Os nervos motores oculares Flashcards
Explique porque lesões do III par cursam com ptose.
O núcleo caudal central, na linha media do mesencéfalo, pertencente ao núcleo do III inerva o m. elevador da pálpebra superior. Assim, na lesão do III, ocorre perda da ação desse musculo.
Explique porque as lesões compressivas do III par quase sempre tem alteração pupilar (ex. aneurisma de CoP).
As fibras parassimpáticas são mais externas/superficiais, sendo acometidas antes das fibras da MOE. Diferente do DM/isquêmico que as fibras internas, da motricidade, são mais suceptiveis a isquemia.
Qual a relação entre o nivel da lesão e a lateralidade das lesões do IV nervo?
O IV nervo tem o maior trajeto e decussa antes da saída. Assim, lesão nuclear tem acometimento contralateral, enquanto extramedulares tem ipsilateral.
Quais são os seis sistemas de controle de movimento de controle?
- Sacada
- Seguimento
- Convergêcia
- Fixação
- Optocinético
- Reflexo vestibulocular
Como e o sistema de sacada?
COF (Campo ocular frontal) => Formação reticular paramediana pontina (ispilateral) => Nucleo do VI:
A. Ipsilateral => contrai R. lateral
B. Interneurnios para N. III pelo FLM => contrai R. medial contralateral.
Esse sistema é refinado pelo extrapiramidal, com:
COF => NDB (putamen e caudado) => S negra ipsilateral => coliculo superior => FRPP (alterações oculares no Parkinson)
O cortex prefrontal dorsolateral é envolvido no movimento antissacadico, isto e, inibe a sacada.
O coliculo superior recebe um ramo da COF e transmite para FRPP, sendo o caso das sacadas reflexas.
Na sacada vertical, a integração e no mesencéfalo, pelo núcleo intersticial de Cajal -> riFLM -> Nucleos do III e do IV pela comissura posterior
Como diferenciam as vias do seguimento horizontal e vertical?
Seguimento horizontal: FRPP - ponte - VI e III
Seguimento vertical: riFLM (núcleo intersticial rostral do fascículo longitudinal medial) - mesencéfalo - III e IV (coordenados pela comissura posterior)
Por essa razão, doentes com Locked in perdem o movimento ocular horizontal, porem não o vertical.
O centro do olhar para baixo é diferente do para cima, por isso posso afetar o olhar vertical de forma assimétrica (ex. Sd de Parinaud)
Qual a função do fascículo longitudinal medial? Qual o nome do padrão clinico da lesão?
É conectar o VI com III e IV contralaterais para manter sincronismo do movimento ocular e imagem na fóvea.
Na lesão, temos a oftalmoplegia internuclear, ou seja, o movimento do VI fica desacoplado do III.
Como avaliamos a pálpebra de um paciente?
Observado a relação entre a iris e a esclera superior:
- Esclera superior evidente: retração palpebral (não deve aparecer normalmente) - ex. tireotoxicose.
- Iris coberta na porção superior, de forma importante, pela pálpebra - define ptose (ex. III par)
- Fadigabilidade pode ser testada medindo diâmetro palpebral seguida de olhar para cima por 2 minutos e então nova medida (ex. miastenia gravis).
- Na miastenia gravis também, a ptose pode ser avaliada com teste do edrofonio OU teste do gelo (medir antes, gelo 2 minutos, medir após).
Devemos considerar o diferencial de exoftalmo nos doentes com retração palpebral, devendo olhar com doente em DDH por baixo dos globos oculares, buscando assimetria.
Sinais específicos:
- Sinal da cortina: abertura manual leva a queda abrupta
- Sd de Marcus Gunn: sincinesia entre V e levantador(ptose congênita)
- Blefaroespasmo: distonia focal que fecha os olhos
- Sinal de Rosenbach: tremor fino de palpebra
- Sinal de Dalrymple: retração palpebral no olhar primario
- Sinal de Stellwag: piscar pouco frequente
- Sinal de Collier: retardo palpebral ao olhar para baixo
Qual a definição de miose e de midriase? Quais as principais causas?
- Miose: < 2mm: Horner OU lesão puntina OU opioide/colinergico
- Midriase: > 6mm: III par OU lesão mesencefalica OU adrenérgico
Ideal é fazer medidas objetivas com régua.
Quais são os reflexos pupilares?
Os habitualmente testados:
- Fotomor: miose a luz direto e consensual (DAR)
- Acomodação: aproximação faz convergência, miose e acomodação (tríade)
- Outros reflexos pupilares:
a. Cilioespinhal: midriase ao ter dor cervical ou coçar
b. Reação de Piltz-Westphal: pupilas contraem ao fechar palpebra
c. reflexo cocleopupilar: midriase frente a ruido alto
d. reflexo vestibulopupilar: sistema labiríntico faz midriase
e. Reflexo psíquico: concentração, sexo ou medo/ansiedade
Obs: Acomodação é um reflexo mesencefalico que segue via diferente do fotomotor.
Frente a uma anisocoria, como identificar se é patológico ou fisiológico?
Na anisocoria fisiológica:
- Reflexo fotomotor é preservado
- Sem piora da anisocoria no claro ou no escuro (ambas respondem)
- Ausência de ptose ou oftalmoparesia
Por extensão, na anisocoria patológica, a perda do reflexomotor, ptose associada, oftalmoparesia associada ou não resposta a mudança claro-escuro indicam se a doente é a pupila grande ou a pupila pequena.
Como avaliar pupila anormalmente grande? (Midriase)
III par:
- Reflexo fotomotor: ausente
- Convergência: ausente
- Posição neutra: exoforia e estrabismo
- Seguimento: oftalmoparesias (exceto RL e OS)
Obs: No III par, devemos considerar herniação, aneurisma de CoP e DM como as três causas principais. Salvo DM (isquemia) que poupa pupila habitualmente (70%), as outras podem ter antes dos outros achados.
Pupila tonia de Adie:
- Reflexo fotomotor: ausente
- Convergência: presente
- Posição neutra: sem estrabismo ou foria
- Seguimento: nenhuma oftalmoparesia
Trata-se de mulheres jovens com quadro súbito de midriase, de etiologia idiopática por alteração da m. ciliar. Responsiva a pilocarpina.
Obs: Em ambos, assimetria é pior no claro.
Outra causa, no contexto de olho vermelho, é glaucoma de ângulo agudo.
Obs2: A síndrome de Porfour de Petit é o oposto do Horner, a saber - midriase, rubor facial e hiperhidrose por hiperatividade transitoria do simpático (lesão inicial).
Como avaliar pupila anormalmente pequena? (Miose)
Primeiro, ve se ha piora da anisocoria no escuro para diferenciar Horner de fisologica, sendo que Horner tem piora.
Horner:
- Fotomotor: preservado
- Convergencia: preservado
- Posição neutra: ptose e enoftalmia
- Seguimento: nenhuma oftalmoparesia
Pupila de Argyll Robertson:
- Fotomotor: ausente
- Convengencia: preservada (desproporcionalmente)
- Posição neutra: sem ptose ou desvio
- Seguimento: sem oftalmoparesia
Obs1: Horner causa ptose pela inervação do m. de muller e causa enoftalmia por retrair pálpebra inferior além da ptose.
Obs 2: Toda PAR deve ser descartado neurossífilis.
Por que pode ocorrer dissociação entre o reflexo fotomotor e a convergência? Quais as principais etiologias?
No mesencéfalo, a via do fotomotor é dorsal e da convergencia, ventral. Logo lesões dorsais, levam a dissociação.
São exemplos: Neurossifilis (P Argyll Robertson), Pupila de Addie (midriase súbita da mulher jovem), tumores de glândula pineal por acometimento dorsal, entre outros.
Como diferenciar lesões do II e III par pelo reflexo pupilar?
Estimule o olho com suspeita de lesão:
II par:
- Reflexo fotomotor direto: ausente
- Reflexo fotomotor consensual: ausente
- Estimulo em olho contralateral (consensual): presente
- Reflexo de convergencia: presente
III par:
- Reflexo fotomotor direto: ausente
- Reflexo fotomotor consensual: presente
- Estimulo em olho contralateral (consensual): ausente
- Reflexo de convergencia: ausente