DIP 2 - João Flashcards
Onde o cryptococcus é encontrado?
Encontra-se no solo - Folhas e troncos de árvores tropicais, superfície das frutas, áreas contaminadas com fezes de pombo e outras aves.
Quais são os principais sorotipos de cryptococcus
Existem 2 sorotipos, sendo o gattii mais prevalente em imunocompetentes e o neoformans em imunocomprometidos.
Qual a patogenia da cryptococose
A infecção ocorre por inalação de partículas infecciosas em aerossol, a qual acabam atingindo o pulmão. Infecção via gastrintestinal ou inoculação cutânea e de mucosa são raras. Em geral, pacientes imunocompetentes tem a infecção restrita ao pulmão e não causa sintomatologia!!
Quais são os principais locais de infecção da cryptococcus
o SNC
o Miocárdio, pericárdio
o Gânglios linfáticos
o Trato gastrintestinal
o Fígado, baço, medula óssea, osteoarticular, adrenal
o Olhos, pele, próstata, sendo a próstata um reservatório crítico (evidencia de fungos no sêmen após terapia antifúngica intensa)
Quais os dois fatores que interferem na capacidade do cryptococcus de causar ca criptococose
• A virulência do fungo:
o Depende da cápsula, composta de material polissacarídeo que possui propriedade antifagocitária permitindo que o fungo se albergue e prolifere nos tecidos.
o Essa propriedade induz a efeitos deletérios - produção de enzimas (fenoloxidases, proteases, uréase) que protegem o fungo da ação dos radicais livres sintetizados pelas células efetoras do hospedeiro.
• A imunidade do hospedeiro (imunidade celular):
o Propriedade de eliminar ou sequestrar o fungo (deixar em latência).
o Participação das interleucinas e macrófagos nos mecanismos de resistência à infecção.
Como é o quadro clínico geral de um paciente com criptococose
A infecção inicial é por inalação, semelhante à TB. Acredita-se que a lesão inicial seja transitória. Principais formas: pulmonar e SNC, acomete outros locais
A forma pulmonar pode apresentar-se desde lesão assintomática, até forma grave com disseminação local (SARA – Síndrome da Angústia Respiratória Aguda), pode ocorrer em pacientes imunodeprimidos sem ser pelo HIV. O Rx pode mostrar nódulo solitário até extensas consolidações ou pneumonias intersticiais
Quais são os sintomas clássicos da criptococose
o Febre, tosse, expectoração, dor tipo pleurítica, dispneia emagrecimento e mais raramente hemoptise
Como é o quadro clínico da criptococose no SNC
A forma mais frequente é a meningítica, a qual representa 70% dos casos, sendo um quadro geralmente é subagudo ou crônico causando cefaleia, febre, rigidez de nuca, alterações visuais (diplopia, ↓ da acuidade), náuseas e vômitos. Alterações mentais como confusão, distúrbios de personalidade e memória além de convulsões, duração semanas ou meses também podem ocorrer.
O aumento da pressão intracraniana (HIC) é o grande problema, 50% chegam a ser 250 mmH2O. Na fundoscopia (Fundo de Olho) pode apresentar edema de papila e é obrigatória a punção lombar nesses casos.
Quais os exames complementares utilizados no diagnostico de criptococose
· Pesquisa direta
· Escarro, líquor, aspirado de medula óssea; exame a fresco, com auxílio de tinta da Nanquim, China ou Índia
· Cultura
o Sangue, líquor, lavado bronco-alveolar
· Histopatológico
o Fragmento obtido por biopsia, gânglios, tumorações,
· Antígeno criptocócicco (Látex)
o Teste de aglutinação positivo em 100% no LCR
· Por imagem
o Rx e CT tórax, CT e RNM de encéfalo
· Os pacientes com meningite ou meningoencefalite criptocócica apresentam, usualmente, contagem de LT-CD 4+ < 100 céls/mm3
Quais os principais medicamentos utilizados para tratamento da criptococose
· Anfotericina B desoxicolato
· Anfotericina B lipossomal
· Fluconazol
· Voriconazol (SNC)
· Itraconazol
· Fluocitosina
Qual espécie de Pneumocysitis que infecta e causa a pneumocistose em humanos
Pneumocistis jirovecii (carinii)
Quais os estágios do desenvolvimento do Pneumocystis jirovcii
· 2 estágios de desenvolvimento:
o Trofozoíto (ou forma trófica), observado como diminutos pontos (1 a 4μm).
o Cistos, presentes em conglomerados na luz dos alvéolos, medindo de 5 a 8μm.
—Esporozoíto, forma madura com 8 corpos intracísticos que se rompem e os 8 tornam-se trofozoítos haploides (ciclo este presente em animais submetidos a imunossupressão, também pode ocorrer no homem)
—Esse fungo não cresce em cultura!!
Qual a forma de transmissão da pneumocistose
Hoje a transmissão pessoa a pessoa (via respiratória) é o modo mais aceitável de adquirir novas infecções, a aquisição de fontes do meio ambiente, também é possível.
Como a infecção por pneumocystis se manifesta em pacientes imunocompetentes
No hospedeiro imunocompetente, a infecção primária é assintomática ou subclínica.
Como é a patogenia da pneumocistose
Quando inalado o fungo se deposita nos alvéolos e se liga ao pneumócitos tipo I que revestem os espaços alveolares. Após, ele se liga a sua principal célula contaminante, o macrófago alveolar e provoca a inativação dos mecanismos oxidativos intracelulares do macrófago. Não é muito clara a causa que leva à proliferação do fungo nas células ou como o hospedeiro lida com eles, só se sabe que a correlação entre sistema imune e o fungo é essencial para a evolução dessa micose. Existe, também a participação de citocinas pró inflamatórias e a ativação de linfócitos TCD4. Pode evoluir para outros tecidos extrapulmonares
Tendo em mente a patogenia da pneumocistose, cite os mecanismos de lesão da doença
· Destruição dos pneumócitos
· Infiltrado inflamatório
· Alteração no sistema surfactante
· Os fatores reunidos causam → importantes alterações intersticiais septais → levando a hipoxemia → alcalose respiratória → prejuízo na capacidade de difusão → alteração na complacência pulmonar
· Pneumonia intersticial
Como é o quadro clínico da pneumocistose
· Início insidioso (raros casos de insuficiência respiratória aguda e óbito em 5 dias)
· Fadiga
· Perda de peso
· Febre
· Tosse não produtiva
· Tosse produtiva (rara)
· Taquipneia
· Períodos de dispneia progressiva
· Cianose
· Taquicardia
· Ausculta pulmonar pobre
· Estertores em 1/3 dos pacientes
· Pneumotórax (dispneia aguda com dor torácica pleurítica)
O pneumocystis pode se instalar em outros órgãos fora os do sistema respiratório; Quais
· Pleura
· Linfonodos
· Fígado
· Baço
· Medula óssea
· Rim
· Cérebro
Como é o exame laboratorial clássico da pneumocistose
· Pancitopenia
· Linfócitos TCD4 inferior a 200 cels/mm3
· DHL aumentada, 320 a 20.000 U/L
· Gasometria pode apresentar hipoxemia
· VHS > 50mm/hora
Quais exames de imagem são solicitados para os pacientes com suspeita de pneumocistose; quais sã seus achados esperados;
· Radiografia de tórax: infiltrado intersticial difuso bilateral, poupando porções apicais sem adenomegalia hilar. O Rx pode ser normal.
· A TC de tórax de alta resolução mostra imagem em vidro fosco
· A TC e a RNM melhoram sensivelmente a resolubilidade das informações diagnósticas por imagem
Como é feito o diagnóstico clínico da pneumocistose;
· Deve ser suspeitada pneumocistose em pacientes imunossuprimidos com:
o Febre
o Dificuldade respiratória
o Alteração radiológica
o DHL aumentado
o PaO2 < 70mmHg em ar ambiente
Para diagnóstico específico da pneumocistose quais exames são solicitados;
· Técnica cito-histoquímica
· PCR
· Métodos rápidos
o Escarro
o Broncoscopia
§ Lavado e escovado brônquico
§ Lavado broncoalveolar (95% de probabilidade diagnostica e 100% de especificidade)
· Métodos invasivos
o Biopsia pulmonar transbrônquica
o Aspirado percutâneo do pulmão
o Biopsia pulmonar a céu aberto
o Necropsia
Como é o tratamento da pneumocistose;
Controle inicial:
· Repouso relativo (depende do caso)
· Oxigenoterapia se desnaturação estiver presente
· Dieta leve no primeiros dias
· Sintomáticos
· Controles gasométricos, de LDH, hematológicos, bioquímicos e metabólicos séricos e de imagem
Tratamento medicamentoso:
· Sulfametoxazol
· Ácido folínico
· Pentamidina
· Dapsona
· Clindamicina
A paracoccidioidomicose é uma doença granulomatosa sistêmica causada principalmente pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis e restrita a América Latina. Sobre as características do fungo exlique o que é um ser termodimórfico e como esses microrganismos sãso transmitidos para os humanos;
A paracoccidioidomicose (PCM) é causada por fungos termodimórficos, ou seja, na temperatura ambiente (25°C) o fungo está em forma de saprófito/micelial, mas em temperaturas do corpo humano (35°C) está em forma leveduriforme. Habitam no solo e sua prevalência é associada às áreas de desmatamento e em áreas de recente colonização. Ele é um fungo naturalmente patogênico que causa a doença em indivíduos imunocompetentes. É mais comum em áreas rurais (trabalho com o solo) e tabagistas, visto que o tabagismo destrói os cílios nasais e permitem a inalação do fungo. Possui como porta de entrada o sistema respiratório.
A paracoccidioidomicose possui duas formas clinicas. Quais são elas e suas respectivas características;
· Forma aguda/subaguda (juvenil)
o Linfadenomegalia, lesões mucocutâneas, hepatoesplenomegalia, comprometimento ósseo e medular, febre, emagrecimento.
o Sintomatologia respiratória mínima
o Quadro se instala em 4-12 semanas
· Forma crônica (do adulto)
o Comprometimento pulmonar, mucosa, pele, tosse crônica, perda ponderal (é confundida frequentemente com a tuberculose)
o 90% dos casos da PCM
o Pode se manifestar anos após o contato (latência)
Quais são os exames complementares solicitados para um paciente com suspeita de paracoccidioidomicose;
· Hemograma completo
· VHS
· AST (TGO), ALT (TGP)
· Fosfatasse alcalina, GGT
· Uréia, creatina, Na+, K+
· Eletroforese de proteínas
· Ultrassonografia abdominal
· Rx tórax, CT
Quais exames laboratoriais são solicitados para o paciente com paracoccidioidomicose;
Quais são o achados esperados;
· Escarro mesma técnica de coleta para diagnóstico de tuberculose
o Tossir para obter escarro proveniente da árvore brônquica e não de material expelido da nasofaringe
· A sensibilidade do exame direto no escarro é menor em pacientes que apresentam envolvimento radiográfico com padrão intersticial
· Às vezes é necessária broncoscopia ou biópsia pulmonar a céu aberto
· Microscopia direta de escarro, pus, tecido ou raspado de lesões sobre solução de KOH a 10% ou NaOH a 2% (hidróxido)
· • Cultura, em média, 4 semanas
· • Histopatologia: coloração pela prata Gromori-Grocott
Quais são os medicamentos utilizados para tratar a parcoccidioidomicose e como funciona o tratamento;
· Itraconazol (6-9 meses leve; 12-18 meses moderada)
· Co-trimoxazol (12 meses leve; 18-24 meses moderada)
· Anfotericina B (casos graves onde há acometimento de outros órgãos) (2-4 semanas – até estabilidade do quadro para prosseguir com os tratamentos menos tóxicos)
Qual o agente etiológico da toxoplasmose e como ocorre sua transmissão para o hospedeiro humano
Toxoplasma gondii; ubiquitário na natureza. É um protozoário, parasito intracelular obrigatório que tem como hospedeiros definitivos o gato e outros felídeos e como hospedeiros intermediários o homem e outros mamíferos, além de aves e répteis. A infecção é causada pela ingestão de alimentados contaminados por oocistos e taquizoítos. No ser humano, a infecção aguda adquirida é geralmente assintomática. Tem 3 cepas, na AIDS a mais frequente é a II.
Qual a patogenia da toxoplasmose;
No organismo, os protozoários se multiplicam e atacam diversos órgãos através do sangue, gerando uma infecção sistêmica, a qual ataca fígado, olhos, músculos, cérebro e pâncreas.
Como é o quadro clínico da toxoplasmose;
· Período de incubação (1 a 4 semanas)
· Fonte infecção × carga parasitária
· Febre
· Mialgia
· Encefalite, hemiparesia, convulsões, confusão mental (SNC - imunodeprimidos)
· Adenopatia
· Cefaleia
· Cronicidade da infecção
· Lesão ocular (Retinocoroidite)
· Marcador sorológico - IgM / IgG
O diagnóstico da toxoplasmose é principalmente clínico, contudo existem outros tipos de diagnóstico, como epidemiologico, histologico e sorologico que auxiliam na decisão final de toxoplasose. Como é feito cada um desses diagnosticos complementares;
· Epidemiológico
o Investigar presença de felídeos no ambiente domiciliar
o Manuseio de terra, jardins, hortas sem proteção
o Hábitos alimentares
o Doenças imunossupressoras
· Histológico
o Cistos e Trofozoítas identificados em sangue ou tecidos
· Sorológico
o Imunofluorescência Indireta e ELISA em sangue e fluido cérebro-espinhal, DNA do toxoplasmose x PCR
o Anticorpo detectável após 8 a 10 dias de infecção
o Num indivíduo imunocompetente, sorologia negativa praticamente afasta o diagnóstico
O que pode ser encontrado no exame laboratorial de toxoplasmose;
o Leucócitos normais ou baixos, com linfocitose, mas sem anticorpos heterófilos
Quais exames de imagem são utilizados para auxiliar no diagnóstico de toxoplasmose;
o Rx (pneumonia intersticial)
o Neuroimagem múltiplas lesões gânglios da base
Diagnóstico de neurotoxoplasmose:
· TC de crânio com e sem contraste
o Características: frequentemente múltiplas lesões hipodensas, com reforço de contraste (imagem em anel) envolvendo gânglios da base
o Pode haver raramente lesão única ou mesmo encefalite difusa
Quais medicamentos são utilizados no tratamento da toxoplasmose;
· Sulfazidina
· Pirimetamina
· Ácido folínico
· Co-trimoxazol
Como ocorre a infecção congênita da sífilis?
Lesão direta na placenta e no cordão umbilical
* Disseminação hematogênica com imunocomplexos circulantes e deposição em órgãos-alvo
* Transmissão via placentária, canal de parto (contato com lesões genitais) ou durante o aleitamento
materno (contato com lesões sifilíticas)
De que formas ocorrem as infecções congênitas?
Intraútero, durante o parto ou no pós-parto
Quais são os principais fatores de risco para a sífilis congênita?
- Baixo nível sócio-economico
- Promiscuidade sexual
- Falta de acesso ao sistema de saúde
- Uso de drogas
- Abandono da escola
- Ausência de assistência pré-natal adequada
- Gestante adolescente e/ou solteira
Qual é o quadro clínico característico da sífilis congênita?
- Abortamentos e óbitos fetais: aspecto macerado, lesões vesiculares e hidropsia fetal
- Prematuridade, RCIU
- RN com quadro septicêmico → óbito
- RN assintomáticos (mais de 60%) que poderão apresentar alterações nas fases subsequentes da vida
- Precoce: antes dos 2 primeiros anos de vida (60%)
- Tardia: após os 2 primeiros anos
A sífilis congênita é dividida em precoce (primeiros 2 anos de vida) e tardia 9após os primeiros 2 anos de vida). Na SC precoce quais são os sintomas vicerais da doença?
- Hepatomegalia (75 a 100%)
- Hepatite, esplenomegalia, hiperesplenismo
- Anemia, purpura e icterícia
- Pancreatite, síndrome disarbsortiva
- Obstrução intestinal, ECN, S. nefrítica ou nefrótica
- Pneumonia intersticial (alba) - rara
- Miocardite
- O fígado é o primeiro órgão acometido e o mais frequente
A sífilis congênita é dividida em precoce (primeiros 2 anos de vida) e tardia 9após os primeiros 2 anos de vida). Na SC precoce quais são os sintomas mucocutâneos da doença?
- Erupção maculo-papulosa com vesiculação e descamação
- Pênfigo palmo-plantar e Hepatoesplenomegalia
- Erupção descamativa lembrando as lesões da sífilis secundária
- Condiloma plano (após 2 a 3 meses)
- Fissuras periorais e rágades
- Rinite pio-sanguinolenta – ao fim da primeira semana de vida
- Perda de cílios e cabelos
- Palidez por anemia, icterícia, púrpura e edema generalizado (hidropsia fetal)
A sífilis congênita é dividida em precoce (primeiros 2 anos de vida) e tardia 9após os primeiros 2 anos de vida). Na SC precoce quais são os sintomas esqueléticos da doença?
- Metafisite e osso subperiosteal (periostite – 70% dos casos)
- Aspecto em “saca-bocada”
- Sinal de Wegner
- Área radiotransparente medial da metáfise proximal da tíbia (erosão bilateral do
côndilo medial) - Sinal de Wimberger
- Tendência para a cura sem antibioticoterapia
- Pseudoparalisia de Parrot
- Dor devida à osteocondrite
- Diafisite com muitos calos ósseos secundários às fraturas
A sífilis congênita é dividida em precoce (primeiros 2 anos de vida) e tardia 9após os primeiros 2 anos de vida). Na SC precoce quais são os sintomas do SNC da doença?
- Alterações do SNC
- 60% dos RN (90% nos sintomáticos e 10% nos assintomáticos)
- Meningite aguda entre 3 e 6 meses de vida (LCR sugere meningite asséptica com VDRL positivo)
- Alt. meningovasculares crônicas (no fim do primeiro ano de vida) → hidrocefalia progressiva, paralisias
de nervos cranianos, deterioração mental progressiva - Hipoglicemia refratária por envolvimento da hipófise anterior
- Alterações oculares – (entre 5 e 20 anos)
- Coriorretinite com fundo de olho em “sal e pimenta”
- Glaucoma, uveíte, catarata
- Cancro na pálpebra
Na sífilis congênita tardia (após 2 anos) a sintomatologia é diferente da precoce, qual são os sintomas da SC tardia?
- Dentes de Hutchinson
- Molares em amora
- Fronte olímpica
- Nariz-em-sela
- Região malar curta com palato ogival
- Rágades periorais
- Alargamento esternoclavicular (sinal de Higoumenaki)
- Tíbia em sabre e defeitos na dentição
- Gomas do véu paladar; rágades
- Hidrocefalia, lesões de nervos cranianos, mielite, tabes dorsalis
- Periostite persistente ou recorrente
- Dactilite
- Tríade de Hutchinson (dentes, ceratite e surdez)
- Reações de hipersensibilidade
- Ceratite intersticial
- Surdez do VIII par craniano (vida adulta)
- Articulações de Clutton (sinovite)
Como é feito o diagnóstico por exames da sífilis congênita?
- Microscopia em campo escuro – evidencia os treponemas vivos (sífilis primária)
- Testes sorológicos
- Varia conforme o estágio da doença
- Não são positivos antes de 1 e 4 semanas após o cancro
- No PI e na sífilis primária – 30% com testes não treponêmicos negativos
- Exame radiológico
- Exame do LCR
- Celularidade, perfil proteico
- VDRL
- Exame hematológico
- Não é cultivada in vitro (cultura)
Nos exames diagnósticos de sífilis congênita temos o teste sorológico. Quais são esses testes e como eles funcionam?
- Não-Treponêmicos – detecta resposta autoimmune (IgM e IgG) à cardiolipina tecidual, modificada pelo
espiroqueta; quantitativo - VDRL/RPR (floculação) → Triagem sorológica
- Wasserman (fixação de complemento)
- Treponêmicos (qualitativos) → Confirmação
- FTA-Abs (Fluorescent Treponemal Antibody Absorption)
- TPHA (Treponema pallidum Hemagglutination Assay)
- TP-PA (gelatina)
- ELISA
De acordo com o resultado dos exames sorológicos podemos classificar o diagnostico em categorias. Quais são elas e os resultados esperados dos exames para aquela classificação?
1) Diagnóstico definitivo ou altamente provável:
–Identificação do Treponema pallidum pelo microscópio de campo escuro, exame histológico ou teste de reatividade em coelho.
–Títulos sorológicos no RN 4 vezes maiores do que os maternos ou títulos ascendentes com teste treponêmico positivo.
2) Diagnóstico provável
–Reações sorológicas positivas na presença de sintomas sugestivos
–VDRL positivo no liquor
–Reações sorológicas positivas após o 15° mês de vida
3) Diagnóstico possível
–Reações sorológicas positivas em ausência de sintomas sugestivos
4) Diagnóstico improvável
–Testes sorológicos (treponêmicos e não-treponêmicos) negativos antes do 6 mês de vida
Como se interpretam os exames sorológicos de sífilis congênita?
tabela no meu zap
Quais são os principais meios de prevenção da sífilis congênita na gestante?
- Testes sorológicos em todas as gestantes na primeira consulta de pré-natal, no terceiro trimestre e no
momento do parto - Alta do RN somente após o resultado do VDRL materno
- Toda gestante com sífilis deve ser testada para o HIV
- Precauções de contato para todos os casos suspeitos ou confirmados de sífilia congênita, até 24 horas do
início do tratamento
Quais os medicamentos utilizados e critérios das suas utilizações no tratamento da sífilis congênita em um filho de gestante não tratada ou tratada de forma errada?
Penicilina Procaína:
– alterações sorológicas e/ou radiológicas e/ou clínicas
Penicilina Cristalina:
– alterações liquóricas presentes
Penicilina Benzatina:
– alterações ausentes e sorologia negativa do RN
Como é a patogenia da toxoplasmose congênita (fase aguda e latente)
- Fase aguda da infecção pelo T.gondii
- Taquizoítos
Fase de multiplicação rápida em todas as células do hospedeiro
Parasitemia - Resposta imune
- Fase latente da infecção
- Cistos - bradizoítos
Cistos = fase latente ou crônica da toxoplasmose
Imunodepressão → reagudização do processo (rompimento dos cistos e liberação dos
bradizoítos)
Como ocorre a transmissão do Toxoplasma gondii para o corpo humano?
- Transmissão após o nascimento: oocistos e cistos
- Transmissão direta (oocistos)
- Por hospedeiro paratênico (cistos)
- Transmissão congênita: taquizoítas
- Por infecção aguda materna
- Recrudescência de infecção crônica
Quais são os principais mecanismos de lesão do Toxoplasma gondii
- Destruição de células parasitadas (taquizoítas) → reação inflamatória → granulomas
- Rupturas de cistos → tecidos necrosados (manifestação de hipersensibilidade
- Vasculite → infarto necrosado
- Vasculites periaquedutais e periventriculares → necrose e calcificações
A toxoplasmose é dividida em 3 fases. Quais são elas?
- Fase proliferativa (aguda) → morte do hospedeiro, cura ou diminuição dos sintomas
- Fase crônica: caracterizada pela formação cística
- Fase de reagudização (imunocomprometidos)
Como é o quadro clínico da toxoplasmose aguda?
- Linfoadenopatia
- Forma localizada ocular (coriorretinite)
- Forma aguda disseminada
- No imunodeprimido
Encefalite de início subaguda
A ressonância magnética é o exame de escolha (anel de realce contrastado)
Como é o quadro clínico do paciente com toxoplasmose congênita?
- Primoinfecção ou por reativação da doença em imunocomprometidas
- Doença manifesta no período neonatal
- Doença grave ou discreta nos primeiros meses de vida
- Sequela ou reativação de uma infecção prévia, não diagnosticada
- Infecção subclínica (a maioria)
- Prognóstico fetal conforme a idade gestacional da infecção materna
Quais as manifestações da toxoplasmose congênita grave?
- Forma neurológica/Tétrade de Sabin
- Alterações liquóricas com pleocitose, hipoglicorraquia e proteínas acentuadamente
elevadas - Forma generalizada (infecção fetal mais tardia)
- A hidrocefalia pode ser a única manifestação clínica e pode ser vista no período perinatal ou mais
tarde na infância - Degeneração grave do olho em uma criança com um ano de idade que morreu de toxoplasmose
congênita - Coriorretinite
- É a sequela mais frequente (20%)
- Risco de novas lesões por muitos anos (85% dos casos)
Como é feito o diagnóstico por exames da toxoplasmose?
- Isolamento do T. gondii no sangue ou fluidos corpóreos
- Cistos na placenta ou tecidos
- Demonstração de antígenos em tecidos ou fluidos por PCR-DNA ou testes sorológicos
- Inoculação de leucócitos, fluidos ou fragmentos de tecidos em cobaias
- Cultivo em tecidos
- Pesquisa de anticorpos IgG: ELISA, IFA, hemaglutinação indireta e aglutinação direta
- IgG positiva: exposição ao parasita
- Exames sorológicos de duas amostras coletadas: diferenciação entre infecção recente ou em passado
distante - Para a pesquisa de anticorpos IgM: DS-ELISA IgM, ISAGA e hemaglutinação reversa
- IgM positiva: infecção recente (detectáveis por 6 a 9 meses)
- Se negativa: exclui o diagnostico de infecção recente
- IgM positivo → fazer avidez de IgG, IgA e IgE
- IgA/IgE positiva: infecção recente
Como é feito o diagnóstico por exames de toxoplasmose no feto?
- PCR no líquido amniótico → diagnóstico pré-natal da toxoplasmose congênita (sensibilidade de 92% e
especificidade de 100%) - Ultrassonografia fetal
- Análise de sangue fetal através de cordocentese
- Exame da placenta
Quais os achados dos exames laboratoriais da toxoplasmose?
- Quando investigar
- Suspeita – avaliações, LCR, CT, US
- Infecção congênita confirmada
- Anticorpos IgM ou IgA ou IgE nos primeiros 6 meses de vida ou títulos ascendentes de IgG
- Persistência de IgG após os 12 meses
- Exame da placenta com PCR ou cortes histológicos com imunoperoxidase
- PCR positivo no líquido amniótico após a 18a semana (70%)
- Acs IgM no LCR → infecção no SNC
- Pleocitose persistente e hiperproteinorraquia → indicativas de toxoplasmose
- Diagnóstico de certeza: antígenos de Toxoplasma no LCR