CETOACIDOSE E EEH Flashcards
O que são a CAD e o EHH?
São 2 complicações associadas à HIPERGLICEMIA
Fatores preciptantes da CAD (10)
- infecções
- má aderência ou descontinuação da medicação
- 1ª descompensação diabetica
- eventos cardiovasculares - IAM
- causas cerebrovasculares - AVC
- medicamentos
- tromboembolismo pulmonar
- crise tireotóxica
Relação da insulinoterapia com a hipocalemia
A terapia com insulina transfere o potássio para as células e reduz a concentração de potássio. Isso pode causar hipocalemia grave, particularmente em pacientes que apresentam uma concentração sérica de potássio normal ou baixa.
Tríade da CAD
- Glicemia maior que 250 mg/dL (embora raramente, em pacientes em jejum prolongado podem ocorrer euglicemia e até hipoglicemia.)
- pH arterial < 7,3 (excluídas outras causas de acidose).
- Cetonemia positiva (na indisponibilidade da cetonemia, podemos inferir sua presença por cetonúria fortemente positiva).
Tríade da EHH
- Glicemia > 600 mg/dL.
- Osmolaridade > 320 mosm/kg.
- pH arterial > 7,3.
Achados clínicos da CAD
- ocorre principalmente em um subgrupo de população mais jovem com média etária entre 20-29 anos, embora possa ocorrer nos dois extremos da idade
- PRÓDROMOS com duração de dias de poliúria, polidipisia, polifagia e mal-estar indefinido
- desidratação, podendo estar hipotenso e muitas vezes taquicárdico, embora possa eventualmente estar com extremidades quentes e bem perfundido, devido ao efeito de prostaglandinas
- sinais e sintomas da acidose: taquipneia, surgindo o ritmo respiratório de Kussmaul quando o pH do paciente se encontra entre 7,0 7,2, sendo a cetona bastante volátil e, portanto, eliminada pela respiração, o que leva ao aparecimento do hálito cetônico que também é útil ao diagnóstico
- normalmente alerta
- manifestações clínicas da doença que for fator precipitante para o episódio de cetoacidose, como infecção do trato urinário e infarto agudo do miocárdio
Os seguintes exames complementares devem ser solicitados nas emergências hiperglicêmicas (13)
- Gasometria arterial inicialmente e depois venosa (repetir a cada 4 horas).
- Glicemia e posteriormente glicemia capilar (de preferência a cada 1/1 hora).
- Potássio, sódio, fósforo, cloro e outros eletrólitos (dosagem sérica de K inicialmente a cada 2 horas. Os outros, inclusive fósforo, a cada 12 horas).
- Hemograma completo
- Urina tipo 1
- Cetonemia ou cetonúria
- Eletrocardiograma
- Radiografia de tórax (procura de foco infeccioso associado)
- Outros exames solicitados conforme suspeita clínica.
Alterações laboratoriais na CAD (10)
- hiperglicemia
- hiperosomolalidade
- ↑cetonas séricas
- acidose metabolica
- ↑ osmolaridade plasmatica
- ↓Na+
- ↑ creatinina serica e BUN
- ↑ amilase e lipase
- hiperlipidemia e ↑ triglicerídeos
- leucocitose
Complicações da CAD (9)
- hipoglicemia
- hipervolemia
- hipocalemia
- edema cerebral
- síndrome do desconforto respiratório do adulto
- tromboembolismo venoso
- distensão gástrica aguda
- mucormicose
- alcalose metabólica paradoxal
Tratamento
Como é feita a hidratação
1ª FASE HIDRATAÇÃO: SF 0,9% IV - 15 a 20 mL/kg/h (ou seja, 1 a 1,5 L/h para um adulto de tamanho médio) nas primeiras/ 1ª hora
Se tiver/ continuar hipotenso, pode repetir essa fase
2ª FASE HIDRATAÇÃO: manter 250-500 mL/h (4 mL/kg/h)
Depende do Na corrigido:
- Na corrigido < 135 mEq/L (↓) → manter solução salina a 0,9%.
- Na corrigido normal ou ↑ → SL salina 0,45%
Quando a glicemia chegar a 250/ 200 -uptodate (CAD) e 300 (EHH) a hidratação continua, mas associando glicose a 5-10% com a solução salina. A velocidade de infusão contínua de 250-500 mL/hora.
Quando iniciar a insulinoterapia?
recomenda-se que a insulina seja iniciada concomitante à hidratação, exceto se K < 3,3 mEq/L e hipotensão arterial, caso em que se deve aguardar a hidratação e a reposição de potássio para iniciar o uso da insulina.
Necessidade de reposição de K em relação ao inicio da insulinoterapia
- K < 3,3 ➜ repor K e não iniciar insulina
25 mEq de potássio em 1 L de solução de NaCl 0,9% em 1 h e repetir a dosagem de K
- K 3,3 - 5,0 ➜ repor K e iniciar insulina
repor 25 mEq de potássio a cada litro de solução de hidratação e dosar K a cada 2 ou 4 horas.
- K > 5,0 ➜ não repor K e iniciar insulina. Medir K a cada 2 hrs
Como é feita a insulinoterapia?
Qual deve ser a taxa de queda da glicemia?
Insulina REGULAR venosa
Geralmente utiliza-se BIC EV, com dose inicial de 0,1 U/kg de insulina em bolus e depois inicia-se a infusão da bomba em 0,1 U/kg/hora.
A glicemia capilar é mensurada de 1/1 hora. Taxa de queda da glicemia deve ser mantida entre 50 a 70 mg/dL/hora.
- se glicemia cair menos que 50 mg/dL ➜ dobrar a taxa de infusão
- se glicemia reduzir mais de 70 mg/dL ➜ diminuir a taxa de infusão pela metade.
Quando a glicose sérica atingir 250 (200 uptodate), pode ser possível diminuir a taxa de infusão para 0,02 a 0,05 U/kg/h.
Até quando continuar com a infusão de insulina?
até que a cetoacidose seja resolvida, a glicose sérica esteja abaixo de 200 mg/dL (11,1 mmol/L) e a insulina subcutânea seja iniciada (uptodate)