LEISHMANIOSE Flashcards
LEISHMANIOSE VISCERAL - definição
PROTOZOOSE
doença grave e crônica, consequente à multiplicação e disseminação do parasito em órgãos ricos em células do sistema fagocítico mononuclear, como o fígado e o baço.
Leishmaniose visceral
- Agente etiológico
- Reservatório
- Vetor/ hospedeiro intermediário
AGENTE ETIOLÓGICO: Leishmania chagasi
RESERVATÓRIO: cão doméstico (urbano) e raposas e marsupiais (silvestre)
VETOR/ HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Mosquito palha - Lutzomyia longipalpis
Leishmania é o parasito INTRACELULAR OBRIGATÓRIO que se multiplica nas células do sistema fagocítico mononuclear dos mamíferos suscetíveis. Existem 2 formas de vida no ciclo desse protozoário
Promastigota: vida extracelular
Amastigota: vida intracelular, encontrada dentro das células do hospedeiro definitivo.
Período de incubação da LV
variável, tem geralmente a duração de meses (2 a 5 meses), mas existem relatos extremos, de dias até vários anos.
Formas clínicas da LV (3)
No Brasil, a LV caracteriza-se por 3 formas clínicas distintas
FORMA ASSINTOMÁTICA, OLIGOSSINTOMÁTICA e CLÁSSICA
Forma assintomática
infecção inaparente e é detectada em indivíduos sem manifestação clínica em inquéritos epidemiológicos ou em áreas de transmissão, pela positividade da intradermorreação (leishmaniose) ou pela presença de anticorpos específicos no soro.
- títulos de anticorpos são baixos e podem permanecer positivos por tempo indeterminado
Forma oligossintomatica da LV
- idade
- esplenomegalia?
- estado geral
- alterações laboratoriais
- TTO?
- Geralmente em crianças
- Esplenomegalia: discreta ou ausente
- Discreto comprometimento do estado geral
- História de febre, discreta anemia, diarreia, emagrecimento e adinamia
- Hepatomegalia: geralmente presente, mas nao ultrapassa 5 cm
Alterações laboratoriais pouco evidentes:
- hemograma normal ou com anemia
- VHS elevada
- eletroforese de proteina normal
- hipergamaglobulinemia
- anticorpos anti-leishmania presentes
QUADRO AUTOLIMITADOS, EM GRAL, NÃO SE INDICA TRATAMENTO
Forma clássica da LV
É a doença plenamente manifesta.
Na forma clássica, a sintomatologia da LV tem instalação insidiosa e a doença, em geral, tem curso crônico.
Diagnóstico (2)
De REFERÊNCIA = parasitológico em aspirado de medula óssea ➜ visualiza o AMASTIGOTA
Principal IMUNOLÓGICO = RIFI ➜ + = titulo ≥ 1:80
Imunopatogenia e imunidade da LV
o desenvolvimento da doença é dependente da resposta imune do hospedeiro
Qual a patogênese da pancitopenia da LV?
A patogênese da pancitopenia é MULTIFATORIAL
- consequente ao hiperesplenismo (principalmente)
- alterações medulares pela presença dos parasitos e componentes imunológicos (imunocomplexos circulantes adsorvidos aos elementos sanguíneos e autoanticorpos).
Quais são os exames laboratoriais inespecíficos para LV (2)? e qual sua importância e achados?
Hemograma (4)
Eletroforese (2)
HEMOGRAMA
ELETROFORESE DE PROTEÍNAS
HEMOGRAMA –> revela:
- anemia
- leucopenia com neutropenia e
- plaquetopenia (frequentemente)
- pancitopenia
ELETROFORESE DE PROTEÍNAS:
- diminuição da albumina (hipoalbuminemia )
- marcante elevação dos níveis de gama-globulina em pico policlonal (hipergamaglobulinemia)
HIPOALBUMINEMIA: tem múltiplas causas, desde nutricionais, funcionais hepáticas até perda entérica decorrente de enterite leishmaniótica.
HIPERGAMAGLOBULINEMIA: decorrente de ativação policlonal de linfócitos B.
Critérios de Cura (7)
Essencialmente clínicos
- Desaparecimento da febre: precoce, por volta do 5º dia de medicação
- Redução da hepatoesplenomegalia: nas primeiras semanas
- Ao final do tratamento o baço geralmente apresenta redução de 40% ou mais, em relação à medida inicial.
- A partir da 2ª semana: melhora dos parâmetros hematológicos (hemoglobina e leucócitos)
- As alterações vistas na eletroforese de proteínas se normalizam lentamente, podendo levar meses
- O ganho ponderal do paciente é visível, com retorno do apetite e melhora do estado geral
- A albuminemia eleva-se com a melhora clínica do doente mesmo durante o tratamento
- a hipergamaglobulinemia persiste por várias semanas ou até meses após a cura clínica.
Nesta situação o controle através de exame parasitológico ao término do tratamento é dispensável.
Seguimento do paciente tratado
O seguimento do paciente tratado deve ser feito aos 3, 6 e 12 meses após o tratamento e na última avaliação se permanecer estável, o paciente é considerado curado.
O aparecimento de eosinofilia ao final do tratamento ou ao longo dos seguimentos é sinal de bom prognóstico. As provas sorológicas são de pouca utilidade no seguimento do paciente porque se negativam tardiamente.
Complicações da LV (2)
As complicações mais frequentes do calazar são de natureza INFECCIOSA BACTERIANA. Dentre elas destacam-se: otite média aguda, piodermites, infecções dos tratos urinário e respiratório. Caso essas infecções não sejam tratadas com antimicrobianos, o paciente poderá desenvolver um quadro séptico com evolução fatal.
As HEMORRAGIAS são geralmente secundárias à plaquetopenia sendo a epistaxe e a gengivorragia as mais comumente encontradas. A hemorragia digestiva e a icterícia quando presentes indicam gravidade do caso.