Interstício e Líquido Intersticial parte 2 Flashcards
A Pressão do Líquido Intersticial no Tecido Subcutâneo Frouxo é Usualmente Subatmosférica, explique isso.
Embora os diferentes métodos mencionados produzam valores pressóricos ligeiramente diferentes do líquido intersticial, a maioria dos fisiologistas acredita que a pressão no tecido subcutâneo frouxo seja, em condições normais, ligeiramente menos subatmosférica, com valor médio de −3 mmHg.
Por quê O Bombeamento pelo Sistema Linfático É a Causa Básica da Pressão Negativa do Líquido Intersticial.?
O sistema linfático é “lixeiro” (scavenger) que remove o excesso de líquido, proteínas, detritos orgânicos e outros materiais dos espaços teciduais. Normalmente, quando o líquido penetra nos capilares linfáticos terminais, as paredes dos vasos linfáticos se contraem, de forma automática, por alguns segundos e bombeiam o líquido para a circulação sanguínea. Esse processo cria a ligeira pressão negativa, medida nos líquidos dos espaços intersticiais.
Por quê as proteínas causam a pressão coloidosmótica?
Como as proteínas são os únicos constituintes dissolvidos no plasma e nos líquidos intersticiais que não atravessam facilmente os poros capilares, são elas as responsáveis pelas pressões osmóticas nos dois lados da membrana capilar.
Para distinguir essa pressão osmótica da que ocorre na membrana celular, a primeira é chamada pressão coloidosmótica ou pressão oncótica
Quais são os valores normais de pressão coloidosmótica no plasma?
A pressão coloidosmótica do plasma humano normal é de, em média, 28 mmHg; 19 mm são causados por efeitos moleculares das proteínas dissolvidas e 9 mm pelo efeito Donnan — isto é, pressão osmótica adicional causada por sódio, potássio e outros cátions mantidos no plasma pelas proteínas.
Qual a pressão coloidosmótica do líquido intersticial?
A quantidade total de proteína, nos 12 litros do líquido intersticial corporal total, é ligeiramente maior que a quantidade de proteína no próprio plasma; mas, como esse volume é quatro vezes maior que o do plasma, a concentração média de proteína no líquido intersticial da maioria dos tecidos é, em geral, de apenas 40% em relação ao plasma, ou cerca de 3 g/dL. Quantitativamente, nota-se que a pressão coloidosmótica média do líquido intersticial com essa concentração de proteína é de cerca de 8 mmHg
Como ocorre a Troca de fluídos através da membrana capilar?
A pressão média nas extremidades arteriais dos capilares é 15 a 25 mmHg maior que nas extremidades venosas.
Por causa dessa diferença, o líquido é “filtrado” para fora dos capilares, nas extremidades arteriais, mas nas extremidades venosas o líquido é reabsorvido de volta para os capilares. Assim, pequena quantidade de líquido na realidade “flui” pelos tecidos das extremidades arteriais para as extremidades venosas dos capilares.
As médias aproximadas das forças que operam na extremidade arterial do capilar, provocando o movimento de líquido através da membrana capilar, são as seguintes:
Assim, a soma das forças na extremidade arterial do capilar resulta em pressão efetiva de filtração de 13 mmHg, tendendo a mover o líquido para fora dos poros capilares.
Essa pressão de filtração de 13 mmHg faz com que, em média, cerca de 1/200 do plasma no sangue que flui seja filtrado para fora das extremidades arteriais dos capilares em direção aos espaços intersticiais cada vez que o sangue passa pelos capilares.
A baixa pressão sanguínea na extremidade venosa do capilar altera o balanço das forças em favor da absorção, da seguinte maneira:
Assim, a força que faz com que o líquido se mova para dentro do capilar, de 28 mmHg, é maior que a que se opõe à reabsorção, de 21 mmHg. A diferença de 7 mmHg é a pressão efetiva de reabsorção nas extremidades venosas dos capilares. Essa pressão de reabsorção é consideravelmente menor que a pressão de filtração na extremidade arterial, mas lembre-se de que os capilares venosos são mais numerosos e mais permeáveis que os arteriais, de modo que é necessária menor pressão de reabsorção para provocar o movimento de líquido para dentro do capilar.
OBS: A pressão de reabsorção faz com que cerca de nove décimos do líquido, que foi filtrado para fora nas extremidades arteriais, sejam reabsorvidos nas extremidades venosas. O décimo restante flui para os vasos linfáticos, por onde retorna para o sangue circulante.
A quantidade de líquido filtrado para fora, nas extremidades arteriais dos capilares, é quase exatamente igual ao líquido que retorna à circulação por absorção. O ligeiro desequilíbrio existente é responsável pelo líquido que finalmente retorna para a circulação pelos linfáticos.
O quadro seguinte demonstra os princípios do equilíbrio de Starling Para troca capilar.. Nesse quadro são apresentadas as médias das pressões nas extremidades arteriais e venosas dos capilares, para determinar a pressão capilar funcional média, em toda sua extensão. Calcula-se que essa pressão capilar funcional média seja de 17,3 mmHg.
Assim, em relação à circulação capilar total, nota-se estado próximo ao equilíbrio entre as forças totais de filtração, de 28,3 mmHg, e a força total de reabsorção, de 28,0 mmHg. O pequeno desequilíbrio de forças, de 0,3 mmHg, faz com que a filtração de líquido para os espaços intersticiais seja ligeiramente maior que a reabsorção.
Esse ligeiro excesso de filtração é chamado de filtração efetiva, que consiste no líquido que deve retornar para a circulação pelos linfáticos.
OBS : A intensidade normal da filtração efetiva em todo o corpo, não incluindo os rins, é de apenas 2 mL/min
Explique o que é o coeficiente de filtração capilar corporal total.
a falha no balanceamento total médio de 0,3 mmHg, nas forças atuantes nas membranas capilares, provoca filtração efetiva de líquido de 2 mL/min em todo o corpo.
Expressando a velocidade de filtração efetiva de fluidos por cada milímetro de mercúrio de falha de balanceamento, encontra-se a intensidade da filtração efetiva de 6,67 mL/min de líquido por mmHg, em todo o corpo. Esse valor recebe o nome de coeficiente de filtração capilar corporal total.
esse coeficiente varia por mais de 100 vezes entre os vários tecidos
Explique, de forma simplificada, como ocorre o edema
. Se a pressão capilar média aumentar acima de 17 mmHg, a força efetiva que tende a produzir filtração de líquido para os espaços teciduais aumenta. Assim, aumento de 20 mmHg da pressão capilar média provoca elevação da pressão de filtração efetiva de 0,3 mmHg para 20,3 mmHg, o que resulta em filtração efetiva de líquido, para os espaços intersticiais, 68 vezes maior que a normal. Para impedir o acúmulo de excesso de líquido nesses espaços, seria necessário fluxo de líquido 68 vezes maior que o normal para o sistema linfático, o que é duas a cinco vezes maior que a capacidade total dos linfáticos. Como consequência, o líquido tenderia a se acumular nos espaços intersticiais resultando em edema.
Por sua vez, se a pressão capilar cair a valor muito baixo, ocorrerá reabsorção efetiva de líquido pelos capilares em vez de filtração, e o volume sanguíneo aumentará à custa do volume de líquido intersticial