apendicite aguda Flashcards
conceito
inflamação do apêndice cecal caracterizado pela obstrução do lúmen, aumento da produção de muco, proliferação de germes, isquemia, necrose e perfuração da parede
principal causa
obstrução do lúmen - fator desencadeante, em 2/3 dos casos é por hiperplasia dos linfonodos submucosos do apêndice
a obstrução do lúmen apendicular leva a:
retenção de muco no lúmen distal à obstrução, esse acúmulo progressivo leva à distensão e ao aumento da pressão intraluminar. surge edema da parede, pressão intraluminar ultrapassa a capilar e surge hipóxia tecidual. bactérias penetram a parede edematosam inflamada e hipóxica.
progressão do processo
aparece inflamação dos tecidos adjacentes. o omento e as alças de delgado mais próximas dirigem-se para a área inflamada. aparece necrose da parede apendicular, seguida por perfuração e peritonite generalizada (casos mais graves).
- o curso natural é a progressão para a perfuração
plastrão
se houver bloqueio (processo fica contido pelo omento e pelas alças intestinais adjacentes), aparece essa massa periapendicular localizada
epidemiologia
- leve predominância no sexo masculino;
- pico máximo de frequência: ao redor dos 12 anos;
- rara nos primeiros 2 anos de vida, incomum antes dos 5 e raríssima em RN;
localizações mais comuns
- retrocecal (intra ou retroperitoneal)
- pélvica
classificações iniciais
- AA flegmonosa ou edematosa: hiperemia e edema do apêndice;
- AA supurativa: apêndice e mesoapêndice são edematosos e com exsudato fibrino purulento
classificações complicadas ou avançadas
- AA gangrenosa: existem supuração maior e áreas de gangrena na parede. pode haver microperfurações
- AA perfurada: há perfuração macroscópica do apêndice (causa peritonite);
- AA bloqueada: perfuração apendicular sofre bloqueio das vísceras adjacentes
principal e primeiro sintoma a se manifestar
dor abdominal. a dor visceral é conduzida pelos nervos aferentes do SNA e tende a ser vaga, difícil de ser descrita e de localização central no abdome. a dor do peritônio parietal é conduzida pelos nervos aferentes somáticos (SNC) e costuma ser precisamente descrita.
localização da dor
a dor inicial é visceral e deve-se à distensão do apêndice obstruído, sendo de localização mais imprecisa e vaga, nas regiões epigástricas e periumbilical. quando começa a ocorrer periviscerite (irritação causada por exsudato inflamatório sobre o peritônio parietal), a dor passa a ser conduzida pelos nervos aferentes do SNC e localiza-se na fossa ilíaca direita. passa a ser localizada, progressiva e intensa, a periumbilical é suprimida.
o que ocorre após a perfuração
a dor pode ser aliviada imediatamente (alívio da pressão intraluminar), permanecendo menos intensa, até que a peritonite generalizada se estabeleça e a dor volte mais intensa e difusa
dores atípicas
causadas por localizações anômalas dos apêndices: retrocecal (permanece periumbilical ou vaga e imprecisa, não migra FID), dor lombar; pélvico, dor suprapúbica; QSD, dor no hipocôndrio direito
sintomas
- vômitos: ocorre sempre após começar a dor;
- anorexia e náuseas: sempre aparecem após a dor abdominal;
- hábitos intestinais: apresenta fezes normais, constipação intestinal ou fezes diarreicas;
- queixas urinárias: pode causar urgência urinária, polaciúria e hematúria microscópica.
origem dos vômitos
primeiro são de origem reflexa, com conteúdo gástrico. nos casos com peritonite, tornam-se biliosos pela estase intestinal do íleo paralítico ou por obstrução intestinal causada por aderências oriundas do apêndice inflamado.
quando surge a diarreia
surge quando o apêndice inflamado irrita o cólon (principalmente sigmóide), como em apendicite pélvica, peritonite difusa e abscesso pericólico.
exame físico
- observar o deambular da criança;
- observar o tipo de respiração;
- observar estado de hidratação e se há fáscies de dor;
- a posição passiva do membro inferior direito flexionado pode significar irritação do músculo psoas;
- observar distensão abdominal em casos de apendicite com peritonite difusa;
- auscultar o abdome antes da palpação. RHA normais ou levemente diminuídos em AA e diminuídos ou ausentes em peritonite difusa;
- febre maior que 38° e maior que 39° em pacientes com sintomas a mais de 48h
- palpação abdominal.
sinal do psoas
dor à extensão passiva da coxa direita. examinador estende a coxa direita do paciente enquanto aplica uma contra resistência no quadril.
- em apendicite retrocecal e mais intenso quando é extraperitoneal
nesse local os nervos somáticos são ausentes ou escassos e a dor permanece vaga e difícil de localizar. o psoas pode entrar em espasmo produzindo dor e flexão da coxa p manter o músculo não contraído
sinal do obturador
dor à flexão. paciente em decúbito dorsal e a coxa direita fletida, o examinador move a perna direita lateralmente enquanto aplica resistência na face lateral do joelho, resultando em rotação interna do fêmur.
- apendicite pélvica
dor abdominal vaga junto ao hipogástrio, pode localizar-se junto ao sigmoide ou a bexiga, causando sintomas urinários ou cólicos.
palpação superficial
- defesa muscular voluntária;
- defesa muscular involuntária ou reflexa;
- voluntária na fase inicial da apendicite e involuntária com a inflamação progressiva.
defesa muscular voluntária
quando o paciente contrai espontaneamente a musculatura em resposta à palpação. ao realizar a flexão do joelho direito é impossível manter a musculatura contraída.
defesa muscular involuntária ou reflexa
aparece quando tem espasmo ou hipertonia da musculatura abdominal sem relação com a vontade do paciente em contrair.