Climatério, Distopia e Incontinência Urinária Flashcards
Conceitos
- Climatério: período fisiológico que se inicia desde os primeiros indícios de insuficiência ovariana, mesmo que regulares ou ovulatórios, e termina na senectude(senilidade) aos 65 anos. Nem sempre é sintomático.
- Perimenopausa: período antes da menopausa.
- Menopausa: evento fisiológico por envelhecimento ovariano e perda da função acontece entre 46 e 52 anos.
- Pós menopausa: período que se inicia 12 meses após a última menstruação e vai até os 65 anos.
Classificação das etapas da vida reprodutiva - Straw +10
- Três categorias: reprodutiva, transição menopausa e pós-menopausa ( e suas subdivisões totalizam 10 categorias)
- Se baseia nas mudanças observadas no ciclo menstrual (não se usa dados laboratoriais só clinica)
- Para SOP (ginecopatia) ou cx de ciclo menstrual o dx é realizado por critérios de suporte e sintomas
Menopausa
- Apesar de ter influência do eixo HHO, é um evento ovariano secundário à artéria fisiológica dos folículos primordiais
- Pode ocorrer de forma natural ou artificial (cirurgias)
- Ovário não produz mais estrogênio e progesterona (diminuição folicular) → Estrogênio passa a fazer aromatização periférica (em gordura e músculos) → Forma estrona (menos eficaz)
Climatério
- Diagnóstico clínico, não necessita laboratoriais
- FSH >40 mUl/ml e Estradiol (E2) < 20 pg/ml
- Primeiros indícios de falha ovariana até 65 anos
- Sintoma mais frequente: Irregularidade menstrual
- Queixa mais comum: Fogachos (85%)
- ↓ Folículos e envelhecimento → ↓ de inibida B (desativa Feedback negativo sobre hipófise)→ ↑ FSH (na tentativa de recrutar mais folículos)
- Perda de folículos diminui níveis de estradiol e esse não estimula mais o LH, não havendo formação de corpo lúteo e sem produção de progesterona
- Níveis de estradiol não são suficientes para estimular endométrio levando a amenorreia
Pós-Menopausa
- Na tentativa de adequar estradiol pelos ovários a hipófise é ativada por picos de GnRH e secretar gonadotrofinas fazendo um HIPOgonadismo HIPERgonadotrófico
- Redução da resposta ovariana à gonadotrofinas e níveis de FSH e LH elevados nos primeiros anos após menopausa
- Hormônio Antimulleriano diminui para níveis indetectáveis pos menopausa (marcador de folículos ovarianos)
- Aromatização periferica pela androstenediona em ESTRONA (principal estrogênio nesta fase) sem produção de progesterona
Consequências do HIPOESTROGENISMO
- Há receptores de estrogênio em vários locais do organismo
- Apenas 15% das mulheres não apresentarão sintomas no climatério
- Alterações ciclo menstrual: irregularidade menstrual (queixa mais frequente de transição menopausa) por ciclos anovulatórios (frequência, duração ou fluxo). Se sg intenso investigar mioma/pólipos
- Sintomas vasomotores: sintoma mais comum com fogachos e suores noturnos (↑ risco CDV, cognitivo e ósseo e na QV)
Fogachos - HIPOESTROGENISMO
- Súbito calor em face, pescoço e superior do tronco e braços que se generaliza
- C/ enrubescimento da pele e sudorese c/ ↑ fluxo sg cutâneo, taquicardia e ↑ temp da pele (vasodilatação).
- Ocorre por redução de estrogênio em neutransmissores cerebrais causando irregularidade hipotalâmica.
- Cada episódio dura de 2-4 minutos, mais comum à noite
- Duração dos sintomas vasomotores é de 7,4 anos (média) e quanto mais precoce é melhor preditor para duração dos sintomas
- Outros fatores associados a maior duração dos sintomas: IMC elevado, tabagismo, grau de sensibilidade ao sintomas, ansiedade, estresse.
Sintomas HIPOESTROGENISMO
- Alterações no sono: menor duração c/ episódios de despertar noturno e menor eficácia do sono (maior risco de HAS e DM, além de depressão e ansiedade)
- Alteração de humor: sintomas depressivos
- Alterações cognitivas: redução da atenção e alterações da memória (esquecimento, memória verbal)
- Cabelos finos e quedas
- Síndrome do olho seco: irritação ocular, ressecamento, queimação
- Diminuição auditiva
- Diminuição de colágeno e espessura da pele (flacidez e rugas)
Sintomas HIPOESTROGENISMO
- ↑ da circunferência e gordura abdominal (de ginecoide p/ androide) e ↑ risco CDV
- Sd genituourinaria da menopausa: Atrofia progressiva vulvuvaginal c/ ressecamento, ardência, ausência de lubrificação, desconforto ou dor, disúria, infecções recorrentes
- ↓ densidade óssea (fragilidade e fratura por baixo impacto): mais comum rádio distal (fratura de Colles), coluna e fêmur proximal
- DCV: Hx familiar, HAS, tabagismo, aterosclerose, DM, Sd Metab (prevalência de androgênios)
Avaliação clinica antes da TRH
- Tabagismo, DM, dislipidemia, HAS descontrolada e calcular risco CV
- Labs: Colesterol total, HDL, triglicerídeos, glicemia jejum
- Mamografia*: 40 a 74 anos
- Durante a TRH: lipidograma, glicemia, mamografia e USG (se SUA/ sintomáticas)
Diagnóstico de Menopausa
- Maioria clínica com >1 anos última menstruação
2. Laboratório: dosagem de FSH >35-40 UI/L
Benefícios do uso da TH
- Sintomas vasomotores
- Síndrome geniturinária e Melhora sintomas geniturinarios
- Prevenção osteoporose e fraturas
- Insuficiência ovariana prematura
- Melhora distúrbios da função sexual (libido, lubrificação, dispareunia)
- Redução da DCV
- Redução de DM
- Melhora QV
Indicações de TH
- Nunca para profilaxia 1a ou 2a *
- Disfunção sexual isolada não tem indicado de TH
- Fogachos: é a indicação mais comum (principal). Se c/ útero sempre E + P (DIU ou oral), se s/ útero apenas E (oral ou parenteral)
- Se PAtologias em geral (DM, HAS, fumo, trombose, hipertrigliceridemia e dç hepática) fazer PArenteral
- Se COlesterol alto (LDL) fazer Comprimido VO
- Fazer abaixo dos 60 anos e com <10 anos de menopausa
- Atrofia: se sintoma único de indicação fazer apenas de estrogênio tópico local
- Osteoporose: se único sintoma de indicação fazer outras opções como Bifosfonados
- ITU de repetição: isolada fazer TH estrogênio tópico vaginal
Riscos da indicação de TH
- Não há duração máxima obrigatória para uso da TH e que esta deve ser suspensa quando os benefícios não forem mais necessários
- Aumento do risco de câncer de mama: depende do tipo, dose, duração mas ocorre em <0,1% ao ano (= risco de sedentarismo, obesidade e álcool)
- TEV:uso de E transdermico + P parece ser mais seguro. Considerar risco familiar de DCV, AVC e TEV
- Risco de doenças da vesícula biliar: via transdermica tem menor risco
Contraindicações ABSOLUTAS da TH
- Ca de mama (ou precursores) ou endometrio (antecedentes de neoplasia hormônio-dependente)
- Sangramento vaginal de causa indeterminada (investigar)
- AVE e IAM
- TVP e TEP (avaliar via de administração)
- Dç hepática descompensada
- Meningites (para uso de progesterona)
- Porfiria
- LES com elevado risco tromboembólico
Terapêutica de TH
- Estrogênio isolado: histerectomizadas
- Combinado: mulheres com útero
- Sequencial (12-14 dias seguidos) ou contínua (diariamente)
- TH por via oral pode elevar o risco de eventos tromboembólico venosos embora esse risco seja raro
- Transdérmica: não tem 1a passagem no fígado com menor risco de TVP
- Via vaginal são melhores que oral p/ tto atrofia vulvovaginal
- Hipercolesteroliemia: melhor por VO
- Restante das patologias por via transdermica (parenteral)
Terapêutica de TH
- Progesterona: efeito secretor no endometrio
- Preferir mais seletivos aos receptores de progesterona, e os relacionado à testosterona diminuem os benefícios sobre perfil lipídico
- Dropirenona pelo seu efeito antimeralocorticoide diminui a PA em hipertensas
Terapias alternativas à TH
- Mudança de estilo de vida, acupuntura, fitoterápicos (isoflavonas)
- ISRS e ISRSN
- Agonista alfa-adrenérgico com ação anti-hipertensiva (Clonidina): com redução das reatividade vasculares
- Anticonvulsivante: gabapentina com ação termorregulador do HT
Osteoporose Pós-Menopausa
- Primária: mais comum e s/ dç associada
- Fraturas de vértebras são mais comuns e de quadril mais grave
- Doença esquelética sistêmica e silenciosa c/ resistência óssea comprometida
- Principal causa de fratura >50 anos
- Fraturas mais comuns: vértebras, antebraço e quadril (fêmur proximal)
- Osso cortical: 80% da massa óssea total, denso e compacto (parte externa das estruturas ósseas e a diáfise dos ossos) com função de proteção mecânica e resistência
- Osso Trabecular (ou esponjoso): dentro do osso longo nas extremidade (epífises) dá o suporte mecânico, maior atividade metabólica (remodelamento)
- Pico de massa óssea: 70% da massa óssea é determinada por fatores genéticos e 30% por nutrição, exercício e habito de vida. Pico é atingido ao final da adolescência e mantido até 5a década de vida e depois declina.
Fatores de risco para Osteoporose e Fraturas (MAIORES)
- Hx pessoa de fratura na vida adulta
- Hx de fx de quadril em parente de 1o grau
- Hx atual de tabagismo
- Baixo peso <57 kg
- IDADE AVANÇADA: é o fator de risco mais importante***
- Quedas recentes
- Uso de corticoides
Fatores de risco para Osteoporose e Fraturas (MENORES)
- Deficiência de estrogênio (menopausa <45 anos)
- Baixa ingesta de cálcio durante a vida
- Atividade física inadequada
- Alcoolismo
- Demência
- Déficit de visão
- Alta ingesta de fósforo
- DM
- Uso de BZP
- Raça branca tem menos massa óssea que negras
Densitometria Óssea (DMO)
- Tem relação inversa com o risco de fratura
- T-score: compara massa óssea do pcte com a média da população adulta jovem saudável
- Z-score: comparação da massa óssea do pcte com a média da massa óssea da população pareada pela idade e sexo.
- Esse é usada p/ crianças, adolescentes, mulheres na menacme e homens entre 20-50 anos
Classificação da Densitometria
Óssea
- Normal: T-score > 1 DP
- Osteopenia: -1 > T-score > -2,5 DP
- Osteoporose: T-score ≤ -2,5 DP
- Osteoporose estabelecida: T-score ≤ -2,5 DP e presença de uma ou mais fraturas por fragilidade óssea
Indicações para realizar DMO
- Mulheres com ≥ 65 anos e idade ≥ 70 anos
- Mulheres < 65 anos e homens de 50 a 70 anos com fatores de risco
- Adultos c/ fraturas de fragilidade
- Dçs ou condição associada à perda de massa óssea
- Medicações com risco de perda óssea
- Monitoras eficácia do tto
Indicações de tratamento farmacológico
- Fratura vertebral (clínica ou assintomática) ou de quadril
- Densidade óssea c/ T-score ≤ -2,5 DP
- Baixa massa óssea e mais de 3 FR
- Preferência do pcte
Farmacologia da Osteoporose
- Anticatabólicos: inibe atividade osteoclástica e reduz remodelação óssea são os Bifosfonados (Alendronato 70 m/sem)
- Ingestão de estômago vazio p/ máxima absorção
- TRH: se associação c/ sintomas vasomotores
- Moduladores seletivos dos receptores de estrogênio (SERM): Raloxifeno (diminui remodelação óssea), calcitonina (inibe reabsorção óssea)
Conceitos Uroginecologia
- Distopias genitais: deslocamento de um órgão de seu posicionamento e/ou localização habitual
- Prolapso genital: descenso da parede vaginal (é uma distopia)
- Cistocele: deslocamento inferior da bexiga
- Uretrocistocele: prolapso da bexiga e uretra
- Prolapso uterino: descida do útero
- Retocele: protusão do reto pela parede vaginal posterior. 7. Enterocele: herniação do delgado p/ cavidade vaginal
- Elitrocele: eversão da cúpula vaginal após histerectomia prévia
Anatomia do Assoalho Pélvico Feminino
- Pelve ósse: púbis, ílio, ísquio e sacro
2. Vísceras do assoalho pélvico: uretra, bexiga, vagina, útero, reto
Estruturas de Suspensão
- Esses ligamentos são denominado de retináculo periuterino de Martin
- Ligamento redondo não faz parte de suspensão nem sustentação
- Feixes anteriores: Ligamentos Pubovesicuterinos
- Feixes laterais: ligamentos cardinais ou de Mackenrodt ou paramétrios laterais
- Faz fixação do colo uterino e da porção proximal da vagina junto à pelve
- Feixes Posteriores: ligamentos uterossacros
Estruturas de Sustentação:
- DIAFRAGMA PÉLVICO: Elevador do ânus (puborretal, ileococcigeo e pubococcigeo) e Coccígeos
- Diafragma Urogenital: músc. trasnverso profundo e esfíncter uretral externo
- Fáscia endopélvica
Prolapsos Genitais
- Enfraquecimento dos aparelhos de suspensão e sustentação e aumento crônico da pressão intra-abdominal
- Pode estar associado à incontinência urinária
- Os POP está comumente relacionado a alterações genitourinárias, gastrointestinais e musculoesqueléticas
Prolapso Genital - Fatores Etiológicos
- Multiparidade (70%): principal
- Nulípara: esforços físicos intenso (aumento crônico da pressão abdominal)
- Menacme: alongamento dos ligamentos cardinais e uterossacros
- Pós-menopausa: hipoplasia ou atrofia do tec. conjuntiva e muscular
- Anomalidades congênitas
- Obesidade
- DPOC, constipação: aumento da PIA
Classificação de POP-Q
- Positivo: dentro da vagina
- Negativo: para além do hímen vaginal
- Aa e Ba: parede Anterior (letra minúscula a)
- Ap e Bp: parede Posterior
- C: Colo ou Cúpula (histerectomizadas)
- D: fundo de saco de Douglas. Se sem fundo de Douglas (Dx = sem útero = histerectomizadas)
Estágio da Distopia Genital de Baden-Walker
*Se baseia no POP-Q
- Estádio 0: ausência de prolapso (Aa, Ap, Ba, Bp coicidem e estão com -3 cm)
- Estágio I: < -1 cm → não opera
- Estágio II: entre -1 cm e + 1 cm (não chega a +2)
- Estágio III: ≥ + 2 cm (mas não total)
- Estágio IV: total (grave) → histerectomia vaginal tto de eleição de concomitante ao descenso do colo de útero
Prolapso da Parede Anterior
*Cistocele ou uretrocele ou uretrocistocele
- Descida da parede vaginal anterior de forma que a junção uretrovesical a mais de -3 Aa do plano do hímen
- Pode ser por:
- Defeito central (ou de distensão)
- Defeito lateral (ou de deslocamento ou paravaginal): 80% dos casos de cistocele
- QC: peso ou desconforto genital externo c/ alívio ao deitar (Bola na vagina) pode haver sangramento por contato c/ a roupa