Hipertensão arterial sistêmica Flashcards

1
Q

Aferição da pressão arterial na infância

A
  • Aferição da PA de rotina é recomendada a partir dos 3 anos de idade para toda a população pediátrica pelo menos UMA VEZ AO ANO
  • Para pacientes com idade igual ou superior a 3 anos de idade que apresentarem OBESIDADE, USO DE MEDICAMENTOS QUE AUMENTAM A PRESSÃO ARTERIAL (CORTICOESTERÓIDES), DOENÇA RENAL, DIABETES MELLITUS e OBSTRUÇÃO DO ARCO AÓRTICO, recomenda-se aferição da PA em todas as consultas ambulatoriais
  • Quando inicio a aferição da PA antes dos 3 anos de idade?
    –> Antecedentes neonatais: pré-termo precoce < 32 semanas, < 1500 g de PN (muito baixo peso), submetidos à cateterismo umbilical e internações prolongadas em UTI
    –> Cardiopatia congênita
    –> Doenças renais: ITUs, hematúria, proteinúria, doença renal, malformação urológica, história familiar de doença renal congênita
    –> Transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea
    –> Neoplasias, medicações elevadoras de PA (p.ex., glicocorticoides), comorbidades associadas à hipertensão arterial sistêmica (p.ex., neurofibromatose, complexo da esclerose tuberosa, doença falciforme), aumento da pressão intracraniana (PIC)
    ***OS FATORES DE RISCO NÃO INCLUEM SÍNDROMES GENÉTICAS (A NÃO SER QUE TENHAM CARDIOPATIA CONGÊNITA DIAGNOSTICADA), HISTÓRIA FAMILIAR DE HIPERTENSÃO E HISTÓRIA FAMILIAR DE EVENTO CARDIOVASCULAR PRECOCE
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2
Q

Método de aferição de PA na infância

A
  • Medir de preferência em membro superior direito (MSD), com a criança deitada ou sentada.
  • Método auscultatório padrão
  • Escolha do manguito adequado:
    –> Obter o ponto médio da distância entre acrômio e olécrano
    –> Obter medida da circunferência do braço (CB) nesse ponto médio da distância entre acrômio e olécrano
    –> Largura do manguito: 40% do CB e
    –> Comprimento do manguito: 80-100% da CB
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3
Q

Definição de hipertensão arterial na infância

A
  • Os valores de corte de PA na população pediátrica variam de acordo com o percentil para IDADE, SEXO e ALTURA/ESTATURA
  • Se uma medida de pressão arterial estiver alterada (≥ p90), outras 2 medidas devem ser obtidas na mesma consulta (ou seja, no total 3 medidas) e utiliza-se a MÉDIA para o estadiamento.
  • Classificação da PA
    –> Normotenso:
    1-13 anos de idade: < p90
    ≥ 13 anos de idade: PAS < 120 e PAD < 80
    –> Pressão arterial elevada:
    1-13 anos de idade: p90 - p95
    ≥ 13 anos de idade: PAS 120-129 e PAD < 80
    –> Hipertensão estágio 1
    1-13 anos de idade: p95 - p95 + 12
    ≥ 13 anos de idade: PAS 130-139 e PAD 80-89
    –> Hipertensão estágio 2:
    1-13 anos de idade: ≥ p95 + 12
    ≥ 13 anos de idade: PAS ≥ 140 e PAD ≥ 90

ATENÇÃO! Se o paciente estiver sintomático ou apresentar PA > 30 mmHg acima do p95 (< 13 anos) ou > 180x120 (≥ 13 anos), é prudente encaminhar a criança/adolescente ao serviço de EMERGÊNCIA

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4
Q

Causas de hipertensão arterial na pediatria

A
  • Na população pediátrica, as principais causas de hipertensão arterial seguem sendo SECUNDÁRIAS
  • No entanto, observa-se aumento da incidência das hipertensões primárias, pelo aumento da obesidade e síndrome metabólica nas crianças
  • Causas:
    –> Recém-nascidos: trombose/estenose de artéria renal, malformações congênitas renais, coarctação da aorta e displasia broncopulmonar
    –> Lactentes até os 6 anos: DOENÇAS DO PARÊNQUIMA RENAL, coarctação da aorta, estenose da a. renal
    –> > 6 anos e adolescentes: estenose da a. renal, doenças do parênquima renal e hipertensão arterial primária.
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5
Q

Exames complementares

A
  • Todos os pacientes com hipertensão diagnosticada:
    Urina tipo 1 e urocultura
    Hemograma, eletrólitos, creatinina, ureia, perfil lipídico, ácido úrico
  • USG de rins e vias urinárias:
    Para todas as crianças < 6 anos de idade ou se houver alteração detectada na urina tipo 1 ou ainda função renal alterada
  • Crianças e adolescentes obesos:
    Solicitar HbA1C, transaminases, perfil lipídico EM JEJUM
  • Conforme a suspeita clínica:
    TSH, T4 livre (tireoidopatias)
    Screening para drogas (intoxicações)
    Polissonografia (SAOS)
    USG doppler de artérias renais (estenose de artéria renal)
    Ecocardiograma com doppler (cardiopatias congênitas não diagnosticadas no período neonatal)
  • MAPA:
    Importante exame para confirmação diagnóstica de HAS e avaliação da eficácia terapêutica
    Ajuda afastar hipertensão do jaleco branco
    Solicitar em situações de alto risco: HA estágio 2, comorbidades (doença renal crônica, doenças do parênquima renal, diabetes mellitus e CoAo corrigida)
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6
Q

Avaliação dos órgãos-alvo

A
  • Antes de iniciar o tratamento farmacológico, recomenda-se realizar rastreio de lesões de órgãos-alvo
  • O ÚNICO EXAME COM CONSENSO PARA ESSE FIM É O ECOCARDIOGRAMA COM DOPPLER ARTERIAL, que avalia hipertrofias do VE e fração de ejeção sistólica! Esse exame tem indicação de rotina para os pacientes portadores de HAS diagnostica que iniciarão terapia farmacológica. Demais exames apresentam indicação individualizada.
  • Outros exames:
    –> Microalbuminúria em casos de alterações de função renal
    –> Fundoscopia na suspeita de encefalopatia hipertensiva ou hipertensão intracraniana (emergências hipertensivas)
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7
Q

Tratamento

A
  • 1ª LINHA:
    –> Mudanças do estilo de vida e dieta DASH (dieta rica em frutas, legumes, grãos, peixe, aves e castanhas com restrição de sódio, gorduras saturadas/hidrogenadas/trans, carne vermelha e açúcar)
  • Indicações de tratamento farmacológico:
    –> Falta de resposta ao tratamento não medicamentoso
    –> Hipertensão SINTOMÁTICA
    –> Hipertrofia de ventrículo E
    –> HAS estágio 2 sem fator modificável identificado (ex., alterações do parênquima renal, estenose de a. renais, sd. de Cushing, SAOS)
    –> HAS em paciente portador de doença renal crônica ou DIABETES MELLITUS (tanto faz se tipo 1 ou 2)
  • Tratamento farmacológico:
    –> Primeira escolha: IECA ou BRA, BCC ou diurético tiazídico
    –> 2ª linha: betabloqueadores, agonistas alfa-adrenérgicos, espironolactona, hidralazina
    –> Se não resposta inicial: primeiro aumentar a dose até dose máxima que o paciente tolera e avaliação da resposta terapêutica após. Caso não haja efeito, associar segundo medicamento antihipertensivo e assim sucessivamente.
    –> Casos específicos:
    Obesidade: IECA e BRA tem benefícios maiores
    CoAo: há indicação de betabloqueador ainda no início do tratamento
    Doença renal crônica: IECA ou BRA. Tomar cuidado com IECAs em pacientes com ClCr < 30 (nesses casos, há preferência por BRA)
    Doença renovascular: IECA (se estenose de a. renal bilateral ou de rim único, não usar IECA), BRA, BCCs, ou vasodilatadores
  • Alvo terapêutico
    –> Normotensão: < p90 em pacientes < 13 anos e
    < 130/80 em pacientes ≥ 13 anos (o que for menor)
    –> Para doentes renais crônicos (DRC) objetivar níveis terapêuticos iguais ao p50
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8
Q

Fluxograma do atendimento ambulatorial de crianças hipertensas

A
  • Manejo da PA elevada
    –> 1ª consulta: orientar MEV + DASH e agendar retorno em 6 meses
    –> 2ª consulta:
    1. Avaliar PA
    2. Se mantiver PA elevada, medir PA em MMSS e MMII, bem como avaliar pulsos (investigar CoAo)
    3. Orientar manter MEV + DASH e retorno em 6 meses
    –> 3ª consulta:
    1. Aferir PA
    2. Se PA manter elevação, solicitar MAPA + exames laboratoriais e considerar encaminhar ao especialista.
  • Manejo da HA estágio 1:
    –> 1ª consulta: orientar MEV + DASH e agendar retorno precoce em 1-2 semanas
    –> 2ª consulta:
    1. Avaliar PA
    2. Se mantiver HA estágio 1, medir PA em MMSS MMII, avaliar pulsos para afastar CoAo
    3. Reforçar MEV+DASH e agendar retorno em 3 meses
    –> 3ª consulta
    1. Avaliar PA
    2. Se mantiver elevação em HA estágio 1, solicitar MAPA + exames laboratoriais, introduzir primeira medicação anti-hipertensiva e encaminhar ao especialista
    3. A partir do início de terapia medicamentosa, reavaliar resposta ao tratamento a cada 4-6 semanas até obter controle. Após controle, avaliar a cada 3 meses.
  • Manejo da HA estágio 2:
    –> 1ª consulta: após comprovação pela média de 3 medidas da PA, medir imediatamente a pressão arterial e pulsos nos MMSS e MMII para descartar CoAo. Orientar MEV+DASH e retorno precoce em no máximo 1 semana
    –> 2ª consulta:
    1. Avaliar PA
    2. Paciente mantém-se com HA estágio 2 = solicitar MAPA, investigação laboratorial, introduzir 1ª medicação antihipertensiva e já encaminhar ao especialista com urgência em até 1 semana
    Após início de medicação antihipertensiva, reavaliar resposta terapêutica a cada 4-6 semanas até obter controle. A partir do controle alvo da PA, reavaliar a cada 3 meses
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