Lesões corrosivas trato aerodigestivo superior Flashcards

1
Q

Tipo de substâncias

A
  • Bases fortes (pH>12): soda cáustica, produtos de limpeza e baterias. Causam lesões esofágicas (necrose por liquefação). Rápida nos primeiros minutos
  • Ácidos fortes (pH<2): produtos de limpeza, compostos antiferrugem ou em baterias líquidas (estimulam vômito, cuspir, engasgo –> lesa VAS). Lesões no antro gástrico (necrose por coagulação)
  • Pastilhas produzem lesões mais profundas e menos extensas; líquidos lesam menos profunda e mais extensamente.
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2
Q

Conduta

A
  • Dieta VO suspensa (manter em soro até verificar extensão das lesões)
  • Acompanhamento nutricional desde o início: paciente rapidamente perde peso. Fundamental avaliar via de acesso p/ nutrição: cateter nasoentérico ou jejunostomia.
    Evitar usar estômago pela possibilidade de uso cirúrgico posterior.
  • Inibidores da bomba de prótons EV.
  • Antibioticoterapia se perfuração.
  • Acompanhamento psiquiátrico.
  • EDA nas primeiras 24hrs
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3
Q

O que NÃO se deve fazer nesses pacientes?

A
  • Usar drogas emetizantes e induzir vômitos.
  • Realizar cateterismo nasogástrico e lavagem gástrica.
  • Administrar neutralizantes, diluentes ou carvão ativado.
  • Empregar corticoterapia (na prevenção de estenose: não ajuda).
  • Antibioticoterapia na ausência de perfuração (também está provado que não diminui risco de estenose).
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4
Q

Fase aguda (anamnese e exame físico)

A

Anamnese:
Dificuldade (disfagia) e dor (odinofagia) à deglutição da saliva, sialorreia.
Dor torácica, especialmente em caso de aspiração.
Tosse, hipersecreção brônquica, dispneia.
Mediastinite se perfuração.

Exame físico:
Queimaduras em lábios, boca, língua, orofaringe, narinas.
Febre, taquicardia, desidratação.
Estridor, broncoespasmo, cianose, insuficiência respiratória.

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5
Q

Exames de imagem

A
  • TC de tórax: avaliar a perfuração
  • EDA em 3-24 h: NÃO se suspeita de
  • Radiografia contrastada da faringe, esôfago, estômago → identificar presença de fístulas. Quando EDA e RX simples não documentam a perfuração suspeita
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6
Q

Classificação endoscópica de Zargar

A
  • 0 a 2A não evolui com estenose
  • 2B a 3A: estenose, com baixo risco de morte
  • 3B: alto risco de morte
  • 0: normal
  • 1: hiperemia e edema da mucosa
  • 2A: friabilidade, hemorragia, erosões, bolhas, erosão superficial, exsudatos
  • 2B: 2a + erosão circunferencial ou discretamente profunda
  • 3A: áreas pequenas com erosões e raras áreas ne necrose
  • 3B: extensa necrose
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7
Q

Complicações

A
  • Precoces: hemorragia digestiva, necrose, perfuração
  • Tardias: estenose de VA (ácidos fortes); estenose pilórica / antrite corrosiva*; estenose faringoesofágica**; carcinoma esofágico
  • ácidos fortes; saciedade precoce, vômitos; 3-10 s; Dx com RX e TC com contraste oral; endoscopia pode ser para dx e tto; cirurgia de bypass ou antrectomia
  • *+ freq; bases fortes; 1-3 s; disfagia, regurgitação e perda de peso; dx radiológico (contraste oral) e endoscópico.
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8
Q

Conduta de acordo com a classificação endoscópica

A
  • Graus 1 e 2A → caso o paciente tolere, iniciar dieta oral com progressão de líquidos para sólidos. Se não aceita, SNE até resolver queimaduras e, então, 3 semanas após o acidente, realizar radiografia contrastada para documentar ausência de estenose.
  • Grau 2B → fazer jejum, manter SNE, realizar radiografia contrastada na terceira semana. Alguns autores pregam laparoscopia.
  • Graus 3A e 3B → laparotomia ou laparoscopia precoce
  • Fase tardia → a estenose cáustica do esôfago manifesta-se com disfagia (após 2 semanas até anos após a ingestão, pico em 2 meses), regurgitação, emagrecimento grave. Realizar esofagograma e EDA para avaliação do grau de estenose.
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9
Q

Indicações de laparotomia ou laparoscopia precoce

A

Grau 3 à endoscopia.

Evidência de perfuração, independentemente do grau.

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10
Q

Quando realizar a reconstrução na estenose esofágica?

A

Não reconstruir na fase aguda! Reconstruir de preferência somente após seis semanas! (mínimo de 3s)
Isso por causa do risco de perfuração

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11
Q

Qual a primeira escolha no tratamento da estenose esofágica?

A

Dilatação endoscópica (3-6s após)

- 3 a 4 sessões com intervalo de 1-2 semanas

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12
Q

CI da dilatação endoscópica

A

Perfuração esofágica.
Suspeita de estenose maligna.
Doenças pulmonares e/ou cardíacas, discrasia sanguínea.
Não tolerância.

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13
Q

Indicações da cirurgia reconstrutora

A
  • Estenose completa do esôfago (obliteração).
  • Irregularidades e saculações esofágicas (relativa).
  • Estenoses múltiplas (> 3), longas (> 3 corpos vertebrais) e tortuosas.
  • Dilatações endoscópicas com mau resultado.
  • Incapacidade para dilatações repetidas.
  • Fístulas, especialmente esofagotraqual.
  • Perfurações
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14
Q

Técnicas da cirurgia de reconstrução

A
  • Fazer após 4-6 meses
  • Ressecção esofágica + Esofagogastroplastia retroesternal: procedimento mais novo, mais fácil, menor índica de complicações graves. Acompanhar o paciente com antissecretores
  • Ressecção esofágica + Esofagocoloplastia retroesternal
  • Ressecção esofágica + Faringocoloplastia
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15
Q

Vigilância para CCE

A

Risco maior 10 a 30 anos após a ingestão.

- EDA com início 15 a 20 anos após a ingestão, com intervalo de 2 a 3 anos.

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16
Q

Fisiopatologia do CCE de esôfago pós lesão cáustica

A

Estase esofágica ocasiona irritação e inflamação crônica, além de acarretar maior contato dos carcinógenos da dieta com a mucosa esofágica (como no megaesôfago e no divertículo esofágico).
Observa-se grau de estase para indicar esofagectomia subtotal

17
Q

Relação entre CCE de esôfago pós acidente cáustico e bypass

A

Bypass dificulta e atrasa o diagnóstico porque demora sintomas e dificulta propedêutica endoscópica.