Fratura da Coluna Cervical Alta Flashcards
Quais as duas estruturas responsáveis pela estabilidade cervical que são lesadas nas fraturas do côndilo occipital?
Ligamento Alar Membrana Tectorial (evita hiperextensão)
Qual a epidemiologia das fraturas do côndilo occipital?
Incidência baixa (1%)
Mortalidade 12% (TCE)
Homens 2:1
Jovem
Qual o mecanismo do trauma nas fraturas do côndilo occipital?
Alta energia - acidente automobilístico
Descreva a apresentação clínica nas fraturas do côndilo occipital.
Perda de consciência 80% casos
Parestesia na região posterior da junção craniocervical
30% casos: lesão pares cranianos mais baixos
- Disfagia, rouquidão, parestesia nas orelhas
- Torcicolo, fraqueza para elevar ?os ombros
- Desvio da lingua
Quais os exames complementares necessários para a avaliação das fraturas do côndilo occipital
RX: baixa sensibilidade e especificidade
TC: Padrão ouro
RNM: déficit neurológico e suspeita lesão ligamentar
Descreva as 2 classificações para as fraturas do côndilo occipital.
- ANDERSON E MONTESANO
Tipo 1 - Compressão (estável)
- Fratura cominutiva, impacção
Tipo 2 - Trauma direto (estável)
- Do côndilo com extensão para a base do crânio
Tipo 3 - Rotacional - inclinação lateral (instável)
- Avulsão dos ligamentos alares
Modificação por Jeanneret
Tipo 4 - avulsão em anel de todo o forame magno
- TULI
Tipo 1 - Sem desvio
Tipo 2A - Com desvio, estável
Tipo 2B - Com desvio, instável
Como é o mecanismo do trauma nas fraturas do côndilo occipital conforme Anderson e Montesano?
Tipo 1 - Compressão
Tipo 2 - Trauma direto
Tipo 3 - Rotacional - inclinação lateral
Como deve ser feito o tratamento das fraturas do côndilo occipital?
CONSERVADOR
- Maior parte dos casos
- Colar cervical rígido/halo craniano
- Indicação: Tipo 1 e 2 de Anderson e Montesano + Tipo 1 e 2A de Tuli
- No tipo 3, se membrana tectória íntegra pode ser conservador com halo
CIRÚRGICO
- Indicado nos tipos 3 de Anderson e Montesano e 2B de Tuli.
- Quando lesão membrana tectória
- Fraturas cervicais associadas
- Fusão occipto-cervical posterior (crânio-C2)
- Descompressão em casos de déficit neurológico
Descreva a epidemiologia da luxação occiptocervical.
Incidência muito baixa (geralmente é fatal)
Mortalidade 60%
Jovens (20% crianças)
Qual o mecanismo do trauma na luxação occiptocervical?
Alta energia
Automobilístico
Translação/distração
Descreva a apresentação clínica na luxação occiptocervical.
Inconsciente
Lesão pares cranianos (6,10,12)
TRM
Lesões cervicais -> podem simular luxação occiptocervical
Quais exames de imagem devem ser feitos na luxação occiptocervical?
RX - baixa especificidade e sensibilidade
TC - Padrão ouro
RNM - dúvida e déficit neurológico
Cite e descreva os critérios diagnósticos nas luxações occiptocervicais.
Razão de potência - Distância entre o básio e a parte anterior do arco posterior de C1. Divide essa distância com a distância da parte posterior do arco anterior de C1 até o ofísio. >1 = luxação anterior <1 = luxação posterior Normal = 1
Intervalo Básio-Axis de Harris - Regra de 12 de Harris
- Distância básio até o dente ou do básio até a linha paralela na região posterior do áxis.
<12mm = normal
>12mm = instabilidade
Invervalo OC/C1 (MAIS SENSÍVEL) - TC
- Distância entre côndilo e faceta articular C1
Normal = 2,5mm
Descreva a classificação para luxação occiptocervical.
Traynelis
Tipo 1: anterior (40%)
Tipo 2: Axial (40%)
Tipo 2B: Axial - instabilidade C1/C2
Tipo 3: posterior (5%)
OBS: 15% são inclassificáveis
Descreva o tratamento das luxações occiptocervicais.
CONSERVADOR
- Raro
- Halo craniano - tratamento temporário
- Tração CONTRAINDICADA
CIRÚRGICO
- Maioria (piora neurológica em 25% dos pacientes com tto conservador)
- Fusão occipto-cervical posterior (cranio-C2)
- Descompressão se déficit neurológico
Cite fatores de risco para luxação occiptocervical nas crianças.
Côndilos planos
Frouxidão ligamentar
Descreva a epidemiologia das fraturas do atlas.
2ª fratura mais comum da fratura cervical alta 2-13% das lesões cervicais 1-3% das fraturas da coluna Idosos Fratura do odontóide associada em 50%
Qual o mecanismo de trauma das fraturas do atlas?
Compressão axial
Hiperextensão (água rasa)
Trauma direto
Como é a apresentação clínica nas fraturas do atlas?
Cervicalgia alta
Cefaléia
Dificuldade para rotação cervical
Déficit neurológico é raro
Síndrome de Collet-Sicard (lesão traumática dos 4 últimos pares cranianos 9-12)
Lesão da artéria vertebral ou trombose pós traumática (nos casos de lesão do processo transverso)
- Náusea, vômito, zumbido, comprometimento da visão, quedas.
Quais os principais exames de imagem para avaliação das fraturas do atlas?
RX: Difícil para diagnóstico
TC - padrão ouro
RNM - avalia ruptura intrasubstancial do ligamento transverso
Angio-TC ou Angio-RNM
- Excluir lesão da artéria vertebral
Quais as classificações utilizadas para fraturas do atlas?
Landells
Tipo 1 - Bilateral do arco anterior ou posterior (estável)
Tipo 2 - Fratura combinada anterior e posterior (quatro partes) - Fratura por explosão = FRATURA DE JEFFERSON
Tipo 3 - Fratura da massa lateral
Qual classificação para avaliação da integridade do ligamento transverso nas fraturas do atlas?
Dickman
Tipo 1: ruptura intrassubstancial
- 1A: Central
- 1B: Próximo da inserção/massa lateral
Tipo 2: avulsão óssea da massa lateral (melhor prognóstico no tratamento conservador)
- 2A: Avulsão isolada
- 2B: Avulsão devido a fratura da massa lateral
Descreva os tratamentos possíveis para as fraturas do atlas.
CONSERVADOR
- Grande maioria dos casos
- Fratura isolada do arco anterior/posterior/massa lateral/explosão
Estáveis -> sem desvio -> colar cervical rígido
Fraturas desviadas (explosões instáveis desviadas) -> redução tração + imobilização com halo craniano
CIRÚRGICO
- Indicações
Instabilidade residual após tto conservador (retirada halo)
Desvio Significativo na TC após redução com tração
Déficit neurológico
- Técnica:
Artrodese C1-C2 por via posterior (principal)
Osteossíntese do atlas
Qual a epidemiologia da fratura do odontóide?
Fratura mais comum da coluna cervical alta
9-18% das fraturas cervicais
Bimodal: idoso (queda) e jovem (alta energia)
Quais os mecanismos de trauma nas fraturas do odontóide?
Hiperextensão (desvio posterior do odontóide
Hiperflexão (desvio anterior do odontóide)
Forças lateral/oblíquas (tipo 2)
Hiperextensão (tipo 3)
Qual a apresentação clínica das fraturas do odontóide?
Cervicalgia
Laceração da testa/equimose periorbital em idosos (impacto frontal)
Disfagia/Dispnéia - presença de hematoma retrofaríngeo
Mielopatia cervical - compressão medular
Quais exames complementares devem ser realizados na fratura do odontóide?
RX
- AP + P + Transoral
TC
Padrão ouro
RNM
Se déficit neurológico
Cite 4 fatores de risco para pseudoartrose do odontóide (incluindo 2 parâmetros de imagem).
Distância entre paralela a cortical anterior de C2 e paralela cortical anterior do Odontóide
- Se >5mm = risco para pseudoartrose
- Principal
Angulação entre paralela cortical posterior de C2 e paralela cortical posterior do Odontóide
- Se >10º = risco para pseudoartrose
Tabagismo
Idosos
Cite um diagnóstico diferencial das fraturas do odontóide?
Os odontoideum
Descreva a classificação para fraturas do odontóide.
Qual a mais frequente?
Anderson e D’Alonzo (D de D’alonzo = D de dente)
Tipo 1 - Ponta do odontóide (estável)
Tipo 2 - Colo/cintura (maioria - 60%)
Tipo 3 - Traço acomete o corpo de C2
- Corte coronal da TC ajuda na identificação
De acordo com a classificação de Anderson e D’Alonzo, qual tipo existe maior risco de pseudoartrose na fratura do odontóide?
Tipo 2 (colo/cintura)
Descreva a classificação de Grauer (subdivisão do tipo 2 de Anderson e D’Alonzo).
2A - Sem desvio ou cominuição
2B - Traço anterosuperior para posteroinferior ou trasverso
2C - Traço anteroinferior para posterosuperior ou cominutiva
Nas fraturas do odontóide, qual subtipo de Grauer deve ser tratado com osteossíntese?
2 B
Descreva as possibilidades e indicações de tratamento para as fraturas do odontóide.
CONSERVADOR
- Colar cervical rígido (idoso)/Halo Craniano (jovem)
- Indicações:
Sem desvio
Tipo 3 e 2 com desvio e SEM risco para PSA -> tração e imobilização com halo craniano.
CIRÚRGICO - Indicações Déficit neurológico Tipo 2 e com fatores de risco para PSA Tipo 3 com desvio
- Técnicas:
Osteossíntese por via anterior (traço anterosuperior para posteroinferior) ou traço transverso
Artrodese via posterior
Por quê o halo craniano não é indicado no idoso?
Aumento morbi-mortalidade
- Dificuldade de alimentação
- Efeitos cardiológicos
- Efeitos pulmonares
Qual a epidemiologia da “fratura do enforcado” (espondilolistese traumática do áxis)?
Homem Jovem Trauma alta energia 30% dos pacientes tem fratura em outro sítio na coluna cervical 5% de todas as fraturas cervicais 2ª mais comum do áxis (20%)
Qual a apresentação clínica da “fratura do enforcado”?
Cervicalgia
Geralmente sem déficit neurológico
Quais exames complementares a serem realizados na “fratura do enforcado”
RX
- Falso negativo em 40%
- Linha de Swischuk (principalmente na criança)
Pseudoluxação entre C2-C3 por hiperfrouxidão ligamentar
Linha tangenciando cortical anterior do elemento posterior de C1 e C3 (cortical anterior do elemento posterior de C2 deve estar a 1-2mm de distância da linha - pseudosubluxação)
TC - escolha para estudo do padrão da fratura e classificação.
RNM - se déficit neurológico
Qual a classificação para a “fratura do enforcado”?
Efendi/Levine e Edwards
Tipo 1: sem desvio ou angulação (mais comum)
Tipo 1A: Fratura sem desvio com traço pro corpo (modificação Star e Eismont)
- Maior chance déficit neurológico
Tipo 2: com desvio >3,5mm e angulação >11º
Tipo 2A: mínimo desvio e angulação significativa >11º
- Normalmente tem lesão do disco associada
- Contraindicado realizar tração
Tipo 3: luxação facetária C2-C3, com angulação e desvio.
Em qual tipo de Levine e Edwards nas fraturas do enforcado está contraindicada a tração
Tipo 2A
Quais os mecanismos do trauma nas “fraturas do enforcado”?
Correlacione o mecanismo de trauma com os tipos de Efendi/Levine e Edwards.
Hiperextensão + compressão (acidente automobilístico)
Hiperextensão + distração (enforcamento)
Tipo 1: Hiperextensão (principal mecanismo)
Tipo 2: Hiperextensão + Compressão (seguido de flexão)
Tipo 2A: Flexão + Distração
Tipo 3: Flexão + Compressão
Descreva as possibilidades de tratamento nas “fratura do enforcado”.
CONSERVADOR
- Cerca de 2/3 dos casos
- Colar cervical rígido/Halo craniano
- Indicação
Tipo 1/1A (Sem deficit)
Tipo 2: tração/redução/imobilização com halo
Tipo 2A: manobra de extensão/compressão (sem tração) + imobilização com halo
CIRÚRGICO - Indicação Tipo 2 ou 2A com desvio/redução inaceitável Tipo 3: SEMPRE (luxação) Déficit neurológico
- Técnicas
Osteossíntese
Artrodese C2/C3 (via anterior ou posterior) - pode precisar incluir C1. Parafuso pedicular C2 e de massa lateral em C3.
Em qual local de C2 localiza-se a fratura do enforcado?
Pars interarticularis
Descreva os sinais radiográficos de instabilidade na avaliação das fraturas do atlas.
- Sinais de instabilidade
Regra de Spence (RX AP - distância da borda lateral da massa lateral de C1 e C2 - normal entre 6,9 e 8,1mm) = Lesão do ligamento TRANSVERSO
Distância atlanto-dental (RX PERFIL - Distância entre cortical posterior do arco anterior de C1 e o dente. Adulto <3mm e Criança <5mm)
- Adulto >3mm (lesão ligamento transverso
- Criança >5mm (lesão ligamento transverso + alar
OBS: Lesão membrana tectorial apresenta >7mm
Qual tipo de Traynelis (nas luxações occipto-cervicais), não apresenta alteração da razão das potências (power ratio)?
Tipo 2