Infecção Puerperal Flashcards

1
Q

As infecções puerperais são a ___ maior causa de morte entre as mulheres.

A

As infecções puerperais são a 3ª maior causa de morte entre as mulheres.

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2
Q

Febre puerperal: definição

A

Uma febre relacionada ao parto.

Conceitualmente: temperatura axilar maior ou igual a 38º C medida em pelo menos quatro ocasiões distintas nos primeiros 10 dias de pós-parto – excluindo-se as primeiras 24 horas.

Na prática, não se deve esperar a avaliação da temperatura em quatro ocasiões distintas para que se pense no que está acontecendo e/ou que o médico tome alguma conduta. As quatro aferições distintas são para fins conceituais.

Infecção puerperal: dentro da febre relacionada ao parto, uma das causas são as infecções puerperais

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3
Q

causas de febre puerperal, estão:

A
  • Infecção puerperal (quando os órgãos genitais são a origem do foco infeccioso): são as causas mais comuns de febre puerperal;
  • Infecções da mama (mastites);
  • Infecções com foco urinário: a grávida tem facilidade de ter infecção urinária, por cerca de 15 dias após o parto, as modificações da gravidez ainda persistem e a paciente continua susceptível a infecção;
  • Quadros de via aérea (laringite, faringite, pneumonia – mais comum);
  • Infecção de sítio cirúrgico (caso a paciente tenha sido submetida a uma cesariana).

- Infecção do canal de parto: caso o parto tenha sido normal com episiotomia ou laceração, a infecção do sítio cirúrgico é ali (diferente de ser infecção puerperal).

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4
Q

Inecção Puerperal: conceito

A

Qualquer infecção bacteriana que acometa os órgãos genitais femininos após o parto.

Constitui a 3ª maior causa de óbito em mulheres no Brasil, perdendo apenas para hemorragia e hipertensão. Em países desenvolvidos a principal causa de morte não é a hemorragia, mas sim a hipertensão.

Obs: a infecção puerperal é uma causa de febre puerperal, que ocorre até o 10º dia após o parto. Se a mulher apresentar uma infecção bacteriana dos órgãos genitais após o 10º dia, conceitualmente isso não é caracterizado como infecção puerperal. Após o 10º dia isso é enquadrado como endometrite, salpingite,, cervicite – não mais diretamente relacionada com o “nascer”.

Tanto durante o trabalho de parto quanto após o nascimento, existem fatores de risco para a contaminação dos órgãos genitais – pela própria flora vaginal ou da pele.

O principal sinal da infecção puerperal é a febre. A febre deve ser investigada – não é normal.

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5
Q

Progressão

A

A infecção puerperal é ascendente: começa com a flora vaginal/ pele e vai contaminando, causando infecção vaginal, da cérvice, acomete o endométrio, as trompas (vira salpingite), pode comprometer os anexos (anexite – ovário e tuba comprometidos).

A infecção pode formar um abscesso (infecção localizada), ganhar a cavidade peritoneal (peritonite) ou se tornar sistêmico, levando a um quadro de sepse.

Quanto maior o número de órgãos acometidos, maior a gravidade e a chance de mortalidade.

Como a febre constitui um sinal de alerta importante, o diagnóstico da maioria dos casos de infecção puerperal é feito quando o processo ainda está confinado útero.

Com a instituição do tratamento adequado, na maioria das vezes a paciente irá se recuperar prontamente e sem sequelas.

O atraso no diagnóstico, contudo, leva à progressão da infecção.

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6
Q

Endometrite: Indidência e antibióticoprofilaxia

A

A infecção puerperal acontece em 1 – 3% dos partos vaginais e em 20 – 30% após a cesariana (sem antibioticoprofilaxia antes da cesárea) e 5 – 6% (com antibioticoprofilaxia antes da cesárea).

A profilaxia deve ser feita com cefalosporina de 1ª geração venosa (cefolotina ou cefazolina 2g na indução anestésica).

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7
Q

FR

A

Tudo aquilo que expõe a genitália interna da mulher à contaminação da flora vaginal e da pele será fator de risco para infecção puerperal.

Os fatores de risco serão divididos na gravidez, no parto e no pós-parto:

- Gravidez: durante a gravidez, as pacientes que tem comorbidades, que passam por procedimentos invasivos ou que tem infecções genitais/ urinárias de repetição possuem maior risco de ter contaminação e desenvolver infecção.

-Parto: trabalho de parto for prolongado, paciente submetida a toques vaginais além do esperado, bolsa rota por muito tempo, fórceps ou cesariana constituem fatores de risco para contaminação.

-Pós-parto: se a placenta não sair por completo, se a paciente tem quadros hemorrágicos (muda muito a flora, visto que o sangue passa a ser meio de cultura) ou se a paciente não faz a higiene adequadamente

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8
Q

Endometrite: FR

A

-Gravidez: desnutrição, diabetes, obesidade, amniocentese ou cordocentese, infecções maternas (genitais, urinárias);

-

-Parto: trabalho de parto prolongado, rotura prematura das membranas, excesso de toques vaginais, antissepsia inadequada, fórceps, parto cesariana;

-

-Puerpério: retenção de restos placentários, hemorragias, precária higiene pessoal;

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9
Q

Endometrite: Etiologia/Patolog

A

Normalmente, a flora vaginal é polimicrobiana. Isso deve ser lembrado para a efetuação do tratamento adequado, a cobertura não deve ser unidirecional, mas sim pensando em toda a flora.

Quando a mulher está grávida, com o colo fechado e o muco cervical servindo como tampão, dificilmente haverá a ascensão de germes que contaminarão a cavidade. A própria flora e a acidez vaginal também constituem mecanismos de defesa para evitar infecções.

Quando a paciente entra em trabalho de parto, esses mecanismos de defesa são violados, o colo dilata, o tampão é eliminado, a membrana amniótica se rompe. Nesse momento, a paciente apresenta a cavidade exposta à contaminação.

O local da cavidade mais sensível a implantação, fixação e proliferação dos germes é o sítio placentário ,decídua basal. É ali que há o maior trauma, onde há vasos abertos, coleção sanguínea, onde haverá maior quantidade de exsudato. Com isso, haverá um quadro de endometrite.

Agts:

  • Escherichia coli - Streptococcus sp
  • Klebsiella pneumoniae - Staphylococcus sp
  • Proteus mirabilis - Enterococcus sp
  • Enterobacter sp

-

  • Bacterioides fragilis - Mycoplasma sp
  • Fusobacterium sp - Chlamydia trachomatis
  • Clostridium sp - Ureaplasma
  • Peptococcus sp - Neisseria gonorrhoeae
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10
Q

Endometrite: QC

A

- Febre (existe endometrite sem febre, porém não há endometrite sem febre no período puerperal);

- Dor abdominal (como há uma infecção em andamento no útero, os receptores dolorosos estarão em atividade)

  • Lóquios patológico: Se o que estava infectado era o sítio placentário (aonde a placenta estava inserida), aquele exsudato mudará , passará a ter característica de infecção , com cor piossanguinolenta + cheiro desagradável. Aquela secreção do parto (lóquios*) muda, não terá mais o aspecto fisiológico, será um lóquios patológico.
  • Útero que não regride como esperado. Seria esperado que ele diminuísse de forma progressiva. Ao se examinar uma paciente com 7 dias pós-parto e útero subinvoluído, isso deve chamar atenção, a infecção faz com que o útero fique subinvoluído. Quando o útero está subinvoluído, doloroso e amolecido, é denominado tríade de Bumm.
  • O colo após o parto deveria estar se fechando. Caso o colo uterino permaneça aberto, é um indicativo de que há secreção purulenta sendo eliminada lá de dentro.

No 7º dia, o útero já é um órgão bem baixo, quase intrapélvico. Se ao exame ele for perceptível entre a cicatriz umbilical e a sínfise púbica, é indicativo de que há algo de errado.

No 7º o dia, o colo era para estar com o orifício interno fechado. Se ao toque o colo estiver com 2 – 3cm de abertura, é indicativo de que há algo de errado e, até que se prove o contrário, é uma endometrite.

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11
Q

Endometrite: DG e TTO

A

O diagnóstico de endometrite é clínico, não há necessidade de nenhum exame complementar.

O tratamento deve ser efetuado tendo em mente a flora polimicrobiana da vagina.

Inicialmente é feita terapia venosa em toda endometrite.

O próximo passo é avaliar se há comprometimento sistêmico importante ou não, verificar se a paciente está abatida, sonolenta, pálida, se não levanta, taquicardia.

Se a paciente apresentar comprometimento sistêmico, a opção será pelo esquema tríplice: além de cobrir anaeróbios e gram-negativos, deve-se fazer uma seleção específica para gram-positivos.

Se não houver comprometimento sistêmico importante, podemos usar outro tipo de droga para cobrir anaeróbios e gram-negativos.

  • *Obs:** lembrar que a flora vaginal é constituída principalmente por gram-negativos e germes anaeróbios.
  • *Obs importante**: não é preciso fazer cultura, o antibiótico deve ser baseada na flora polimicrobiana.

A paciente receberá antibiótico venoso por 48 horas. Caso haja melhora da dor e não haja mais febre, está respondendo positivamente. 48 horas afebril e sem dor é processo infeccioso eliminado.

Após esse período, não é preciso que a paciente utilize antibióticos em casa.

OS ESQUEMA VENOSO DEVERÁ SER MANTIDO ATÉ QUE A PACIENTE PERMANEÇA 48 HORAS ASSINTOMÁTICA E AFEBRIL.

APÓS SUSPENSÃO DA ANTIBIOTICOTERAPIA, A PACIENTE SERÁ MONITORADA COM CURVA TÉRMICA RIGOROSA POR 24 HORAS E, NA AUSÊNCIA DE PICOS FEBRIS, SERÁ CONSIDERADA TRATADA, RECEBENDO ALTA HOSPITALAR SEM MEDICAÇÃO

Esquemas

Sem comprometimento sistemico grave

  • Clindamicina 600 mg 8/8 hs
  • Gentamicina 5 mg/kg 24/24 hs

Com comprometimento sist grave

  • Metronidazol 500 mg 8/8 hs
  • Gentamicina 5 mg/kg 24/24 hs
  • Ampicilina 2g 6/6 hs
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12
Q

Qual tipo de infecção puerperal mais comum?

A

Endometrite

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13
Q

Abscesso Pélvico

A

Em algumas situações, mesmo com antibiótico venoso, essa paciente não responderá de forma adequada, continuará com dor e febre.

Deve-se pensar em resistência ao ATB instituído ou se o quadro complicou (endometrite foi p salpingite, anexite, abscesso).

O abscesso complica as endometrites em 5 – 7% das vezes.

O diagnóstico de abscesso deve ser feito através de exame de imagem (ultrassonografia, tomografia, ressonância), onde ele será visualizado.

Em um primeiro momento, pode-se insistir na antibioticoterapia até 72 horas caso o abscesso seja confirmado (<10cm) no pelo exame de imagem.

Se em 72 horas não houver regressão do volume do abscesso ou se ele for maior que 10 cm, deve ser drenado (laparoscopia ou laparotomia).

Caso o abscesso seja formado no fundo de saco posterior, pode-se optar por uma punção vaginal.

Após a drenagem, deve-se manter o ATB venoso até que a paciente cumpra 48 horas sem dor ou febre.

  • Caracteriza-se pela propagação da infecção para os ligamentos (parametrio) e anexos;
  • Presença de palpação anexial dolorosa ou fundo de saco abaulado e doloroso ao toque vaginal;
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14
Q

tromboflebite asséptica pélvica

A

Há pacientes que persistem com dor + febre e aos exames posteriores, pensando-se em complicações, não são verificadas coleções, deve-se pensar em tromboflebite asséptica pélvica (1% das pacientes com endometrite).

Acontece quando o foco infeccioso gerou êmbolos e a paciente faz uma trombose asséptica de vasos pélvicos.

Isso só irá melhor se entrar com ATB venoso (mesmo esquema da endometrite) e em alguns casos também requer heparina.

Não há descrições na literatura acerca de complicações dessa situação – até pelo fato de ser pouco frequente.

Para se chegar ao diagnóstico, deve-se fazer uma TC ou RNM já pensando no possível diagnóstico.

  • Caracteriza-se por trombose das veias miometriais devido ao processo infeccioso com extensão para as veias pélvicas e ovarianas;
  • Clínica: persistência de febre com remissão dos demais sintomas em pacientes com endometrite em uso de antibioticoterapia venosa;
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