Antiparkinsonianos Flashcards
Quais são as principais drogas antiparkinsonianas?
Levedopa
Selegilina
Amantadina
Pramipexol
Entacapona
Tolcapona
Levedopa: características
Levodopa é o fármaco mais eficaz para o tratamento sintomático da DP. É a droga de primeira escolha, particularmente se os sintomas estiverem relacionados com bradicinesia e instabilidade postural;
Esta medicação é um precursor da dopamina, neurotransmissor deficiente nos pacientes com doença de Parkinson. A presença de resposta terapêutica à levodopa reforça o diagnóstico de doença de Parkinson, sendo de longe a droga mais eficaz no tratamento dessa doença, com impacto na morbidade e mortalidade desses pacientes. Tem efeito em reduzir a incapacitação, prolongando a capacidade do paciente se manter independente. Os principais efeitos colaterais são náuseas, sedação, confusão mental e alucinações. A longo prazo, podem ocorrer redução do efeito da droga e discinesias bifásicas, que são os chamados efeitos wearing off e on off, respectivamente.
O tratamento deve ser individualizado, sendo iniciado com doses baixas e aumentadas gradualmente para minimizar o risco de efeitos colaterais agudos. A meia-vida da droga é curta; é possível iniciar o tratamento em 2 ou 3 tomadas, porém, com a progressão da doença, geralmente há necessidade de diminuir o período entre as doses.
O ideal é administrar com inibidor da decarboxilase, começando com Sinemet 25/100 1 vez/dia para minimizar efeitos colaterais ou usar 3 vezes/dia se desejar resposta mais rápida; quando usar fórmulas de liberação lenta, usar dose 20 a 30% maior para obter o mesmo efeito.
Após 5 a 10 anos de doença, podem ocorrer flutuações motoras. A medicação, apesar de ser melhor droga sintomática, pode acelerar sua progressão.
Selegilina: características
Os inibidores da MAO B, Selegilina e Rasagilina podem ser úteis em pacientes com doença de Parkinson precoce, mas têm apenas um benefício sintomático modesto como monoterapia;
Existem estudos que tentam provar que a selegilina apresenta efeito protetor ou lentificador na doença de Parkinson, porém, até hoje, não existe conclusões definitivas sobre esse efeito. De qualquer forma, por este motivo, a droga deveria ser considerada como tratamento inicial da doença de Parkinson, apesar de oferecer um efeito sintomático leve.
A dose inicial deve ser de 5 mg 2 vezes/dia, mas, em idosos, pode-se optar por iniciar com doses mais baixas, até menores que 5 mg/dia, para observar efeitos colaterais que incluem alucinações. A dose máxima é de 10 mg 2 vezes/dia.
Amantadina: características
Amantadina é uma droga antiparkinsoniana relativamente fraca, com baixa toxicidade, que é mais útil no tratamento de pacientes mais jovens com doença de Parkinson precoce ou leve, e talvez mais tarde, quando a discinesia se torna problemática;
Mecanismo de ação ainda indefinido, mas envolve estimulação da liberação dos estoques de dopamina ou bloqueio da recaptação sináptica desse neurotransmissor, além de ação anticolinérgica modestaNo entanto, sabe-se que bloqueia receptores NMDA e de aceticolina. Seu efeito é transitório sobre os sintomas, com duração entre 6 meses e 1 ano.
A droga deve ser iniciada em doses baixas, sobretudo no paciente idoso, com 50 mg/dia, com aumento em 2 semanas, monitorando-se os efeitos colaterais. A dose máxima é de 100 mg 2 vezes/dia. Em adultos jovens, a dose pode chegar a 300 mg/dia.
Pramipexol : características
Agonistas Dopaminérgicos
Essa classe de drogas age estimulando diretamente receptores dopaminérgicos no corpo estriado do cérebro, não havendo necessidade de conversão da droga para um metabólito ativo, que exerça seus efeitos farmacodinâmicos. Além disso, a meia-vida da maioria das medicações dessa classe é mais longa que a meia-vida das formulações de liberação regular da levodopa.
Ajudam no controle dos sintomas cardinais, com a vantagem de, em longo prazo, contribuírem menos frequentemente para a ocorrência de discinesias em comparação com a levodopa. Assim, quando se opta por iniciar o tratamento sintomático principalmente em pacientes jovens, são drogas de primeira escolha, que podem ser usadas em monoterapia em pacientes com sintomas leves a moderados. Alguns estudos demonstraram que pacientes tratados inicialmente com agonistas dopaminérgicos apresentavam menor risco de desenvolver complicações motoras quando comparados com aqueles tratados com levodopa. Podem ainda ser associados a qualquer uma das outras classes de drogas antiparkinsonianas conforme necessidade de controle dos sintomas, inclusive com levodopa em pacientes com doença avançada e complicações motoras.
pramipexol: dose inicial 0,125 mg 2 a 3 vezes/dia, dose eficaz de 0,75 a 3 mg/dia;
Entacapona e Tolcapona: características
Inibidores da COMT
A levodopa é metabolizada perifericamente por duas enzimas: a decarboxilase e a COMT. Mesmo sendo regularmente administrada em associação com um inibidor da decarboxilase, a ação da COMT periférica converte a levodopa em 3-O-metildopa (3-OMD) e somente 10% da droga chega intacta ao cérebro.
Os inibidores da COMT impedem a degradação da levodopa no sangue periférico e da dopamina no sistema nervoso central (SNC), aumentando os níveis plasmáticos de levodopa.
Em pacientes que usam levodopa e ainda apresentam sintomas parkinsonianos, a associação com um inibidor da COMT demonstra melhora em pacientes que apresentam flutuações motoras. Em alguns estudos, demonstrou-se uma redução dos períodos de função motora muito comprometida (períodos de off) em até 40% com uso de inibidores da COMT.
Há atualmente uma nova linha de pesquisa que estuda uma possível redução nas complicações motoras relacionadas ao uso de levodopa a longo prazo. Se isso for comprovado, é possível que exista a indicação de que a levodopa seja sempre usada em associação a um inibidor da COMT, além do inibidor da decarboxilase. São formulações destas medicações:
Entacapone: devem ser administrados 200 mg junto com cada dose da levodopa até a dose de 1.600 mg.
tocapone: a dose recomendada varia de 100 a 200 mg 3 vezes/dia e não há necessidade de titulação da droga no início do tratamento. A dose de 200 mg já se mostra eficaz;