópica)
Carcinoma Microinvasivo de Células Escamosas
Estágio inicial do câncer cervical (estágio Ia)
Caracteriza-se por invasão mínima do estroma por células neoplásicas
Lesão exofítica, grande, sangrante, com estruturas polipóides
Biópsia: carcinoma de células escamosas que invade estroma
Papanicolau: células grandes do epitélio profundo, se assemelhando a um girino
Invasão até 4mm abaixo da membrana basal
Ausência de invasão vascular
Sem metástases para linfonodos
Estadiamento do CA de colo uterino
Estadiamento influência na via de tratamento
Clínico (exame físico) + exames complementares (radiologico)
USG abdome total
Radiografia de tórax
Cistoscopia/ colonoscopia
Urografia excretora
RM
Patologia do Câncer Invasivo
Células cancerosas penetram através da membrana basal do epitélio
Invasão inicial evidencia reação estromal na forma de inflamação linfocítica localizada
Invasão estromal progride, tornando a lesão visível ao exame especular
Sempre associada a uma proliferação fibrosa e processo inflamatório ao redor das célula
Padrões microscópicos:
Bem diferenciado
Núcleos grandes, arredondados, com nucléolo, variação de tamanho e cromatismo dos núcleos, binucleação e mitoses em vários níveis do epitélio. Células escamosas grandes, malignas com queratinização individual ou formando “pérolas córneas”
Moderadamente diferenciado
Pouco diferenciado (não queratinizantes)
Massas infiltrantes de células malignas, não queratinizadas, coesas e pequenas
Estágio I
estagio O = Carcinoma in situ (tto conização)
Tumor restrito ao colo: A Papanicolau ou colposcopia/B macroscópicos
IA1 – invasão até 3mm (diagnóstico possível apenas pela biópsia ou conização, sendo realizado pelo papanicolau ou colposcópica)
IA2 – invasão de 3 a 5 mm; extensão < 7 mm
IB1 – lesão com até 2 cm
IB2 – lesão de 2 a 4 cm
IB3 – lesão maior que 4 cm
Estágio II
IIA: invasão da vagina sem atingir 1/3 inferior
IIA1: < 4 cm
IIA2: > 4 cm
IIB: invasão do paramétrio sem atingir a parede pélvica
Estágio III
IIIA: tumor invade 1/3 inferior da vagina
IIIB: invade o paramétrio até a parede pélvica e/ou causa hidronefrose ou exclusão renal
IIIC: envolvimento linfonodal (radiológico - ressonância - ou patológico - cirurgia)
IIIC1: linfonodo pélvico
IIIC2: linfonodo para aórtico
Estádio IV
IVA: tumor invade a mucosa da bexiga ou reto e/ou entende-se além da pelve verdadeira
IVB: metástase a distância
Tratamento do CA de colo uterino
Depende do estadiamento:
Cirurgia OU Radioterapia (se a paciente precisar de RT depois da cirurgia é porque a indicação foi incorreta e vice-versa)
IA1 (sem invasão linfovascular/ sem ILV): Histerectomia simples ou conização (se desejo de gestar)
IA1 (com ILV), IA2, IB1 e IIA1: Histerectomia radical (com retirada de linfonodos pélvicos) ou Traquelectomia radical (se desejo de gestar)
IB2 e IIA2: Quimioradioterapia
IIB-IVA: Quimioradioterapia ou exenteração pélvica
IVB: Quimioterapia paliativa
traquelectomia radical = Retirada do colo com paramétrio com reinserção do corpo uterino na vagina
OBS: o tratamento cirúrgico padrão ouro é a histerectomia radical com retirada dos linfonodos
Seguimento CA de colo uterino
Recidiva = 35% dos casos
1º ano:
Exame físico e citologia oncótica (Papanicolau) de 3/3 meses
Ureia, creatinina, hemograma, raio-X de tórax de 6/6 meses
Tomografia em 1 ano
2º ano:
Exame físico e citologia oncótica (Papanicolau) de 4/4meses
Ureia, creatinina, hemograma, raio-X de tórax e tomografia em 1 ano
3º-5º ano:
Exame físico e citologia oncótica (Papanicolau) de 6/6 meses
Disseminação do Câncer Cervical
- Extensão direta:
- Compressão do ureter (hidronefrose, hidroureter e insuficiência renal)
- Bexiga e reto (formação de fístula)
- Vasos linfáticos
- Hematógena (rara)
- Metástasis para linfonodos (principalmente para cervicais, hipogastrio, ilíacos externos)
Adenocarcinoma
10% dos tumores cervicais
Média de idade: 40 anos
Tipos mais comuns: endocervical, intestinal e endometrioide
Associados a adenocarcinoma in situ: HPV dos tipos 16 e 18
- Adenocarcinoma in situ
- Adenocarcinoma Invasivo
Adenocarcinoma in situ
Surge na JEC e estende-se para o canal endocervical
Células colunares altas com citoplasma eosinofílico ou mucinoso
Arquitetura semelhante às glândulas endocervicais
Células aumentadas
Núcleos hipercromáticos atípicos com pseudoestratificação (aumento de celularidade)
Índice núcleo-citoplasma aumentado
Números variáveis de mitose (localizados no polo luminal)
Seu padrão de disseminação e envolvimento de glândulas endocervicais assemelha-se ao das NIC
Transições abruptas ajudam a distinguir células neoplásicas das células endocervicais normais
Adenocarcinoma in situ está associado à NIC III em 50% dos casos
p16 (imunohistoquímica): sempre que há associação com HPV faz-se esse marcador para confirmação
CEA (imunohistoquímica): proteína marcadora de glândulas endocervicais
Adenocarcinoma Invasivo
Crescimento dentro do canal endocervical (“colo em barril”)
Massa polipóide vegetante ou papilar
Tipos
Tumores exofíticos apresentam padrão papilar
Tumores endofíticos apresentam padrão tubular ou glandular
Tumores mal diferenciados compõem-se de camadas sólidas de células
Obs.: sobrevida menor do que a do carcinoma epidermoide
Disseminação
Invasão local
Fístulas anais e vesicais
Metastasi linfaticas
Papilomatose Laríngea
- Papilomatose de mucosa laríngea ou respiratória é causada pela aquisição do HPV durante a passagem pelo canal de parto de uma mãe infectada
- Diagnostica em media em crianças com 3 a 5 anos (as vezes só aprece na adolescência)
- Subtipo HPV 6, HPV 11 e menos comum 16
- HPV infecta a mucosa escamosa -> presença de pólipos verrucosos em pregas vocais verdadeiras, pregas vocais falsas, região subglótica e traqueia -> rouquidão, soprosidade, desconforto respiratório ocasional, obstrução respiratória intermitente e afonia
Câncer de Endométrio
Epidemiologia e tipos epidemiológicos
Faixa etária: 55-64 anos (6ª década de vida)
Tipo 1: paciente tem hiperestrogenismo
Obesidade
Uso de estrógenos na menopausa (terapia hormonal)
Uso de tamoxifeno
Menopausa tardia
Menarca precoce
Raça branca
Síndrome do ovário policístico
Nuliparidade
Hiperplasia endometrial atípica
>60 anos, DM, HAS
Sindrome de Lynch II (CA de colon que tem associação com CA de Endometrio
Tipo 2:endometrioides e não endometioides
Não há fatores de risco conhecidos
FATORES DE PROTEÇÃO: multiparidade, tabagismo, ACO, SIU de LNG
Sintomas Câncer de endométrio
- sangramento pós menopausa (a causa mais frequente de sangramento pós menopausa é a atrofia do endométrio ou por uso TRH, mas sempre deve-se descartar CA)
- sangramento uterino anormal
- associado a historia de uso de estrógeno exógeno, atrofia do endométrio
Diagnostico Câncer deendometrio
- USG TVG
- Histeroscopia
- Curetagem (Novak)
- Pipille
USG Transvaginal -> alterações importantes
Avaliação do eco endometrial:
- Eco endometrial ≥ 5mm (sem TRH) implica em maior risco de câncer de - endométrio, principalmente se houver sangramento
- Eco endometrial >8 9 (com TRH)
Mulheres com sangramento + eco > 5mm = 7% de risco de câncer de endométrio
Sem sangramento: para risco ser igual, eco precisa ser de 11mm