Estado de Mal Epiléptico Flashcards
Frente
Verso
O que é o estado de mal epiléptico (EME)?
O EME é a emergência neurológica mais frequente em crianças, caracterizada por crises epilépticas prolongadas ou repetidas sem recuperação da consciência entre as crises.
Qual é a incidência do EME em crianças?
A incidência é de 18-23 por 100 mil crianças por ano, sendo maior no primeiro ano de vida.
Quais são os principais fatores de risco associados ao aumento da morbidade e mortalidade no EME?
Os fatores principais são o dano ao SNC pelo insulto inicial, o estresse sistêmico das crises repetidas e as descargas elétricas repetitivas no SNC.
Qual é a definição operacional do EME proposta pela Liga Internacional contra a Epilepsia?
O EME é definido por dois tempos operacionais: T1, o tempo para iniciar o tratamento (5-10 minutos), e T2, o tempo para tratamento agressivo (30 minutos).
Quais são as principais formas clínicas do EME?
As principais formas são o EME convulsivo generalizado, EME focal sem alteração da consciência, EME focal com alteração da consciência, e EME de ausência.
Qual é a etiologia mais frequente do EME na infância?
O EME febril é a causa mais comum, associado a doenças febris sem infecção do SNC.
Quais exames devem ser realizados durante o manejo inicial de uma criança com EME?
Exames de glicose, eletrólitos, hemograma, hemoculturas, punção lombar (se febril), e neuroimagem são recomendados.
Qual é o primeiro passo no tratamento do EME?
Estabilização da criança, assegurando vias aéreas, ventilação, e acesso venoso periférico, além de glicemia capilar e exame neurológico.
Quais são os fármacos de primeira linha para o tratamento inicial do EME?
Benzodiazepínicos, como midazolam e diazepam, são usados nos primeiros 5-10 minutos do EME.
O que é o EME refratário?
É definido como a continuidade das crises após uso de benzodiazepínicos e um segundo fármaco anticrise, necessitando de manejo em UTI com anestésicos.
Quais fármacos são utilizados no tratamento do EME refratário?
Midazolam, propofol, tiopental e quetamina são usados, muitas vezes requerendo ventilação mecânica.
Qual a abordagem terapêutica para EME super-refratário?
Inclui politerapia com drogas como topiramato, lacosamida, e o uso de esteroides, imunoglobulinas e dieta cetogênica.
Como a dieta cetogênica é utilizada no tratamento do EME?
A dieta cetogênica é indicada para EME refratário e super-refratário, administrada via sonda nasogástrica com monitoramento de efeitos adversos.
Quais são as principais contraindicações para o uso da dieta cetogênica no EME?
Doenças metabólicas relacionadas ao metabolismo dos ácidos graxos, falência hepática ou renal, acidose metabólica, pancreatite aguda, e íleo paralítico.
Qual é o mecanismo de ação dos benzodiazepínicos no EME?
Eles aumentam a neurotransmissão inibitória através dos receptores GABA-A, resultando em aumento da condutância do cloreto e hiperpolarização neuronal.
Por que a eficácia dos benzodiazepínicos diminui no EME prolongado?
Devido à redução dos receptores GABA-A pós-sinápticos e à ativação dos receptores NMDA, que reduzem a inibição gabaérgica.
Qual é o papel da neuroimagem no manejo do EME?
A neuroimagem, como a RMC e a TC, é crucial para identificar lesões relevantes e orientar o tratamento, especialmente em casos de EME de início recente.
Quais são as complicações sistêmicas que podem ocorrer durante o EME?
Podem incluir hipotensão, alteração respiratória, acidose, hipertermia, rabdomiólise, e falência renal.
Quais são os principais efeitos adversos do uso de fenitoína no tratamento do EME?
Arritmias cardíacas, interação medicamentosa devido à alta ligação às proteínas, e potencial ineficácia em epilepsias generalizadas.
Qual a importância do monitoramento contínuo com EEG no EME?
O EEG contínuo é essencial para avaliar a persistência de crises eletroencefalográficas e orientar o ajuste do tratamento no EME refratário.
O que é a síndrome da infusão de propofol?
É uma complicação potencialmente fatal do uso prolongado de propofol, caracterizada por acidose metabólica, rabdomiólise, e falência renal e cardíaca.
Como deve ser conduzida a retirada de fármacos anestésicos no EME super-refratário?
A retirada deve ser gradual, em 12-24 horas, monitorando-se para recidiva de crises, o que pode requerer aumento das doses ou troca de anestésico.
Quais são as opções terapêuticas adicionais para o EME super-refratário?
Incluem terapia electroconvulsiva, hipotermia terapêutica, estimulação do nervo vago, e uso de alopregnanolone.
Qual a relação entre inflamação e epileptogênese no EME?
A inflamação é um fator importante na epileptogênese, o que justifica o uso de esteroides e imunoglobulinas em alguns casos de EME super-refratário.