Neonatologia I Flashcards

1
Q

Quais são os parâmetros utilizados para a classificação do RN (3)?

A
  1. Peso
  2. IG
  3. Peso × IG
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Como os RN são classificados com base no PESO (3)?

A
  1. Peso adequado: >= 2500 g
  2. Baixo peso: entre 1500 e 2.499 g
  3. Muito baixo peso: entre 1000 e 1499 g
  4. Extremo baixo peso: < 1000 g
    Obs: normal: 2500 - 3999
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Como os RN são classificados com base na IG (3)?

A
  1. Pré termo: < 37 semanas
  2. A termo: 37 - 41 semanas e 6 dias
  3. Pós termo: >= 42 semanas
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Os RN pré-termo podem ser classificados quanto à IG. Como é feita essa classificação (3)?

A
  1. Pré termo tardio: 34 - 36 semanas e 6 dias
  2. Pré termo moderado
  3. Pré termo extremo: < 28 semanas
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Como os RN são classificados com base na relação PESO X IG (3)?

A
  1. Pequeno para IG (PIG) : < P10
  2. Adequado p/ IG (AIG): P10-P90
  3. Grande p/ IG (GIG): > P90*
    * São percentis na curva peso x IG
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Nos RN PIG, qual achado ectoscópico fala a favor de comprometimetno do crescimento no INÍCIO da gestação? E no FINAL?

A
  1. Início: RN proporcionalmente pequeno (PIG simétrico)
  2. Final: RN com PC normal e resto do corpo pequeno (PIG assimétrico), pois “direciona” sangue p o cérebro
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Na reanimação neonatal, a avaliação inicial consiste na análise da vitalidade do RN, que é feita com 3 perguntas. Quais são elas?

A
  1. Gestação >= 34 semanas?
  2. Respiração ou choro presente?
  3. Tônus muscular em flexão?
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Se a resposta for SIM para TODAS as perguntas, qual deve ser a conduta?

A

Colo materno

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Se a resposta for NÃO para qualquer uma das 3 perguntas, qual deve ser a conduta?

A

MESA DE REANIMAÇÃO (embora, no RN menor de 34 semanas com boa vitalidade*, possa-se esperar um tempo antes, TODOS que tiverem uma das perguntas com resposta “não” irão para a mesa de reanimação).
* tônus em flexão com respiração/choro

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Em que cenário deve ser realizado o clampeamento IMEDIATO do cordão umbilical?

A

RN com MÁ VITALIDADE.
Obs: o clampeamento imediato deve ser realizado após um ESTÍMULO NO DORSO da criança, uma vez que UMA respiração com o cordão já é suficiente para minimizar riscos futuros.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Em um RN com BOA VITALIDADE (tônus em flexão com respiração/choro), com IG >= 34 semanas, em quanto tempo deve ser realizado o clampeamento do cordão umbilical?

A

MAIS DE 60 SEGUNDOS

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Em um RN com BOA VITALIDADE (tônus em flexão com respiração/choro), com IG < 34 semanas, em quanto tempo deve ser realizado o clampeamento do cordão umbilical?

A

Mais que 30 segundos (e menos que 60)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Quais são os benefícios do clampeamento oportuno (tb chamado de tardio) do cordão?

A

Reduz risco de anemia, por melhora dos índices hematimétricos. Além disso, no RN > 34 semanas, o clampeamento oportuno facilita a transição da circulação fetal para a pós natal.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Quais são os passos iniciais (ou cuidados iniciais) quando o RN chega à mesa de reanimação, na sequência em que devem ser realizados (4)?

A
  1. Prover calor (“Aquecer”)
  2. Secar
  3. Posicionar
  4. Aspirar (Se necessário)
    Obs: p/ lembrar: mnemônico “aspas”
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Após os parâmetros iniciais, quais parâmetros do RN devem ser imediatamente checados (2)? Quais achados indicam necessidade de início das manobras de reanimação (3)?

A
  1. FC
  2. Respiração
    Presença de FC < 100 OU apneia OU respiração irregular (gasping) indicam início das manobras de reanimação
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Qual a primeira manobra da reanimação neonatal, que configura a intervenção MAIS IMPORTANTE de toda a reanimação?

A

Ventilação com pressão positiva (VPP)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Após a avaliação inicial, em que foi constatada necessidade de reanimação neonatal e foi iniciada a VPP, por quanto tempo a VPP deve ser mantida antes de uma nova avaliação?

A

30 SEGUNDOS

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Qual parâmetro é utilizado para constatar a resposta à VPP durante a avaliação, realizada após 30 segundos de VPP?

A

A FC (deve estar > 100 bpm)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Se, após 30 segundos de VPP, a FC estiver < 100 bpm, qual deve ser a conduta (3)?

A
  1. Checar a técnica
  2. Considerar máscara laríngea (ML) (apenas se IG > 34 semanas!)
  3. Considerar IOT (se não houver melhora com ML ou se ML não estiver disponível)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Se, após VPP com técnica adequada, ML ou IOT, a FC estiver < 60 BPM, qual deve ser a conduta? Por quanto tempo essa medida deve ser mantida antes de nova avaliação?

A

Massagem cardíaca externa (MCE) por 60 SEGUNDOS antes de nova avaliação.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

Se, após 60 segundos de MCE com técnica correta, a FC permanecer < 60 bpm, qual deve ser a conduta?

A

Epinefrina

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

Qual deve ser a temperatura da sala de parto?

A

23 - 25 °C

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

Nos RN com IG < 34 semanas, além da temperatura na sala de parto, quais outras medidas devem ser adotadas para prover calor (2)?

A
  1. Saco plástico (NÃO secar)
  2. Touca dupla (reduz perda de calor pela cabeça)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

Quando a aspiração é necessária, nos passos iniciais? Se for necessária, em que ordem deve ser realizada?

A

A aspiração só está indicada se houver grande quantidade de secreção obstruindo as vias aéreas. Ordem: 1° boca 2 ° narinas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

Qual deve ser a frequência de vetilações na VPP?

A

40 - 60/min (aperta-solta-solta)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
26
Q

Qual deve ser a concentração de oxigênio (FiO2) ofertada ao RN na reanimação (2)?

A
  1. IG >= 34 semanas: ofertar ar ambiente (FiO2 21%)
  2. IG < 34 semanas: FiO2 30%
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
27
Q

Ao iniciar a reanimação com a VPP, quais monitorizacões devem ser iniciadas?

A
  1. Monitor cardíaco (para avaliar FC)
  2. Oximetria de pulso em MSD (p avaliar saturação pré ductal)
    Obs: em RN < 34 semanas, essas monitorizações devem ser iniciadas ainda nos cuidados iniciais!
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
28
Q

Quais são as CONDIÇÕES para que se inicie a massagem cardíaca externa na reanimação neonatal (2)?

A
  1. IOT (Fio2 100%)
  2. FC < 60 bpm
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
29
Q

A MCE é feita de forma síncrona ou assíncrona com a ventilação?

A

SÍNCRONA (pcte está em IOT, mas, mesmo assim, tem que ser síncrona, pois a VPP é a intervenção mais importante e a MCE não deve interferir)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
30
Q

Qual a proporção entre compressões e ventilações que deve ser adotada na MCE?

A

3 compressões : 1 ventilação

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
31
Q

Qual a melhor técnica de MCE?

A

Técnica dos 2 polegares

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
32
Q

Após quanto tempo de MCE pode-se reavaliar o RN?

A

60 segundos (se tiver normalizado, pode-se suspender MCE)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
33
Q

Após 60 segundos de MCE com técnica adequada, se a FC se mantiver abaixo de 60 bpm, o que deve ser realizado (1)?

A

Adrenalina.
Obs: expansão volêmica com SF 0,9% pode ser utilizado se não houver resposta com adrenalina E se houver suspeita de hipovolemia

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
34
Q

Quais vias de admnistração da adrenalina podem ser utilizadas (2)?

A
  1. Via UMBILICAL (pelo cateterismo da veia umbilical)
  2. Via intratraqueal (pode ser realizada apenas UMA vez, se o cateterismo da v. umbilical não estiver possível)
    Obs: via IO é muito pouco utilizada
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
35
Q

Qual é o principal cenário clínico em que se suspeita de hipovolemia no RN? Qual a dose de SF 0,9% que pode ser utilizada

A

Descolamento prematuro de placenta.
Dose: 10 ml/kg em 5 - 10 min

36
Q

Se o RN nascer banhado em mecônio, a princípio, qual a conduta?

A

Manter a MESMA SEQUÊNCIA.

37
Q

Qual a diferença do fluxograma de reanimação neonatal no RN banhado em mecônio?

A

APÓS 30 SEGUNDOS DE VPP , SE o RN não melhorar, pode-se fazer IOT para aspirar o conteúdo da traqueia (NÃO para ventilar!). Em seguida, o tubo é retirado e a VPP reinicia.

38
Q

No RN com hérnia diafragmática congênita, qual a primeira medida, após os passos iniciais?

A

INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL (NÃO se deve iniciar VPP, pelo risco de “explodir” o pulmão, que está hipoplásico e c alta pressão intratorácica)

39
Q

Quais são os achados sugestivos de hérnia diafragmática congênita (2)?

A
  1. Abdome escavado
  2. RHA no tórax
40
Q

Como ocorre a síntese de bilirrubina?

A

O grupo heme proveniente da hemoglobina é degradado em biliverdina, que, por sua vez, é convertida em bilirrubina indireta

41
Q

Onde ocorre a produção de bilirrubina INDIRETA?

A

No sistema retículo-endotelial (SRE)

42
Q

Porque a bilirrubina indireta é convertida em direta?

A

Pois a bilirrubina indireta é TÓXICA (tem efeito sobretudo neurotóxico) e só pode ser eliminada se for conjugada (transformada em bilirrubina direta)

43
Q

Em qual órgão ocorre a conjugação da bilirrubina? Qual a reação química que ocorre na conjugação? Qual a enzima responsável por esse processo?

A

Ocorre no fígado (a bilirrubina é captada e transportada até o fígado pela albumina).
Consiste na reação: bilirrubina indireta + ácido glicurônico –> bilirrubina DIRETA.
Enzima: glicuroniltransferase (“transfere” o ác glicurônico p a bilirrubina)

44
Q

Uma vez sintetizada, a bilirrubina direta é liberada no intestino. A partir daí, quais destinos ela pode ter?

A
  1. Eliminação nas fezes (na forma de estercobilina)
  2. Comversão em bilirrubina indireta (pela glicuronidASE) e reabsorção pela circulação entero-hepática
45
Q

Durante a vida FETAL , qual o orgão responsável pela eliminação da bilirrubina? Qual a forma da bilirrubina que é eliminada por esse órgão?

A

A PLACENTA (elimina apenas bilirrubina INDIRETA). Logo, na vida fetal, há POUCA captação e conjugação da bilirrubina pelo fígado.

46
Q

A icterícia fisiológica do RN é muito comum (cerca de 60% terão), mas mesmo os que não manifestam icterícia têm níveis de bilirrubina mais altos. Quais mecanismos explicam esse elevado nível sérico de bilirrubina e a consequente icterícia fisiológica (3)?

A
  1. Maior produção de bilirrubina (o HTC do RN é mais alto, uma vez que o útero é um ambiente de hipóxia, o que faz com que haja maior degradação da hemoglobina. Além disso, a hemácia com Hb fetal tem meia vida mais curta, o que faz com que haja maior produção de bilirrubina a partir do grupo heme)
  2. Circulação enterohepátixa aumentada: no RN, não há produção de estercobilina. Além disso, o trânsito intestinal é mais lento, o que aumenta a circulação enterohepática. Esses dois fatores fazem com que a pouca bilirrubina direta que é formada esteja mais disponível para a ação da glicuronidase.
  3. “Imaturidade” hepática
47
Q

Qual o tipo de bilirrubina que está aumentado na icterícia fisiológica?

A

INDIRETA

48
Q

Em qual momento do período neonatal SURGE a icterícia fisiológica?

A

Entre o 2° e o 3° dias de vida (a velocidade de aumento da bilirrubina não é suficiente para causar icterícia no 1° dia)

49
Q

Até qual valor de bilirrubina pode-se pensar em icterícia fisiológica?

A

Até no máx 12-13 mg/dL

50
Q

Por quanto tempo dura a icterícia fisiológica? Quando devo considerar icterícia persistente?

A

Dura pouxoa dias (tende a sumir após o fim da 1° semana).
Se passar de 2 semanas: pesquisar outras causas.

51
Q

A icterícia fisiológica geralmente atinge no máximo qual zona de Kramer?

A

Zona II (delimitada pelo umbigo)

52
Q

Qual teste pode ser utilizado para avaliar a qtde de bilirrubina, sem ser o exame de sangue?

A

Teste da bilirrubina percutânea (feito na glabela ou no esterno)

53
Q

As doenças hemolíticas são causas importantes de icterícia neonatal. Qual principal diferença entre a icterícia causada por essas doenças e a icterícia fisiológica quanto ao momento do SURGIMENTO da icterícia?

A

Nas doenças hemolíticas, a icterícia surge nas PRIMEIRAS 24H de vida.

54
Q

As doenças hemolíticas do período neonatal são divididas em 2 grandes grupos. Quais são eles?

A
  1. Incompatibilidade materno fetal (hemólise imunomediada)
  2. Quadros NÃO imunomediados
55
Q

Quais são so principais tipos de incompatibilidade materno-fetal (3)?

A
  1. Incompatibilidade ABO
  2. Incompatibilidade Rh
  3. Incompatibilidade por antígenos irregulares
56
Q

Tipicamente, qual o tipo sanguíneo da mãe e do feto na incompatibilidade ABO?

A

Mãe: O.
Feto: A ou B.
Obs: mãe pode ser A e feto B ou mãe B e feto A, mas o mais comum é a mãe ser O.

57
Q

O que é o exame de Coombs direto?

A

Detecta a presença de anticorpos LIGADOS ÀS HEMÁCIAS

58
Q

Como está o Coombs direto do feto na incompatibilidade ABO?

A

Pode estar positivo ou negativo.

59
Q

Qual outro achado pode estar presente no esfregaço de sangue periférico do feto em que há incompatibilidade ABO?

A

Esferócitos

60
Q

Na incompatibilidade ABO, é necessário que a mãe O tenha sido previamente exposta a hemácias tipo A ou B?

A

Não, ela produz NATURALMENTE anti-A e anti-B

61
Q

Qual o tipo sanguíneo da mãe e do feto (quanto ao fator Rh) na incompatibilidade Rh?

A

Mãe Rh -
Feto Rh +

62
Q

Como está o Coombs direto do feto na incompatibilidade Rh?

A

SEMPRE POSITIVO (a hemólise é mais intensa)

63
Q

Na incompatibilidade Rh, é necessário que a mãe Rh- tenha sido previamente exposta a hemácias Rh+?

A

SIM (é necessário que tenha havido gestação prévia de filho Rh+)

64
Q

Como está o teste de Coombs INDIRETO em mães Rh- que foram sensibilizadas?

A

Positivo!
Obs: o Coombs indireto detecta a presença de anticorpos no PLASMA
Obs 2: o Coombs indireto deve ser solicitado de rotina no pré natal se a mulher for Rh-.

65
Q

Em que situação devo pensar em incompatibilidade por antígenos irregulares?

A

Coombs direto POSITIVO, na ausência de possibilidade de incompatibilidade ABO ou Rh

66
Q

Quais são as causas de doenças hemolíticas NÃO imunomediadas (2)?

A
  1. Esferocitose hereditária (caracterizada pela presença de esferócitos)
  2. Deficiência de G6PD
67
Q

Qual a principal característica das doenças hemolíticas NÃO imunomediadas que as diferenciam das imunomediadas?

A

Coombs direto SEMPRE negativo!
Obs: incompatibilidade ABO também PODE ter Coombs direto negativo e esferócitos. Nesse caso, o diagnóstico provavelmente é incompatibilidade ABO, por ser muito mais comum que esferocitose.

68
Q

Outra causa de icterícia neonatal são as icterícias associadas à amamentação. Elas são classificadas em 2 tipos. Quais são eles?

A
  1. Icterícia do aleitamento materno
  2. Icterícia do leite materno
69
Q

Qual a fisiopatologia da icterícia do aleitamento materno?

A

A icterícia do aleitamento materno ocorre quando o RN em aleitamento materno exclusivo está se ALIMENTANDO POUCO. É como se fosse uma “exacerbação” dos mecanismos que levam à icterícia fisiológica, como lentificação do movimento do TGI, aumento da circulação enterohepática

70
Q

Quais as principais características que devem levantar a suspeita de icterícia do aleitamento materno (2)?

A
  1. Surge nos primeiros dias de vida
  2. RN em aleitamento materno exclusivo (AME) com PERDA PONDERAL excessiva
71
Q

Quais as principais características que devem levantar a suspeita de icterícia do LEITE materno (2)?

A
  1. Icterícia PERSISTENTE (APÓS 2 semanas - para lembrar: “late” materno)
  2. Criança em AME com BOM desenvolvimento
    Obs: o mecanismo fisiopatológico não é elucidado, mas acredita-se que uma proteína do leite materno dificulte a maturação hepática
72
Q

O diagnóstico de icterícia do leite materno é de EXCLUSÃO. Qual teste terapêutico pode ser realizado e qual o resultado esperado nesse diagnóstico?

A

Suspender leite materno por 24 HORAS. Na icterícia do leite materno, será observada queda importante da hiperbilirrubinemia e melhora da icterícia. Ao retornar o aleitamento materno, a bilirrubina pode voltar a aumentar, mas NÃO aos níveis anteriores ao teste.

73
Q

Qual tipo de bilirrubina está acumulada nas icterícias relacionadas à amamentação?

A

INDIRETA

74
Q

Qual valor de bilirrubina DIRETA indica que ela está aumentada no leríodo neonatal?

A

> 1 mg/dL!!!

75
Q

Qual a principal causa de hiperbilirrubinemia DIRETA no período neonatal?

A

Atresia de vias biliares (obs: na ausência de achados que sugerem infecção congênita)

76
Q

Qual a fisiopatologia da atresia de vias biliares?

A

Obliteração das vias biliares (sobretudo as extra-hepáticas), impedindo a drenagem de bile. Esse processo ocorre nas primeiras semanas de vida.

77
Q

Qual a característica da icterícia nos RN com atresia de vias biliares?

A

Icterícia PERSISTENTE OU TARDIA (por isso deve-se pedir dosagem sérica de bilirrubina total e frações SEMPRE que houver icterícia >= 2 semanas)

78
Q

Muitas crianças com atresia de vias biliares apresentarão, em um quadro inicial, apenas icterícia. Quais outros sinais, no entanto, podem estar presentes?

A

Sinais de colestase: colúria, acolia fecal, prurido.

79
Q

Uma vez confirmada a hiperbilirrubinemia DIRETA (> 1 mg/dL), quais exames devem ser solicitados para ainvestigação de atresia de vias biliares (3)?

A

1°: USG
2°: biópsia hepática
3°: colangiografia perioperatória

80
Q

Qual o TRATAMENTO da atresia de vias biliares? Até quando deve ser realizado?

A

Cirurgia de KASAI (portoenterostomia). Deve ser feita até no máximo 8 SEMANAS. Depois desse período, há pouca eficácia e a criança provavelmente necessitará de transplante hepático.

81
Q

Qual a principal consequência da hiperbilirrubinemia INDIRETA no organismo do RN?

A

ENCEFALOPATIA BILIRRUBÍNICA. É grave e, se não levar à morte, pode deixar sequelas crônicas (quadro do kernicterus)

82
Q

Qual o princípio de ação da fototerapia? Qual cor de luz é utilizada?

A

A fototerapia converte a bilittubina indireta depositada na pele em uma substância solúvel, passível de ser eliminada nas fezes e na urina! O processo pelo qual isso acontece é a fotoisomerização.
A luz utilizada é a azul e o corpo do bebê deve estar exposto o máximo possível à luz

83
Q

Tecnicamente, qual parâmetro se utiliza para avaliar a necessidade de fototerapia no RN?

A

Um GRÁFICO que correlaciona o valor de bilirrubina ao tempo de vida da criança. São 3 curvas: crianças de baixo risco (IG >=38 semanas), médio risco (IG >= 38 semanas com fatores de risco OU IG entre 35 e 37 semanas e 6 dias) e alto risco (IG entre 35 e 37 semanas e 6 dias com fatores de risco OU IG < 35 semanas).
Obs: se estiver acima da curva, indica-se fototerapia.

84
Q

Para a prova, quais são as situacões que SEMPRE vão indicar fototerapia (3)?

A
  1. Icterícia nas primeiras 24 horas
  2. Bilirrubina > 17
  3. Neonato na zona de ALTO RISCO no normograma de Buthani (> P95): indica alto risco para desenvolver hiperbilirrubinemia significativa. Obs: na zona intermediário-alto risco também está autorizado iniciar fototerapia, embora não seja obrigatório
85
Q

Qual outra modalidade terapêutica que pode ser realizada no tratamento da hiperbilirrubinemia indireta? Quando ela é empregada?

A

A EXSANGUINEOTRANSFUSÃO (“trocar” 2 volemias do bebê). Atualmente, só é utilizada raramente, reservada sobretudo para casos de falha da fototerapia.