Drenagem de Tórax Flashcards
V ou F: Na drenagem de tórax é necessário que o tubo esteja conectado a um sistema coletor que deve ser posicionado abaixo da cavidade pleural para criar um gradiente pressórico, garantindo uma válvula unidirecional com selo d’água.
Verdadeiro
Como é feito o selo d’água?
Imersão da extremidade distal do tubo de drenagem à 2 cm da superfície da água/soro fisiológico
Quais as indicações de urgência de dreno de tórax?
Pneumotórax * (nem todos)
Hemotórax maciço
Rotura esofagiana com derrame de conteúdo gástrico no espaço pleural
Quais situações em pneumotórax exigem abordagem com dreno de tórax?
Volumoso > 1/3 do volume pulmonar Paciente instável PTX hipertensivo após punção descompressiva Paciente em ventilação mecânica Antes de transporte aéreo PTX recorrente ou persistente PTX traumático
Cite algumas situações em que o dreno de tórax pode ser necessário além dos casos de urgência
Derrame pleural
- Exsudativo (exceto parapneumônico simples)
- Parapneumônico complicado
- Maligno (com pleurodese)
- Recorrente
- Empiema
- Quilotórax
Pós cirurgia torácica (drenagem profilática)
Quais as contraindicações absolutas e relativas de drenagem de tórax?
Não existem contraindicações absolutas.
Relativas: aderências, coleção loculada, coagulopatia, infecção cutânea sobrejacente, doença maligna de parede torácica sobrejacente.
O que deve ser feito na drenagem de tórax com aderências intrapleurais ou coleção loculada?
Realizar o procedimento com uma TC ou US para guiá-lo
Além dos EPIs que garantirão o procedimento estéril, quais materiais são necessários à drenagem de tórax? (16)
Gaze Degermante (iodopolvidona ou clorexidina) Campo estéril Anestésico local (lidocaína 2%) Duas agulhas simples (gauges 25 e 18-22) Seringa 10-20 ml Cabo de bisturi e lâmina (11) 2 pinças hemostáticas longas (ex: Kelly) Dreno de tórax Porta agulha Fio 1.0 ou 0 não absorvível (nylon ou prolene) Tesoura Sistema coletor em selo d'água
Qual o diâmetro do dreno de tórax para adultos no caso de PTX? E no caso de empiema?
PTX: 20-24 FR
Empiema: 28-36 FR
Onde a drenagem de tórax pode ser feita?
Centro cirúrgico
Leito de UTI
Sala de procedimentos
Emergência: sala de trauma ou onde o paciente estiver internado
Como deve ser o posicionamento do paciente?
Decúbito dorsal ou lateral
Braço ipsilateral sob a cabeça para expor a parede torácica antero-lateral
Antes do procedimento, é necessário marcar o local de incisão, como garantir que o local é seguro?
Mantendo os limites do triângulo de segurança, região delimitada pela borda anterior do latíssimo do dorso, borda inferior do peitoral maior e o centro da axila.
O sítio de incisão deve ser no 5 ou 6 EIC entre a linha axilar média e anterior - evitando o diafragma, órgãos abdominais e mamas.
Após a marcação do sítio de dreangem, qual o próximo passo?
Antissepsia e garantir assepsia
degermação das mãos, EPI estéril, antissepsia local e campo estéril
V ou F: é necessário informar ao paciente os passos do procedimento buscando sua colaboração
Verdadeiro
Como é feita a anestesia na drenagem de tórax?
Anestesia dos 3 P: pele, periósteo e pleura
Com uma seringa 10-20 ml, agulha 25 gauge e lidocaína 2% faça um botão anestésico para a pele. Troque para uma agulha de calibre maior (18-22 gauge) e anestesie o subcutâneo, prossiga com a agulha até bater na costela e use 50% do anestésico no periósteo (borda superior da costela). A aspiração da seringa sempre antecede a infusão para evitar infusão intravascular, o espaço pleural é atingido quando na aspiração da seringa for coletado ar (PTX) ou líquido (derrame). Recue um pouco e anestesie a pleura parietal.
Como é feita a inserção e posicionamento do dreno?
A incisão na pele é feita com um bisturi (lâmina 11) 15 cm abaixo do EIC selecionado. Com uma pinça Kelly inicie uma dissecção romba em direção transversa progredindo pelo subcutâneo. Ao atingir a costela, direcione a dissecção para a margem superior e continue através do m. intercostal até a pleura parietal (queda súbita na resistência e som característico). A pinça deve ser aberta no espaço pleural para permitir a saída de ar ou líquido. O dedo indicador deve ser inserido no trajeto para testar perviedade, alargar e identificar a presença de aderências (se necessário removê-las). Para a colocação do tubo, as duas extremidades devem estar ocluídas com pinças Kelly. O tubo deve ser inserido com cautela. Uma vez no lugar, a 1ª Kelly deve ser desclampeada e a progressão do tubo deve ser feita com a mão, até a passagem do último orifício de drenagem, orientando o tubo com o indicador. TODAS AS FENESTRAS DO DRENO DEVEM ESTAR DENTRO DO ESPAÇO PLEURAL.
O tubo deve ser inserido para baixo nos derrames pleurais, em direção à base pulmonar. No PTX, o tubo é voltado pra cima em direção ao ápice. A tendência ao se inserir o tubo é ele ir para baixo, pode-se rodar 180º com a Kelly para orientá-lo para cima durante a inserção. Em situações associadas a trauma, o ATLS preconiza que o dreno seja direcionado para cima e para trás, independentemente do conteúdo drenado.
Como é feita a fixação do tubo?
Com porta agulhas e fio de sutura 1.0 ou 0 não absorvível (nylon ou prolene) aproximar as bordas da incisão com ponto em U ou Donnati e fixar o tubo com nós bailarina.
Após a inserção, posicionamento e fixação do tubo, qual a próxima etapa? Como ela é feita?
Conectar a extremidade distal do tubo no sela d’água e soltar a 2ª Kelly.
Como saber se o procedimento foi feito corretamente?
Raio x AP de tórax
Complicações comuns na drenagem de tórax
Hemorragia Hemotórax (lesão aa intercostais) Lesão de estruturas torácicas Neuralgia Enfisema subcutâneo Edema pulmonar de reexpansão (volumes > 1L) Infecção (local, empiema, pneumonia)
Critérios para remoção do dreno
a) No PTX
b) Em derrames pleurais
a) Quando houver reexpansão do parênquima pulmonar (quando parar de borbulhar no sistema coletor, realizar raio x de tórax para verificar).
b) 4 fatores: melhora clínica, reexpansão pulmonar em raio x de tórax, drenagem < 200 ml nas últimas 24h e com aspecto claro/seroso
Como é feita a remoção do tubo? Qual o risco?
Risco de PTX
Antissepsia e assepsia, retirada das suturas que fixam o tubo. A retirada deve ser feita no fim da expiração ou inspiração, uma possibilidade é no fim da inspiração em pacientes acordados e no fim da expiração nos que estão sendo ventilados. Quando for retirado, um assistente deve ocluir o ferimento com gaze estéril. Curativo compressivo e cicatrização por segunda intenção.