hérnia inguinal Flashcards

1
Q

conceito

A

é a saída de uma víscera ou parte dela, da cavidade abdominal para a região inguinal por meio e um defeito congênito (processo vaginal ou persistência do conduto peritoneovaginal) ou, mais raro, por defeito da parede posterior.

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2
Q

hérnia inguinal encarcerada

A

o conteúdo do saco não pode, ou pode somente por meio de manobras especiais, ser reintroduzido na cavidade abdominal

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2
Q

hérnia inguinal redutível

A

o conteúdo do saco herniário pode ser reintroduzido na cavidade abdominal com facilidade

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3
Q

hérnia inguinal estrangulada

A

o conteúdo não pode ser reintroduzido na cavidade abdominal, aparece comprometimento de sua irrigação sanguínea que, se irreversível, leva à sua necrose

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4
Q

hérnia inguinal incompleta

A

o conteúdo do saco herniário não está em contato direto com a túnica vaginal do testículo

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5
Q

hérnia inguinal completa (inguinoescrotal)

A

o conteúdo do saco herniário está em contato direto com a túnica vaginal do testículo

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6
Q

hérnia de deslizamento

A

parte de uma víscera abdominal constitui uma das paredes do saco herniário

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7
Q

hérnia recidivada

A

reaparece após correção cirúrgica

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8
Q

hérnia de Richter

A

somente uma porção do conteúdo do saco herniário é aprisionada no anel herniário

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9
Q

hérnia de Littré

A

a porção do conteúdo herniário aprisionada no anel herniário é um divertículo de Meckel

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10
Q

embriogênese

A

fechamento do conduto - com o mau fechamento há maior risco de herniação.
o conduto peritoneovaginal origina-se de uma evaginação do pertônio, ela é causada pelo aumento da pressão intra abdominal derivada do crescimento mais rápido dos órgãos intra abdominais do que a cavidade peritoneal. esse conduto segue o curso do gubernaculum testis. a proção mais distal vai envolver o testículo e formar a túnica vaginal, o restante oblitera-se espontaneamente.
- ao nascimento a grande maioria dos condutos permanece aberta, após o nascimento começam a obliterar-se.

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11
Q

fisiopatologia

A

a base é a persistência do conduto peritoneovaginal - persistência do conduto com comprimento mínimo, sem tração, de 2cm e luz óbvia. so aparecerá quando entrar uma víscera ou parte dentro dessa persistência do conduto, o saco é mais largo e nos casos de hidrocele e cisto de cordão o saco é estreito e so contém fluido peritoneal.

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12
Q

fatores predisponentes

A
  • tonicidade diminuída da musculatura da região inguinal
  • aumento da pressão abdominal
  • diâmetro aumentado da porção proximal do processo vaginal
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13
Q

causas de hérnias diretas surgidas após a correção de uma hérnia indireta

A
  • não reconhecimento do defeito de parede posterior durante o reparo cirúrgico de uma hérnia indireta
  • lesão do assoalho posterior durante a correção cirúrgica prévia
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14
Q

epidemiologia

A
  • costuma ser seis a nove vezes mais frequente nos meninos (a descida do testículo retarda o fechamento do conduto)
  • é mais comum do lado direito (testículo esquerdo desce primeiro)
  • 15% de todas as crianças com hérnia inguinal terão algum episódio de encarceramento, 70% ocorrem no primeiro ano de vida
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15
Q

quadro clínico 1

A
  • aumento de volume na região inguinal ou inguinoescrotal que aparece com os esforços (realizar vasalva)
  • costumam ser assintomáticas até que encarcerem
  • abaulamento ou não da região inguinal
  • massa na região inguinal de consistência mole, redutível com borborigmo e pólo superior não palpável por sua continuidade com a cavidade abdominal
  • a palpação de massa arredondada, firme e móvel, dolorosa, irredutível em região inguinal em meninas é muito provavelmente causada por um ovário deslizado, diagnóstico diferencial é com hidrocele do canal de Nuck, linfonodo aumentado ou intestino encarcerado.
16
Q

quadro clínico 2

A
  • pesquisa do sinal da seda de Gross: com o dedo indicador deve-se palpar o cordão espermático em sua passagem sobre a crista do pubis, fazendo movimentos laterais. observar movimento do cordão e a sensação de seda determinada pelo deslizamento das paredes do saco uma sobre a outra
  • a não visualização ou palpação de uma hérnia inguinal nos obriga a uma nova reavaliação em consulta posterior
  • pode ser indicada a correçãi cirúrgica msm sem confirmação diagnóstica pelo cirurgião
17
Q

condições associadas

A
  • fibrose cística do pâncreas
  • derivação ventrículo pertoneal
  • defeitos pélvicos congênitos
  • síndrome de Hurler - Hunter
  • síndrome de Ehlers - Danlos
  • diálise peritoneal
  • luxação congênita do quadril
  • criptorquidia
  • anomalias congênitas da parede abdominal
18
Q

tratamento

A

cirurgia em todos os casos quando feito o diagnóstico. por causa da alta incidência de hérnia encarcerada com todas as suas implicações (70% ocorre nos primeiros 12 meses de vida) e não ocorre desaparecimento espontâneo da hérnia

19
Q

exceções do tratamento cirúrgico

A
  • doença intercorrente (infecção respiratória, diarreia, lesões infectadas pelo corpo, anemia)
  • RN prematuro ainda no hospital, quando tiver peso suficiente p alta (1,8 kg a 2) está indicada a correção cirúrgica
20
Q

exploração contralateral

A

não está sendo mais recomendada, pela baixa incidência de hérnia contralateral após herniorrafia unilateral.
- exceções: crianças com aumento da pressão intra abdominal, doenças hematológicas, resistência de riscos anestésicos na necessidade de um segundo procedimento e bebês prematuros. hérnia contralateral costuma ocorre geralmente entre 1 e 2 anos pós reparo unilateral inicial

21
Q

RN prematuro até 45 semanas pós concepção

A

devem ser hospitalizados e monitorados por 24h pós operatório, tem risco de apneia pós operatória e bradicardia

22
Q

quando apressar a correção cirúrgica de uma hérnia inguinal

A
  • após redução manual com sucesso de hérnia encarcerada, a recidiva é alta
  • menina com ovário encarcerado, ele pode sofrer torção e necrose
23
Q

técnica cirúrgica

A
  • incisão transversa na prega abdominal inferior, lateral ao tubérculo púbico
  • abertura da aponeurose do mm oblíquo externo, lateral ao anel inguinal externo e sem sua abertura, estendendo-se até o anel interno
  • dissecção da porção proximal do saco herniário até aparecer a gordura pré peritoneal, a seguir realiza-se torção do saco e ligadura alta
24
Q

causas mais comuns de recidiva

A
  • ruptura de um saco friável
  • não fechamento de todo saco herniário
  • não ligadura alta do saco no nível do anel profundo
  • ligadura frouxa que escapa
  • anel inguinal profundo muito dilatado
  • n reconhecimento de uma hérnia direta
  • lesão iatrogênica do assoalho do canal inguinal
  • doenças associadas causando aumento da pressao intra abdominal ou fraqueza
  • distúrbios neurológicos
25
Q

complicações

A
  • recidiva da hérnia
  • infecção de ferida operatória
  • lesão de deferente
  • edema e hematoma de região inguinal
  • criptorquidia iatrogênica
  • hipotrofia testicular em hérnia encarcerada
  • ressecção de alça intestinal em hérnia encarcerada com insucesso na redução manual
26
Q

quadro clínico hérnia inguinal encarcerada

A
  • aparecimento súbito de tumor na região inguinal ou inguinoescrotal
  • episódio anterior de encarceramento
  • dor na região inguinal, inguinoescrotal ou abdominal inferior
  • choro, irritabilidade e recusa alimentar
  • constipação
  • vômitos, primeiro reflexos alimentares e depois biliosos
  • tumor visível e palpável, doloroso, sem polo superior identificável, consistência endurecida e com edema e hiperemia da pele
27
Q

diagnóstico hérnia inguinal encarcerada

A
  • história e exame físico
  • nos casos duvidosos, em lactentes, realizar exame bimanual. fazer toque retal e palpar anel inguinal interno
  • pode-se realizar rx da região, com objetivo de demonstrar níveis hidroaéreos nessa região
  • rx de abdome: distensão de alças e imagens típicas de obstrução intestinal de causa mecânica
28
Q

diagnóstico diferencial principal de hérnia inguinal encarcerada

A
  • torção de testículo inguinal (hérnia encarcerada, hidrocele, tumoração) ou de apêndice testicular
  • linfadenite inguinal ou crural
    cisto agudo de cordão ou do canal de Nuck
29
Q

tratamento hérnia inguinal encarcerada

A

sempre tentar redução manual que só não será efetiva nos casos:
- sangue nas fezes
- sinal de irritação peritoneal
- sinais de toxidade
- pneumoperitônio
- choque séptico
- criptorquidia associada
- acentuada distensão abdominal
lactentes com história de encarceramento prévio têm alto índice de novo episódio de encarceramento

30
Q

redução manual

A

após a sedação, aguardar alguns minutos esperando redução espontânea. manobras suaves. o primeiro e o segundo dedos da mão esquerda fixam o anel inguinal interno, enquanto, com a mão direita, se comprime o conteúdo encarcerado para cima em direção ao anel inguinal interno, mantendo pressão constante. se não reduzir, indicar correção cirúrgica de urgência