Fratura do Tálus Flashcards

1
Q

Cite as características epidemiolígicas e gerais das fraturas do tálus:

A
  • 2 osso mais fraturado do tálus (1° calcâneo)
  • Representa 1% das fraturas do corpo
  • Componente chave da articulação do tornozelo com o restante do pé
  • Vascularização vulnarável
  • Alta frequência de complicações com reusltados insatisfatórios
  • Astrágalo do aviador: alta incidêcia em pilotos de avião após impactos por pouso forçado com a barriga do avião.
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2
Q

Características gerais da anatomia do tálus:

A
  • 2° maior osso do tálus
  • Dividido em cabeça, corpo e colo
  • Possui 5 facetas articulares
  • 2/3 da superfície é recoberta por cartilagem articular
  • Possui 2 processos: Lateral e posterior
  • Não é inserção ou origem de nenhum músculo
  • O colo e o corpo não são colineares. No plano horizontal, o colo está voltado para medial e, no plano vertical, para plantar em relação ao corpo.
  • Na superfície superior a tróclea é mais larga anteriormente, o que confere máxima congruência articular e estabilidade com o tornozelo em dorsiflexão.
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3
Q

O que é o Acetabulum pedis?

A

Acetabulum pedis: articulação talonavicular limitada lateralmente pelo componente calcâneonavicular do ligamento bifurcado e medialmente pelo ligamento mola e pelo tendão tibial posterior.

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4
Q

Quantos são os processos do tálus e cite suas características?

O que é o Os trigonum?

A

2 processos:

  • Processo posterior: formado por 2 tubérculos (póstero medial e póstero lateral). Entre os 2 tubérculos existe um sulco que passa o flexor longo do hálux. Processo póstero lateral proeminente também é chamado de processo de Stieda.
  • Processo lateral

Os trigonum: (3-8% da população) - osso acessório relacionado ao tubérculo póstero - lateral.

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5
Q

Quais são as 3 artérias responsáveis pela irrigação do tálus?

A
  • Artéria tibial posterior
  • Artéria tibial anterior
  • Artéria fibular
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6
Q

Visão geral da artéria do canal do társo, artéria do seio do tarso e artéria deltóide:

A

Artéria do canal do tarso:

  • Ramo da artéria tibial posterior
  • Penetra no canal do tarso para se anastomosar com artéria do seio do tarso

Artéria do seio do tarso:

  • Anastomose com a artéria do canal do tarso

Artéria deltóide

  • Perfura o ligamento deltóide
  • Cuidado caso seja necessário fazer osteotomia do maléolo medial
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7
Q

Quais são os mecanismos de trauma mais comuns nas fraturas do tálus?

Correlacione as principais localizações das fraturas do tálus com os mecanismos de trauma:

A

Traumas de alta energia: acidentes automobilisticos e quedas de altura

Fratura do colo e do corpo:

  • Dorsiflexão + carga axial

Fratura da cabeça:

  • Carga axial através do eixo do pé em extrema flexão plantar

Fratura do Processo lateral:

  • Dorsiflexão + eversão ou rotação externa (snowboarder)

Fratura do tubérculo póstero medial

  • Avulsão pelo ligamento deltóide
  • Pronação + dorsiflexão vigorosa

Fratura do tubérculo póstero lateral

  • Avulsão pelo ligamento talofibular posterior
  • Compressão direta durante flexão plantar extrema
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8
Q

Quais são as principais lesões associadas as fraturas do tálus?

A
  • Outras fraturas do pé e do tornozelo
  • Fratura do maléolo medial (19%), fratura do calcâneo (10%)
  • Fratura do pilão tibial
  • Fratura da coluna lombar
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9
Q

O que é importânte avaliar no exame físico?

A
  • Lesões de partes moles (são comuns): necrose de pele
  • Luxação do tálus: redução urgente é mandatória para reduzir lesão de partes moles e diminuir a chance de lesão cartilaginosa
  • Avaliar lesões neurovasculares: tendão flexor longo do hálux proporciona uma proteção relativa ao feixe
  • Fraturas do processo lateral podem ser confundidas com entorse do tornozelo
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10
Q

Quais exames de imagem solicitar para as fraturas do tálus?

A

Rx AP P e oblíquo do pé

Rx AP + P + mortise to tornozelo

Incidência de Canale Kelly:

  • Flexão plantar máxima, pronação 15°, raio inclinado cefalicamente, 75° á partir da horizontal
  • Bom para avaliação do colo do tálus

Tomografia: bom para avaliar fraturas sem desvio, fraturas dos processos, fraturas por impacção e fraturas subcondrais

Ressonância magnética:

  • Pode avaliar lesão condral do tálus que tenha passado despercebida
  • Método mais sensível e específico para avaliar osteonecrose
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11
Q

Defina a classificação de Hawkins modificada por Canale Kelly para fraturas do colo:

*mais importante

A

Tipo 1: Fratura sem desvio

Tipo 2: Fraturas desviadas com luxação ou subluxação da articulação subtalar

Tipo 3: Fraturas desviadas com luxação ou subluxação da articulação subtalar + Luxação do tornozelo

Tipo 4: Fraturas desviadas com luxação ou subluxação da articulação subtalar + Luxação do tornozelo + Luxação talonavicular

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12
Q

Defina a classificação de Boyd e Knight para fraturas do corpo:

A
  • Tipo I: Cisalhamento coronal ou sagital
  • Tipo II: Cisalhamento horizontal
  • Tipo III: Cominuta
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13
Q

Defina a classificação de Hawkins para fraturas do processo lateral:

A
  • Tipo I: Traço simples e fragmento grande
  • Tipo II: Cominuta
  • Tipo III: Traço simples ápice do processo lateral
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14
Q

Como é realizado o tratamento das fraturas do colo do tálus do tipo I?

A
  • Pode ser tentado tratamento conservador para as verdadeiramente sem desvio (confirmado por TC).
  • Tratamento cirúrgico possui maior garantia da redução
  • Desvios de 2mm já alteram a dinâmica subtalar

Realizado com bota gessada do tornozelo em neutro:

  • Sem carga por 8 semanas
  • Carga protegida por mais 4 semanas
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15
Q

Como pode ser realizado o tratamento das fraturas do colo do tálus do tipo II?

A

É descrito uma redução fechada (flexão plantar + inversão do calcâneo, para reduzir fraturas e subtalar).

Se redução bem sucedida, pode-se considerar fixação percutânea para estabilizar a fratura.

Críticas:

  • Incapacidade de conseguir redução anatômica
  • Pequenas subluxações tanto da fratura quanto da subtalar
  • Perdas de redução no seguimento
  • Longos períodos de imobilização em equino.
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16
Q

Os tratamentos mais consagrados para as fraturas do colo dos tipos II, III e IV é a redução aberta e fixação interna. Cite as principais vias cirúrgicas:

A

Anteromedial: é o mais utilizado. Realizado diretamente sobre o colo talar e lateralmente ao tendão do músculo tibial posterior.

Anterolateral: facilita a visualização da subtalar e pode diminuir a chance de lesão vascular. É comum ser utilizado junto com a via anteromedial.

Posterior: útil para facilitar a fixação - facilita a inserção do parafuso perpendicularmente ao foco de fratura.

Combinadas: útil para as fraturas cominutas

17
Q

Os tratamentos mais consagrados para as fraturas do colo dos tipos II, III e IV é a redução aberta e fixação interna. Cite as principais técnicas que podem ser utilizadas:

A

Redução anatômica da fratura e articulação com fixação provisória com FK

Fixação com parafusos corticais anteroposteriores

Parafusos com inserção posterior possuem a vantagem de serem perpendiculares ao foco de fratura - garante maior rigidez ao sistema.

Pequenas placas facilitam a fixação de fraturas cominutas

18
Q

Indicações, princípios e resultados da talectomia:

A

Indicações: avulsão do tálus e cominuição intensa

Princípios: manutenção do comprimento e alinhamento com uso de FE e posterior artrodese tibiocalcânea.

Resultados: São piores do que a redução e estabilização do tálus. Ou seja: melhor tentar reposicionar o tálus mesmo que extruso.

19
Q

Características gerais do tratamento das fraturas da cabeça do tálus:

A

Menos de 10% das fraturas do tálus envolvem a cabeça

Geralmente associados a lesões do colo, do corpo ou a luxações de Chopart

Dois tipos: cisalhamento ou compressão

Fraturas sem desvio - tratamento conservador (imobilização)

Tratamento cirúrgico:

  • Desvios, incongruência articular e subluxações - RAFI
  • Objetivo do tratamento cirúrgico: Obter redução anatômica por visualização direta e restabelecer o comprimento da coluna medial
  • Fixação com parafusos sem cabeça (pode ser necessário posicionamento em áreas de cartilagem articular)
  • Ressuturar a cápsula talonavicular para aumentar a estabilidade.
20
Q

Características gerais do tratamento das fraturas do corpo do tálus:

A

São fraturas intra articulares

Ocorre mais posteriormente em relação ao colo - redução mais difícil e pode persistir degrau intra articular

Frequentemente associado a outras lesões: fratura do colo, fratura maleolar, luxações e etc

Tratamento conservador: lesões verdadeiramente sem desvio (confirmados por TC)

Tratamento cirúrgico:

  • Via anteromedial ou anterolateral são as mais utilizadas.
  • Pode ser necessário osteotomia do maléolo medial ou lateral.
21
Q

Características gerais do tratamento das fraturas do processo lateral do tálus:

A

Retomando:

  • Frequentemente não são diagnosticadas ou passam como entorse de tornozelo.
  • Atenção ao exame físico e em entorses de tornozelo que não melhoram.
  • Conhecido como a fratura do snowboarder
  • Mecanismos de trauma é por dorsiflexão + eversão ou rotação externa

Exames de imagem úteis:

  • Incidência de Broden (para fx calcâneo)
  • AP do tornozelo com 20° de rotação interna

Tratamento é baseado no tamanho do fragmento e no grau de cominuição.

  • Fraturas sem desvio podem ser tratadas conservadoramente
  • Desviadas ou com grandes fragmentos -> RAFI
22
Q

Características gerais do tratamento das fraturas do processo posterior do tálus:

A

Retomando:

  • O processo posterior é formado pelos tubérculos póstero lateral e póstero medial
  • Entre eles há um soluco onde passa o flexor longo do hálux.
  • Os trigonum: é um osso acessório associado ao tubérculo póstero lateral -> pode estar conectado por tecido fibrocartilaginoso.
    • Síndrome do os Trigonum:
      • Anterior ao tendão de aquiles e posterior ao tálus
      • Pior em flexão plantar
      • Dor a mobilização do hálux
  • Mecanismo de trauma: pé em flexão plantar
  • Rx em perfil é melhor para visualizar
  • Fratura do póstero lateral (Stieda) é o mais comum
  • Fraturas do póstero medial (Cedell) é menos comum

Tratamento conservador com imobilização

Se persistir os sintomas, ressecar fragmento.

23
Q

Características gerais do tratamento das luxações do tálus:

A

Retomando:

  • Geralmente ocorre nas articulações Subtalar + talonavicular
  • Mediais são mais comuns (85%) - de acordo com o desvio do pé
  • Associados a mecanismos de alta energia
  • Deformidade evidente - rx já é suficiente para fazer diagnóstico

Manejo:

  • Redução fechada guiada por TC para confirmar e descartar pequenos fragmentos intra articulares
  • Redução aberta se necessário
  • Se estável, imobilização por 2 semanas

*Artrose da subtalar é uma complicação comum

24
Q

Em relação as principais complicações das fraturas do tálus, comente sobre a osteonecrose:

A

58% de incidência total (considerando os trabalhos do Hawkins)

Grau de desvio inicial da fratura se relaciona com o risco de necrose.

Sinal de Hawkins

  • Após 6 - 8 semanas da fratura
  • Osteopenia de desuso no osso subcondral - faixa radioluscente do domo talar no rx AP. Indica bom prognóstico pois o tálus está vascularizado.
  • Ausência do sinal não indica que haverá osteonecrose.
  • Sempre avaliar no Rx AP a presença do sinal.

Diagnóstico de ostenoecrose pode demorar até 3 meses para aparecer no Rx - tem sido utilizado a RNM.

A porção póstero lateral do tálus é a mais atingida, provavelmente por estar mais distante da irrigação medial.

A fratura pode consolidar mesmo na vigência de osteonecrose.

Diagnóstico de osteonecrose não significa necessáriamente incapacidade permanente.

  • Pode ocorrer absorção do osso necrótico e substituição por osso novo.
  • Fratura consolidada + presença de osteonecrose: pode tentar manter carga parcial protegida por órtese por longos períodos.

Colapso do tálus: artrodese tibiocalcânea, artrodese de Blair.

25
Q

Em relação as principais complicações das fraturas do tálus, cite alguns exemplos:

A

Artrite pós traumática

Consolidação viciosa

Necrose de pele