Insulinas Flashcards
Quais são os princípios da insulinização?
Cálculo da dose total de insulina:
*Adultos: dose inicial de 0,5-1,0 U/kg/dia, dose plena de 0,7-1,0U/kg/dia
*Idosos ou pessoas com risco de hipoglicemia: 0,3U/kg/dia
Dose total dividida em 50% basal e 50% bolus
Ajustes da dose: 48-72h após
Glicemias pós prandiais fora do alvo: ajuste das doses de insulina regular aplicados antes daquela refeição;
Glicemias pré prandiais fora do alvo: ajuste da dose de insulina basal que foi aplicada no período anterior
Quais são os tipos de insulina e como elas são classificadas?
As insulinas podem ser classificadas em:
*Insulina animal (bovina, suina e mista)
*Insulina humana (NPH [leitosa, com protamina] e regular [incololor]) –> se na mesma seringa, puxa primeiro a regular e depois a NPH
*Análogos de insulina (lispro, asparte, glulisina, glargina, determir e degludeca
Classificação quanto à farmacocinética:
*Rápida (regular)
*Ultrarápida (lispro, asparte e glulisina)
*Intermediária (NPH)
*Lenta (glargina e determir)
*Ultralenta (degludeca)
Tratamento do SUS: NPH (2x no dia) + regular (30min antes de se alimentar)
*2/3 de NPH de manhã e 1/3 de NPH a noite
Quais devem ser os valores de referência da glicemia capilar?
Pré-prandial: 80-130 mg/dL
Pós prandial: <180 mg/dL
HbA1C: <7%
Como deve ser feito o armazenamento e transporte da insulina?
A insulina emfrasco lacradodeve sermantidaem geladeira, em temperatura entre 2 e 8ºC.
Valores inferiores podem levá-la ao congelamento, o que inviabiliza seu uso. Assim, deve-se evitar guardá-la próxima ao congelador. A porta, por ser exposta à grande variação térmica, tampouco é lugar adequado.
Por isso, o local ideal de conservação é junto às gavetas de verduras e legumes. A validade do frasco lacrado é determinada pelo fabricante.
Quandoem uso, o frasco de insulina pode sermantido emtemperatura ambiente, desde que longe do sol e da luz e em temperaturas inferiores a 30ºC.
Caso se opte por mantê-la em geladeira, é importante retirá-la 15 a 30 minutos antes do uso, para evitar dor e irritação ao aplicar.
A validade do frasco aberto é de 30 dias. As canetas recarregáveis não devem ser guardadas na geladeira. As descartáveis podem ficar na geladeira ou temperatura ambiente.
Otransporteda insulina em uso pode ser realizado em embalagem comum, que se mantenha ao abrigo do calor e da luz solar direta.
Se for transportar frasco fechado para viagens, ou insulina em uso em ambientes de calor extremo e optar-se pelo isopor, não deve haver contato direto com gelo.
Quais cuidados devem ser tomados ao aplicar a insulina?
O primeiro cuidado ao preparar a aplicação da insulina é a observação de seu aspecto. Ela não pode estar congelada ou com grumos. A insulinaNPHdeve serturva e leitosa; e a regular,cristalina.
Após a higienização das mãos, a insulinaNPHdeve ser homogeneizada com movimentos suaves (circulares ou pendulares) ou, ainda, deixando-a rolar na palma da mão por 20 vezes.
Pacientes que utilizam insulinasNPHe regular no mesmo horário podem preparar apenas uma seringa para aplicação. Nesse caso, alguns cuidados devem ser tomados. O principal é evitar a introdução de insulinaNPHno frasco de insulina regular pois transformaria a regular em NPH devido à ação da protamina.
Como deve ser a aplicação da insulina?
A aplicação da insulina deve ocorrer em tecido subcutâneo.
Em situações de emergência a insulina regular pode ser aplicada por via intramuscular (IM).
A via intravenosa (IV) é utilizada apenas em ambiente de terapia intensiva.
A insulinaNPHe as insulinas de ação prolongada jamais devem ser injetadas em viaIVouIM, pois há risco de hipoglicemia fatal.
O abdome apresenta absorção mais rápida e é o local mais indicado para aplicação de insulina regular.
Ao longo do dia, a movimentação pode acelerar a absorção da insulina aplicada nos membros; por isso, a aplicação nesses locais deve se dar preferencialmente antes de deitar.
Quais são as indicações absolutas e relativas de insulina?
Indicações Absolutas de insulina:
*Sintomáticos + HbA1c > 9%;
*Assintomáticos + HbA1c > 10%/11%;
Indicações Relativas de insulina:
*Assintomáticos > 9%;
*Falha terapêuticas com duas drogas ou mais.
*Pacientes hospitalizados;
*Gestantes.
Como deve ser iniciada a insulinazação em pacientes com DM2?
A insulina basal é a opção mais comum, simples e eficaz para insulinizar pessoas com DM2.
Em geral, a insulina entra como parte de terapia dupla, tripla ou até quádrupla, especialmente se houver alguma restrição ao uso de drogas orais.
O cenário típico é de uma pessoa com diabetes tomando duas, três ou até quatro fármacos orais de diferentes classes, sem conseguir atingir as metas glicêmicas.
Nesse caso, a adição de insulina basal geralmente se soma às medicações presentes na prescrição, podendo ser reduzidas as doses dos secretagogos e mantidas as demais drogas orais.
Qual é a titulação da insulina no DM2 e metas glicêmicas?
A dose inicial de insulina basal/análogo de ação longa usualmente é de 10UI ou 0,1 a 0,2 UI/kg/dia, podendo ser prescrita à noite ou durante o dia.
Esse esquema pode ser feito com NPH ou detemir à noite antes de dormir ou, ainda, glargina U100, glargina U300 ou degludeca de manhã ou à noite.
A titulação da dose deve ser feita com base na monitorização glicêmica de jejum, ajustando-se 02 a 04 UI a cada 2 a 3 dias, até atingir a meta estabelecida para a glicemia de jejum
Inicia-se a insulinoterapia com insulina NPH 10 UI ou 0,1 a 0,2 UI/Kg de peso antes de dormir e orienta-se realizar glicemia capilar antes do café da manhã.
Se a glicemia em jejum estiver acima de 130 mg/dL, aumenta-se 02UI a 04UI até atingir a meta glicêmica; se a glicemia estiver menor que 70 mg/dL, diminui-se 02UI a 04UI.
Se o paciente alcançar controle adequado da glicemia de jejum, porém a hemoglobina glicada continuar fora do alvo terapêutico, deve-se iniciar 10 UI de insulina NPH pela manhã, com ajuste de acordo com os valores de glicemia antes do jantar.
Se a glicemia em jejum estiver acima de 130 mg/dL, aumenta-se 02UI a 04UI até atingir a meta glicêmica; se a glicemia estiver menor que 70 mg/dL, diminui-se 02UI a 4UI.
Caso a meta de hemoglobina glicada não seja atingida, deve-se iniciar o uso de insulina regular, necessário realizar mapa glicêmico.
Ao atingir doses maiores que 0,2UI/kg à noite de NPH, convém iniciar NPH pela manhã e dividir dosagem em 2/3 do total pela manhã e 1/3 à noite.
Ex: Paciente 100kg usando NPH 0,2UI/kg = 20UI à noite e ainda sim não compensa glicemia de jejum, pode-se aumentar para 0,3UI/kg = 30UI/dia e dividir 2/3 pela manhã (20UI) E 1/3 à noite (10UI).
Para acrescentar a insulina prandial de ação rápida (regular ou ultrarrápidas) é preciso que a glicemia pós prandial estela maior que 180 e tenha uma variação em relação à pré-prandial maior que 60mg/dl
O que é o esquema basal-plus?
O esquema basal-plus inclui a adição de uma ou mais doses de uma insulina de ação rápida ou ultrarrápida com efeito prandial à insulina basal. Representa um passo adiante em direção à insulinização plena, sendo utilizada em pessoas com diabetes com maior perda de função das células β.
O esquema pode ser intensificado progressivamente, passando a envolver mais de uma refeição, até que se atinja o esquema basal-bolus.
As drogas orais presentes antes de sua introdução podem ser mantidas ou reduzidas para diminuir a complexidade do esquema terapêutico.
A escolha da refeição que receberá a dose prandial baseia-se no grau de amplitude da glicemia pós-prandial, avaliada por automonitorização. A variação entre glicemia pré e pós prandial 2h deve ser menor ou igual a 60mg/dl.
O esquema basal-bolus consiste na associação de insulina basal com múltiplas doses de insulina prandial.
Trata-se do esquema que mais se aproxima da dinâmica fisiológica de secreção de insulina entre os esquemas de múltiplas doses, com reposição completa das necessidades de insulina da pessoa com diabetes.
O esquema basal-bolus é efetivo e seguro na obtenção do bom controle glicêmico, tanto em pessoas com DM2 ambulatoriais como em pessoas com diabetes internadas.
A aplicação de insulina antes de dormir, por volta das 22 horas e a realização de lanche noturno ajudam a evitar ou controlar hipoglicemias na madrugada.
O esquema geralmente é uma dose de insulina ou análogo de ação longa ou ultralonga associada a três ou quatro doses de insulina de ação rápida ou ultrarrápida por dia, sendo, portanto, um esquema bem flexível.
O componente basal pode ser também implementado com duas ou três doses da insulina de ação intermediária (NPH).
Alternativamente, também se podem usar doses prandiais de insulina bifásica 50/50 e uma dose de insulina de ação longa ou ultralonga ao dia, ou ainda três doses por dia de insulinas bifásicas 70/30 ou 75/25, nas refeições, dependendo das necessidades da pessoa com diabetes.
A dose total diária de insulina nos esquemas basal-bolus varia de 0,5 a 1,5 unidade por kg, dependendo do grau de resistência insulínica. Pacientes que não usam metformina podem precisa de até de 2,0UI/kg/dia para atingir metas.
A proporção de insulina basal e prandial deve ser observada. Em geral, recomenda-se que aproximadamente 50% do total de insulina seja de insulina basal e 50% de insulina prandial.
Os maiores problemas do uso do esquema basal-bolus em pessoas com DM2 são o ganho de peso e o risco de hipoglicemia.
Por essa razão, esse esquema deve ser reservado para pessoas com diabetes com profunda disfunção de célula beta, incapazes de atingir as metas de controle glicêmico, com outros esquemas.