DIP 2 - João Flashcards
Onde o cryptococcus é encontrado?
Encontra-se no solo - Folhas e troncos de árvores tropicais, superfície das frutas, áreas contaminadas com fezes de pombo e outras aves.
Quais são os principais sorotipos de cryptococcus
Existem 2 sorotipos, sendo o gattii mais prevalente em imunocompetentes e o neoformans em imunocomprometidos.
Qual a patogenia da cryptococose
A infecção ocorre por inalação de partículas infecciosas em aerossol, a qual acabam atingindo o pulmão. Infecção via gastrintestinal ou inoculação cutânea e de mucosa são raras. Em geral, pacientes imunocompetentes tem a infecção restrita ao pulmão e não causa sintomatologia!!
Quais são os principais locais de infecção da cryptococcus
o SNC
o Miocárdio, pericárdio
o Gânglios linfáticos
o Trato gastrintestinal
o Fígado, baço, medula óssea, osteoarticular, adrenal
o Olhos, pele, próstata, sendo a próstata um reservatório crítico (evidencia de fungos no sêmen após terapia antifúngica intensa)
Quais os dois fatores que interferem na capacidade do cryptococcus de causar ca criptococose
• A virulência do fungo:
o Depende da cápsula, composta de material polissacarídeo que possui propriedade antifagocitária permitindo que o fungo se albergue e prolifere nos tecidos.
o Essa propriedade induz a efeitos deletérios - produção de enzimas (fenoloxidases, proteases, uréase) que protegem o fungo da ação dos radicais livres sintetizados pelas células efetoras do hospedeiro.
• A imunidade do hospedeiro (imunidade celular):
o Propriedade de eliminar ou sequestrar o fungo (deixar em latência).
o Participação das interleucinas e macrófagos nos mecanismos de resistência à infecção.
Como é o quadro clínico geral de um paciente com criptococose
A infecção inicial é por inalação, semelhante à TB. Acredita-se que a lesão inicial seja transitória. Principais formas: pulmonar e SNC, acomete outros locais
A forma pulmonar pode apresentar-se desde lesão assintomática, até forma grave com disseminação local (SARA – Síndrome da Angústia Respiratória Aguda), pode ocorrer em pacientes imunodeprimidos sem ser pelo HIV. O Rx pode mostrar nódulo solitário até extensas consolidações ou pneumonias intersticiais
Quais são os sintomas clássicos da criptococose
o Febre, tosse, expectoração, dor tipo pleurítica, dispneia emagrecimento e mais raramente hemoptise
Como é o quadro clínico da criptococose no SNC
A forma mais frequente é a meningítica, a qual representa 70% dos casos, sendo um quadro geralmente é subagudo ou crônico causando cefaleia, febre, rigidez de nuca, alterações visuais (diplopia, ↓ da acuidade), náuseas e vômitos. Alterações mentais como confusão, distúrbios de personalidade e memória além de convulsões, duração semanas ou meses também podem ocorrer.
O aumento da pressão intracraniana (HIC) é o grande problema, 50% chegam a ser 250 mmH2O. Na fundoscopia (Fundo de Olho) pode apresentar edema de papila e é obrigatória a punção lombar nesses casos.
Quais os exames complementares utilizados no diagnostico de criptococose
· Pesquisa direta
· Escarro, líquor, aspirado de medula óssea; exame a fresco, com auxílio de tinta da Nanquim, China ou Índia
· Cultura
o Sangue, líquor, lavado bronco-alveolar
· Histopatológico
o Fragmento obtido por biopsia, gânglios, tumorações,
· Antígeno criptocócicco (Látex)
o Teste de aglutinação positivo em 100% no LCR
· Por imagem
o Rx e CT tórax, CT e RNM de encéfalo
· Os pacientes com meningite ou meningoencefalite criptocócica apresentam, usualmente, contagem de LT-CD 4+ < 100 céls/mm3
Quais os principais medicamentos utilizados para tratamento da criptococose
· Anfotericina B desoxicolato
· Anfotericina B lipossomal
· Fluconazol
· Voriconazol (SNC)
· Itraconazol
· Fluocitosina
Qual espécie de Pneumocysitis que infecta e causa a pneumocistose em humanos
Pneumocistis jirovecii (carinii)
Quais os estágios do desenvolvimento do Pneumocystis jirovcii
· 2 estágios de desenvolvimento:
o Trofozoíto (ou forma trófica), observado como diminutos pontos (1 a 4μm).
o Cistos, presentes em conglomerados na luz dos alvéolos, medindo de 5 a 8μm.
—Esporozoíto, forma madura com 8 corpos intracísticos que se rompem e os 8 tornam-se trofozoítos haploides (ciclo este presente em animais submetidos a imunossupressão, também pode ocorrer no homem)
—Esse fungo não cresce em cultura!!
Qual a forma de transmissão da pneumocistose
Hoje a transmissão pessoa a pessoa (via respiratória) é o modo mais aceitável de adquirir novas infecções, a aquisição de fontes do meio ambiente, também é possível.
Como a infecção por pneumocystis se manifesta em pacientes imunocompetentes
No hospedeiro imunocompetente, a infecção primária é assintomática ou subclínica.
Como é a patogenia da pneumocistose
Quando inalado o fungo se deposita nos alvéolos e se liga ao pneumócitos tipo I que revestem os espaços alveolares. Após, ele se liga a sua principal célula contaminante, o macrófago alveolar e provoca a inativação dos mecanismos oxidativos intracelulares do macrófago. Não é muito clara a causa que leva à proliferação do fungo nas células ou como o hospedeiro lida com eles, só se sabe que a correlação entre sistema imune e o fungo é essencial para a evolução dessa micose. Existe, também a participação de citocinas pró inflamatórias e a ativação de linfócitos TCD4. Pode evoluir para outros tecidos extrapulmonares
Tendo em mente a patogenia da pneumocistose, cite os mecanismos de lesão da doença
· Destruição dos pneumócitos
· Infiltrado inflamatório
· Alteração no sistema surfactante
· Os fatores reunidos causam → importantes alterações intersticiais septais → levando a hipoxemia → alcalose respiratória → prejuízo na capacidade de difusão → alteração na complacência pulmonar
· Pneumonia intersticial
Como é o quadro clínico da pneumocistose
· Início insidioso (raros casos de insuficiência respiratória aguda e óbito em 5 dias)
· Fadiga
· Perda de peso
· Febre
· Tosse não produtiva
· Tosse produtiva (rara)
· Taquipneia
· Períodos de dispneia progressiva
· Cianose
· Taquicardia
· Ausculta pulmonar pobre
· Estertores em 1/3 dos pacientes
· Pneumotórax (dispneia aguda com dor torácica pleurítica)
O pneumocystis pode se instalar em outros órgãos fora os do sistema respiratório; Quais
· Pleura
· Linfonodos
· Fígado
· Baço
· Medula óssea
· Rim
· Cérebro
Como é o exame laboratorial clássico da pneumocistose
· Pancitopenia
· Linfócitos TCD4 inferior a 200 cels/mm3
· DHL aumentada, 320 a 20.000 U/L
· Gasometria pode apresentar hipoxemia
· VHS > 50mm/hora
Quais exames de imagem são solicitados para os pacientes com suspeita de pneumocistose; quais sã seus achados esperados;
· Radiografia de tórax: infiltrado intersticial difuso bilateral, poupando porções apicais sem adenomegalia hilar. O Rx pode ser normal.
· A TC de tórax de alta resolução mostra imagem em vidro fosco
· A TC e a RNM melhoram sensivelmente a resolubilidade das informações diagnósticas por imagem
Como é feito o diagnóstico clínico da pneumocistose;
· Deve ser suspeitada pneumocistose em pacientes imunossuprimidos com:
o Febre
o Dificuldade respiratória
o Alteração radiológica
o DHL aumentado
o PaO2 < 70mmHg em ar ambiente
Para diagnóstico específico da pneumocistose quais exames são solicitados;
· Técnica cito-histoquímica
· PCR
· Métodos rápidos
o Escarro
o Broncoscopia
§ Lavado e escovado brônquico
§ Lavado broncoalveolar (95% de probabilidade diagnostica e 100% de especificidade)
· Métodos invasivos
o Biopsia pulmonar transbrônquica
o Aspirado percutâneo do pulmão
o Biopsia pulmonar a céu aberto
o Necropsia
Como é o tratamento da pneumocistose;
Controle inicial:
· Repouso relativo (depende do caso)
· Oxigenoterapia se desnaturação estiver presente
· Dieta leve no primeiros dias
· Sintomáticos
· Controles gasométricos, de LDH, hematológicos, bioquímicos e metabólicos séricos e de imagem
Tratamento medicamentoso:
· Sulfametoxazol
· Ácido folínico
· Pentamidina
· Dapsona
· Clindamicina
A paracoccidioidomicose é uma doença granulomatosa sistêmica causada principalmente pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis e restrita a América Latina. Sobre as características do fungo exlique o que é um ser termodimórfico e como esses microrganismos sãso transmitidos para os humanos;
A paracoccidioidomicose (PCM) é causada por fungos termodimórficos, ou seja, na temperatura ambiente (25°C) o fungo está em forma de saprófito/micelial, mas em temperaturas do corpo humano (35°C) está em forma leveduriforme. Habitam no solo e sua prevalência é associada às áreas de desmatamento e em áreas de recente colonização. Ele é um fungo naturalmente patogênico que causa a doença em indivíduos imunocompetentes. É mais comum em áreas rurais (trabalho com o solo) e tabagistas, visto que o tabagismo destrói os cílios nasais e permitem a inalação do fungo. Possui como porta de entrada o sistema respiratório.