Herpes Genital Flashcards

1
Q

Principais considerações Herpes Genital:

A
  • Doença viral recorrente, geralmente benigna, causada pelos vírus Herpes simplex 1 e 2, que afeta principalmente a mucosa da boca ou região genital, mas pode causar graves complicações neurológicas.
  • É a principal causa de úlcera genital no mundo.
  • Nos homens homossexuais, o HSV é a segunda causa mais frequente de proctite (depois da gonorréia).
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2
Q

Como é o vírus da Herpes?

A

• O gênero Herpesvírus tem 3 subgrupos:
1. Alphaherpesvirieae: Herpes simplex tipos 1 e 2 e varicela zoster (VZV).
2. Betaherpesvirieae: Citomegalovírus (CVM)
3. Gammaherpesvirieae: Epstein-Barr (EBV)
• Apresentam genoma de DNA dupla hélice que se multiplicam no núcleo da célula hospedeira.
• Têm a propriedade de infectar alguns tipos de células de forma lítica (células epiteliais) e outras de forma latente (tecido neural).
• Capacidade de permanecer em latência no hospedeiro natural, por longos períodos de tempo e em diferentes células e tecidos.
• Capacidade de reativação periódica, gerando doença clínica ou subclínica, com destruição da célula infectada.
• O HSV permanece em uma forma hibernante nas células neuronais durante períodos que variam de meses a anos.
• São reativados quando de fragilidade do indivíduo, como estresse, febre, irradiação solar excessiva, trauma ou terapia com glucocorticóides (corticosteróides).
 Herpes simplex virus 1 (HSV-1) – 90% mucosa oral (tem sido relatado em 10 a 25 % dos casos de acometimento genital).
 Herpes simplex virus 2 (HSV-2) – 90% em região genital.

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3
Q

História natural do herpes:

A
  • A infecção é adquirida geralmente por contato com uma pessoa com vírus na pele ou em secreções oculares, genitais e anais, iniciando replicação em células epiteliais no local de entrada.
  • Período de incubação: 2 a 12 dias.
  • Pródomos: - Aumento de sensibilidade - Formigamento - Mialgias - Ardência ou prurido
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4
Q

Quadro clínico herpes genital:

A
  • Características da lesão: Inicialmente máculas e pápulas eritematosas de 2 a 3 mm, seguindo-se de vesículas agrupadas sobre uma base eritematosa com conteúdo citrino, que se rompem dando origem a ulcerações dolorosas e pústulas, posteriormente recobertas por crostas sero-hemáticas.
  • As vesículas contêm líquido muito rico em virions e a sua ruptura junto à mucosa de outro indivíduo é uma forma de transmissão (contudo também existe vírus nas secreções vaginais e do pênis ou na saliva). • Elas desaparecem e reaparecem sem deixar quaisquer marcas ou cicatrizes. É possível que ambos os vírus e ambas as formas coexistam num só indivíduo.
  • Enquanto persistirem as bolhas e feridas, a pessoa infectada estará transmitindo a doença.
  • O ciclo completa-se em cerca de 10 ou 15 dias.
  • Adenopatia inguinal dolorosa bilateral pode estar presente em 50% dos casos.
  • Além das lesões vesiculares, também podem estar presentes: febre, mal-estar, dores musculares e de cabeça, dores ao urinar e corrimento vaginal ou da uretra no pênis.
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5
Q

Recidivas herpes genital:

A

• Após a infecção genital primária por HSV 2 ou HSV 1, respectivamente, 90% e 60% dos pacientes desenvolvem novos episódios nos primeiros 12 meses, por reativação dos vírus.
• O vírus é reativado do estado latente e se desloca, pela via anterógrada, através dos nervos sensitivos em direção à pele e à superfície mucosa. Os episódios sintomáticos recorrentes tendem a ser mais leves que o episódio primário, curando-se, normalmente, em 10 dias.
• O caráter recorrente da infecção é aleatório (não tem prazo certo) podendo ocorrer após semanas, meses ou até anos da crise anterior, variando de acordo com a resposta imunológica de cada indivíduo.
 Pessoas que carregam o vírus do herpes genital, mas não apresentam nenhum sintoma visível – mesmo que nem estejam cientes de que estão infectadas – ainda têm cerca de 10% de chances de transmitir o vírus adiante. Foi o resultado a que chegou um novo estudo publicado na revista da Associação Médica Americana.

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6
Q

Complicações herpes:

A
  • São raras e quase exclusivas da forma oral (HSV1). • Faringite Herpética (nervo trigêmeo → SNC) • Meningite • Encefalite (70% letalidade) • Ceratoconjuntivite (podendo levar à cegueira)
  • Complicações da Forma Genital - Disúria - Infecção secundária - Uretrite: Secreção uretral hialina, acompanhada de ardência miccional
    • 1% dos pacientes com herpes genital primário desenvolvem disfunção sacral ou do sistema nervoso autonômico severa, resultando em retenção urinária.
  • Os pacientes podem referir constipação, debilidade, impotência, e alterações sensoriais.
  • Pode ser necessário cateterismo vesical por algumas semanas até que a função vesical retorne ao normal.
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7
Q

Diagnóstico clínico e laboratorial da herpes:

A

• Preferencialmente CLÍNICO!

• Diagnóstico Laboratorial:
o Citológico − O citodiagnóstico de Tzanck pode ser útil como método auxiliar. Sua positividade é refletida pela multinucleação e balonização celulares. A utilização da coloração pelo Papanicolau permite a observação de inclusões virais.

o Biópsia − Embora o procedimento não seja indicado rotineiramente, permite fazer, com alguma segurança, o diagnóstico por meio da identificação dos corpúsculos de inclusão.

o Cultura − É a técnica mais específica para detecção da infecção herpética. − A sensibilidade da cultura varia de acordo com o estágio da lesão. É progressivamente menor em lesões vesiculosas, pustulosas, ulceradas e crostosas. − Método padrão para diagnóstico do HSV e se baseia na observação de uma cultura de células sob microscópio ótico à procura do efeito citopático do vírus sobre a célula. − O resultado é disponível em 5 dias. − A técnica de Imunofluorescência direta (IFD) é utilizada para confirmação e sorotipagem do HSV proveniente de isolamento do vírus em cultura de células. − A cultura viral seguida de determinação do tipo de HSA foi principal forma de diagnóstico de HSV nas últimas décadas.

o PCR tem emergido como um método alternativo por ser 4 vezes mais sensível, menos dependente das condições de coleta e de transporte e mais rápido que a cultura viral.  Atualmente, os testes de amplificação de ácidos nucleicos (NAAT) são os testes mais sensíveis para detectar HSV em amostras genitais. As taxas de detecção dos ensaios de PCR são 11-71% superiores à cultura viral. Além disso, os NAAT permitem a detecção de liberação assintomática de HSV.

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8
Q

Diagnóstico sorológico herpes:

A

o Teste sorológico é recomendado como auxiliar no diagnóstico de herpes genital em pacientes com sintomas genitais recorrentes, lesões atípicas ou em fase de cicatrização, além de culturas negativas para HSV.

o Os anticorpos IgG são normalmente negativos no herpes genital primário, uma vez que se tornam detectáveis duas semanas a três meses após o surgimento dos sintomas (e persistem indefinidamente).

o Testes para IgM também podem resultar positivos durante a reativação da doença, ele não pode ser utilizado para distinguir infecção primária da recorrente e, dessa forma, é de uso limitado para a finalidade de diagnóstica de rotina.

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9
Q

DD de herpes genital:

A
  • Sífilis
  • Cancróide
  • Linfogranuloma venéreo
  • Granuloma inguinal
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10
Q

Tratamento herpes:

A

• Infecção Primária o O tratamento com antiviral nesse estágio pode prevenir o desenvolvimento de lesões em alguns pacientes.
o Reduz a duração da eliminação viral.
o Reduz o tempo necessário para a formação de crosta.
o Reduz o tempo transcorrido até a cura das lesões, a duração da dor e a duração do prurido no herpes genital primário.
▪ No Primeiro Episódio ✓ Aciclovir 400 mg VO 8/8h por 7 a 10 dias. OU ✓ Valaciclovir 1 g VO 12/12h por 7 a 10 dias. OU ✓ Famciclovir 250 mg VO 8/8h por 7 a 10 dias.
▪ Nas Recorrências ✓ Aciclovir 400 mg VO 8/8h por 5 dias. OU ✓ Valaciclovir 500 mg VO 12/12h por 5 dias. OU ✓ Famciclovir 125 mg VO 12/12h por 5 dias.

► Tratamento • Não existe, até o momento, cura total para o herpes.
• Para que o tratamento seja eficaz, é necessário que se inicie tão logo se observem os primeiros sintomas, se possível dentro das primeiras 6 horas.

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11
Q

Terapia supressiva herpes:

A

✓ Aciclovir 400 mg VO 2x/dia ✓ Valaciclovir 500 mg VO 1x/dia ✓ Famciclovir 250mg VO 2x/dia

OBS: Foscarnet em casos graves de encefalite e ceratoconjuntivite herpética em pacientes imunossuprimidos.

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