Litíase renal Flashcards
A precipitação destes sais ocorre no
interior dos túbulos renais, em três locais: na alça de Henle (solução livre intratubular), nas placas de Randall (migração depois da precipitação na alça) e nos ductos coletores.
A grande maioria dos cálculos contém
cálcio em sua constituição (oxalato de cálcio, fosfato de cálcio), mas também existem os de ácido úrico (radiotransparente –
detecção demanda USG ou TC), estruvita, cistina e apatita. Eles têm maior prevalência em homens e nas idades dos 20-50 anos, mas podem acometer todas as faixas etárias, com grande chance de recorrência (100% ao longo de 20 anos, em ambos os sexos). Alguns são mais frequentes em climas quentes (oxalato de cálcio e ácido úrico).
A litíase não deve ser considerada situação isolada, mas o sinal de uma doença:
representam aumento do risco cardiovascular (calcificação vascular – maior risco de IAM, AVC) e de doenças ósseas(fraturas – cálcio mobilizado dos ossos, diminui a massa
óssea), principalmente em mulheres jovens.
Litíase pode estar relacionada com
Síndrome metabólica: prevalência maior em obesos, que tem aumento do ácido úrico pela ingesta excessiva (purinas), assim como deficiência na gênese renal de amônia (o túbulo distal secreta hidrogênio puro na urina), o que acidifica muito o
pH urinário, levando à precipitação de ácido úrico.
Litíase pode estar relacionada com
Cirurgia bariátrica: leva à má absorção intestinal, com diarreia e esteatorreia, e o cálcio é eliminado ligado a gorduras ao invés de ser eliminado ligado ao oxalato. Assim, o oxalato deixa de ser quelado e aumenta a sua forma livre, o
que aumenta a sua absorção, contribuindo para a formação de cálculos de oxalato de cálcio (o obeso inicialmente tem mais cálculos de ácido úrico, e quando faz bariátrica passa a ter mais de oxalato de cálcio – recomendada maior
ingestão de cálcio pós-cirurgia).
Litíase pode estar associada com
Doença renal crônica: a litíase é
uma importante causa de DRC.
Para o diagnóstico da litíase, os
exames laboratoriais feitos são:
sedimento urinário (análise física,
microscópica – celularidade e cristais,
sugere o tipo de cálculo), urocultura
(quando indicada), pH urinário (2a
micção matutina, após jejum de 12h),
dosagens urinárias (cálcio, sódio,
potássio, ácido úrico, oxalato, citrato,
creatinina – duas amostras em dias
úteis e não consecutivos), dosagens
séricas (cálcio, ácido úrico, fósforo,
creatinina, glicemia, perfil lipídico, PTH,
vitamina D), pesquisa de cistina e
pH URINÁRIO
O pH urinário pode indicar o tipo de cálculo. Se for
muito ácido, é sinal de síndrome metabólica,
sugestivo de cálculo de ácido úrico. Se for muito
alcalino, indica ITU, o que sugere cálculo de
estruvita (aspecto de coral, por toda a pelve). Se
estiver entre 6,5-7, é sinal de acidose tubular renal
distal, o que sugere cálculo de fosfato de cálcio.
VALORES DE REFERÊNCIA EM URINA 24H
Hipercalciúria: > 250mg/24h
Hiperoxalúria: > 40mg/24h
Hipocitratúria: < 320mg/24h
Hiperuricosúria: > 750mg/24h (mulher) ou
> 800mg/24h (homem)
Reduzido pH urinário: < 5,5
Reduzido volume urinário: < 20-30ml/kg de peso
Reduzida creatinina urinária: < 20-25ml/kg de peso
análise cristalográfica do cálculo. Os exames de imagem feitos são: RX, urografia
excretora, USG, TC (em pacientes com cálculos recorrentes é um problema por conta
da radiação – preferência por USG) e densitometria mineral
pH URINARIO
O pH urinário pode indicar o tipo de cálculo. Se for
muito ácido, é sinal de síndrome metabólica,
sugestivo de cálculo de ácido úrico. Se for muito
alcalino, indica ITU, o que sugere cálculo de
estruvita (aspecto de coral, por toda a pelve). Se
estiver entre 6,5-7, é sinal de acidose tubular renal
distal, o que sugere cálculo de fosfato de cálcio.
Exames feitos pra litíase renal
Os exames de imagem feitos são: RX, urografia
excretora, USG, TC (em pacientes com cálculos recorrentes é um problema por conta da radiação – preferência por USG) e densitometria mineral óssea.
O tratamento da litíase é feito através de:
- Ingestão hídrica: 3L ou mais de água (principalmente) para que o volume urinário seja > 2,5L/dia (medir volume urinário de 24h periodicamente). Ingestão contínua ao longo do dia, aumentada nos exercícios, nas refeições e antes de dormir previne a formação de cálculos e evita a recorrência.
Refrigerantes (cola) levam àocorrência maior de litíase, por conterem glicose e frutose, mas outras bebidas
são protetoras da formação de cálculo, como cafeína, alguns chás, cerveja, vinhoe suco de laranja natural.
- Medidas dietéticas: deve-se aumentar a ingestão de cálcio (800-1200mg/dia – para quelar e eliminar o oxalato da luz intestinal) e evitar a sobrecarga proteica (para impedir o aumento de cálcio e ácido úrico e a diminuição de citrato).
Assim,deve ocorrer maior ingesta de frutas, vegetais e legumes, e menor de sódio, açúcar refinado, bebidas adoçadas e carne vermelha processada. É essencial que a dieta seja acompanhada de atividade física.
- Medicamentos: os diuréticos Tiazídicos diminuem a recorrência (agem no túbulo distal e reduzem o cálcio urinário) e podem ser úteis mesmo na ausência de hipercalciúria – uso noturno. Támbem pode ser usado o Citrato de Potássio, que
inibe a cristalização, precipitação e aglomeração dos sais de cálcio (se complexa com o cálcio, reduzindo a sua saturação) e promove alcalinização urinária (transforma o ácido úrico em urato, mais solúvel). O cálculo de ácido úrico também pode ser tratado com Allopurinol, que tem efeito anti-oxidante. Além
disso, a administração de probióticos para degradação do oxalato pode ser uma alternativa para diminuir sua absorção intestinal.