Cefaléia Flashcards

1
Q

Devo investigar a cefaleia do paciente?

A

Pelo protocolo de Silbertein, caso doente com 3 critérios: ausência de características de cefaleia primeira, presença de sinais de alarme ou sem resposta ao tratamento empírico para cefaleia primária.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Quais são os sinais de alarme de uma cefaleia?

A

Pela American Headache Society, fazemos o SNOOP:

  • Systemic: febre, perda de peso, AP de câncer ou HIV
  • Neurologic: exame neurológico alterado (FO e IM)
  • Onset: súbita
  • Older: > 50 anos
  • Pattern: primeira ou mudança de padrão
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Quais os grupos de cefaleia primária?

A

Pela IHS, 90% das cefaleias são primárias, sendo quatro grupos: migrânea, cefaleia tensional, cefaleias trigemino-autonômicas (CS, HPC, SUNCT) e outras cefaleias primárias (hípnica, HC, CPDI, associada a tosse, associada ao esforço, em pontadas).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Quais os critérios diagnósticos da migrânea?

A

Pela IHS:

  • Numero de episódios: 5 episódios
  • Duração: 4h a 72 h
  • Característica da dor - 2 e 4: unilateral, pulsátil, piora com esforço e moderada a intensa
  • Sintomas associados - 1 de 2: nauseas ou vômitos/ foto ou fonosensibilidade.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Qual a prescrição do tratamento abortivo da migrânea no pronto-socorro?

A
  • Dipirona 1g EV agora
  • Sumatriptano 6mg SC OU AINES (Ex. Cetorolaco 60mg IM ou EV agora)
  • Dexametasona 8mg EV agora
  • Metoclopramida 10mg EV agora
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Como reavaliar a resposta do tratamento abortivo da migrânea? O que fazer na falha terapêutica?

A

Resposta em 1 hora (GREEN) a 2 horas (ENFS)

Se falha: Clorpromazina 12.5 mg + SF0.9% 250mL EV em 15 minutos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Como avaliar a presença de aura?

A

Aura típica consiste:

  • Sintoma: visuais, sensitivos ou disfasia reversíveis
  • Duração: 5-60 minutos (antes ou durante a dor)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Como a presença de aura muda a conduta?

A
  • Diagnostico: 2 episodios, em vez de 5
  • Tratamento abortivo: aura vestibular ou atípica contraindica triptanos
  • Tratamento profilático: aura vestibular ou atípica sempre indica profilaxia farmacologica
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Como avaliar a intensidade de uma cefaleia?

A

A intensidade é avaliada pelo comprometimento funcional:

  • Leve: sem prejuízo funcional
  • Moderada: prejudica atividade, sem impedi-la
  • Grave: impede atividade
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Quais os critérios diagnósticos da cefaleia tensional?

A

Pela IHS:

  • Numero de episódios: 10
  • Duração: 30 minutos a 7 dias
  • Característica da dor - 2 de 4: bilateral, aperto, sem relação com esforço e leve a moderada
  • Sintomas associados: ausencia de nauseas e vômitos e ausencia de foto e fonofobia (pode haver um ou outro)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Qual a prescrição do tratamento abortivo empírico para cefaleia tensional no pronto socorro?

A
  • Dipirona 1g EV agora

- Cetoroloco 60mg IM ou EV agora

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Quais os critérios diagnósticos da cefaleia em salvas, a mais comum cefaleia trigemino-autonomica?

A

Pela IHS:

  • Numero de episódios: 5 crises
  • Duração: 15 a 180 minutos, sendo 1 a cada 48h até 8/d
  • Característica da dor: cefaleia forte ou muito forte e em V1 (orbitaria, supraorbitária ou temporal)
  • Sintomas associados - 1 ou mais, ipsilateral: injeção conjuntival ou lacrimejamento, congestão nasal ou rinorreia, miose e/ou ptose, sensação de inquietude ou agitação
  • Não se atribui a nenhuma outra moléstia
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Qual a prescrição do tratamento empírico abortivo da cefaleia em salvas no pronto-socorro?

A
  • Mascara não-reinalante (FiO2 100%) 12 L/minuto por 10-20 minutos OU Sumatriptano 6mg SC agora
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Quais os exames necessários para investigação da cefaleia?

A
  • Neuroimagem: TC de crânio no PS, RM de crânio no ambulatório (se disponível)
  • Exames laboratoriais (ex. provas inflamatórias, HMG)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Quando o doente com cefaleia deve ser submetido a punção liquorica, após uma TC de crânio normal?

A

Pela rotina do GREEN:

  • Antecedente de neoplasia
  • HIV positivo
  • Sinais de infecção associados
  • Exame neurológico alterado (ex. pares, meninge)
  • Cefaléia súbita
  • Suspeita de hipertensão ou hipotensão intracraniana
    (ex. suspeita de TVC ou pseudotumor cerebri)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Quais as causas de cefaleias secundárias?

A

Pela IHS, temos dez grupos:

  • Pós-trauma crânio-cervical
  • Doença vascular craniana ou cervical
  • Doença não vascular intracraniana
  • Uso/exposição a drogas e substâncias
  • Por infecção
  • Por transtorno da homeostase
  • Por transtornos do crânio, pescoço, olhos, ouvidos, nariz, seios da face, dentes, boca e articulação temporomandibular
  • Por transtorno psiquiátrico
  • Neuralgias cranianas, dor facial central ou idiopática
  • Cefaleias não classificáveis
17
Q

Qual a sensibilidade e especificidade dos sinais meníngeos para meningite? Qual o dado mais sensível para meningite?

A
  • MBE, sinais meníngeos: Kernig e Brudzinski: s = 5% e Sp = 95% Rigidez de nuca: s e sp entre 50-70%
  • Dado mais sensível, pela coorte do Van de Beek é 2 de 4: febre, cefaleia, sinais meníngeos e alteração do nível de consciencia
18
Q

Devo fazer neuroimagem antes da punção liquorica?

A

Pela IDSA, pelo alto risco de doença cerebral, temos os seis critérios: alteração do nível de consciência, sinais localizatórios, síndrome convulsiva, alteração de comportamento/nível de consciencia, papiledema ou imunossupressão.

19
Q

Qual a prescrição inicial do doente com meningite bacteriana comunitaria?

A
  • Ceftriaxone 2g EV 12/12h
  • Ampicilina 2g EV 4/4h se > 50 anos/ imunossuprimido
  • Dexametasona 10mg 6/6h 4 dias (Van de Beek)

Iniciar assim que coletado HMC e LCR (sem neuroimagem) ou assim que HMC (necessidade e neuroimagem). O mais rápido possível.

20
Q

Quais as medidas de saúde coletiva devem ser realizadas para os meningite bacteriana comunitária?

A
  • Isolamento de gotículas por 24h do ATB (meningo)
  • Notificação do caso
  • Profilaxia de contactuantes
21
Q

Como interpretar o liquor em doentes com meningite bacteriana comunitária?

A
  • Meningite excluída: LCR normal
  • Meningite confirmada: Microbiologia com bacteria (ex. gram, cultura, látex)
  • Meningite provável: bioquímica compatível - pleiocitose neutrofílica com hiperproteinorraquia e hipoglicorraquia. > 2000 células, < 20 de glicorraquia e > 200 de proteinorraquia tem Sp 98%. Hipoglicorraquia e o achado mais especifico.
  • LCR não deve ser repetido, a menos que suspeita de falha terapêutica.
22
Q

Quais os critérios de alta da meningite bacteriana comunitária não complicada?

A

Embora IDSA estipule critérios para antibiótico VO, por questões sociais, no Brasil é preferível completar tratamento internado. Assim, na ausência de complicações, 7-10 dias para meningococo, 10-14 dias para pneumococo e 14-21 dias para outros agentes.

23
Q

Quais os critérios diagnósticos de pseudotumor cerebri?

A

São cinco critérios:

  • Papiledema OU Critério radiológico
  • Exame neurológico normal, exceto pares cranianos
  • LCR de composição normal
  • LCR com pressão de abertura elevada
  • Neuroimagem (RM com angioRM venosa) descarta diferenciais, inclusive TVC

Obs: O papiledema pode ser substituído pelo critério radiológico: 3 de 4: sela túrcica vazia, achatamento posterior do globo ocular, estenose de seio transverso ou distensão do espaço subaracnoide perioptico.

24
Q

Qual o principal exame complementar para seguimento do pseudotumor cerebri?

A

Campimetria visual

superior a cefaleia ou campimetria de confrontação

25
Q

Quais as medidas de estilo de vida importantes no pseudotumor cerebri?

A

Dieta hipossódica e perda de peso (5-10%).

26
Q

Qual o tratamento farmacológico inicial do pseudotumor cerebri?

A

Suspender drogas associadas
Acetazolamida 500mg VO 12/12h (max 2g)
(Alternativas: Furosemida ou topiramato)

27
Q

Qual o tratamento do pseudotumor cerebri quando há progressão do prejuízo visual, a despeito do tratamento clínico?

A

Fenestração de nervo óptico (sem cefaleia ou cefaleia leve) OU derivação ventrículo-peritoneal (cefaleia importante)

28
Q

Como interpretar os exames radiológicos na trombose venosa profunda?

A

Confirma TVC: angioRM ou angioTC com falha de enchimento (ex. sinal do delta vazio).
Descarta TVC: angioRM venosa normal. AngioTC normal não descarta TVC.
Sugere TVC: sinal da corda na TC de crânio sem contraste

29
Q

Como avaliar a gravidade de uma trombose venosa cerebral?

A

Pelo CVT Risk Score, com sensibilidade de 96% de prognóstico ruim para 3 ou mais pontos, em 6 pontos:

  • Neoplasia
  • Coma
  • Trombose do sistema venoso profundo
  • Alteração do nível de consciência
  • Sexo Masculino
  • Hemorragia Intracraniana
30
Q

Qual a prescrição aguda da trombose venosa cerebral?

A
  • Enoxaparina 1mg/kg SC 12/12h até D5 e INR 2-3
  • Warfarina 5mg VO 1xd (após enoxaparina)

A anticoagulação deve ser realizada mesmo na presença de sangramento intracraniano.

31
Q

Qual a investigação deve ser feita para trombose venosa cerebral?

A

Pesquisar trombofilias, conforme ALASCA:

  • Antitrombina III
  • Leiden (Fator V)
  • Avaliação de neoplasia se > 60 anos
  • S proteina
  • C proteina
  • Antifosfolípide e lupus: anticoagulante lupico, anticardiolipina IgG e IgM, anti-B2 glicoproteína, FAN, anti-Ro, anti-La, provas inflamatórias.
32
Q

Quais as orientações para mulheres gravidas em doentes com TVC?

A

Pelo ISCVT2-PREGNANCY, devemos usar heparina profilática durante gestação para evitar abortamento e eventos trombóticos.

33
Q

Quais as principais complicações da TVC e como abordá-las?

A
  • Rebaixamento do NC:
    a. Efeito de massa: descompressiva
    b. Sem efeito de massa: trombolise in situ
  • Piora da visão: fenestração da bainha óptica
  • Hidrocefalia: obstrutiva = DVP; comunicante = Acetazolamida
  • Crise epiléptica: DAE secundária
34
Q

Qual o score que pode ser utilizado para descartar HSA sem exames complementares?

A

Score de Ottawa, devendo usar se pico da cefaleia < 1 hora e ausência de seis pontos: idade > 40, dor ou rigidez de nuca, perda do nível de consciência, início aos esforços, padrão thunderclap (pico imediato) ou flexão cervical limitada ao exame.

35
Q

Como avaliar a gravidade clínica e radiológica de uma HSA?

A
  • Fisher (vasoespasmo): I, II (<1mm), III (>1mm) ou IV (intraparenquimatoso ou intraventricular)
  • Hunt e Hess (mortalidade): cefaleia, rigidez de nuca, pares cranianos, defict motor e coma
  • WFNS (mortalidade): ECG e defict motor
36
Q

Qual é a melhor forma de fazer o tratamento da HSA aneurismática?

A

Pelo ISAT trial, a embolização tem menor morbidade, embora tecnicamente seja difícil se domus/colo < 2 ou saída de ramos. Aneurisma deve ser abordado em < 72 horas, idealmente o mais precoce possível.

37
Q

Como devemos fazer o controle pressórico na HSA aneurismática?

A

Pelo guideline da AHA, devemos manter PAS < 160 mmHg antes de clipar o aneurisma. Após, podemos realizar hipertensão se vasoespasmo.

38
Q

Quais as medidas para prevenção de vasoespasmo?

A

Pelo guideline da AHA, a prevenção é feita com nimodipina 60mg VO 4/4h 21 dias (exceto hipotensão) e evitar balanço hídrico negativo (manter euvolemia)

39
Q

Como eu trato o vasoespasmo na HSA?

A

Primeiro, devemos tratar somente vasoespasmo SINTOMATICO:

  • Excluir outras causas de deterioração neurológica
  • Induzir hipertensão: PAS < 200 mmHg
  • Terapia endovascular se falha após 3-6 horas da hipertensão (ex. vasodilatador ou angioplastia)