LES Flashcards

1
Q

Definição de LES

A

Doença inflamatória crônica, MULTISSISTÊMICA, de causa desconhecida e de natureza AUTOIMUNE, caracterizada pela presença de DIVERSOS AUTOANTICORPOS e considerada o protótipo das doenças MEDIADAS POR IMUNOCOMPLEXOS.

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2
Q

Epidemiologia do LES

A
  • Mulheres na idade fértil
  • Primeiros sinais e sintomas iniciam na 2 e 3 década de vida.
  • Pode ocorrer também em crianças e em idosos, mas em menor predomínio feminino nesses casos.
  • Raça negra
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3
Q

Critérios diagnósticos - quantos são necessários?

A

Pelo menos 4 dos critérios (com pelo menos 1 clínico e 1 laboratorial) de forma simultânea ou evolutiva.

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4
Q

Etiologia do LES

A

Multifatorial, envolvendo:

  • fatores ambientais (infecções, tabagismo, exposição a luz solar)
  • genéticos
  • hormonais
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5
Q

FISIOPATOLOGIA do LES

A

Embora certamente exista a influência destes outros fatores, é importante ressaltar que a PRODUÇÃO ANORMAL DE AUTOANTICORPOS PELAS CÉLULAS B é o PRINCIPAL evento no LES

  • anti-DNA de dupla hélice (anti-dsDNA)
  • anti-Smith (anti-Sm)
  • anti-P

Mas outros anticorpos encontrados no LES, como anti-U1RNP, anti-Ro/SS-A e an-ti-La/SS-B, também podem ser identificados em outras doenças autoimunes

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6
Q

manifestações clínicas do LES

Sistemas acometidos (9)

A

manifestações clínicas podem aparecer de maneira isolada, consecutiva ou aditiva no decorrer do tempo, sobretudo nos primeiros 5 anos da doença, que é o período em que a enfermidade habitualmente mostra os locais preferenciais de comprometimento

  • SINTOMAS GERAIS E CONSTITUCIONAIS
  • LESÕES CUTÂNEAS
  • MANIFESTAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS
  • ENVOLVIMENTO CARDIOVASCULAR
  • SISTEMA NERVOSO
  • ENVOLVIMENTO RENAL - NEFRITE LÚPICA
  • ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS
  • ACOMETIMENTO GASTROINTESTINAL
  • MANIFESTAÇÕES OCULARES
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7
Q

Principais sistemas acometidos na fase INICIAL do LES (4)

A

Acomete com maior frequência o sistema OSTEOARTICULAR e o CUTÂNEO e, de forma mais grave, o RENAL e o SNC.

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8
Q

SINTOMAS GERAIS E CONSTITUCIONAIS do LES (5)

A
  • ANOREXIA e a PERDA DE PESO insidiosa: podem ser identificadas no início do quadro e até preceder em meses o aparecimento de manifestações orgânicas
  • FEBRE: como 1º sinal clínico de LES pode ocorrer em cerca de 50% dos casos
  • LINFADENOPATIA: generalizada ou localizada, com certo predomínio das cadeias cervical e axilar
  • HEPATOESPLENOMEGALIA FEBRIL: DD das doenças linfoproliferativas
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9
Q

LESÕES CUTÂNEAS no LES

A

LÚPUS CUTÂNEO AGUDO:

– FORMA LOCALIZADA:
rash malar ou em ASA DE BORBOLETA, simétrica e fortemente associada à fotossensibilidade ➜ evolução para HIPERPIGMENTAÇÃO após fase inflamatória inicial

– FORMA GENERALIZADA: rash maculopa-pular ou dermatite lúpica fotossensível e se apresenta como erupção exantematosa ou morbiliforme generalizada.

LÚPUS CUTÂNEO CRÔNICO:
– lesão discoide (+ conhecida): placa eritematosa hiperpigmentada que evolui com lentidão na periferia, deixando uma cicatriz central hipopigmentada com atrofia
– úlceras orais: NÃO dolorosas em geral, relacionadas à atividade inflamatória da doença

LÚPUS CUTÂNEO SUBAGUDO:
– lesões eritematosas papuloescamosas (tipo psoriasiformes) ou
– anulares (tipo placas policíclicas)

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10
Q

Outras manifestações cutâneas no LES (4)

A

ALOPECIA DIFUSA: em até 50% dos casos, pode ser 1º sinal clínico, e está diretamente relacionada com a atividade inflamatória, podendo até anteceder outras manifestações de exacerbação da doença.

VASCULITE CUTÂNEA: varia de lesões do tipo urticária até grandes úlceras necróticas

FENÔMENO DE RAYNAUD: pode ser a 1ª manifestação da doença, frequência e intensidade estão condicionadas à exposição ao frio

LIVEDO RETICULAR

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11
Q

MANIFESTAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS no LES (7)

A

Frequentes nas fases iniciais de doença

● ARTRALGIA E/OU ARTRITE

Não existe um padrão de acometimento articular, mas maioria dos casos:
- poliartrite transitoria ou
poliartrite simétrica episódica
- caráter migratório ou aditivo
- quase sempre não deformante

● RIGIDEZ MATINAL pode ser proeminente

Na evolução da doença ➜ 10- 15% apresentam ARTROPATIA CRÔNICA ou TIPO JACCOUD ➜
desvio ulnar seguido de subluxação, deformidades do tipo pescoço-de-cisne e subluxação das interfalângicas do polegar.

● Necrose avascular

● Tenossinovite

● Mialgia generalizada

● Miosite inflamatória

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12
Q

ENVOLVIMENTO CARDIOPULMONAR no LES (6)

A

● Pericardite sintomática
● Miocardite clínica
● Endocardite de Libman-Sacks
● Aterosclerose precoce - importante causa de mortalidade na doença em decorrência de IAM
● Pleurite e derrame pleural
● Hipertensão pulmonar primária

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13
Q

SISTEMA NERVOSO no LES

A

SNC e sistema nervoso periférico (SNP)

DIFUSAS: convulsão, psicose e estado confusional agudo

FOCAIS: AVC, mielite transversa, síndrome de Guillain-Barré, meningite asséptica, neuropatia craniana e periférica (mononeurite multiplex), além de distúrbios do movimento como tremores, coreia e parkinsonismo

Cefaleia, psicose, esquizofrenia e bipolaridade

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14
Q

ENVOLVIMENTO RENAL - NEFRITE LÚPICA

A

A maioria dos quadros renais se apresenta nos primeiros 5 anos de LES

Proteinúria e a presença de cilindros – critérios diagnósticos
Hematúria e aumento de creatinina, devem ser considerados para o diagnóstico de glomerulonefrite (GN).

Classificação das glomerunefrites segundo a OMS:
- Classe I: normal
- GN mesangial (classe II)
- GN proliferativa focal (classe III)
- GN proliferativa difusa (classe IV): mais grave das nefrites
- GN membranosa (classe V) - síndrome nefrotica

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15
Q

ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS no LES (4)

A
  • Leucopenia e linfopenia isoladas ou associadas
  • Anemia:
    ● Não imunes: doença crônica, anemia ferropriva e a secundária à doença renal.
    ● Imunes: anemia hemolítica Coombs +.
    Anemia hemolítica microangiopática, caracteristicamente Coombs negativo e com esquizócitos na periferia, em geral relacionada à presença de vasculite sistêmica
  • Plaquetopenia: em 15%
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16
Q

ACOMETIMENTO GASTROINTESTINAL no LES (5)

A

◦ peritonite asséptica com ascite
◦ hepatite
◦ pancreatite
◦ vasculite mesentérica ➜ pode levar à isquemia e à perfuração intestinal, obstrução intestinal subaguda e enteropatia perdedora de proteínas
◦ ↑ TGO e TGP: comuns quando o LES é ativo

17
Q

MANIFESTAÇÕES OCULARES no LES (4)

A

◦ síndrome “sicca” (síndrome de Sjögren)
◦ conjuntivite inespecífica
◦ vasculite retiniana
◦ neurite óptica

síndrome “sicca” (síndrome de Sjögren;) e a conjuntivite inespecífica são comuns no LES, mas raramente ameaçam a visão

vasculite retiniana e a neurite óptica são manifestações sérias

18
Q

Quais exames específicos devem ser solicitados para confirmar LES como principal hipótese? (2)

A
  • Anti-dsDNA
  • Anti-SM
19
Q

Exames no LES

A

◦ ↑ VHS: na atividade de doença, pode continuar ↑ após o controle da doença, não se correlacionando com sua atividade inflamatória.
◦ PCR: geralmente ↓ no LES e ↑ nos processos infecciosos, auxiliando por vezes no DD destas 2 condições

IMUNOLÓGICOS:
◦ FAN: + em mais de 98%;é um dos critérios de classificação da doença.
◦ anti-dsDNA
◦ anti-Sm
◦ anti-P ribossômica: + em 10%

Outros anticorpos também são detectados e caracterizam o padrão de resposta imune do LES, sendo frequentes os anticorpos anti-U1RNP, anti-Ro/SS-A, anti-La/SS-B e os anticorpos antifosfolípides, que estejam relacionados com trombose e/ou abortos de repetição, caracterizando a SAF secundária.
Obs: Aproximadamente 25% dos casos de LES apresentam positividade do fator reumatoide.

OBS: o FAN pode estar elevado em outras doenças crônicas (infecciosas, neoplásicas), autoimunes e mesmo em indivíduos normais (particularmente em idosos).

Diante da suspeita de LES e FAN + ➜ fundamental tentar caracterizar os autoanticorpos específicos da doença, particularmente o anti-dsDNA e o anti-Sm (que são marcadores), pois suas detecções corroboram o diagnóstico.

20
Q

Qual a importancia do complemento no LES?

A determinação da __________ e dos níveis séricos dos seus componentes ____ e ____ é extremamente útil na _________ e da ____________.

A

A determinação da atividade hemolítica do complemento e dos níveis séricos dos seus componentes C3 e C4 é extremamente útil na MONITORAÇÃO DE DOENÇA e da RESPOSTA TERAPÊUTICA.

21
Q

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL do LES

A

ARTRITE REUMATOIDE:
- também compromete pequenas e grandes articulações, na maioria de vezes de forma simétrica

ENDOCARDITE

22
Q

TRATAMENTO - medidas gerais (6)

A

◦ proteção contra a luz solar ou outras formas de irradiação ultravioleta ➜ riscos de exacerbação das lesões cutâneas e também de quadros sistêmicos.
◦ suspensão do tabagismo ➜ pode dificultar a melhora dos quadros cutâneos e renais devendo
◦ suplementação com cálcio (preferencialmente na dieta) e vitamina D é sempre instituída quando são utilizados glicocorticoides ou quando houver previsão da manutenção por longos períodos
◦ imunizações contra pneumococo e influenza, Hepatite B são seguras
◦ As vacinas com vírus vivos não devem ser prescritas
◦ anticoncepção: em pacientes com doença ativa e/ou em uso de drogas com potencial teratogênico

23
Q

GLICOCORTICOIDES
- quando usar (2)
- dose (nos casos leves, moderados e graves)

COMPLETAR

A

preferencialmente usados no INÍCIO da doença ou durante os SURTOS de atividade, pois promovem rápido controle das manifestações clínicas

Doses MUITO ALTAS indicadas (1 mg/kg/dia para adultos e 1 a 2 mg/kg/ dia para crianças/adolescentes) ➜ indicadas em casos graves**
- alternativa = pulsoterapia de glicocorticoide (metilprednisolona) com dose IV de 500 a 1.000 mg/dia em 3 dias consecutivos.

**Casos GRAVES = manifestações renais, hematológicas: plaquetopenia e anemia hemolítica e de SNC

Doses BAIXAS A MODERADAS ➜ controle inicial de manifestações mais brandas

24
Q

ANTIMALÁRICOS
- quando prescrever
- quando são 1ª escolha? (2)
- antimalárico de escolha com respectiva dose

A

São habitualmente prescritos, independentemente do órgão ou do sistema acometido, embora sejam considerados de 1ª escolha nos quadros CUTÂNEOS e/ou ARTICULARES da doença.

HIDROXICLOROQUINA (6 mg/kg/dia, dose máxima 400 mg/dia) é o antimalárico de escolha, pois possui menor toxicidade ocular e se mostrou efetiva no controle da atividade inflamatória da doença, na redução do tempo da corticoterapia e na promoção de um melhor controle das dislipidemias

25
Q

TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA ESPECÍFICA

TTO PARA ENVOLVIMENTO CUTÂNEO: DERMATITE LÚPICA - geral (1) e medicamentoso (2)

A

Geral:
- minimizar a exposição à luz ultravioleta ➜ roupas apropriadas e protetores solares (FPS mínimo de 30)

Medicamentoso: glicocorticoides tópicos e os antimaláricos (como a hidroxicloroquina) ➜ efetivos na ↓da gravidade das lesões na maioria dos pacientes e são relativamente seguros.

Quando as lesões não responsivas aos antimaláricos ➜ considerar DAPSONA 100 mg/dia

26
Q

PROGNOSTICO do LES

A

prognóstico ruim (cerca de 50% de mortalidade em 10 anos) na maioria das séries está associado (no momento do diagnóstico) a níveis séricos elevados de creatinina (> 124 μmol/L [> 1,4 mg/dL]), hipertensão, síndrome nefrótica (excreção de proteína na urina de 24 h > 2,6 g), anemia (hemoglobina < 124 g/L [< 12,4 g/dL]), hipoalbuminemia, hipocomplementemia, anticorpos antifosfolipídeos, sexo masculino, etnia (negros, hispânicos de herança mestiça) e baixo nível socioeconômico.

As principais causas de morte na 1ª década da doença são:
◦ atividade da doença sistêmica
◦ insuficiência renal e infecções

subsequentemente, os eventos tromboembólicos passam a constituir as causas cada vez mais frequentes de mortalidade.

27
Q

Principais causas de morte no LES

A

Na 1ª década da doença são:
- atividade da doença sistêmica
- insuficiência renal
- infecções

subsequentemente, os eventos tromboembólicos passam a constituir as causas cada vez mais frequentes de mortalidade

INFECCOES SECUNDARIAS (GABARITO DA PROVA).

28
Q

Quais são as principais complicações clínicas que devem ser investigadas no LES? (4)
JÁ CAIU

A
  • Serosite
  • Endocardite
  • Insuficiência renal
  • Comprometimento do SNC