Controle Local do Fluxo Sanguíneo dos Tecidos Flashcards
Um princípio fundamental da função circulatória é que a maioria dos tecidos apresenta a capacidade de controlar seu próprio fluxo sanguíneo, em proporção às suas necessidades metabólicas específicas.
Algumas das necessidades específicas dos tecidos em relação ao fluxo sanguíneo incluem as seguintes: (6)
- O suprimento de oxigênio aos tecidos.
- O suprimento de outros nutrientes, como glicose, aminoácidos e ácidos graxos.
- A remoção de dióxido de carbono dos tecidos.
- A remoção de íons hidrogênio dos tecidos.
- A manutenção de concentrações apropriadas de íons nos tecidos.
- O transporte de vários hormônios e outras substâncias para os diferentes tecidos.
O controle local do fluxo sanguíneo pode ser dividido em duas fases:
(1) controle agudo; e
(2) controle a longo prazo.
Diferencie o que ocorre nessas duas fases de controle do fluxo sanguíneo
O controle agudo é realizado por meio de rápidas variações da vasodilatação ou da vasoconstrição local das arteríolas, metarteríolas e esfíncteres pré-capilares, ocorrendo em segundos ou minutos para permitir a manutenção muito rápida do fluxo sanguíneo tecidual local apropriado
O controle a longo prazo consiste em variações lentas e controladas do fluxo ao longo de dias, semanas, ou até mesmo meses. Em geral, essas variações resultam no melhor controle do fluxo em proporção às necessidades teciduais. Essas variações ocorrem como resultado de aumento ou diminuição nas dimensões físicas e no número de vasos sanguíneos que suprem os tecidos.
De que modo o Controle Agudo do Fluxo Sanguíneo Local é ‘‘acionado’’ ? (2)
1) O Aumento do Metabolismo Tecidual Eleva o Fluxo Sanguíneo nos Tecidos –> o aumento por oito vezes do metabolismo eleva agudamente o fluxo sanguíneo por cerca de quatro vezes. ex: músculo esquelético.
2) A Disponibilidade Reduzida de Oxigênio Eleva o Fluxo Sanguíneo Tecidual.
Não é totalmente compreendido o mecanismo pelo qual as variações no metabolismo tecidual ou na disponibilidade de oxigênio modificam o fluxo sanguíneo nos tecidos, embora tenham sido propostas duas teorias principais: a teoria da vasodilatação e a teoria da demanda de oxigênio. explique a Teoria da Vasodilatação para a Regulação Aguda do Fluxo Sanguíneo Local.
De acordo com a teoria vasodilatadora, quanto maior a intensidade do metabolismo ou menor a disponibilidade de oxigênio ou de outros nutrientes para o tecido, maior será a intensidade/velocidade de formação de substâncias vasodilatadoras pelas células teciduais.
Acredita-se que as substâncias vasodilatadoras se difundam pelos tecidos até os esfíncteres pré-capilares, metarteríolas e arteríolas, causando dilatação. Algumas das diferentes substâncias vasodilatadoras, que foram sugeridas, são a adenosina, o dióxido de carbono, os compostos fosfatados de adenosina, a histamina, os íons potássio e os íons hidrogênio
As substâncias vasodilatadoras podem ser liberadas pelo tecido em resposta à que?
A deficiência de oxigênio. Por exemplo, experimentos mostraram que a redução do oxigênio disponível pode provocar tanto a liberação de adenosina quanto de ácido lático (contendo íons hidrogênio) nos espaços entre as células teciduais; essas substâncias então causam intensa vasodilatação aguda e, portanto, são responsáveis, ao menos em parte, pela regulação local do fluxo sanguíneo.
Substâncias vasodilatadoras, tais como dióxido de carbono, ácido lático e íons potássio, tendem a aumentar nos tecidos quando o fluxo sanguíneo é diminuído e o metabolismo celular continua na mesma intensidade, ou quando o metabolismo celular é subitamente aumentado. Elevação na concentração dos metabólitos vasodilatadores causa vasodilatação das arteríolas, aumentando o fluxo sanguíneo tecidual e levando de volta ao normal a concentração tecidual dos metabólitos.
Não é totalmente compreendido o mecanismo pelo qual as variações no metabolismo tecidual ou na disponibilidade de oxigênio modificam o fluxo sanguíneo nos tecidos, embora tenham sido propostas duas teorias principais: a teoria da vasodilatação e a teoria da demanda de oxigênio. explique a Teoria da Demanda de Oxigênio para o Controle Local do Fluxo Sanguíneo.
O oxigênio é um dos nutrientes metabólicos necessários que provocam a contração do músculo vascular (com a necessidade também de outros nutrientes). Assim, na ausência de quantidades adequadas de oxigênio, é razoável a crença de que os vasos sanguíneos de forma simples relaxariam, resultando naturalmente em dilatação.
Além disso, o aumento da utilização de oxigênio pelos tecidos, como resultado do metabolismo mais intenso, teoricamente diminuiria a disponibilidade de oxigênio para as fibras musculares lisas nos vasos sanguíneos locais, o que, por sua vez, também ocasionaria vasodilatação local.
é possível notar que normalmente os esfíncteres pré-capilares estão completamente abertos ou fechados. O número de esfíncteres pré-capilares abertos, a qualquer momento, é quase proporcional à que?
é quase proporcional às necessidades nutricionais do tecido.
Os esfíncteres pré-capilares e as metarteríolas abrem e fecham de forma cíclica muitas vezes por minuto; a duração das fases abertas é proporcional às necessidades metabólicas de oxigênio pelos tecidos. A abertura e o fechamento cíclicos são chamados de vasomotilidade.
Como o músculo liso precisa de oxigênio para permanecer contraído, podese assumir que a força de contração dos esfíncteres aumentaria após elevação da concentração de oxigênio. Consequentemente, quando a concentração de oxigênio no tecido se elevasse acima de certo nível, os esfíncteres précapilares e as metarteríolas supostamente fechariam até que as células teciduais consumissem o excesso de oxigênio. Entretanto, quando o excesso de oxigênio fosse consumido e sua concentração caísse o suficiente, os esfíncteres se abririam de novo reiniciando o ciclo
Assim, com base nos dados disponíveis, tanto a teoria das substâncias vasodilatadoras quanto a teoria da demanda de oxigênio explicariam a regulação local aguda do fluxo sanguíneo em resposta às necessidades metabólicas teciduais. Provavelmente, a verdade reside em uma combinação dos dois mecanismos
Os mecanismos descritos até agora para o controle local do fluxo sanguíneo são referidos como “mecanismos metabólicos”, porque todos eles funcionam em resposta às necessidades metabólicas teciduais. Dois exemplos adicionais do controle metabólico local do fluxo sanguíneo são a hiperemia reativa e a hiperemia ativa. EXPLIQUE A HIPEREMIA REATIVA.
1) Quando a irrigação sanguínea para um tecido é bloqueada pelo período de alguns segundos a até 1 hora ou mais e então é desbloqueada, o fluxo sanguíneo pelo tecido, em geral, aumenta imediatamente para até quatro a sete vezes o normal;
2) esse fluxo aumentado persiste por alguns segundos, se o bloqueio durou apenas alguns segundos, mas às vezes continua por muitas horas, caso o fluxo sanguíneo tenha sido bloqueado por uma hora ou mais. Esse fenômeno é chamado hiperemia reativa.
3)A hiperemia reativaé outra manifestação domecanismo de regulação “metabólica”local do fluxo sanguíneo; ou seja,a ausência de fluxo põe em ação todos os fatores que provocam a vasodilatação.
4)Após curtos períodos de oclusão vascular, o fluxo sanguíneo adicional durante a hiperemia reativa se mantém por período suficiente para repor quase exatamente o déficit tecidual de oxigênio que ocorreu ao longo do período de oclusão. Esse mecanismo enfatiza a íntima conexão entre a regulação local do fluxo sanguíneo e a oferta de oxigênio e de outros nutrientes aos tecidos.
Explique a Hiperemia Ativa.
1)Quando qualquer tecido se torna muito ativo, como ocorre no músculo durante o exercício, na glândula gastrointestinal durante período de hipersecreção, ou até mesmo no cérebro, durante o aumento da atividade mental, a intensidade do fluxo sanguíneo pelos tecidos aumenta
2)O aumento do metabolismo local faz com que as células consumam nutrientes no líquido tecidual de forma rápida e também liberem grande quantidade de substâncias vasodilatadoras.
3)O resultado é a dilatação dos vasos sanguíneos locais e aumento do fluxo sanguíneo local. Desse modo, o tecido ativo recebe os nutrientes adicionais necessários para manter seu novo nível funcional. Como ressaltado anteriormente, a hiperemia ativa no músculo esquelético pode aumentar o fluxo sanguíneo muscular local por até 20 vezes durante o exercício intenso.
Diferencie, simplificadamente, a Hiperemia Reativa e a Hiperemia Ativa.
Hiperemia Reativa -> Ocorre Depois que o Suprimento Sanguíneo ao Tecido é Bloqueado por um Curto Período.
Hiperemia Ativa –> Ocorre Quando Aumenta a Taxa Metabólica Tecidual.
Em qualquer tecido do corpo, a elevação rápida da pressão arterial provoca o aumento imediato do fluxo sanguíneo. Entretanto, após menos de 1 minuto, o fluxo sanguíneo na maioria dos tecidos retorna praticamente a seu nível normal, embora a pressão arterial seja mantida elevada. Essa normalização é referida como autorregulação .
Por quase um século, duas teorias foram propostas para explicar esse mecanismo de autorregulação aguda. Elas foram chamadas de :
(1) teoria metabólica; e (2) teoria miogênica
Explique a Teoria Metabólica da autorregulação local do fluxo sanguineo.
A teoria metabólica–>quando a pressão arterial fica muito alta, o excesso de fluxo fornece oxigênio em demasia, além de muitos outros nutrientes, aos tecidos e “elimina” os vasodilatadores liberados pelos tecidos. Esses nutrientes (especialmente o oxigênio) e níveis reduzidos de vasodilatadores provocam então a constrição dos vasos sanguíneos e o retorno do fluxo para valores próximos aos normais, apesar da pressão aumentada.
Explique a Teoria Miogênica da autorregulação local do fluxo sanguineo.
Teoria Miogênica –> sugere que outro mecanismo não relacionado ao metabolismo tecidual seja a explicação do fenômeno da autorregulação.
Essa teoria é baseada na observação de que o estiramento súbito de pequenos vasos sanguíneos provoca a contração do músculo liso da parede vascular
Por isso, propôs-se que a alta pressão arterial ao estirar o vaso provoca sua constrição vascular reativa, que reduz o fluxo sanguíneo para valor próximo ao normal. Ao contrário, sob baixas pressões, o nível de estiramento do vaso é menor, de modo que o músculo liso relaxe, reduzindo a resistência vascular e ajudando o fluxo a voltar ao normal
Como é feita o controle do fluxo sanguíneo na pele?
Na pele, o controle do fluxo sanguíneo está intimamente relacionado à regulação da temperatura corporal. O fluxo cutâneo e subcutâneo regula a perda calórica do corpo pela medida do fluxo do coração do núcleo para a superfície do corpo, onde ocorre a perda para o ambiente. O fluxo sanguíneo pela pele é controlado, em grande parte, pelo sistema nervoso central por meio dos nervos simpáticos, como discutido no Capítulo 74. Apesar do fluxo sanguíneo da pele ser de aproximadamente 3 mL/min/100 g de tecido em ambiente frio, podem ocorrer grandes mudanças nos valores quando necessário. Quando os seres humanos são expostos ao aquecimento do corpo, o fluxo sanguíneo da pele pode aumentar muitas vezes para níveis tão elevados como 7 a 8 L/min no corpo inteiro. Quando a temperatura do corpo é reduzida, o fluxo sanguíneo diminui, caindo para pouco acima de zero em temperaturas muito baixas. Mesmo com intensa vasoconstrição, o fluxo sanguíneo da pele é geralmente grande o suficiente para atender as demandas metabólicas básicas da pele.
As células endoteliais, que revestem os vasos sanguíneos, sintetizam diversas substâncias que, quando liberadas, podem afetar o grau de relaxamento ou de contração da parede arterial. a Partir disso , explique a ação do óxido Nítrico (NO)
Óxido Nítrico — Um Vasodilatador Liberado por Células Endoteliais Saudáveis –> O óxido nítrico (NO) é o mais importante dos fatores de relaxamento derivados do endotélio. Depois da difusão para fora da célula endotelial, o NO tem uma meia-vida no sangue de cerca de 6 segundos e age principalmente nos tecidos locais onde é liberado.
1) O fluxo de sangue pelas artérias e arteríolas provoca estresse por cisalhamento das células endoteliais, devido ao tracionamento viscoso do sangue contra as paredes vasculares.
2) Esse cisalhamento distorce as células endoteliais na direção do fluxo, provocando aumento significativo da liberação de NO que então relaxa os vasos sanguíneos.
3)Esse efeito é benéfico, pois os mecanismos metabólicos locais para controle de fluxo sanguíneo tecidual dilatam principalmente artérias muito pequenas e arteríolas em cada tecido. No entanto, quando o fluxo de sangue por parte microvascular da circulação aumenta, essa ação secundariamente estimula a liberação de NO de vasos mais largos, devido ao fluxo aumentado e tensão de cisalhamento em vasos.