Infectologia Flashcards
Agente etiologico da febre tifoide
Salmonella typhi, enterobacteria gram negativa, bastonetes, anaerobios facultativos
Quando pensas em febre tifoide?
Deve ser suspeitara em qualquer paciente com febre inexplicada há mais de 1-2 semanas, e epidemiologia compatível: precárias condições de saneamento, exposição a água ou alimentos contaminados, viagem a regiões endêmicas
Sinais e sintomas da febre tifoide
Fase 1) primeira semana, febre crescente, associada a cefaleia, astenia, hiporexia, náuseas e vômitos, pode haver constipação intestinal. Hemocultura geralmente positiva
Fase 2) febre mais sustentada e cefaleia continua, prostração intensa. Pode surgir o “estado tifoso “ - 10/15% dos casos - alteração do nível de consciência, delirium, torpor e coma.
Desidratação, olhos fundos, dor abdominal (fossa ilíaca direita), diarreia (2-3 evacuações diárias) pode haver hepatoesplenomegalia, exantema e língua saborosa.
Fase 3) febre começa a diminuir, sintomas vão diminuindo progressivamente, sinais de desnutrição e atrofia muscular
Diagnóstico de febre tifoide (ou febre entérica)
Isolamento de S. Typhi ou S. Paratyphi no sangue, medula óssea, lesões de pele, fezes ou secreções intestinais
Tratamento da febre tifoide
Cloranfenicol VO, 50 mg/kg/dia em 4 tomadas por dia. Até 15 dias após último dia de febre (máximo 21 dias)
Ampi, amoxicilina e sulfa-trimetoprim também podem ser usadas, mais comum em áreas endêmicas (devido resistência da bactéria). Por 14 dias
Casos de resistência bacteriana ou hiv/aids: fluoroquinolonas (10 dias) ou ceftriaxona (dose única)
Indicações de vacinação contra S. Typhi
Vacinar indivíduos que vai viajar para áreas endêmicas e serão expostos a água e alimentos que podem estar contaminados
Agente etiológico da leptospirose
Leptospira interrogans, espiroqueta, aeróbicos obrigatórios
Período de incubação da leptospirose
7-14 dias, podendo variar de 1-30 dias
Quadro clínico da leptospirose
Maioria dos casos apenas uma síndrome febril (semelhante à gripe ou dengue clássica) - é a forma anicterica.
Forma ictero-hemorrágica: famosa síndrome de Weil, icterícia, IRA, e hemorragia
Quadro clínico - forma anicterica
Febre alta, calafrios, cefaleia (frontal e retroorbitaria), náuseas e vômitos e intensa mialgia (predominando em panturrilhas e abdome). Sufusoes conjuntivais, diarreia, tosse seca e erupção cutânea (menos comuns). Tais sintomas ocorrem na primeira semana do quadro.
A partir dessa primeira semana o quadro começa a recrudescer, com melhora da febre e dos sintomas
Laboratório na leptospirose
Leucocitose com desvio a esquerda, plaquetopenia, vhs aumentado, enzimas musculares (CPK) aumentadas
Quadro clínico - forma ictero-hemorragica
- aparecimento de icterícia, disfunção renal aguda e diátese hemorrágica;
- inicio dos sintomas igual a forma anicterica
- comum a hepatomegalia, e a esplenomegalia pode ser detectada em 20% dos casos;
- hemograma com uma leucocitose acentuada e maior frequência de plaquetopenia. O VHS pode ultrapassar 90 mm/h – uma característica marcante desta síndrome;
- icterícia rubínica (com tom alaranjado);
- hiperbilirrubinemia (colestase hepatica);
- A Insuficiência Renal Aguda (IRA) é comum,
apresentando-se com elevação das escórias nitrogenadas, geralmente não superiores a 100 mg/dl
de ureia e 2-8 mg/dl de creatinina; - O encontro de IRA oligúrica com potássio sérico normal é típico de leptospirose;
- capilarite pulmonar hemorrágica grave, manifestando-se com tosse, hemoptise e dispneia
confirmação diagnóstica da leptospirose
pode ser feita pela visualização direta da L.
interrogans em exame de campo escuro, pelo
isolamento em meio de cultura apropriado ou pela detecção de seu material genético através da técnica de PCR (métodos de detecção direta) ou então por exames sorológicos (métodos de detecção indireta).
Tratamento da lepstospirose
doença leve (forma anictérica): amoxicilina 500 mg VO 8/8h por 5-7 dias; ou doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 5-7 dias;
forma grave devem ser tratados com penicilina cristalina 1,5 milhões de UI IV de 6/6h; ou ceftriaxone
1-2 g IV a cada 24 horas; se houver alergia aos
betalactâmicos, utilizar azitromicina 500 mg
IV a cada 24h.
sindrome de Weil: hidratação venosa para reposição da volemia, a reposição de potássio quando necessária e o acompanhamento da função renal e pulmonar
Agente etiologico da dengue
Vírus da dengue é um arbovírus, do gênero
Flavivirus, família Flaviviridae.
vírus RNA de filamento único, esférico, envelopado, medindo aproximadamente 60 nm.
Fisiopatologia da forma grave da dengue
- forma grave geralmente ocorre em uma segunda infecção de dengue por um rotoipo diferente da primeira infecção (geralmente sorotipo 2)
- na primeira infecção foi produzido anticorpos contra o sorotipo desta infecção, que reagem heterologamente contra os antigenos da segunda infecção, acontece que a ligação de anticorpos heterólogos ao novo sorotipo de vírus da dengue (sem neutralizá-lo) facilitaria a penetração do vírus nos macrófagos, por mecanismo de opsonização.
- isso leva a uma maior disseminação e proliferação do virus, que por sua vez estimula a produção em larga escala de citocinas;
- A liberação maciça de fatores pró-inflamatórios culmina no quadro fisiopatológico da dengue grave: aumento súbito e generalizado da permeabilidade capilar, o que pode evoluir para um estado de franco choque circulatório (má perfusão tecidual generalizada) e falência orgânica múltipla;
- pode ocorrer tambem trombocitopenia (destruição periferica de plaquetas) e posteriormente pode haver CIVD.
Quadro clinico da dengue
FASE FEBRIL - Febre alta, adinamia, cefaleia, dor retrorbitária, mialgia
e artralgia. Anorexia, náuseas, vômitos e diarreia (geralmente branda). Metade dos pacientes desenvolve um exantema maculopapular NÃO poupando as
palmas das mãos ou as plantas dos pés.
Maioria dos pacientes passa por dessa fase para a fase de recuperação.
FASE CRITICA: tem como primeiras manifestações os sinais de alarme da dengue, que podem indicar choque volemico (devido a perda de volemia para o terceiro espaço); tambem pode ocorrer hemorragia digestiva; difunção hepatica; manifestações neurologicas: irritabilidade, crises convulsivas, meningite linfomonocítica, síndrome de Reye, polirradiculoneurite
(síndrome de Guillain-Barré) e encefalite. IRA (geralmente associada ao choque)
Sinais de Alarme na Dengue (8)
- Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua.
- Vômitos persistentes.
- Hipotensão ortostática e/ou lipotimia.
- Hepatomegalia > 2 cm abaixo do rebordo costal.
- Sangramento de mucosas.
- Letargia e/ou irritabilidade.
- Acúmulo de líquido (ascite, derrame pleural e/ou pericárdico).
- Aumento progressivo do hematócrito.
pacientes com sinais de alarme devem receber reposição volêmica intravenosa imediata, e devem ser mantidos em observação para que seu status hemodinâmico seja continuamente reavaliado