IAM COM SUPRADESNIVELAMENTO DE ST Flashcards
MORTALIDADE DO IAM
Cerca de 50% das mortes por IAM ocorrem na 1ª hora do evento e são atribuíveis a arritmias, mais frequentemente fibrilação ventricular (arritmia fatal).
Antigamente, na era pré-unidade coronariana (UCO), a taxa de mortalidade era de aproximadamente 30%. Com o uso do desfibrilador, associado à monitorização e beta-bloqueador, constituintes da terapia UCO, a mortalidade caiu para 15%. Com a descoberta da fisiopatologia do infarto, associou-se AAS, trombólise e ATC / stent, constituintes da terapia de reperfusão, o que reduziu a mortalidade para 6,5%.
Fisiopatologia
formação da placa de ateroma (décadas / 30-40 anos) → ruptura da placa → formação de um trombo a partir da placa = aterotrombose
Infarto definição
necrose da célula miocárdica resultante de uma oferta inadequada de oxigênio ao músculo cardíaco (isquemia → necrose). Na privação de oxigênio, as células miocárdicas sofrem:
↓ ATP e pH, provocando lesão na célula
Produção de radicais livres
Liberação de substâncias pró-inflamatórias e enzimas → ↑ K+ histamina, NO, PGE2
Diferença de necrose e isquemia
sofrimento da célula pelo desequilíbrio entre oferta e consumo de oxigênio. A isquemia pode evoluir para a necrose
ALTERAÇÃO HISTOLÓGICA IRREVERSÍVEL (célula necrosada)
Não gera potencial de ação (não gera estímulo elétrico)
Não produz vetores
Não se despolariza e não se repolariza
Não se contrai
Promove reações teciduais com liberação de mediadores da dor
Libera proteínas celulares para o sangue: CK-MB, troponinas, mioglobina
Todas essas alterações a nível celular são responsáveis pela sintomatologia clínica, alterações no ECG, elevação de enzimas e alterações na contratilidade cardíaca
DEFINIÇÃO x MECANISMO FISIOPATOLÓGICO
Tipo 1: espontâneo, resultante de trombose coronariana, a qual resulta, por sua vez, de ruptura, fratura ou erosão da placa aterosclerótica.
Tipo 2: desequilíbrio entre demanda e oferta de oxigênio (ocorre em diversas condições não associadas a acidentes da placa aterosclerótica). Pode ocorrer por disfunção endotelial, vasoespasmo coronariano, embolia coronariana, taqui e bradiarritmias, anemia, insuficiência respiratória, hipotensão e hipertensão, com ou sem hipertrofia do ventrículo esquerdo.
Tipo 3: outros tipos de IAM não listados nos tipos 1 e 2. Definido quando o IAM é seguido de óbito, na vigência de sintomas sugestivos de isquemia miocárdica e alterações eletrocardiográficas isquêmicas, ou de novo bloqueio de ramo esquerdo, antes da coleta laboratorial ou da elevação dos biomarcadores.
Tipo 4A: decorrente de intervenção coronariana percutânea
Tipo 4B: decorre da trombose do stent
Tipo 5: caracteriza o IAM associado à cirurgia de revascularização miocárdica
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Classificação
Transmural X não transmural:
Transmural: pega toda a espessura da parede ventricular. Pior prognóstico, sendo necessário um tratamento mais agressivo
Não transmural: não pega toda a espessura da parede ventricular
Método de classificação pouco usada para ditar intensidade do tratamento uma vez que necessita pedaço da peça cardíaca
Com onda Q X sem onda Q:
A onda Q é a primeira deflexão negativa do QRS, que só está presente na derivação aVR, a qual olha o indivíduo pelo lado direito
Com onda Q: pior, porque significa que o infarto atingiu mais músculos, sendo formada onda Q negativa em derivações que deveriam estar positivas
Problema da classificação: onda Q só aparece depois de uma semana
Com supra X sem supra de ST
Com supra: obstrução total da luz do vaso pelo processo aterotrombótico
Sem supra: início do processo aterotrombótico com oclusão parcial do vaso. Pode evoluir para um infarto com supra
Com supra → com onda Q →
transmural
Sem supra → sem onda Q
não transmural
diagnóstico IAM
Patológico: evidência de morte celular por isquemia prolongada
Clínico: história + evidências indiretas de necrose (bioquímicas, eletrocardiográficas ou imagem)
ECG: procurar se há supra
Laboratório: marcadores de lesão miocárdica
SÍNDROME CORONARIANA AGUDA:
conjunto de sinais e sintomas de isquemia miocárdica aguda.
Classificação:
Angina instável
Infarto agudo do miocárdio sem supra de ST
Infarto agudo do miocárdio com supra de ST
Classificação de dor torácica
A. Dor definitivamente anginosa: dor do tipo aperto, peso, localizada em região precordial que irradia para o braço esquerdo, com duração maior que 20-30 minutos, acompanhada de náusea e vômito, melhora com repouso e piora com esforço → as características da dor dão a certeza absoluta que o indivíduo está tendo quadro de angina (certeza de diagnóstico de insuficiência coronariana)
B. Dor provavelmente anginosa: dor em pontada que dura minutos, associada ao esforço, com tontura → dor cujas características fazem a insuficiência coronariana a 1ª hipótese diagnóstica, mas necessitam de exame para confirmação
C. Dor provavelmente não anginosa: dor cujas características não fazem insuficiência coronariana a primeira hipótese, mas necessitam de exames para sua exclusão
D. Dor definitivamente não anginosa: dor cujas características dão a certeza do não diagnóstico de insuficiência coronariana
Elevação do segmento ST
Sinal mais comum de IAM no ECG
Elevação ST: especificidade 91%, sensibilidade 46%
Mortalidade aumenta com o número de derivações com supra de ST
Elevação do segmento ST diminui nas primeiras 7-12h de evolução
Critérios ECG para IAM
Nova elevação do segmento ST, medida no ponto J, ≥ 1 mm em pelo menos duas derivações contíguas com exceção de V2 e V3
Em V2 e V3, o critério depende do gênero e idade do paciente:
Se mulher: ≥ 1,5 mm
Se homem ≥ 40 anos: ≥ 2 mm
Se homem < 40 anos: ≥ 2,5
BRE novo ou supostamente novo
EXAMES COMPLEMENTARES IAM
ECG
Marcadores séricos cardíacos (CKMB, mioglobina, troponina) → confirmação diagnóstica e prognóstico
Presente precocemente após IAM
Altas concentrações no miocárdio
Ausência em outros tecidos ou soro
Rapidamente liberadas no sangue
Relação linear entre o nível plasmático e a extensão de lesão miocárdica
Persistência no sangue por tempo suficiente para prover uma boa janela diagnóstico
RX de tórax
Ecocardiograma
Avaliação isquemia miocárdica: teste ergométrico, cintilografia, ECO-stress → não pedimos para pacientes com suspeita de infarto na emergência