Epilepsia Flashcards
Qual a porcentagem da população que experimentará uma crise epiléptica ao longo da vida?
Aproximadamente 8% a 10% da população experimentará uma crise epiléptica.
Como a Liga Internacional contra Epilepsia (ILAE) define uma crise epiléptica?
A ILAE define uma crise epiléptica como ‘uma ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas devido a atividade neuronal excessiva ou síncrona no cérebro’.
Quais são os critérios propostos pela ILAE em 2014 para a definição clínica prática de epilepsia?
Os critérios incluem: (1) pelo menos duas crises não provocadas (ou reflexas) ocorrendo com mais de 24 horas de intervalo, (2) uma crise não provocada (ou reflexa) e uma probabilidade de crises futuras semelhante ao risco de recorrência geral (pelo menos 60%) após duas crises não provocadas ocorrendo ao longo dos próximos 10 anos, ou (3) diagnóstico de uma síndrome epiléptica.
Qual é o aspecto mais crítico para fazer um diagnóstico preciso de crises epilépticas?
A história clínica cuidadosa obtida tanto do paciente quanto de testemunhas do evento é o aspecto mais crítico para fazer um diagnóstico preciso.
Quais são as causas identificáveis de crises provocadas?
Toxinas, drogas ou fatores metabólicos são causas identificáveis de crises provocadas.
Por que é crítico identificar eventos anteriores não reconhecidos em pacientes com uma suposta primeira crise não provocada?
Identificar eventos anteriores não reconhecidos é crítico para fazer um diagnóstico correto de epilepsia.
Quais são os três tipos de início de crises conforme a ILAE?
Focal, generalizado e de início desconhecido.
Quais são os seis grupos principais de causas de epilepsia?
Estrutural, genética, infecciosa, metabólica, imune e desconhecida.
Qual é a abordagem recomendada para diferenciar uma crise epiléptica de um evento não epiléptico?
Uma avaliação clínica cuidadosa é necessária para alcançar um diagnóstico preciso, incluindo a descrição detalhada do evento pelo paciente e por testemunhas.
Qual é a taxa de diagnósticos errados de epilepsia em adultos diagnosticados por não-especialistas em comparação com neurologistas?
A taxa de diagnósticos errados é maior em pacientes diagnosticados por não-especialistas do que por neurologistas (19,3% versus 5,6%).
Quais são os mecanismos básicos pelos quais toxinas levam a crises provocadas?
Os mecanismos básicos são (1) aumento da excitação, (2) diminuição da inibição, ou (3) retirada de depressores do sistema nervoso central.
Qual é a importância de identificar eventos epilépticos anteriores não reconhecidos em pacientes com uma suposta primeira crise não provocada?
Identificar eventos epilépticos anteriores é crucial para fazer um diagnóstico correto de epilepsia e iniciar o tratamento profilático adequado.
Como a ILAE classifica os tipos de crises epilépticas?
A ILAE classifica as crises epilépticas em três tipos principais: início focal, início generalizado e início desconhecido.
Quais são as categorias principais de etiologia para a epilepsia?
As categorias principais são estrutural, genética, infecciosa, metabólica, imune e desconhecida.
Quais são as comorbidades associadas à epilepsia reconhecidas pela ILAE?
As comorbidades incluem consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais.
Quais são os principais objetivos das investigações adicionais em pacientes com suspeita de epilepsia?
Confirmar a epilepsia, determinar a causa subjacente e orientar o tratamento.
Qual é a utilidade de um EEG realizado nas primeiras 24 horas após uma crise?
Pode ter o maior rendimento diagnóstico, especialmente se feito após um período de privação de sono.
Quando a neuroimagem é recomendada para pacientes com crises de início recente?
Em todos os pacientes, exceto aqueles com uma síndrome epiléptica generalizada idiopática bem definida e responsiva a medicamentos ou epilepsia focal autolimitada na infância.
Quais são os objetivos dos exames laboratoriais de rotina em pacientes com crises de início recente?
Excluir crises provocadas e identificar possíveis distúrbios metabólicos ou intoxicações que possam ter desencadeado as crises.
Quando deve ser considerada a punção lombar em pacientes com crises de início recente?
Deve ser considerada se houver suspeita de meningite, encefalite ou hemorragia subaracnoidea, mas tem valor limitado em outras situações.
Em quais circunstâncias os testes autoimunes são indicados para pacientes com crises de início recente?
São indicados na presença de características clínicas sugestivas de encefalite autoimune, como disfunção cognitiva e/ou comportamental, disautonomia, ou crises facio-braquiais distônicas.
Quando o teste genético deve ser considerado para pacientes com epilepsia de início recente?
Deve ser considerado se o resultado provavelmente levará a uma mudança no procedimento de avaliação, escolha de tratamento ou prognóstico, e se influenciará uma decisão sobre reprodução.
Qual é a importância do aconselhamento sobre questões de estilo de vida em indivíduos com uma primeira crise não provocada ou epilepsia de início recente?
O aconselhamento sobre questões de estilo de vida é crucial para garantir a segurança durante crises, fornecer orientação sobre o que fazer se ocorrerem novas crises e melhorar a qualidade de vida geral.
Quando é recomendado iniciar a terapia com medicação antiepiléptica (ASM) em pacientes com uma primeira crise não provocada?
A ASM é recomendada se houver um risco significativo de recorrência de crises ou se o paciente tiver anormalidades no EEG, anomalias estruturais no cérebro ou história de crises prévias não reconhecidas.
Quais são os principais riscos associados à terapia ASM?
Os principais riscos incluem efeitos colaterais dos medicamentos, como fadiga, tontura, ganho de peso, efeitos sobre a cognição e risco de reações alérgicas graves.
Sob quais circunstâncias a descontinuação da terapia ASM pode ser considerada?
A descontinuação pode ser considerada se o paciente estiver livre de crises por um período prolongado, tipicamente 2 a 5 anos, e não tiver fatores de risco de recorrência, como anomalias no EEG ou anomalias estruturais cerebrais.
Quais são as considerações especiais para mulheres com epilepsia em idade fértil?
Considerações incluem o impacto das crises e dos medicamentos antiepilépticos (ASM) na fertilidade, gravidez, saúde fetal e amamentação, bem como a interação entre anticoncepcionais hormonais e ASMs.
Como os medicamentos antiepilépticos (ASMs) podem interferir na eficácia dos anticoncepcionais hormonais?
Alguns ASMs, como a fenitoína e a carbamazepina, podem induzir enzimas hepáticas que metabolizam os anticoncepcionais hormonais, reduzindo sua eficácia.
Qual é a principal preocupação para mulheres com epilepsia durante a gravidez?
A principal preocupação é manter o controle das crises enquanto minimiza os riscos para o feto, incluindo evitar medicamentos com alto risco teratogênico.
Quais são as considerações para a amamentação em mulheres que tomam ASMs?
A maioria dos ASMs é excretada no leite materno, mas muitos são considerados seguros para uso durante a amamentação, com monitoramento cuidadoso para efeitos adversos no lactente.
O que são crises febris e quais são suas características comuns?
Crises febris são convulsões que ocorrem em crianças de 6 meses a 5 anos de idade associadas a febre, sem infecção do sistema nervoso central, e geralmente duram menos de 15 minutos.
Qual é o prognóstico para crianças com crises febris simples?
O prognóstico é geralmente excelente, com a maioria das crianças não desenvolvendo epilepsia ou outros problemas neurológicos a longo prazo.
Quais são as recomendações de manejo para crianças com crises febris simples?
Recomenda-se tranquilizar os pais, evitar intervenções desnecessárias e fornecer informações sobre como lidar com futuras crises.
Quais são as características das crises febris complexas?
Crises febris complexas duram mais de 15 minutos, ocorrem mais de uma vez em 24 horas ou têm características focais.
Quais investigações são recomendadas para crianças com crises febris complexas?
Investigações podem incluir EEG, neuroimagem e avaliação laboratorial para descartar causas subjacentes.
O que é o status epilepticus (SE) e quais são suas características principais?
Status epilepticus é uma condição de emergência caracterizada por crises epilépticas contínuas ou recorrentes sem recuperação completa entre as crises, com duração superior a 5 minutos.
Quais são algumas causas comuns de status epilepticus?
Causas comuns incluem infecções do sistema nervoso central, abstinência de álcool, lesões cerebrais agudas, interrupção súbita de medicamentos antiepilépticos e distúrbios metabólicos.
Quais são os principais objetivos do manejo do status epilepticus?
Os principais objetivos são interromper as crises o mais rapidamente possível, tratar a causa subjacente e prevenir complicações a longo prazo.
O que é o status epilepticus refratário e como ele deve ser tratado?
SE refratário é quando as crises continuam apesar do tratamento adequado com benzodiazepínicos e outros ASMs de primeira linha. O tratamento inclui ASMs de segunda linha e sedação contínua com monitoramento em unidade de terapia intensiva.
Qual é o prognóstico para pacientes que experimentam status epilepticus?
O prognóstico depende da causa subjacente, idade do paciente e rapidez com que o tratamento é iniciado. Pode variar de recuperação completa a déficits neurológicos permanentes ou morte.
Quais são os fatores que influenciam o prognóstico do status epilepticus?
Os fatores incluem a causa subjacente, a duração do SE, a idade do paciente, a presença de comorbidades e a rapidez do início do tratamento.
Como a causa subjacente afeta o prognóstico do status epilepticus?
Causas como infecções do sistema nervoso central ou lesões traumáticas têm pior prognóstico em comparação com causas metabólicas ou tóxicas que são rapidamente reversíveis.
O que são crises prolongadas e como elas diferem do status epilepticus?
Crises prolongadas duram mais de 5 minutos mas não chegam ao ponto de status epilepticus, que é definido por crises contínuas ou recorrentes sem recuperação completa entre elas por mais de 30 minutos.
Quais são as recomendações de manejo para crises prolongadas?
Recomenda-se o tratamento imediato com benzodiazepínicos para interromper a crise e monitoramento contínuo para prevenir a evolução para SE.
Quais são as considerações especiais no manejo de epilepsia em idosos?
Considerações incluem a maior prevalência de comorbidades, interações medicamentosas, e a sensibilidade aumentada a efeitos colaterais dos medicamentos antiepilépticos (ASMs).
Por que a polifarmácia é uma preocupação particular em idosos com epilepsia?
Porque aumenta o risco de interações medicamentosas e efeitos colaterais adversos.
Quais fatores devem ser considerados ao selecionar ASMs para idosos?
Devem ser considerados o perfil de efeitos colaterais, o potencial para interações medicamentosas e a presença de comorbidades.
Quais ASMs são geralmente preferidos para uso em idosos?
ASMs com menor risco de interações medicamentosas e efeitos colaterais, como lamotrigina e levetiracetam, são geralmente preferidos.
Quais são os efeitos cognitivos potenciais dos ASMs em idosos?
Efeitos incluem problemas de memória, atenção, e processamento de informações.
Como deve ser monitorada a função cognitiva em idosos em tratamento com ASMs?
Deve ser monitorada regularmente através de avaliações clínicas e, se necessário, testes neuropsicológicos.
Quais são alguns dos principais problemas psicossociais enfrentados por indivíduos com epilepsia?
Problemas psicossociais incluem estigma, discriminação, impacto negativo na auto-estima, dificuldades no emprego e no relacionamento social.
Como a epilepsia pode impactar o emprego dos pacientes?
Pacientes com epilepsia podem enfrentar discriminação no local de trabalho, dificuldades em manter o emprego e restrições em certas ocupações devido ao risco de crises.
Qual é a prevalência de depressão e ansiedade em pacientes com epilepsia?
Depressão e ansiedade são comuns em pacientes com epilepsia, com prevalência significativamente maior do que na população geral.
Quais são algumas das possíveis causas de depressão e ansiedade em pacientes com epilepsia?
Causas incluem a carga emocional das crises, efeitos colaterais dos medicamentos, estigma social e impacto negativo na qualidade de vida.
Quais são algumas estratégias para gerenciar depressão e ansiedade em pacientes com epilepsia?
Estratégias incluem terapia cognitivo-comportamental, suporte psicossocial, ajuste dos medicamentos antiepilépticos e, em alguns casos, uso de antidepressivos ou ansiolíticos.
Como o ajuste dos medicamentos antiepilépticos pode ajudar a gerenciar depressão e ansiedade?
Ajustar os medicamentos pode ajudar a minimizar os efeitos colaterais que contribuem para os sintomas de depressão e ansiedade.
Qual é a importância da educação e do suporte para pacientes com epilepsia e suas famílias?
A educação e o suporte são cruciais para melhorar a adesão ao tratamento, reduzir o estigma, aumentar o conhecimento sobre a doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias.
Quais tópicos devem ser abordados na educação de pacientes com epilepsia e suas famílias?
Tópicos incluem a natureza da epilepsia, a importância da adesão ao tratamento, como reconhecer e gerenciar crises, medidas de segurança e informações sobre o impacto psicossocial da doença.
Qual é o papel dos profissionais de saúde no manejo da epilepsia?
Os profissionais de saúde devem fornecer diagnóstico e tratamento adequados, educar os pacientes e suas famílias, oferecer suporte psicossocial e coordenar cuidados com outros especialistas quando necessário.
Como os profissionais de saúde podem apoiar os pacientes com epilepsia no manejo do estigma?
Eles podem oferecer suporte emocional, educar sobre a doença para desmistificar o estigma e conectar os pacientes com grupos de apoio.
Como a epilepsia pode impactar a vida diária dos pacientes?
A epilepsia pode afetar a capacidade de dirigir, realizar tarefas domésticas, participar de atividades sociais e de lazer, além de impactar o desempenho escolar e profissional.
Quais medidas de segurança devem ser tomadas por pacientes com epilepsia em suas atividades diárias?
Medidas incluem evitar atividades perigosas sem supervisão, usar capacetes durante esportes, e ter supervisão ao nadar ou tomar banho.
Quais são as restrições típicas para pacientes com epilepsia em relação à condução de veículos?
Restrições incluem um período sem crises antes de obter ou renovar a carteira de motorista, variando de acordo com a legislação local.
Como a legislação local pode afetar a capacidade de um paciente com epilepsia de obter uma carteira de motorista?
A legislação pode exigir períodos sem crises, relatórios médicos regulares e, em alguns casos, proibir a condução se o risco for considerado alto.
Quais são os desafios comuns enfrentados por pacientes com epilepsia no local de trabalho?
Desafios incluem discriminação, dificuldades em conseguir e manter emprego, e restrições em ocupações de alto risco.
Quais medidas podem ser tomadas para apoiar pacientes com epilepsia no local de trabalho?
Medidas incluem acomodações razoáveis, educação dos colegas de trabalho sobre epilepsia e implementação de políticas antidiscriminação.
Como a epilepsia pode impactar o desempenho escolar das crianças?
A epilepsia pode afetar o desempenho escolar devido a faltas frequentes, dificuldades de aprendizado relacionadas às crises e aos medicamentos, e estigmatização.
Quais são algumas estratégias para apoiar o desempenho escolar de crianças com epilepsia?
Estratégias incluem ajustes acadêmicos, suporte educacional individualizado, educação de professores e colegas sobre epilepsia, e monitoramento regular do progresso acadêmico.
Quais são as recomendações para a participação de crianças com epilepsia em esportes e atividades físicas?
Recomenda-se que as crianças participem de esportes e atividades físicas com supervisão adequada, evitando esportes de alto risco, e garantindo medidas de segurança para prevenir lesões durante crises.
Quais esportes são geralmente recomendados para crianças com epilepsia?
Esportes de baixo risco, como natação com supervisão, corrida, ciclismo com capacete, e esportes de equipe não agressivos são geralmente recomendados.
Como a epilepsia pode afetar as interações sociais das crianças?
A epilepsia pode levar ao isolamento social, bullying, baixa auto-estima e dificuldades em fazer e manter amizades.
Quais medidas podem ajudar a melhorar as interações sociais de crianças com epilepsia?
Medidas incluem educação de colegas sobre epilepsia, promover ambientes inclusivos, oferecer suporte psicológico e incentivar a participação em atividades sociais.
Como a epilepsia pode impactar as famílias dos pacientes?
A epilepsia pode causar estresse emocional, preocupações financeiras, impacto na dinâmica familiar e necessidade de adaptar a vida familiar para garantir a segurança do paciente.
Quais são algumas estratégias para apoiar famílias de pacientes com epilepsia?
Estratégias incluem oferecer suporte psicológico, grupos de apoio, educação sobre a condição e aconselhamento sobre manejo de crises e estresse.
Quais são os passos principais no manejo de emergências em crises epilépticas?
Passos incluem garantir a segurança do paciente, manter vias aéreas abertas, registrar a duração da crise, e administrar medicamentos de resgate se necessário.
Quando é necessário buscar ajuda médica durante uma crise epiléptica?
Ajuda médica é necessária se a crise durar mais de 5 minutos, se ocorrerem crises repetidas sem recuperação, ou se houver lesões ou dificuldades respiratórias.
Por que a adesão ao tratamento com medicamentos antiepilépticos é crucial para pacientes com epilepsia?
A adesão é crucial para controlar crises, prevenir recorrências, e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Quais são algumas barreiras comuns à adesão ao tratamento em pacientes com epilepsia?
Barreiras incluem efeitos colaterais dos medicamentos, esquecimentos, falta de entendimento sobre a importância do tratamento e questões financeiras.
Como a epilepsia pode afetar o sono dos pacientes?
A epilepsia pode causar distúrbios do sono, como insônia, despertares frequentes, apneia do sono e sonolência diurna excessiva, devido tanto às crises noturnas quanto aos efeitos colaterais dos medicamentos.
Quais estratégias podem ajudar a melhorar a qualidade do sono em pacientes com epilepsia?
Estratégias incluem manter uma rotina de sono regular, evitar estimulantes antes de dormir, tratar distúrbios do sono subjacentes, e ajustar a medicação antiepiléptica se necessário.