Constituição e desdobramentos da noção de subjetividade na Modernidade Flashcards

1
Q

Como foi dito acima, por estranho que pareça, nosso modo atual de entendermos nossa experiência como indivíduos autônomos não é natural nem necessário, mas sim parte de um ___________ de amplas transformações pelas quais o homem tem passado em sua história, sobretudo na Modernidade.

A

movimento

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2
Q

De forma simplificada, podemos dizer que nossa noção de subjetividade privada data aproximadamente dos últimos três séculos: da passagem do Renascimento para a Idade ___________.

A

Moderna.

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3
Q

O sujeito moderno teria se constituído nessa passagem e sua crise viria a se consumar no final do século _________.

A

XIX.

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4
Q

Em A invenção do psicológico, desenvolvemos a idéia de que no ________________ teria surgido uma experiência de perda de referências.

A

Renascimento

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5
Q

A ___________ do mundo medieval e a abertura do ocidente ao restante do mundo teriam lançado o homem europeu numa condição de desamparo.

A

falência

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6
Q

A experiência medieval fazia com que o homem se sentisse parte de uma ordem _________ que o amparava e constrangia ao mesmo tempo.

A

superior

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7
Q

Por um lado, a perda desse sentimento de comunhão com uma ordem superior traz uma grande sensação de ___________ e a possibilidade de uma abertura sem limites para o mundo, mas, por outro, deixa o homem perdido e inseguro: como escolher o que é certo e errado sem um ponto seguro de apoio?

A

liberdade

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8
Q

O Renascimento foi, por tudo isto, um período muito rico em variedade de formas e ___________ e de produção intensa de conhecimento.

A

experiências

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9
Q

O ________ com a diversidade das coisas, dos homens e das culturas impôs novos modos de ser.

A

contato

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10
Q

Não podendo esperar pelo conselho de uma figura de autoridade, o homem viu-se obrigado a escolher seus caminhos e arcar com as __________ de suas opções.

A

consequências

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11
Q

Nesse contexto houve uma valorização cada vez maior do “__________”, que passou a ser pensado como centro do mundo.

A

Homem

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12
Q

A crença em _________ não desapareceu então, mas parece que Ele se distanciou e colocou-se “sobre” o mundo: Ele foi o criador da ordem do mundo e cabe ao Homem admirá-la, conhecendo e controlando a natureza.

A

Deus

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13
Q

Assim, o mundo passou a ser considerado cada vez menos como ________ e mais como objeto de uso — movido por forças mecânicas — a serviço dos homens.

A

sagrado

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14
Q

Essa transformação é parte essencial da origem da ciência __________.

A

moderna.

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15
Q

A grande valorização e confiança no Homem, geradas pela concepção de que ele é o ________ do mundo e livre para seguir seu caminho, fazem nascer o humanismo moderno.

A

centro

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16
Q

O século XVI vê surgirem diversos personagens, reais ou fictícios, donos de um “mundo _______ ” rico e profundo. Leonardo da Vinci, Dom Quixote, Hamlet, entre muitos.

A

interno

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17
Q

Além disto, os personagens literários contribuíam também para a construção da __________ dos leitores.

A

interioridade

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18
Q

Segundo Philippe Ariès, em História da vida privada (Companhia das Letras, vol. 3, 1991), o surgimento da imprensa proporcionou uma das experiências mais decisivas da modernidade: a _________ da leitura silenciosa.

A

difusão

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19
Q

Ela possibilita que se escape ao controle da comunidade e cria um diálogo interno que desenvolve a ______________ de um ponto de vista próprio.

A

construção

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20
Q

O trabalho intelectual passa a ser ___________ um ato individual e mesmo a religiosidade pôde se tornar uma questão íntima, já que cada vez mais pessoas podiam ter acesso diretamente aos textos sagrados, sem a intermediação de sacerdotes.

A

progressivamente

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21
Q

Certamente essa experiência foi fundamental à Reforma ____________, movimento essencial na formação do sujeito moderno.

A

protestante

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22
Q

O pensador francês Michel de Montaigne dá um testemunho clássico da valorização da __________.

A

interioridade.

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23
Q

Na introdução de seus Ensaios, diz ao leitor que tomará a si mesmo como assunto, ainda que sua vida seja comum, totalmente desprovida de feitos ______ ou notáveis, O “eu” de Montaigne será o assunto do livro e, enquanto o livro vai sendo escrito (ao longo de quase vinte anos e mais de mil páginas), esse “eu” vai se transformando.

A

heróicos

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24
Q

O livro foi muito criticado com o argumento de que uma vida comum não mereceria ser objeto de tal obra, mas a questão que nos interessa é justamente o surgimento da _____________ de cada indivíduo, da construção de cada individualidade única.

A

valorização

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25
Q

A obra de Montaigne também foi considerada fruto de uma extrema ____________.

A

vaidade.

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26
Q

Mas há aí um ___________: ao mesmo tempo em que indubitavelmente o autor valoriza seu “eu”, ele denuncia a grande ilusão do homem ao se pretender um ser privilegiado na natureza capaz de conhecê-la e dominá-la.

A

paradoxo

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27
Q

Toda a falta de referências absolutas a que nos referimos mais acima fez renascer também uma escola da filosofia grega chamada _______________.

A

ceticismo.

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28
Q

Os céticos achavam impossível que pudéssemos obter algum conhecimento seguro sobre o mundo: a qualquer afirmação pode ser _____________ outra de igual valor; qualquer impressão que tenhamos pode ser um engano de nossos órgãos dos sentidos.

A

oposta

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29
Q

Assim, podemos considerar que a constituição do sujeito moderno é _______________ ao início da crítica a este mesmo sujeito: autores como Montaigne, Erasmo e Shakespeare vão denunciand desde então a vaidade do homem, que passa a assumir os atributos até então próprios a Deus (cf. Santi, 1997).

A

contemporânea

30
Q

A descrença cética somada ao grande individualismo nascente acabaram por produzir uma reação que, na verdade, assumiu duas feições bem distintas: a reação _______________ e a reação empirista.

A

racionalista

31
Q

Em ambas, contudo, tratava-se de estabelecer novas e mais seguras bases para as _______ e para as ações humanas, e procuravam-se essas bases no âmbito das experiências subjetivas.

A

crenças

32
Q

Já no século XVI surgiram __________ de conter e circunscrever as ações dos homens.

A

tentativas

33
Q

É como se houvesse o desejo de poder voltar ao mundo ___________, em que uma única ordem reinava.

A

medieval

34
Q

Mas, como não é possível voltar no tempo, a ordem a ser buscada a partir de então tinha que levar em consideração uma série de novas crenças do homem, sobretudo a recém-adquirida crença na _________.

A

liberdade

35
Q

A Igreja __________ e as novas Igrejas Protestantes (Luteranos e Calvinistas) fizeram um esforço enorme em articular a crença num Deus onipotente e o livre-arbítrio humano.

A

Católica

36
Q

Uma solução — bastante precoce, mas cujo espírito foi muito duradouro — foi dada pelo _______________ Pico Delia Mirandola que, ainda no final do século XV, reescrevendo a Gênese, chegou à Concepção de que a liberdade teria sido o grande e exclusivo dom que Deus teria dado ao homem, já que este teria sido o último dos seres a ser criado e nenhuma matéria original restara para forjá-lo.

A

humanista

37
Q

Tendo o dom da liberdade, o homem pode ser __________ se fizer um bom uso dela e punido caso se deixe perder do bom caminho.

A

recompensado

38
Q

Essa articulação é importante na medida em que, preservando a crença na liberdade humana, coloca-se a __________ de dirigir essa liberdade com muita disciplina a um caminho reto.

A

imposição

39
Q

O sujeito deve “sujeitar-se”, uma vez mais, a uma ordem superior, ______________ seus desejos e projetos particulares.

A

desvalorizando

40
Q

Daí surge um __________ onde o corpo, sobretudo, deve ser controlado e desvalorizado, pois ele sempre é fonte de desejo e dispersão (cf. “O silêncio e as falas do corpo”, em Figueiredo, 1995).

A

regime

41
Q

Essa reação à dispersão surgiu, primeiramente, como era de se esperar, no âmbito __________, embora tenha se espalhado para muito além dele.

A

religioso

42
Q

Entre a ____________ e a Contra-Reforma vão nascendo tanto a individualidade quanto os modos de controle do indivíduo que conhecemos até hoje.

A

Reforma

43
Q

A maior parte dos estudos sobre a modernidade costuma identificar como seu marco de início o pensamento de ____________, o fundador do racionalismo moderno.

A

Descartes

44
Q

Certamente, a constituição da _________________ foi altamente complexa e longa, mas, se é preciso estabelecer um marco, Descartes se presta bem a isto.

A

modernidade

45
Q

Descartes pretende estabelecer as condições de possibilidade para que obtenhamos um conhecimento seguro da ___________.

A

verdade.

46
Q

Ele se alinha entre aqueles que quiseram superar a grande dispersão do _____________ e, o que talvez é o mais importante, superar o ceticismo.

A

Renascimento

47
Q

Ao lermos as primeiras páginas do ___________ do método, vemos o depoimento de um homem nascido no limite do Renascimento em meio a uma profusão tamanha de idéias e opiniões, que se via levado a desacreditar todas elas.

A

Discurso

48
Q

Não querendo entregar-se ao __________, impôs-se o projeto de buscar alguma verdade sobre a qual não pairasse a menor sombra de dúvida e pudesse, assim, tornar- se o fundamento para toda a construção de conhecimento válido.

A

ceticismo

49
Q

Para isto, curiosamente, utilizou o instrumento __________: a dúvida.

A

cético

50
Q

Sua intenção era submeter toda e qualquer idéia, impressão ou crença a uma dúvida metódica: as idéias erradas seriam descartadas; as incertas seriam igualmente descartadas, ao menos provisoriarnente; somente idéias absolutamente claras e distintas poderiam ser consideradas verdadeiras e servir de base para a filosofia e as _________.

A

ciências.

51
Q

Tudo aquilo que se mostrasse incerto teria que ser analisado a partir do elemento __________ revelado ao final do processo.

A

verdadeiro

52
Q

O procedimento parece conduzir Descartes ao __________.

A

ceticismo.

53
Q

Seus mestres, os livros, as leis e os critérios morais de cada cidade, tudo parece _______.

A

incerto.

54
Q

Seus Órgãos do sentido também se mostram passíveis de enganos e seus sentimentos ainda mais, por serem tão ________.

A

mutáveis.

55
Q

Conforme a dúvida se aprofunda, Descartes se vê cada vez mais acuado, até imaginar a existência de um “gênio _________”, capaz de enganá-lo em toda e qualquer idéia que fizesse do mundo.

A

maligno

56
Q

Nesse ponto extremo da dúvida, quando parece que ela é _________, Descartes inverte a questão e acredita ter superado a dúvida e encontrado um fundamento inquestionável para o conhecimento.

A

insuperável

57
Q

Ele diz: parece que tudo o que tomo como objeto de meu julgamento se mostra incerto, mas, no momento mesmo em que duvido, algo se mostra como uma idéia inclubitável; enquanto duvido, existe ao menos a ação de duvidar, e essa ação requer um __________.

A

sujeito.

58
Q

Daí nasce a famosa frase “penso, logo _______”.

A

existo

59
Q

Todo o movimento de duvidar traz a evidência de que, ao menos enquanto um ser que _________ (e duvida), eu existo.

A

pensa

60
Q

Esta é minha única certeza: eu ainda não sei se os outros existem e mesmo se meu próprio corpo ______.

A

existe.

61
Q

A evidência primeira é a de um “______” e ele será a partir de agora o fundamento de todo o conhecimento.

A

eu

62
Q

Descartes é tomado como inaugurador da modernidade no sentido em que ele marca o fim de todo um conjunto de crenças que fundamentavam o _____________.

A

conhecimento.

63
Q

O homem moderno não busca a verdade num além, em algo ____________; a verdade agora significa adquirir uma representação correta do mundo.

A

transcendente

64
Q

Essa representação é _______, ou seja, a verdade reside no homem, dá-se para ele.

A

interna

65
Q

O sujeito do conhecimento (o “eu”) é tornado agora um elemento ____________, “fora do mundo”, pura representação sem desejo ou corpo, e por isto supostamente capaz de produzir um conhecimento objetivo do mundo.

A

transcendente

66
Q

O filósofo Francis Bacon, contemporâneo de Descartes, pode ser apresentado como o fundador do moderno ____________.

A

empirismo.

67
Q

Sua preocupação, como a de Descartes, era a de estabelecer bases seguras para o conhecimento válido e, também como Descartes, ele as procurava no campo das experiências ________.

A

subjetivas.

68
Q

A diferença era que para Bacon a razão deixada em total ____________ pode-se tornar tão especulativa e delirante que nada do que produza seja digno de credito.

A

liberdade

69
Q

É necessário dar à ________ uma base nas experiências dos sentidos, na percepção, desde que essa percepção tenha sido purificada, liberada de erros e ilusões a que está submetida no cotidiano.

A

razão

70
Q

Bacon escreveu uma série de obras importantes, entre as quais o Novum organum, em que elabora suas propostas de como se livrar do erro e encontrar a verdade tendo como base a experiência subjetiva _________ e racional.

A

sensorial