Fármacos antiepiléticos Flashcards
Crise epiléptica
Manifestação clínica, estereotipada, da actividade excessiva de uma população de neurónios corticais
Epilepsia
Síndrome caracterizado pela recorrência de crises epilépticas, de origem primariamente cerebral
Crises focais
mais comuns na prática clínica
–Simples (sem perda de consciência)
•Motoras, sensitivas, sensoriais, disautonómicas…
–Complexas (com perda de consciência)
Tipos de crises epiléticas
Crises focais
Crises focais com generalização secundária
Crises generalizadas
Não classificáveis
Crises generalizadas
Envolvem os dois hemisférios; perda de consciência imediata
Tónico-clónico generalizadas, tónicas, clónicas, atónicas, mioclónicas, ausências
Crises focais simples
Manifestação clínica depende do local do foco epiléptico; doente consciente (consegue descrever o que sente)
Crises focais complexas
Foco geralmente no lobo temporal; doente não consciente; maioria precedidas de aura
An ‘aura’ is the term that some people use to describe the warning they feel before they have a seizure.
Crises tónico-clónico generalizadas
1 - fase tónica - contracção de toda a musculatura; há paragem respiratória e, por vezes, defecação e micção (1 min)
2 - fase clónica - contrações musculares violentas (2-4 min)
Crises de ausência
- crianças
- duram alguns segundos
- param de andar ou falar
- perdem consciência do meio em que estão
Crises primariamente generalizadas
discutível
C. parciais simples —> __________
C. generalizadas
ou C. parciais complexas ( que depois evoluem para C. generalizadas )
C. parciais complexas —> __________
C. generalizadas
C.P.S —> C.P.C —> __________
C. generalizadas
C. provocadas
Crises desencadeadas por um factor extrínseco ao cérebro, agudo e bem identificado AVC agudo (20-50%) Alterações sistémicas (6-21%) Infecções SNC (3-5%) Fármacos/ abstinência álcool (10%) Traumatismo craniano (17%)
C. não provocadas
Crises desencadeadas por alterações intrínsecas ao cérebro
Primárias/ idiopáticas - Provável causa genética
Secundárias/ sintomáticas - Lesão cerebral identificada por imagem
Criptogénicas - Sem lesão identificável, mas elevado índice de suspeição
Crises não provocadas e recorrentes
EPILEPSIA
Fisiopatologia das epilepsias
Ictogénese por alterações da excitabilidade neuronal
O processo de despolarização fica desregulado e a partir de um determinado potencial a célula dispara uma série de potenciais de ação - paroxymal depolarizing shift
Alterações no potencial de membrana neuronal
•Canais de Na+, K+ Alterações na libertação de neurotransmissores
•Canais de Ca2+ dependentes da voltagem Alteração nos receptores pós/ pré-sinápticos
•Glutamato (AMPA, Kainato, NMDA, mGlu…)
•GABA (GABAa, GABAb) Alteração no potencial de acção/ PDS
•Canais de Na+, K+, Ca2+,Cl- dependentes da voltagem
principais mecanismos de ação dos fármacos AE
Diminuição da atividade excitatória
•Antagonistas dos canais de Na+
•Antagonistas dos canais de Ca2+
•Antagonistas dos receptores de Glutamato (NMDA, AMPA….)
Aumento da atividade inibitória
•Agonistas GABAA
•Diminuição recaptação GABA
•Moduladores dos canais de K+
Tratamento agudo das crises epilépticas
Objectivo: remissão das crises epilépticas
Fármacos: benzodiazepinas i.v.
Tratamento crónico das epilepsias
Objectivo: prevenção das crises epilépticas recorrentes
Fármacos: antiepilépticos p.o.
Crises primariamente generalizadas (mioclónicas, ausências) podem ser agravadas por
- 1ª geração: fenitoína, carbamazepina
* 2ª geração: oxcarbazepina, lamotrigina, gabapentina, pregabalina
FAE de 1ª geração
–Fenitoína (PHT) –Fenobarbital (PB), primidona (PMD) –Carbamazepina (CBZ) –Etosuximida (ETX) –Valproato de sódio (VPA) –Benzodiazepinas (BZD)
Mecanismo de ação da fenitoína
Fenitoína (Hidantina®)- PHT
altera condutância do Na+ (principalmente), K+ e Ca2+
•prolonga o tempo inactivação do canal de Na+ dependente da voltagem
diminui libertação de glutamato e aumenta de GABA
Farmacocinética da fenitoína
Fenitoína (Hidantina®)- PHT
boa absorção GI (± 100%)
elevada ligação proteínas plasmáticas (± 90%)
metabolização hepática (>90%); metabolitos inactivos
excreção na urina
fármacos que aumentam a metabolização PHT
fenobarbital, carbamazepina
fármacos que diminuem a metabolização PHT
isoniazida
efeitos secundários da fenitoína
agudos - nistagmo, diplopia, ataxia, sedação
crónicos - hiperplasia gengival, hirsutismo, neuropatia periférica, osteomalácia
idiossincráticos - agranulocitose
mecanismo de ação da Carbamazepina (Tegretol®)- CBZ
altera a condutância dos canais de sódio - prolonga o período refratário
farmacocinética da Carbamazepina (Tegretol®)- CBZ
boa absorção GI (± 100%)
alta ligação proteínas plasmáticas ± 70%
metabolização hepática (100%); metabolitos activos (CBZ-10,11-epoxido)
efeitos secundários da Carbamazepina (Tegretol®)- CBZ
•diplopia, ataxia, alterações GI
•sedação, hiponatrémia
discrasias sanguíneas
indicações da Carbamazepina
- crises focais, secundariamente generalizadas e generalizadas
- pode piorar crises de ausência e mioclónicas!!!
mecanismo de ação do Ácido Valpróico (Depakine®)- VPA
- diminui condutância canais Na+ dependentes voltagem
- bloqueia receptores NMDA ao glutamato
- aumenta níveis de GABA (estimula GAD, inibe GAT-a e inibe GABA-T)